SEGUNDA PARTE DO TG: MATERIAIS, MÉTODOS, RESULTADOS E DISCUSSÃO

Tipo de documento:TCC

Área de estudo:Linguística

Documento 1

A pesquisa possui abordagem qualitativa, apresentando resultados através de percepções e análises da prática em sala de aula, com alunos do Ensino Fundamental e Ensino Médio. Portanto, será valorizada com pesquisa de campo, com base na aplicabilidade das atividades no âmbito escolar, cujos instrumentos e materiais serão mencionados ao longo do trabalho. METODOLOGIAS DE ENSINO Quanto a aquisição, a oralidade vem , desde nosso nascimento, nas relações sociais do nosso dia a dia. O contexto é que determina o tipo de linguagem que devemos utilizar. Somos participantes de situações sociais e nos comportamos de um modo diferente em cada situação comunicativa. Ao pensar em ensino e nas metodologias à serem aplicadas, leva-se em consideração, principalmente, o aprendizado voltado para concursos e vestibulares, que são instrumentos de seleção do indivíduo dentro da sociedade.

Esses instrumentos, no entanto, já consideram a importância da interdisciplinaridade e das relações discursivas, devido o reconhecimento do desenvolvimento das habilidades para a leitura e escrita. A proposta dos Parâmetros Curriculares Nacionais possuem dinamicidade e visam analisar os usos da linguagem, a diversidade linguística, incentivando proporcionar aos alunos, uma vivência, tanto através da prática da leitura, como da produção de textos orais e escritos, como prática sociocultural, de forma que possibilite ao aluno reconhecer o que está ao seu redor. Algumas barreiras encontradas para aplicabilidade de metodologias e estratégias voltadas à oralidade está o próprio preconceito linguístico por parte, inclusive, de educadores. E ainda, desinteresse e falta de motivação dos educadores de buscarem novas práticas e alternativas transformadoras para a sala de aula.

No ensino da gramática, vemos a leitura como estratégia fundamental, dentro da sala de aula. Além de que essa estratégia pode ser utilizada em outras disciplinas, não ficando só à critério dos educadores da Língua Portuguesa, uma vez que o texto é um espaço de interação, beneficiando os alunos por meio da contextualização e interdisciplinaridade. A LEITURA COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO A leitura, como recurso didático, permitindo uma reflexão a partir da aquisição da linguagem, enriquece o aprendizado, levando o aluno a ser inserido em um contexto e sendo percebido como parte integrante da sociedade. De acordo com os PCNs, no Ensino Médio, o ensino deve enfatizar o aprendizado acerca do desenvolvimento da competência linguística, capacitando alunos para o uso da língua de forma objetiva e subjetiva, e não somente o conhecimento técnico, absorvendo a língua de forma legitimada pela norma.

Não se pode separar a língua e a sociedade, pois até a gramática em suas regras mais rígidas, está relacionada à funcionalidade da linguagem em suas variações. Ou seja, se o professor não lê, ele não sabe o que significa ser seduzido pela magia dos livros. NEUROCÊNCIA, APRENDIZAGEM E ORALIDADE A neurociência revela que o currículo, que norteia a ação do professor e direciona a relação do aluno com o conhecimento, a fim de promover aprendizagem, deve incluir atividades que formam a base para a aquisição de conhecimentos escolares. Para a educação, não basta compreender o cérebro aprende, mas principalmente como ele funciona. O campo na neurociência traz muita contribuição nesse sentido, estudando o desenvolvimento da espécie desde a gestação à velhice, individualmente ou em grupo, analisando o desenvolvimento humano na apropriação de conhecimentos.

Todos os conhecimentos contribuem no processo de reflexão e desenho dos currículos escolares. Os reconhecimentos de sons utilizados na fala, segundo estudos da neurociência, são fundamentais na aprendizagem da leitura. E, dificuldades na oralidade estariam relacionados a problemas na alfabetização. O cérebro, no entanto, mantém seu processo de desenvolvimento, conforme traçado pela genética da espécie. Continuamos a ter genética para falar, para cantar, para caminhar. A aquisição do currículo por meio da aprendizagem permanece dependendo das funções como percepção, atenção, memória e imaginação. relacionada à estímulos e emoções. Por exemplo, não basta submeter o aluno à interpretação de uma canção, mas também proporcionar ao mesmo, a experiência de ouvir e cantar a canção, despertando sentidos, emoção e sentimentos.

