Psicodélicos, História e sua aplicação na Psiquiatria

Tipo de documento:TCC

Área de estudo:Química

Documento 1

Os defensores do uso de psicotrópicos justificam sua tese com base na possibilidade de se controlar os efeitos alucinógenos em simultâneo à sua administração, além do fato de que vários estudos apresentaram retorno positivo quanto ao uso destas substâncias, oferecendo desta forma, muitos benefícios aos pacientes, sem efeitos colaterais indesejados e até mesmo nocivos. Entre os psicotrópicos mais comuns estão a Dietilamida do Ácido Lisérgico (LSD), a MDMA (versão popular do ecstasy) e o Psilocibina, atualmente proibidos, serão analisados em específico no presente estudo. Palavras-chave: Psicotrópicos; Alucinógenos; Substâncias Psicodélicas; Tratamento Psicoterapêutico. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 5 2 OBJETIVOS 7 2. OBJETIVO PRINCIPAL 7 2. As motivações mais comuns para o uso de substâncias psicoativas giram em torno de se alcançar sensação de prazer, alívio de preocupações, controle do humor e expansão da consciência, motivos estes que lançam luz sobre a proposta da administração destas substâncias nos tratamentos psicoterapêuticos (MEDEIROS E TÓFOLI, 2018).

No Brasil, ainda não existe uma previsão para legalizar o uso de psicotrópicos. As pesquisas realizadas pela comunidade científica que defende a legalização do uso de psicotrópicos como conduta psicoterapêutica, se embasa no retorno positivo de pesquisas na área em âmbito mundial, que comprovam o baixo risco dos psicodélicos à saúde em conjunto com os excelentes resultados clínicos, os quais tornam injustificáveis sua proibição (RODRIGUES, 2019). O assunto sempre teve destaque no Brasil e por esse motivo, no ano de 2015 foi criada a APB (Associação Psicodélica do Brasil) por um grupo de usuários, profissionais, ativistas e pesquisadores, que se interessam em pesquisas, práticas e políticas que influem na experiência de usuários e não usuários de substâncias psicodélicas (SITE APB – Disponível em: https://associacaopsicodelica.

org) O problema de pesquisa visa responder a seguinte questão: qual o mecanismo de ação dos psicodélicos, ofertados para o tratamento de doenças psíquicas como a depressão e quão eficazes podem ser a ponto de justificar a legalização desta prática? É certo que a característica peculiar e predominante dos psicodélicos, identificadas por pesquisadores e demais profissionais interessados, é a presença de alucinações que acometem os usuários, característica usada em defesa dos que condenam o uso destas substâncias no viés terapêutico. Essa é uma barreira no caminho da adoção de psicodélicos como psicoterapia de modo legalizado. OBJETIVOS 2. OBJETIVO PRINCIPAL O objetivo principal do estudo é analisar a aplicação dos psicodélicos na psiquiatria como intervenção terapêutica, enfatizando os benefícios desta intervenção para o paciente.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS • Apresentar o contexto histórico dos psicodélicos; • Identificar quais as formas tradicionais de psicoterapia adotadas pela psiquiatria; • Associar os psicodélicos à psicoterapia; • Traçar um paralelo entre os pontos positivos e negativos no uso dos psicodélicos como conduta terapêutica. JUSTIFICATIVA A temática do estudo é polêmica e controversa. Pacientes deprimidos são frequentadores assíduos dos serviços no atendimento primário à saúde. No Brasil existe carência quanto a estudos desenvolvidos no viés de oferecer maior assistência ao público acometido por doenças psiquiátricas, além da ausência de políticas públicas e pouco investimento em pesquisas, o que inclui o uso de substâncias psicoativas no tratamento deste público. Pesquisas sobre psicodélicos, que elucidem seu mecanismo de ação, bem como os efeitos adversos, são justificáveis, na tentativa de oferecer mais uma forma de intervenção na tratativa de doenças psiquiátricas, em especial para tratamento de pacientes que oferecem resistência aos tratamentos tradicionais.

