PTI - Produção Textual Interdisciplinar

Tipo de documento:Artigo acadêmico

Área de estudo:Pedagogia

Documento 1

Na atualidade, tem-se percebido que a atuação do pedagogo vai além do ambiente escolar. É de conhecimento público que toda criança e adolescente tem o direito de aprender. Nesse contexto, a presente produção textual tem por objetivo principal evidenciar uma modalidade pedagógica importante que tem sido cada vez mais aplicada no nosso país: a pedagogia e as classes hospitalares. Além de apresentar uma proposta concreta de um projeto de leitura a ser aplicado em uma classe hospitalar para alunos de 6 a 10 anos de idade. A pedagogia hospitalar é importante, pois, permite que a criança ou adolescente hospitalizado tenham a oportunidade de dar continuidade aos seus estudos apesar da sua doença, além disso, proporciona a chance de interação social e colabora para elevar a autoestima de cada um.

Ela investiga os objetivos sociopolíticos e os meios organizativos e metodológicos de viabilizar os processos formativos em contextos socioculturais. Portanto, reduzir a ação pedagógica à docência é produzir um reducionismo conceitual, um estreitamento do conceito da pedagogia (LIBÂNEO, 2002). A pedagogia no espaço não-escolar é um componente muito importante no que tange ao processo de educação infantil. Cada vez mais, o pedagogo tem a possibilidade de exercer sua profissão em ambientes diferenciados, sendo requisitado para o processo de desenvolvimento infantil, principalmente no que diz respeito aos processos de coordenação e planejamento de atividades que visem um aprendizado efetivo e eficaz, como aplicabilidade para a vida real. Nesse sentido, Brandão (2006, p. Na legislação vigente, a função principal da classe hospitalar é fornecer atendimento educacional às crianças que por motivo de tratamento de saúde ficam impedidas de frequentas as escolas convencionais.

De acordo com a política do Ministério da Educação (MEC): Classe Hospitalar é um ambiente hospitalar que possibilita o atendimento educacional de crianças e jovens internados que necessitam de educação especial e que estejam em tratamento hospitalar. BRASIL, 1994, p. Fonseca (2011) afirma que embora as classes hospitalares sejam previstas em lei, poucas instituições hospitalares a colocam em prática, e quando a adotam não tem a preocupação de contratar um profissional especializado em pedagogia hospitalar Para o autor, tal fato se deve à falta de união da classe pedagógica e também da falta de inclusão da disciplina Educação Especial nos cursos de Pedagogia de muitas universidades do Brasil. Covic (2011) aponta que no ambiente hospitalar as crianças se sentem reprimidas durante o período do seu tratamento, visto que há uma preocupação extrema com sua recuperação do ponto de vista clínico, deixando de lado aspectos importantes para a sua formação e desenvolvimento, como o ato de brincar e de agir como crianças.

De acordo com o autor, os alunos por serem também pacientes podem enfrentar barreiras distintas para o aprendizado, como dificuldade de se locomover, imobilização total ou parcial, indisposição física do aluno devido ao tratamento, entre outros. Por isso, o ideal é que o pedagogo hospitalar saiba avaliar cada caso e abordar a criança com os recursos certos. Normalmente, o desenvolvimento das atividades pode ser na brinquedoteca do hospital quanto no próprio quarto hospitalar da criança, considerando suas condições físicas para a realização das atividades propostas. Fonseca (2011) aponta ainda a necessidade de ensino no ambiente hospitalar ser totalmente dinâmico, cativante e lúdico, visto que as condições de saúde enfrentadas diariamente pelos alunos os afetam bastante. Dessa forma, o pedagogo deve utilizar de recursos lúdicos que atraiam os alunos a sentir alegria no processo de aprendizado, sendo constantemente estimuladas através do conhecimento, socializadas e desenvolvidas mental e até fisicamente, se possível.

Para Abramovich (1997) a literatura infantil permite que as crianças aprendam a lidar melhor com questões relacionadas a dor, ao medo, dificuldades e sentimentos vivenciados sobre si mesmas, suas famílias e o mundo ao seu redor. Nesse contexto, a literatura infantil no ambiente hospitalar é extremamente importante, pois, trata de forma lúdica e da ação dos personagens da história a resolução de problemas enfrentados. Assim, a criança tem a oportunidade de se distanciar um pouco da dor que sente durante o seu tratamento clínico e de aprender a lidar com seus sentimentos de uma maneira mais tranquila. No ambiente hospitalar, as crianças costumam gostar mais de ouvir histórias relacionadas com personagens heroicos e fortes, que enfrentam situações inesperadas de maneira simples e valente.

