SISTEMAS CERÂMICOS NA ODONTOLOGIA ATUAL: UMA REVISÃO DE LITERATURA

Tipo de documento:Revisão integrativa de literatura

Área de estudo:Odontologia

Documento 1

Propriedades (estética/translucidez, mascaramento do substrato base, resistência) 12 2. Indicação 13 3. PERFORMANCE CLÍNICA 15 3. Preparo 15 3. Moldagem 15 3. A partir de então, vários sistemas cerâmicos foram desenvolvidos, com o intuito de melhorar as propriedades físicas e mecânicas do material (CARVALHO et al. Sete abordagens diferentes foram desenvolvidas, desde meados dos anos 1980 até o final dos anos 1990: (1) pó de cerâmica pressionado; (2) fundição de vidro com tratamento para formação de cristais (vitrocerâmica); (3) leve sinterização de óxido de alumínio (e posteriormente espinélio de aluminato de magnésio e zircônia⁄alumina); (4) vidro preenchido com Leucita ou Dissilicato de lítio; (5) usinagem, auxiliada por computador, de peças em "forma de rede" de sólido, blocos densos completos; (6) fabricação, auxiliada por computador, de uma matriz superdimensionada (Procera); e (7) usinagem, auxiliada por computador, de peças de grandes dimensões a partir de blocos sinterizados de zircônia e alumina (KELLY, 2011).

Embora todas as sete abordagens sejam de alta tecnologia, as (5) e (7) podem ser vistas como revolucionárias. Em 1987, Mormann e Brandestini introduziram um protótipo de máquina que capturaria a imagem 3D de um dente preparado e, em seguida, direcionaria a fresagem auxiliada por computador de inlays e onlays (CEREC I, então SiemensDental agora Sirona). A usinagem de cerâmicas à base de vidro é relativamente simples e formulações especiais foram rapidamente desenvolvidas, tendo qualidade superior ao que estava disponível no processamento de laboratório dentário - cerâmicas feldspáticas reforçadas e de granulação fina (Mark II, Vita) ou a primeira vitrocerâmica para uso odontológico (contendo flocos de tetrasilisicfluoromica interligados) (KELLY, 2011). Os dentistas podem aplicar esses conceitos diretamente para obter insights sobre dois fatos gerais relacionados à cerâmica odontológica: Cerâmicas altamente estéticas têm um alto teor de vidro, e subestruturas cerâmicas de maior resistência geralmente são cristalinas.

A história do desenvolvimento de subestruturas cerâmicas envolve um aumento no conteúdo cristalino variando de aproximadamente 55 por cento de cristalino a totalmente policristalino (KELLY, 2008; KELLY, 2011). Cerâmica predominantemente vítrea Foram as primeiras a serem utilizadas na odontologia e apresentam como características principais uma alta translucidez e ausência de potencial corrosivo (ROLIM et al. É composta por feldspato de potássio e pequenas adições de quartzo, sendo que em altas temperaturas, o feldspato decompõe-se numa fase vítrea com estrutura amorfa e numa fase cristalina constituída de leucita (KELLY & BENETTI, 2011). Vidro, opacificadores e pigmentos são adicionados para controlar o ponto de fusão, temperatura de sinterização, coeficiente de expansão térmica e solubilidade (GONZALEZ et al. Esses enchimentos geralmente são cristalinos, mas também podem ser partículas de vidros de alto ponto de fusão que podem ser estabilizados nas temperaturas de queima da cerâmica.

Freqüentemente, essas partículas de enchimento são dissolvidas durante a corrosão para criar recursos retentivos micromecânicos que permitem a ligação. As partículas podem ser aglomeradas mecanicamente durante a fabricação de pó em pó ou precipitadas dentro do vidro inicial por nucleação especial e tratamentos de aquecimento de crescimento; no segundo caso, tais materiais são denominados "vitrocerâmicas" (KELLY, 2008). A família de cerâmicas contendo altas concentrações de cristais de dissilicato de lítio é um exemplo de cerâmica vítrea (IPSe. max Press e IPSe. A leucita também é usada para fortalecimento de dispersão em concentrações de cerca de 40 a 55% em massa, muito mais altas do que a cerâmica para metal necessária (KELLY, 2011) Além da expansão térmica⁄comportamento de contração, existem dois benefícios principais para a leucita como uma escolha de preenchimento para cerâmicas odontológicas.

Primeiro, porque seu índice de refração é muito próximo ao dos vidros feldspáticos; uma combinação importante para manter alguma translucidez. Em segundo lugar, a leucita grava em uma proporção muito mais rápida do que o vidro de base e é essa "gravação seletiva" que cria uma miríade de pequenas características para a inserção de cimentos resinosos, criando uma boa ligação micromecânica (KELLY et al. Reforçadas por Dissilicato de Lítio Dentre os sistemas cerâmicos livres de metal, o dissilicato de lítio (Sistema IPS emax Press) tem sido muito utilizado em diferentes tipos de próteses. Esse material consiste basicamente em uma subestrutura de vidro a base de dissilicato de lítio 60%, com um recobrimento à base de fluorapatita. medições feitas durante a varredura mecânica de um laboratório.