METODOLOGIA A metodologia de pesquisa se caracteriza como revisão bibliográfica, em consulta a artigos publicados em livros e revistas científicas na área de medicina, enfatizando a psiquiatria e na área jurídica, abrangendo os últimos dez anos de publicação. As plataformas de pesquisa utilizadas na pesquisa foram Google Acadêmico, Scielo, Pubmed, Google Play (livros eletrônicos) e bibliotecas virtuais, além de sites que apresentam artigos relacionados ao tema. “O termo psychedelic foi cunhado em 1957 pelo psiquiatra Humphry Osmond para nomear um grupo de substâncias psicoativas”. SITE APB – Disponível em: https://associacaopsicodelica. org). O termo significa “o que torna a mente manifesta”. O uso dessas substâncias foi disseminado a partir da década de 1960. RODRIGUES, 2019). A prática humana de promover estados alterados, “incomuns ou ampliados de consciência induzidos por substâncias psicoativas é bastante antiga, pré-data a história escrita e é atualmente empregada e reinventada em várias culturas em diversos contextos socioculturais e ritualísticos”.

ESCOBAR E ROAZZI, 2010, p. O viés ritualístico dos psicodélicos, que acabou gerando a curiosidade para uma pesquisa mais profunda, visando conhecer seu potencial como fármaco no tratamento de doenças, se deu no século XIX, a partir das observações de Richard Spruce numa excursão realizada na América do Sul. Ao observar rituais com plantas inebriantes, Spruce se interessou em realizar maiores pesquisas sobre o fenômeno, o que acabou atraindo também antropólogos, médicos, farmacêuticos e biólogos, em busca de maiores informações sobre os mecanismos destas substâncias (ESCOBAR E ROAZZI, 2010). FORMAS TRADICIONAIS DA PSICOTERAPIA À BASE DE FÁRMACOS O número de pacientes acometidos por diversos tipos de transtornos mentais no Brasil é expressivo. Pontuando apenas a esquizofrenia, estima-se que o número de afetados ultrapasse os dois milhões e meio (CINTRA, 2019).

O TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo) “é uma condição crônica e debilitante, com uma prevalência na vida de 2% a 3%, o que o torna o quarto diagnóstico psiquiátrico mais comum”. RODRIGUES, 2019, p. As doenças mentais são uma preocupação de saúde público no Brasil. As demandas presentes no cenário das doenças mentais, exigem que os psicoterapeutas e psiquiatras, de um modo geral, se adequem às circunstâncias e busquem por novos recursos devido ao seu comprometimento com a efetividade terapêutica. Por esse motivo, os profissionais de saúde mental precisam buscar novas modalidades e novos conhecimentos na área (AZEVEDO, FAGUNDES E PINHEIRO, 2018). A psicoterapia com base em fármacos, denominada psicofarmacologia, é amplamente aderida ente estes profissionais. Consiste em ministrar medicamentos. A medicalização é um recurso terapêutico em que um problema e/ou “comportamento não médico é definido com um transtorno, doença ou problema médico, sendo delegada ao profissional médico, a responsabilidade pela prescrição do medicamento”.

A utilização dos antipsicóticos vai depender e variar conforme a doença. Na esquizofrenia, o tratamento costuma ser de longo prazo, no quadro agudo e no tratamento de manutenção, para prevenção de recaídas. Já em quadros psicóticos agudos de outra etiologia, o uso em geral se restringe ao período psicótico. Em indivíduos com transtorno bipolar, a indicação mais frequente do antipsicótico é no quadro maníaco. Louzã, 2018, p. Na década de 1980, havia duas classes de antidepressivos, a saber, os tricíclicos (ADTs) e os inibidores de monoaminoxidase (IMAOs). A primeira classe informada era eficaz em aumentar a serotonina (5-HT) na fenda sináptica, porém sua ação não era seletiva, podendo afetar paralelamente outros sistemas e, portanto, produzindo efeitos colaterais indesejados (MORENO, FERNANDES DE HUPFELD MORENO, 2018).

O grande desafio da ciência, neste cenário, era estudar para oferecer antidepressivos que apresentassem boa eficácia, sem, porém, causar os efeitos colaterais. A indústria farmacêutica passou a pesquisar novos compostos. A revolução, na era dos antidepressivos, ocorreu no ano de 1988, com o lançamento da fluoxetina, medicamento para tratamento da depressão. Desde o ano de 1950 até meados dos nos 1690 foi estudado “o potencial terapêutico do uso de psicodélicos em cerca de 40. sujeitos e foram publicados mais de mil artigos e dúzias de livros, realizadas seis conferências internacionais”. RODRIGUES, 2019, p. Portanto, é certo afirmar que o estudo sobre o uso de psicodélicos como intervenção terapêutica foi e ainda é um tema presente entre a comunidade científica de um modo geral.