As emoções contribuem para uma aprendizagem significativa. TUDO É TEXTO Consideramos de extrema importância que o aluno reconheça as diversas formas de texto. Ao serem questionados sobre o que é texto, tanto alunos do Ensino Fundamental, como alunos do Ensino Médio, apontaram como texto contos, notícias, panfletos, e-mails, mensagens de texto, entre outros que estão acostumados à lidar. Trazer para o ambiente escolar, peças teatrais; apresentações musicais; debate sobre temas recorrente entre crianças e jovens; palestras de profissionais diversos falando um pouco de cada profissão; irão fazer com que o aluno se sinta inserido no contexto. A PESQUISA E A PRÁTICA Dada a pesquisa, levantando a relevância da oralidade para a prática pedagógica e aquisição do conhecimento através do processo de ensino/aprendizagem, observando diferentes estudos nessa área, se faz necessário colocar, finalmente, em prática diferentes atividades, que possibilitem ultrapassar barreiras e desbloquear preconceitos, tanto por parte do educando como por parte do educador.

O desenvolvimento da oralidade deve partir desde as séries iniciais, caminhando até o Ensino Médio. Entendo a oralidade como parte de um processo sociocultural e tópico da oratória. No caso do Ensino Médio, logo os alunos estarão no mercado de trabalho, sendo expostos à entrevistas, dinâmicas de grupo em processo de seleção para o mercado de trabalho, e deverá saber argumentar a favor de si mesmo na conquista de um novo emprego. Para essa investigação foram utilizados, nas salas de Ensino Fundamental I, os seguintes modos: • Trabalho com grupos de palavras: nomes de brinquedos, de animais ou outros (classificação) • Palavras que rimam com as que estão no balão (produção de texto poético) • Contas de adição, subtração, multiplicação e divisão para responder ao estourar (cálculo mental), sendo extensivo o projeto para as aulas de matemática, possibilitando maior observação.

O sucesso da atividade depende da forma como é organizada e apresentada aos alunos. Avaliar essa atividade é uma maneira de detectar as facilidades e as dificuldades de aprendizagem da criança. Além de trabalhar a oralidade, a ludicidade está presente no processo. Os alunos, do Ensino Fundamental, ficaram muito animados com a atividade. Na coluna 1, são apresentadas expressões mais utilizadas em começos de histórias. Na coluna 2, encontra-se a relação de personagens. Na terceira coluna, é apresentado o conflito. As turmas foram dividas em grupos de 3 alunos, onde cada aluno escolhia um elemento de cada coluna. Depois, ler para a sala a sequência ‘sorteada’, exemplos: “Certa vez, conheci uma vaca que detestava tomar banho. O material, que tem características de jogo, conduz o leitor a criar poesias, trabalhando o gênero textual poesia e suas características.

O material é formado por três colunas, onde são apresentadas partes de uma frase, que selecionadas e organizadas, na sequência, levam ao aluno um porto de partida para criar poesias. Na coluna 1, é apresentado um lugar. Na segunda coluna, uma ação, E, na última coluna, um ser inanimado. Os alunos foram convidados a selecionar sua sequência individualmente e não poderiam contar para os colegas, criando assim uma atmosfera de suspense. Cada segmento apresentou a atividade em seu horário de intervalo, que são em horários distintos, separados por segmento. Cordel Primeiramente, os alunos foram expostos à vídeos apresentando a literatura de cordel. O cordel é constituído por histórias contadas através de rimas, marcadas pelo ritmo, métrica e musicalidade. O texto de cordel traz criticidade acerca de temas atuais ligados ao modo de vida do povo.