Tanto o óxido de alumínia quanto o óxido de zircônia são comprimidos na matriz superdimensionada e previsivelmente encolhidos durante a queima para se tornarem subestruturas de coroa única bem ajustadas (Procera, Nobel Biocare). Enquanto que, na segunda abordagem, blocos de óxido de zircônia parcialmente queimados (aproximadamente 10% completos) são usinados em produtos verdes superdimensionados para queima como próteses ou subestruturas de unidades múltiplas (Cercon, Dentsply Prosthetics; Lava, 3M-ESPE; YZ, Vita; e. max ZirCAD, Ivoclar). Nestes sistemas, os blocos individuais são codificados por barras com a densidade real de cada bloco (para o ajuste fino dos cálculos de contração) e as máquinas de fresagem podem acompanhar o número de blocos fresados ​​e alterar automaticamente as ferramentas de fresagem para assegurar ainda mais a precisão do ajuste (KELLY, 2011).

Já o próximo estágio no desenvolvimento da zircônia monolítica veio com um movimento para incluir fases transparentes no produto final para reduzir a opacidade. Isso foi conseguido usando um teor de ítria mais alto para produzir zircônias parcialmente estabilizadas (ZHANG & LAWN, 2018). Processamento Atualmente existem três principais métodos de processamento para a confecção de restaurações dentais indiretas utilizando-se sistemas cerâmicos: estratificação (técnica da barbotina), injeção/prensagem e fresagem/usinagem por CAD/CAM. A técnica da estratificação consiste na aplicação da cerâmica com diferentes opacidades e saturações de cor em camadas consecutivas por meio da condensação. Esta forma de processamento ainda é a mais utilizada nos laboratórios de prótese, sendo utilizada principalmente na aplicação de cerâmicas feldspáticas (BORGES et al.

Ademais, outros métodos de processamento têm sido explorados (exemplo processamento por impressão 3D), entre outras técnicas aditivas e/ou subtrativas, mas ainda sem alcançar o devido embasamento científico em termos de acurácia e reprodutibilidade para uso clínico. Propriedades (estética/translucidez, mascaramento do substrato base, resistência) Como já mencionado, as cerâmicas são amplamente utilizadas na odontologia, devido a sua capacidade de imitar características ópticas do esmalte e da dentina, bem como sua biocompatibilidade e durabilidade química. Muitas cerâmicas apresentam uma estrutura vítrea e são reforçadas com outros materiais como alumina ou leucita para aumentar a resistência e dar maior tenacidade à fratura da cerâmica (KELLY & BENETTI, 2011). As cerâmicas vítreas são translúcidas apresentando reflexão de luz muito próxima à estrutura dental, denotando desta forma excelente qualidade ótica favorecendo as restaurações estéticas (CHITMONGKOLSUK et al.

POSPIECH, 2002). Como visto, a zircônia apresenta excelentes características mecânicas, como a tenacidade à fratura e a resistência flexural, em parte devido a transformação da fase metaestável tetragonal para a monoclínica (EISENBURGER et al. Entretanto, a zircônia apresenta o problema relacionado com sua degradação por envelhecimento a baixas temperaturas, sendo que este fenômeno ocorre na superfície da zircônia e pode ser responsável por degradar as suas propriedades mecânicas ao longo do tempo (SUNDH & SJOGREN, 2004). Indicação Cerâmicas Predominantemente Vítreas São indicadas para restaurações inlay, onlay, laminados cerâmicos (GIORDANO, 2000) e como cerâmica de cobertura em coroas totais (GARCIA et al. Cerâmicas Reforçadas por Dissilicato de Lítio O dissilicato de lítio é indicado para confecção de restaurações inlay, onlay, overlay e facetas (FIGUEIREDO FILHO, 2012).

CHITMONGKOLSUK e colaboradores (2002) e POSPIECH (2002) relatam que a combinação entre adesividade ao substrato cerâmico e boa resistência flexural entre os sistemas vítreos favorece a indicação do sistema cerâmico de dissilicato de lítio (ex. Resumo das indicações dos sistemas cerâmicos. Indicações Cerâmicas predominantemente vítreas Inlay, onlay, laminados cerâmicos e cobertura em coras totais Reforçadas por Dissilicato de Lítio Inlay, onlay, overlay, facetas e laminados cerâmicos Reforçadas por Leucita Inlay, onlay, facetas, laminados cerâmicos e coroas unitárias anteriores e posteriores Reforçadas por Zircônia Infraestruturas de coroas, próteses fixas, pilares e próteses sobre implantes Fonte: Autoria própria, 2020. PERFORMANCE CLÍNICA 3. Preparo O preparo correto da estrutura dental que vai receber um trabalho de cerâmica é essencial para evitar fraturas.