Um dos primeiros interesses em se investigar o uso dos psicodélicos como terapêutica para pacientes com patologias psíquicas foram os resultados relatados por uma parte dos pacientes que fizeram uso destas substâncias. MECANISMOS DE AÇÃO DAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS Fisiologicamente, as substâncias psicoativas atuam primariamente sobre o “sistema serotonérgico, como agonistas, amplificando a ação da serotonina na fenda sináptica e promovendo alterações qualitativas e quantitativas do funcionamento cerebral”. ESCOBAR E ROAZZI, 2010, p. Acredita-se, com base nos estudos realizados, que os psicodélicos imitam os efeitos da serotonina em alguns casos, ao passo que os bloqueiam em outros. A preocupação da comunidade científica é, portanto, “definir em quais dos mais de vinte tipos de receptores de serotonina cada psicodélicos se liga”.

RODRIGUES, 2019, p. O autor ainda menciona um estudo recente, administrado em pacientes com TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo) com uso de psilocibina e os resultados apontam uma redução significativa dos sintomas relacionados ao TOC. A redução dos sintomas continuou significativa após uma ou mais sessões (TIMMERMANN S. No viés da psicoterapia, as propriedades da maconha serviriam como um ansiolítico, assim denominadas as drogas usadas na diminuição da ansiedade e tensão. Os efeitos da planta foram comparados aos de outros medicamentos comercializados no país, como o diazepam, a título de exemplo (CINTRA, 2019). “Sedativos hipnóticos como o Diazepam costumam ser utilizados para aliviar o pânico e a ansiedade em situações de emergência”. No entanto, a droga que pode ser usada de modo abusivo pode também ser usada como forma terapêutica.

SUBSTÂNCIAS PSICODÉLICAS – LSD, MDMA E PSILOCIBINA Substâncias psicodélicas são comumente conhecidas como alucinógenas. São substâncias banidas no viés do uso medicinal, enfaticamente por oferecer elevado risco à saúde como a dependência química. No entanto, existem vários estudos – concluídos e em andamento – que apresentam as substâncias psicodélicas como potenciais formas terapêuticas enfaticamente para o tratamento de doenças psiquiátricas. O LSD (Dietilamina do Ácido Lisérgico) é provavelmente a mais potente droga alucinógena que se tem conhecimento. Ao longo da década de 1950 até meados da década de 1960 milhares de estudos foram publicados sobre formas de uso terapêuticos do LSD. Como proposta no atendimento à pacientes com problemas psiquiátricos, ou seja, como tratamento psicoterapêutico, o LSD, através de estudos pioneiros, demonstraram que esta substância possui surpreendente poder de transformação pessoal envolvido, mesmo em experiências onde foram utilizados placebos em lugar do fármaco (RODRIGUES E BESERRA, 2015).

Foi a partir das pesquisas com o LSD, nas décadas de 1950 e 1960 que cientistas e psicoterapeutas norte-americanos e europeus começaram a dar maior atenção a esta substância como potencial terapêutico entre os psicodélicos. O MDMA (ecstasy) é uma droga sintética, com similaridade química ao estimulante metanfetamina. Essa droga é mais comercializada em forma de comprimido, podendo também ser encontrada em forma de cápsula ou em pó. Níveis residuais da substância podem ser encontrados até 24 horas após a última dose. O MDMA atua no cérebro intensificando a atividade de, pelo menos, três neurotransmissores – serotonina, que atua na elevação de humor, sono, apetite; noradrenalina e dopamina – por meio do aumento de sua disponibilidade na membrana pré-sináptica do neurônio.

GIL, GIMENEZ E SAUEZ, 2014, p. A ingestão de MDMA causa efeitos psicológicos que contribuem para o aumento no humor, na sensação de bem-estar, sensibilidade emocional, baixo nível de ansiedade, distúrbios moderados do pensamento e melhora sensorial geral. A psilocibina “é o nome principal alcalóide dos chamados cogumelos mágicos, conhecidos como Teonanacatl (carne dos deuses), entre os mexicanos do período Asteca, que os consumiam em cerimônias sagradas”. Qual foi o resultado da pesquisa? “Dados importantes foram encontrados quando se observou que a eficácia dessas substâncias psicodélicas era maior do que as atuais formas de tratamento de enxaquecas”. ESCOBAR E ROAZZI, 2010, p. Essa substância tem sido melhor estuda, no âmbito psiquiátrico, como forma de tratar o TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo).