O repentista é poeta popular em Portugal ou no Brasil, um improvisador que, a partir de um mote, recita espontaneamente um poema em forma de repente. Os alunos assistiram vídeo aulas conforme sua escolha, em blogs ou Youtube, para se familiarizarem com o modelo. Os alunos, com a ajuda de seus pais, pesquisaram sobre os melhores editores de vídeo e fizeram suas escolhas. O trabalho foi direcionado ao professor da disciplina que o aluno escolheu, logo todos os professores participaram do processo. Os professores criaram um banco de e-mails e compartilhamento dos vídeos de suas disciplinas, para que outros alunos, daquela sala de aula (não foram compartilhados com outras salas), tivessem acesso e pudessem utilizar o material como recurso para estudo complementar, em casa. Música Os alunos do Ensino Médio foram estimulados a separarem músicas que retratassem aspectos sociais e culturais do povo brasileiro.

A sonoridade, a cadência e o ritmo dessas composições encantam adultos e crianças. O grande desafio é recitá-los sem tropeços na pronúncia das palavras. A atividade foi abraçada com entusiasmo por educadores e educandos. Horário Eleitoral Solicitamos que os alunos do Ensino Médio se organizassem em grupos. E foi proposta de organizar um Debate Político. Logo, foi fácil entenderem a ideia. Essa atividade não foi aplicada como um projeto, mas sim como uma atividade do cotidiano. Embora já haja a intenção de, nos próximos anos, inserir a atividade no calendário anual escolar. Respeitando o nível de cada série, a atividade foi aplicada em todos os segmentos, da seguinte maneira: Os alunos, ao longo da semana, deveriam pesquisar palavras que achassem interessantes para a atividade.

Cada aluno, deveria trazer pelo menos 3 palavras, separadas, com suas respectivas descrições retiradas de dicionários. O Bullying foi abortado, pois algumas agressões se caracterizam de inverdades que são propagadas e aplicadas de forma repetitiva dentro do âmbito escolar; e, Fake News, é um tema recorrente da atualidade, tanto em relação ao convívio escolar, como no dia a dia, exigindo a necessidade da busca pela verdade antes de compartilhar mensagens, de um modo geral. O debate foi orientado por professores de Português, Sociologia e História, e por um pedagogo, respeitando a opinião e formas de expressão dos alunos. Foi um momento, sobretudo, emocionante, pois os alunos expuseram fatos que outros colegas e professores não tinham conhecimento, sobre ações que tinham sofrido.

Os alunos se sentiram à vontade em compartilhar suas experiências, e o pedagogo se ofereceu para dar suporte e amparo para os alunos que ainda se sentiam abalados com determinada situação. Rodízio de Jogos A fim de promover a oralidade como prática e parte de um processo lúdico, foi criada a semana dos jogos, com a participação do professor de Arte e Ed. Os alunos, na aula de monitoria, utilizaram esse recurso para ajudar no aprendizado e fixação de outros conteúdos, de diferentes disciplinas. Resumo gravado Aproximando –se do período de provas, os alunos foram incentivados a gravarem em seus celulares, ou outra ferramenta que considerassem mais adequada, um fichamento dos conteúdos de diferentes disciplinas, para ouvir posteriormente e assimilar o aprendizado.

A atividade foi mais uma sugestão e surpreendeu com o resultado, pois os próprios alunos se dividiram, escolhendo que disciplina e conteúdo/ tópico cada um iria gravar, e então, compartilharam suas gravações via rede social, de forma que possibilitou maior interação entre alunos e também a amplitude da atividade, trazendo resultados muito positivos que foram refletidos na nota bimestral dos alunos. RPG Com a participação dos professores de História e Geografia, os alunos foram instigados a criarem cenários de RPG, envolvendo história, relevo, condições climáticas, e os temas: sustentabilidade e política. Os alunos desenvolveram cidades e personagens, a partir do conteúdo trabalhado na disciplina, respeitando a organização social, cultural, política e desenvolvimento das atividades políticas de cada região.

Observamos que, apesar de sabermos que há instituições que não estão abertas para o ‘novo’ e para acolher a implementação de novas metodologias e estratégias, em nosso estudo e aplicação das atividades não encontramos barreiras nesse sentido, pois a instituição entendeu a relevância do mesmo, acreditou que os resultados seriam realmente positivos e somariam no processo de ensino/aprendizagem dos alunos e na vivência dos educandos, encarou como um desafio e permitiu que tudo acontecesse. Através da interação, alunos e professores conseguiram entender que cada um exerce função e papel complementar em relação ao outro. Conforme Vion (1992) o professor exerce uma posição superior em relação ao aluno, de acordo com as etapas que deve exercer dentro da sala de aula, como avaliar, questionar, por exemplo.