Uma característica importante desses preparos é a presença de ângulos internos arredondados, já que ângulos agudos levam à concentração de tensões na cerâmica (CESAR, 2006). É importante salientar que a escolha do fio retrator é de acordo com a espessura gengival e profundidade de sulco. Além de que, uma vez inserido o fio retrator, este deve ser visto em toda a circunferência do dente, deixando nítido o afastamento gengival. Em alguns casos pode haver a necessidade de se associar um hemostático. As técnicas mais comuns de moldagem para laminados cerâmicos são: passo único e passo duplo. A moldagem de passo único consiste em levar as massas densa e fluida do silicone de adição de uma só vez na arcada com os dentes previamente preparados (FRANCCI et al.

A cimentação é uma etapa fundamental no protocolo clínico das restaurações indiretas. Esse procedimento vem sendo modificado e aprimorado com o surgimento de novos tipos de cimentos (PENA, 2008). Um agente cimentante considerado ideal deveria apresentar características como insolubilidade no meio bucal, isolante térmico, elétrico e mecânico, bom selamento marginal, biocompatibilidade, alta resistência à compressão e à tração, pequena espessura de película, adesão às estruturas dentais e aos materiais restauradores, dentre outras (BOHN, 2009). Com o surgimento da odontologia adesiva, o paradigma das cimentações cerâmicas mudou, trazendo novos tipos de preparo, novas técnicas e materiais para cimentação. Assim, surgiram os cimentos resinosos, os quais apresentam uma composição bem semelhante à da resina composta, constituindo-se de matriz orgânica e cargas inorgânicas.

Este tipo de cimento é insolúvel aos fluídos bucais e o limite de fratura é maior quando comparado com os outros cimentos convencionais clássicos (i. e. fosfato de zinco, ionômero de vidro reforçado ou não por resina). ANUSAVACE, 1988). As principais vantagens destes cimentos são: adesão às estruturas metálicas, resinosas e de porcelana, baixa solubilidade, grande resistência a tensões e possibilidade de seleção da cor do agente cimentante. Adicionalmente, têm sido indicados para serem utilizados para cimentação de restauração à base de zircônia. Estes materiais foram projetados com intenção de superar algumas limitações dos cimentos convencionais e dos cimentos resinosos, bem como reunir em único produto características favoráveis de diferentes cimentos (RADOVIC et al. Uma das grandes vantagens que esse cimento propicia é a aplicação em passo único, eliminando a aplicação prévia de um agente adesivo ou outro pré-tratamento ao dente, o que simplifica a técnica e diminui o tempo necessário de controle do ambiente de cimentação, fatores esses que eram os principais responsáveis pela sensibilidade dessa etapa clínica (FERRACANE, STANSBURY & BURKE, 2010).

De acordo com informações dos fabricantes de tais materiais, como a smear layer não é removida, nenhuma sensibilidade pós-operatória é esperada. Adicionalmente, moderada à baixa resposta inflamatória pulpar e liberação de íons fluoretos são observados (SOUZA COSTA, HEBLING & RANDALL, 2006). Não houve associação significativa entre as incidências de falhas associadas ao tipo de dente (pré-molares x molares), além dos resultados evidenciarem que as fraturas continuam sendo o tipo de falha mais frequente. No estudo de Petridis et al. o objetivo foi comparar as taxas de sobrevivência e complicações de facetas cerâmicas. As taxas foram calculadas para complicações como fratura, descolamento, descoloração marginal, integridade marginal e cárie. No geral, as taxas de complicações em 5 anos foram baixas, com exceção dos estudos que relatam facetas de cerâmica estendidas.

Todos os cimentos dentários permitem que a água (da saliva e da dentina) alcance as superfícies cerâmicas internas por difusão. Com a superfície de cimentação em risco, as probabilidades de sobrevivência podem ser influenciadas pelo tipo de cimento usado ou pelo tratamento de superfície dado. Assim, a resistência é mais de uma medida “condicional” do que uma propriedade material inerente e deve ser usada com cautela no julgamento do desempenho clínico de um sistema cerâmico (KELLY, 2011). Uma medida melhor para comparar o desempenho estrutural da cerâmica é a tenacidade à fratura. À medida que as cargas aumentam, a intensidade das tensões na ponta da trinca aumenta rapidamente. Cerâmicas odontológicas: propriedades, indicações e considerações clinicas. Rev Odontol de Araçatuba, v.

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