Estudos são ministrados no viés de comprovar a segurança, tolerabilidade e eficácia da psilocibina no tratamento de pacientes acometidos pelo TOC. De acordo com as experiências vivenciadas com a ajuda de alguns voluntários, foi possível observar a redução significativa dos sintomas agudos do TOC (ESCOBAR E ROAZZI, 2010). Na realidade, o tratamento de pacientes acometidos por doenças mentais é polêmico mesmo quando embasado em medicamentos permitidos. A decisão de usar ou não uma determinada medicação é um assunto polêmico e multifacetado, “provavelmente, existem psicólogos concordantes com o uso e com a eficácia dos psicoterápicos paralelamente à psicoterapia e outros discordantes”. AZEVEDO, FAGUNDES E PINHEIRO, 2018, p. Alguns psiquiatras, inclusive, podem ser guiados por conceitos pessoais quando escolhem determinado tratamento para seus pacientes.

Quando o tratamento sugere uso de substâncias psicodélicas, a polêmica ganha força. Muitas medicações e diversas outras formas de tratamento de saúde são estudadas a partir da metodologia custo-benefício. Isso significa dizer que usar ou não uma determina terapia na proposta curativa, envolve uma análise sobre os benefícios e prejuízos causados ao paciente. Ou seja, adotar determinado tratamento de saúde irá surtir maiores benefícios, apesar de algumas contraindicações ou os prejuízos decorrentes serão maiores que os benefícios propostos? Esta é a premissa básica em torno da decisão de se aderir ou não uma determinada terapêutica. A Associação Brasileira de Psicodélicos comenta na página inicial do seu site, que o LSD foi usado em mais de mil pesquisas, nas quais indicou enorme potencial para usos diversos, entre os quais o uso terapêutico.

O grande problema é a presença de efeitos psicológicos experimentados em decorrência do seu uso, de intensidade e imprevisibilidade significativas (SITE APB – Disponível em: https://associacaopsicodelica. – conhecida popularmente como Lei de Drogas (CINTRA, 2019). A maconha possui 80 tipos canabinoides diferentes, ou seja, substâncias e compostos ativos presentes na planta. Os canabinoides mais utilizados são o cababidiol (CBD) e o tetrahidrocannabinol (THC) (CINTRA, 2019). De acordo com pesquisas, o canabinoide pode ser extraído e utilizado de forma isolada, o que não acarretaria a presença de efeitos típicos do consumo da maconha. Houve um progresso quanto a liberação do uso da cannabis sativa para fins medicinais no ano de 2014, quando o CREMESP (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) publicou a resolução nº 268.

Os perigos estão associados as formas como a droga é utilizada e as condições em que isso ocorre. “O fato, portanto, de uma substância ser legal ou ilegal não tem uma relação direta com o risco que ela oferece”. SILVEIRA E DOERING-SILVEIRA, 2017, p. É muito comum, inclusive, concluir que algumas drogas legalizadas, como o álcool, não ofereçam riscos prejudiciais tanto quanto drogas ilegais, o que é um engano. Pesquisadores afirmam que os psicodélicos sofrem severos preconceitos quanto a possibilidade de serem mais bem pesquisados no viés terapêutico, em partes, devido aos apelos depreciativos da mídia. Mas esse cenário é controverso. No caso da psilocibina, a título de exemplo, é necessária a ingestão de uma quantidade muito grande por humanos para que se configure uma overdose.

A sua toxicidade é baixa. Em ratos, a dose média letal (LD50) quando administrada oralmente é de 280 mg/kg, aproximadamente uma vez e meia a da cafeína. A psilocibina representa aproximadamente 1% do peso dos cogumelos Psilocybe cubensis, assim estima-se que 1. CINTRA, 2019, p. Em contrapartida, essa substância apresenta propriedades com características terapêuticas, como propriedades analgésicas e anti-inflamatórias. Não devemos esquecer que essa mesma droga que apresenta um bom efeito terapêutico aos enfermos, apresenta também um efeito tóxico capaz de afetar a mente e o comportamento. Sendo que em doses consideravelmente baixas ela se torna tanto eufórica quanto depressora. E nas doses altas provocam alucinações paranoias e até estado de pânico dependendo sempre do organismo do indivíduo. Isso é dito por que “o sentido de alucinação como efeito principal provocado por essas substâncias é reconhecidamente limitado para descrever a inteireza e complexidades dos efeitos diversos que exerce sobre a percepção, cognição e emoção”.

