Sustentabilidade na Construção Civil: um estudo sobre o bambu

Tipo de documento:Análise

Área de estudo:Engenharia civil

Documento 1

Neste contexto, o presente trabalho tem como objetivo verificar a aplicabilidade do bambu na construção civil, e suas contribuições para a sustentabilidade. Desse modo, verifica-se que o bambu é um material que detém propriedades úteis para ser utilizado na construção civil. Entretanto, no Brasil, sua utilização ainda não ocorre de forma ampla, devido a fatores que limitam o seu uso. Palavras-chave: Construção Civil. Sustentabilidade. Docente do curso de Engenharia Civil Nome Instituição. adotar medidas para reverter a problemática ocasionada pela sua atividade, substituindo materiais convencionais por sustentáveis, propõe também o gerenciamento e a reciclagem dos resíduos gerados. Para atender o mercado e as demandas crescentes por recursos, o bambu se apresenta como um material extremamente renovável, de baixa energia de produção e beneficiamento; portanto, atende às demandas humanas sem causar impactos ambientais negativos (LOPES et al.

Apesar das amplas possibilidades, o nível de utilização do bambu no Brasil ainda é baixo, em decorrência da falta de conhecimento tecnológico e científico desenvolvido especificamente nesta área, além da visão estratégica para a exploração racional, porém, novos estudos buscam analisar e destacar as potencialidades do bambu, com o intuito de transformar essa realidade. Uma das suas principais vantagens é a grande variabilidade de espécies, sendo cada uma destas indicadas para fins específicos na construção e em diversos outros setores. na estocagem, recebimento, armazenamento, aplicação ou até mesmo no transporte; 3) causas: é à razão primária para a geração do resíduo (Ex. baixa qualidade do material, transporte inadequado, acidente, utilização de ferramentas inadequadas; 4) origem: trata-se da origem do problema, representa a tomada ou não de uma decisão que acabou gerando resíduos na sua etapa de ocorrência ou na anterior (Ex.

falta de modulação dos blocos de vedação). Quase todas as atividades que são realizadas no setor da construção civil geram esse tipo de resíduo. Durante o processo de construção, o alto índice de perdas é a principal causa da geração de resíduos. A variabilidade de composição destes resíduos se dá através do tipo de construção, decorrentes da cultura de diferentes países e regiões. É importante ressaltar ainda que, muitos aspectos podem interferir nas características, na quantidade e na composição destes resíduos, como: 1) nível de desenvolvimento da indústria da construção civil local; 2) qualidade e treinamento da mão-de-obra disponível; 3) técnicas de construção e demolição empregadas; 4) adoção de programas de redução de perdas e desperdícios e da melhora da qualidade; 5) adoção de processos de reciclagem com reutilização dos materiais nos canteiros; 6) tipos de materiais predominantes disponíveis na região; 7) desenvolvimento de obras de arte na região (metrô, estações de tratamento de esgoto, restaurações de centros históricos, entre outras); 8) desenvolvimento econômico e tecnológico da região; 9) demanda por novas construções (CARNEIRO et al.

Estudos sobre o reaproveitamento desses resíduos em canteiros de obras foram desenvolvidos começo da década de 80, utilizando “masseiras-moinho”, um equipamento de pequeno porte que possibilita a moagem intensa de resíduos menos resistentes para reutilização. Todavia, essa prática está ainda muito atrasada e ocorre em escala reduzida quando comparada a outros países, mesmo que a construção civil do Brasil apresente um grande potencial para ampliação. Ainda assim, a reciclagem, pode ser realizada no próprio canteiro, a partir de equipamentos móveis, ou também nas próprias instalações permanentes (SIPRES, 2019). Os resultados referem-se à cidade de São Paulo/SP, para argamassas preparadas em moinho de rolos de pequeno porte. As argamassas tradicionais são preparadas com betoneiras comuns. Segundo os autores, a comparação de custos considera apenas o preço dos materiais (cal, areia e cimento).

Não há relato se o custo de mão de obra de preparação da argamassa foi levado em consideração. O conceito de governança é definido como um conjunto de regras e diretrizes que regem arranjos institucionais, instrumentos legais e mecanismos financiamento. Todavia, a International Organization for Standardization (ISO) é a mais utilizada e serviu como base para a criação de outras normas existentes, através da adição de informações acerca dos sistemas estruturais e problemas relacionados a ventos e terremotos (BAMBUTEC, 2018). A ISO abrange três normas técnicas: Structural design - ISO 22156: 2004; Determination of physical and mechanical properties - Part 1: Requirements ISO 22157-1: 2004; Determination of physical and mechanical properties Part 2: Laboratory manual - ISO 22157-2: 2004 (MARÇAL, 2018). Além da Índia, países como a Colômbia (Reglamento Colombiano de Construcción Sismo Resistente: NSR-10), Peru (Reglamento Nacional de Edificaciones: Norma NTE E.

e Equador (Norma Ecuatoriana de la Construcción: NEC - Estructuras de Guadúa (GaK)) também possuem norma técnica para o uso do bambu na construção civil (MARÇAL, 2018 p. No Brasil, ainda não existe uma norma regulamentadora, ainda que o bambu seja alvo de diversos estudos e das vantagens encontradas através da sua utilização no país, devido a adaptação ao clima tropical úmido. Critério de exclusão: foram excluídos os artigos que abordaram especificamente a temática desejada e que não se enquadram no período almejado. Os materiais selecionados foram lidos na integra, e as informações mais relevantes serão apresentadas no tópico posterior, visando assim, com base em estudos e conceitos apresentados por renomados estudiosos, compreender como o bambu pode ser utilizado a favor da sustentabilidade no setor da construção civil.

