RESUMO A FORMAÇÃO DO ESTADO NACIONAL BRASILEIRO E OS PRECONCEITOS POR ORIGEM GEOGRÁFICA

Tipo de documento:Crítica Literária

Área de estudo:Sociologia

Documento 1

Com a criação do estado nacional, pretendia-se preservar a estrutura econômica e social do período colonial, pois conflitos oriundos de setores populares – onde estavam inseridos os escravos - eram previstos. A fim de atestar a soberania brasileira, o país assumiu a dívida que Portugal tinha para com os bancos da Inglaterra. Cabia aos governantes elitizados formular o conceito único de nacionalidade, definindo assim as mais vantajosas alianças diplomáticas e políticas. Foi no século XIX que se engendraram a maioria dos mitos e preconceitos, já que o país buscava uma identidade capaz de traduzir ao mundo seu poder. Em meados de 1854 e 1857, Adolfo Varnhagen, membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro – IHGB - escreve a primeira História Geral do Brasil, espelhando-se em Von Martius que se pautava na contribuição que cada raça havia dado para a formação do país.

Por ser essencialmente xenófobo, os brasileiros passaram a valorizar o sertanejo, já que este vivia no interior e estava privado do contato com o meio urbano, o que também fazia dele um ser puro, honrado e corajoso. Escritores do período tais como José de Alencar, nome mais conhecido, anunciavam as identidades regionais precursoras do processo de nacionalização e realizavam estudos sobre o folclore. No século XIX, o estrangeiro impressionava-se com a população brasileira e seus escravos, muito presentes nas ruas, a desempenhar tarefas simplórias, vestidos de forma andrajosa; seus rituais e danças causavam-lhe repulsa. A sociedade dependia dos escravos para todos os afazeres. Nessa época, a população negra era esmagadoramente maior do que a dita raça branca. O movimento republicano surgiu então com ideias positivistas e com o velho lema da ordem e do progresso, que estampa nossa bandeira.

Passado esse período, surge Capistrano, em 1870, que apossa-se da filosofia de Varnhagen a respeito da inconfidência mineira, marco da luta do povo brasileiro para livrar-se do domínio português. Ele volta-se para o interior do país e retrata o abandono sofrido por uma população privada de serviços públicos de qualidade e dominada por uma escol poderosa, fato que repete-se à exaustão até os dias de hoje. Na literatura, surge Euclides da Cunha para tratar novamente da figura do sertanejo, figura pura, livre de qualquer mácula da cidade. Neste momento, o povo paulistano que ascende como produtor de café, torna a interessar-se pelo sertanismo. Nova tentativa de repensar a brasilidade vem com a primeira guerra mundial, que eclode em movimento nacionalista, quando Olavo Bilac cria a liga da defesa nacional.

Filhos de famílias ricas, devido à ascensão econômica dos Estados Unidos e do Canadá, passam a estudar em universidades americanas. Este americanismo diminui o complexo de inferioridade brasileiro com relação ao povo europeu, que precisava recriar-se e encontrava-se com dificuldade para acompanhar os novos processos econômicos sociais. Essa necessidade de reinvenção por parte do povo brasileiro seria feita pelo movimento modernista. Tal movimento pretendia trazer o moderno e o novo para o país. O Brasil é um país de desterrados, de sertanistas, deportados e sequestrados em sua identidade. Apesar de tudo, os que vivem nesse país geralmente são calorosos e estão abertos para a o estrangeiro, ainda que sejam vítimas ou agentes do preconceito. A elite ouve o funk em sua casa, mas associa o favelado a um ser inferior.

Aqueles nascidos em berço de ouro não devem misturar-se aos malnascidos. O brasileiro puro não existe pois é fruto da mestiçagem; ele pretende encontrar uma hegemonia nacional fechando os olhos para a raça mais forte e mais dominante: a raça negra.

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