RISCOS AUDITIVOS E OTOXIDADE NA ATIVIDADE LABORAL DE FRENTISTAS DE POSTOS DE COMBUSTÍVEIS

Tipo de documento:TCC

Área de estudo:Geografia

Documento 1

Outro aspecto que a descredibiliza, é a constituição cultural e conjuntural do trabalhador, que não compreende a importância da saúde e a sua correlação com o processo laboral (SANTO e FREITAS, 2009). A Saúde Ocupacional tem progredido em função de uma proposta multidisciplinar, baseando-se na Higiene Industrial, relacionando ambiente de trabalho-corpo do trabalhador. Incorporando em si a teoria da multicausalidade, um conjunto de fatores de risco são considerados na ocorrência de uma doença, sendo avaliada através da clínica médica e de indicadores ambientais e biológicos de exposição e efeito (GOMEZ e COSTA, 1997). Embora a relação saúde-doença seja uma constatação feita desde a Antiguidade, só veio a se tornar preocupante e passível de medidas com o advento da Revolução Industrial.

O cuidado com a saúde no regime escravocrata era inexistente, visto que os escravos eram vistos apenas como peças no “motor” da produção. A conjuntura da saúde pública favorecia o fortalecimento da dependência do empregado à empresa, o que contribuía para o controle desse trabalhador pelo empregador, assim, a Medicina do Trabalho torna-se um mecanismo de intervenção bastante difundido entre as indústrias, o que suscita a normatização de tais intervenções médicas. As propostas controvertidas de intervir nas empresas, àquela época, expressaram-se numa sucessão de normatizações e legislações, que tem no Factory Act, de 1833, seu ponto mais relevante, passando a tomar corpo, na Inglaterra, ao passo que o serviço médico do trabalho ultrapassava fronteiras, surgia também a necessidade de regulamentar e profissionalizar a Medicina do Trabalho de forma a otimizá-la (QUEVEDO, 2011).

Neste sentido, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) cumpre o papel de mediador de tais melhorias, através da construção de recomendações normativas, a Medicina do Trabalho ganha novos formatos após a Segunda Guerra mundial e com uma nova Revolução Industrial. A carência de mão-de-obra em virtude dos mortos e acidentados de guerra, bem como daqueles vitimados por doenças e acidentes de trabalho, impulsiona a Medicina do Trabalho a ampliar seu espectro de ação, muito em virtude da insatisfação dos empregados e empregadores. Aqueles insatisfeitos com a limitada ação do médico do trabalho e, estes com os custos diretos e indiretos causados pelo adoecimento dos empregados. A segurança e Saúde Ocupacional são uma área multidisciplinar relacionada com a segurança, saúde e qualidade de vida de pessoas no trabalho ou no emprego.

Como efeito secundário, a segurança e saúde ocupacional também protege empregados, clientes, fornecedores e público em geral que possam ser afetados pelo ambiente de trabalho. Implica assim a soma de todos os esforços para melhorar a saúde dos trabalhadores na comunidade e nas suas indústrias, traduzindo uma forma de aproximação complexa e global entre vários saberes e disciplinas, devendo ser o cerne a saúde dos trabalhadores e não tanto os meios de intervenção, como se verificava em anteriores políticas de Medicina do Trabalho ou de Higiene e Segurança do Trabalho (BOGER, BRANCO e OTTONIE, 2008). Políticas de saúde auditiva A CLT(Consolidação das Leis Trabalhistas) instrui as relações de trabalho entre empregados e empregadores e também sobre as condições de trabalho.

As Normas Regulamentadoras (NR), em suas normatizações, estabelecem os diretrizes para a aplicação das leis. Riscos AUDITIVOS E otoxidade na atividade laboral de frentistas de postos de combustíveis Aponta (ROCHA, CEZAR-VAZ, et al. que no ambiente dos postos de combustíveis os frentistas estão expostos a inúmeros riscos e agravos à saúde, os quais são considerados ofensivos ao processo saúde-doença dos frentistas expostos , entre eles: contato com combustíveis e outros produtos químicos, permanência junto às bombas de combustíveis, ruído (grifo nosso), calor, frio, possibilidade de atropelamento, assaltos, repetitividade de movimentos, longas jornadas de pé e sobrecarga de trabalho pelas distintas funções que desenvolvem. Pensar a saúde como a simples ausência de doença há muito deixou de contemplar o sentido mais ampliado da palavra.