E, conforme Bordieu (1983 e 1987), o professor comanda e o aluno executa, pois, o discurso do professor é mais legítimo. Porém, ao dar a palavra ao aluno, respeitando seu pensamento, forma de se expressar, é possível uma integração segura, sem exercer, necessariamente, papéis de forma hierárquica. BRASIL, 1998, p. Logo, foi disponibilizado ao aluno, variada demanda de gêneros textuais. E, através da diversificação de atividades, os alunos tiveram a oportunidade de trabalhar a oralidade, em diferentes aspectos tipológicos, como: narrar, relatar, argumentar, expor e descrever. Na atividade com Cordel, em especial, alunos oriundos do Nordeste, se sentiram a vontade de compartilhar sua cultura e sentiram orgulho de suas raízes. Na atividade Spelling Bee, uma aluna americana que vive há aproximadamente três anos no Brasil, expressou seu conhecimento acerca da temática, envolvendo ainda mais os colegas.

Porém, a conversa dos alunos foi substituída por diálogos e debates. Os alunos perceberam que a escola não é somente um lugar de ensino da escrita. A fala tomou novos rumos. Os alunos, por sua vez, ao adquirirem novas habilidades e competências acerca da fala, se sentiram mais seguros a interagir, argumentar e vivenciar a língua em um nível mais arrojado. Os alunos alcançaram os objetivos propostos, ampliando o vocabulário, aprendendo a redizer e argumentar, falando de modo claro o que pensam. E, a na maior parte do processo a oralidade se faz presente, e é o aluno que ‘movimenta’ o processo, sendo o professor apenas um mediador. Independentemente, tanto professor como alunos devem fazer um bom uso da oralidade. No contexto escolar, é preciso que o professor planeje e ofereça uma gama de atividades e conteúdos que despertem o interesse pela aprendizagem.

Segundo Vygotsky (DANIELS, 2001) está ligado à ideia da orientação do professor ser delineada em função da autonomia do aprendiz, ou seja, toda vez que o aprendiz realiza um movimento ou ação correta, o princípio de dependência de Wood sugere que o professor reduza o nível de controle, se o aprendiz comete um erro, o nível de controle é aumentado. O nível de controle é, portanto, dependente do progresso do aprendiz na interação entre ele e o professor. Refletimos, então, que as dificuldades foram superadas pelos resultados gerados. Agora, nem professores, nem alunos, nem a própria escola serão os mesmos. E, tais resultados, superarão as barreiras dos muros da escola, e levarão à sociedade, alunos e professores mais envolvidos e determinados, detentores de segurança e conhecimento e aptidão em relação à oralidade.

A sociedade poderá se beneficiar social, cultural, política e até economicamente, uma vez que formando cidadãos mais cultos, competentes e proficientes no uso da língua, isso refletirá, ainda, no mercado de trabalho. De acordo com os parâmetros, a escola deve aplicar o conteúdo programático, preparando o aluno para que seja autônomo e possa ter intervenção na sociedade, tornando-a um espaço mais justo, eliminando a exploração do humano por sua própria espécie. REFERÊNCIAS ABAUERRE, Maria Luiza; ABAUERRE, Maria Bernadete. Produção de Texto Interlocução e Gêneros. São Paulo. Ed. Moderna, 2014. Secretaria de Educação Básica. Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental (PCNEF). Disponível em: http://portal. mec. gov. A língua falada no ensino de português.

ed. São Paulo: Contexto, 1998. CEGALLA, D. P. Saber estudar e estudar para saber. Coleção Ciências da Educação. Porto, Portugal, Porto Editora. DRISCOLL, M. Psychology of learning for instruction. Linguagem, escrita e poder. São Paulo, Martins Fontes, 2001. LIMA, Elvira Souza. Neurociência e Currículo. São Paulo: Editora Interalia, 2015. orgs. Gêneros orais e escritos na escola. Campinas: Mercado de Letras, 2004. SIGNORINI, I. org.

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