Nesta linha de raciocínio, Machado (2002) afirma que as crianças hospitalizadas se identificam com esse tipo de história, pois, se enxergam como esses personagens no que diz respeito aos obstáculos e problemas que enfrentam diariamente no tratamento das suas doenças. Nesse sentido, leitura e escrita são tarefas fundamentais da escola e, portanto, de todas as áreas. Estudar é ler e escrever. NEVES, 1999, p. Dessa maneira, o pedagogo hospitalar pode por meio de projetos de leitura introduzir assuntos variados para as crianças, como matemática, geografia, história, ciências, língua estrangeira, entre outros. Paula (2007) enfatiza que a leitura significativa permite que os alunos hospitalizados aprendam de maneira contextualizada com a forma de viver, lhes mostrando as diversas possibilidades e particularidades existentes no mundo. Dessa forma, a ideia principal é que o educador ofereça à sua classe hospitalar uma história com uma temática interessante e lúdica, além de atividades a serem desenvolvidas em aula e nos momentos em que estão a sós ou com suas famílias.

Nessa proposta, a leitura vai se desdobrando em várias vertentes, de acordo com as atividades fornecidas a cada aluno. Dessa maneira, o educador pode trabalhar assuntos importantes e conteúdos curriculares de acordo com a realidade de cada aluno, considerando seu estado de saúde, suas limitações, anseios e dificuldades. Nesse contexto, as classes hospitalares são importantes, pois, permitem que a criança continue aprendendo e socializando com outras da sua faixa etária, não se sentindo excluída ou abandonada por conta do seu quadro clínico. É muito comum que alunos hospitalizados sintam-se sozinhos, tristes, cansados e até mesmo sem perspectivas de futuro, por isso, o projeto Biblioteca Viva, tem como finalidade lhes proporcionar momentos culturais lúdicos, engraçados, que os ajudem a enfrentar com mais leveza a doença e lhes mostre um horizonte de esperança e perseverança.

As atividades devem ser dinâmicas e abordar a temática da história contada, além de contextualizar noções de interpretação de texto, gramática, redação. Além dessas atividades, o aluno deverá pensar e escrever uma releitura da história contada que será apresentada à classe hospitalar posteriormente. Recursos didáticos: Livros de histórias infantis, fantoches, fantasias, acessórios que tenham características associadas aos personagens, violão, gravuras e desenhos, atividades impressas, lápis de cor, lápis de escrita, borracha, apontador, pincéis coloridos. – Avaliação: O professor acompanhará a evolução dos alunos por meio da observação e participação de cada um. Para que isso ocorra de forma mais dinâmica e pessoal, o professor, além das aulas na classe hospitalar em grupo, dedicará um tempo individual com cada aluno no seu leito de internação, podendo avaliar suas considerações e sanar eventuais dúvidas e dificuldades.

M. MUGIATTI. Escolarização Hospitalar: educação e saúde de mãos dadas para humanizar. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009. CONSIDERAÇÕES FINAIS A pedagogia é uma ferramenta de grande alcance social. Literatura infantil: gostosuras e bobices 4ª ed. São Paulo: Scipione, 1997, p. BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é Educação. São Paulo, Brasiliense, 2006. O aluno gravemente enfermo. Coleção educação e saúde; v. São Paulo: Cortez, 2011. FONSECA, Eneida Simões da. Atendimento escolar hospitalar: o trabalho pedagógico educacional no ambiente hospitalar. maio/ago. a. Disponível em: <http://www. anped. org. Pedagogia e Pedagogos, para quê? 5. ed. São Paulo: Cortez, 2002. MACHADO, E. M. Acesso em 18/3/2020. MATOS, Elizete Lúcia Moreira; MUGIATTI, Margarida Maria Teixeira de Freitas. Pedagogia Hospitalar: a humanização integrando educação e saúde.

ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011. Pedagogia Hospitalar: a humanização integrando a educação e saúde. ed. – Petrópolis, RJ: Vozes, 2014. NEVES, L. M. orgs). Educação para crianças hospitalizadas: as várias faces da Pedagogia no contexto hospitalar. Cadernos Cedes, vol 27, n 73, p. set/dez/2007, São Paulo, Ed. Cortez.

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