Assumindo as dimensões físicas, psíquicas, sociais, econômicas dentre outras, a saúde é compreendida hoje, como sendo um completo estado de bem-estar que envolve os diferentes aspectos humanos, que sofre influências conjunturais. SANTO e FREITAS, 2009). trabalhadores expostos a ruído, todos homens com idade entre 20 e 60 anos, e encontraram 40% deles com audiograma alterado, sendo que 76% eram alterações auditivas bilaterais. Existe consenso na literatura de que o tempo de exposição ao ruído está associado ao surgimento da PAIR. No estudo realizado com motoristas de ônibus em Campinas, foi encontrada associação positiva entre a PAIR e o tempo acumulado de trabalho com exposição a ruídos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a exposição excessiva ao ruído pode causar outros problemas à saúde, tais como estresse auditivo sob exposições 55 dB; reações físicas como o aumento da pressão sanguínea, do ritmo cardíaco e das contrações musculares; aumento da produção de adrenalina e outros hormônios; irritabilidade; ansiedade; insônia e estresse (BOGER, BRANCO e OTTONIE, 2008).

Fatores também apontam que a ototoxidade do ambiente de um posto também influencia na saúde auditiva dos frentistas, estudos de (QUEVEDO, 2011) apontaram que os frentistas expostos a combustíveis por um período mínimo de três anos, mesmo com limiares auditivos normais, sofrem alterações no sistema auditivo central, como aumento das latências absolutas, intervalos e interpicos e diferença interaural. O fonoaudiólogo possui portanto um papel fundamental e indispensável nas ações de promoção da saúde auditiva e na prevenção da perda auditiva (PA), seja em um ambiente de trabalho público ou privado, devendo auxiliar no desenvolvimento de campanhas públicas de sensibilização ao risco e da importância da saúde auditiva na qualidade de vida (GUERRA e LOURENÇO, 2005).

Na saúde dos trabalhadores expostos ao risco de ser acometidos de (PA), incluindo aqui os frentistas de postos de combustível, por exemplo, como modelo de intervenção fonoaudiologia visando à promoção da saúde auditiva, sugere-se uma análise da situação elegendo os principais fatores determinantes da saúde, e discussões em forma de oficinas sobre aspectos normais relacionados à audição, aos riscos ambientais e biológicos para o desenvolvimento da PA e como evitá-la. A audição é um dos sentidos que traz informações importantes para o desenvolvimento humano. Portanto, são várias as implicações decorrentes de uma perda auditiva, principalmente no que diz respeito ao desenvolvimento da linguagem e da comunicação oral, consequentemente do pleno desenvolvimento social do indivíduo (ROCHA, CEZAR-VAZ, et al.

Lembra-nos (GONÇALVES e IGUTI, 2006) que o Comitê Nacional de Ruído e Conservação Auditiva lançou no Brasil em seu sexto Boletim diretrizes básicas de um Programa de Conservação da Audição (PCA), com recomendações mínimas para a sua elaboração, contendo as seguintes etapas: reconhecimento e avaliação de riscos para a audição, gerenciamento audiométrico, medidas de proteção coletivas, medida de proteção individual, educação e motivação, gerenciamento dos dados e avaliação do programa. OTTONIE, A. C. A influencia do espectro de ruído na prevalencia de Perda Auditiva Induzida por Ruido em Trabalhadores. BRAZILIAN JOURNAL OF OTORHINOLARYNGOLOGY, Brasilia, p. Março 2008. GONÇALVES, C. G. D. O. IGUTI, A. Revista Saúde Pública , Juiz de Fora, p.

QUEVEDO, L. D. S. Audição Periférica e Central de Frentistas. com. br/wp-content/uploads/2014/07/Equipamentos_EPI_Frentistas. pdf>. Acesso em: 25 mar. SANTO, E.

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