ESCOBAR E ROAZZI, 2010, p. Em suma, é preciso melhores estudos e pesquisar para compreender mais detalhadamente e não de forma genérica, o elemento alucinações no uso de psicodélicos. O grande desafio para a comunidade científica, que aposta no uso de substâncias psicoativas como forma terapêutica, é se aprofundar na proposta de apontar a dosagem adequada e isolar os efeitos adversos destas substâncias para cada patologia e para cada paciente. “Um dos maiores desafios dos laboratórios é sem dúvida tentar separar o efeito medicinal da droga do efeito psicoativo, ou seja, produzir uma maconha que não dê “a pira”. SILVEIRA E DOERING-SILVEIRA, 2017, p. Exemplificando de modo simples as ocorrências suscetíveis no uso de substâncias, um indivíduo que está ansioso e consome maconha em lugar público está mais suscetível a apresentar quadros paranoicos, como a sensação de estar sendo perseguida, ao passo que quando o indivíduo faz uso num ambiente tranquilo como sua casa, em companhia de amigos, a probabilidade de apresentar reações desagradáveis é menor.

Portanto, a experiência humana com substâncias psicodélicas não depende apenas de como o fármaco é utilizado, no que diz respeito a composição ou formas de armazenamento. Depende também da preparação pessoal para o uso, envolvendo questões como a alimentação, o sono, às expectativas do usuário, o ambiente no qual é usado e se há, inclusive, o acompanhamento de um cuidador ou algum responsável em psicodélicos (RODRIGUES E BESERRA, 2015). Algumas experiências acompanhadas sugerem que os riscos associados ao consumo dos psicodélicos giram em torno de 10%, ao passo que os outros 90% se relacionam ao contexto e ao usuário propriamente dito. O relato pode ocorrer de modo subjetivo ou por observação feita por outras pessoas, pelo período mínimo de dois anos (DSM-5, 2014).

A psilocibina tem sido pesquisada para o tratamento de patologias diversas, incluindo a depressão resistente. Estudos sugerem que essa substância possa ter efeitos antidepressivos, precisamente pela sua ação ao nível dos receptores 5-HT (RODRIGUES, 2019). Basicamente, o efeito psicológico inclui profundas alterações na forma como o indivíduo encara a dor e apatia. Desta forma, reduz-se sua ansiedade e seu limiar de dor. Os “antidepressivos Inibidores da Recaptação de Serotonina (IRS) estão entre os mais comumente utilizados, o que inclui a clomipramina, considerada a droga padrão-ouro”. RODRIGUES, 2019, p. Os ISRS (Inibidores Seletivos da Recaptação da Serotonina) também são indicados, como a fluoxetina, sertralina, escitalopram e paroxetina. O que acontece no tratamento embasado nestes fármacos, em boa parte dos casos, é que muitos pacientes não obtêm sucesso com o tratamento.

Quando isso acontece, é caracterizada a classificação de pacientes resistentes (RODRIGUES, 2019). Foi depreciado ao longo das décadas de 1960 e 1970 devido sua associação com movimentos culturais da época. O foco dos psicodélicos, nesta época, foram distorcidos, apresentando um paradigma no viés médico-psiquiátrico para místico-espiritual, ou religioso. É muito comum que pessoas, de um modo geral, se assustem com a ideia de fazer uso de psicodélicos como forma terapêutica pelo fato de concluírem que tal uso possa exacerbar problemas psiquiátricos, leva à dependência ou mesmo ao suicídio. Os antidepressivos, em princípio, eram muito eficazes para o tratamento de doenças mentais pelo fato de atuar no aumento da serotonina. O problema era que atuavam em paralelo em outros sistemas, acarretando a presença de efeitos colaterais indesejados.

O álcool, a título de exemplo, oferece os mesmos riscos prejudiciais que uma substância proibida. Comentando a respeito das doenças psíquicas, de acordo com estudo realizados, acredita-se que as substâncias psicoativas imitem os efeitos da serotonina em alguns casos, ao passo que os bloqueiam em outros. O desafio, portanto, está em definir em quais dos receptores de serotonina cada psicodélico se liga. As substâncias psicoativas são assim classificadas justamente por afetar a atividade mental, estando classificadas em três tipos basicamente, a saber: as drogas depressoras, as drogas estimulantes e as drogas alucinógenas, cada qual com seu mecanismo de ação peculiar, fazendo o cérebro funcionar aceleradamente ou de forma mais lenta, aumentando ou diminuindo a capacidade intelectual. Os psicodélicos já foram estudados como terapêutica para o autismo, dependência química e direcionados para pacientes terminais no intuito de aliviar a dor e a angústia.

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