Resultados e Discussão O termo “desenvolvimento sustentável” surgiu no ano de 1987, quando a Organização das Nações Unidas apresentou o "Nosso Futuro comum", um documento mais conhecido como Relatório Brundtland, essa expressão é empregada para práticas que visam suprir as necessidades atuais, sem comprometer as gerações futuras (HAOULI, 2018). De acordo com o autor, a construção civil tem buscado novas opções em relação aos materiais utilizados, trabalho e ganho econômico. Com o intuito de utilizar materiais sustentáveis, sem agredir o meio ambiente e causar desparecimento de materiais básicos, os mais utilizados nas obras de grande, médio e pequeno porte estão sendo revisados. Coutinho (2017) realizou um estudo sobre construções sustentáveis utilizando bambu, com aplicação na prática, onde constatou que, o bambu possui resistência comparável ao aço em muitas aplicações, e que é a mais alta tecnologia da natureza, tendo o poder não apenas de renovar a engenharia civil e a arquitetura, ele é capaz de ajudar na salvação do planeta.

É fato que o bambu vem conquistando cada vez mais espaço no mercado sustentável na construção civil, Guimarães (2017) intitula esse fenômeno de “madeira do futuro”, tendo em vista seu rápido crescimento, baixo custo de plantio e alta resistência. De acordo com Santi (2015) a construção utilizando bambu torna o meio sustentável na construção civil, tanto que, a Empresa Brasileira de Agropecuária (EMBRAPA), localizada no Acre tenta incentivar o plantio de bambu e a confecção sustentável na agricultura familiar, podendo ser utilizado na confecção e construção de materiais e outros itens, como uma fonte de renda extra para as famílias que habitam na região. No Brasil existem cerca de 230 espécies nativas. Os tabocais, plantas do gênero Gradua, localizados no sudoeste da Amazônia, são considerados a maior reserva mundial de bambus nativos, com uma área total de 600 mil hectares de florestas.

Figura 1: Hotel Suarga Padanga Padanga Fonte: Booking, 2018. Segundo Haouli (2018) a utilização de bambu na construção civil provoca o surgimento de incontáveis sistemas construtivos baseados no material. Na Ásia, em decorrência da disponibilidade e a existência de técnicas avançadas para extração e preparo do bambu, é possível encontrar exemplos mais antigos de arquitetura com bambu, em templos indianos e chineses. A arquitetura hindu é composta por grandes monumentos que são considerados símbolos, como o Taj Mahal (Figura 2), cuja estrutura original é composta por bambu. Figura 2: Taj Mahal Fonte: Hipercultura, 2015. A sua utilização no Brasil se mostra viável, onde a maior parte dos problemas são detectados na parte técnico-projetual, podendo ser corrigidos com intervenções de baixo porte (TEIXEIRA, 2016). Desde muito tempo, a utilização do bambu como matéria prima é praticada em países em desenvolvimento, por ser encontrado facilmente e pela sua produção ser de baixo custo, em relação à sua utilização.

Com isso, no uso de habitações sociais, o bambu proporciona ao proprietário diminuir o custo de sua obra, utilizando um material alternativo, e praticando a sustentabilidade na construção civil (ROHR et al. Quando alinhado a um sistema com viabilidade logística, isto é, com o local de origem (fornecimento do material) próximo ao local de destino, o bambu pode desempenhar um importante papel na redução do consumo energético do setor da construção civil. As florestas de bambu desempenham ainda uma importante contribuição para o sequestro de gás carbono da atmosfera. Portanto, são necessárias politicas sustentáveis dentro das empresas de construção civil, com o intuito de gerar o mínimo de dano possível aos recursos naturais. Neste contexto, o bambu surge como uma ótima opção, substituível e sustentável dentro da construção.

Com base nas informações apresentadas no decorrer desta pesquisa, constatou-se que o bambu apresenta grande resistência a tração, sendo uma ótima opção para substituir aço, madeira e concreto, tornando-o uma ótima solução para a construção civil. Quanto mais pesquisas na área, maior a facilidade de entendimento sobre seu manuseio, e sobre as técnicas construtivas que podem ser aplicadas com o bambu. Apesar de já existirem normas para a utilização do bambu como elemento estrutural em outros países, falta uma normatização deste material para o Brasil. ARAÚJO, Darlan Alves Lima de; SANTOS, Kaio Henrique Bezerra dos. Aplicação do bambu na engenharia civil no Brasil. BAMBUTEC. Pavilhão em bambu e biomateriais, 2018. com. BRUM, I. A. S. SAMPAIO, T. S.

Engenharia Civil-Pedra Branca, 2017. GUIMARÃES, Ricardo José et al. Avaliação do uso de bambu como estrutura em alvenaria de blocos de solo-cimento. Dissertação de Mestrado. Universidade Tecnológica Federal do Paraná, 2017. Análise comparativa de normas técnicas internacionais para o emprego do bambu – colmo em estruturas prediais. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília, Brasília, 2018. MEDEIROS, Rennan. Estudo da influência das características da cinza volante nas propriedades do concreto no estado fresco e endurecido: proposta de método simplificado em argamassa. f. SANTI, Thais. Bambu para toda obra. O Papel, v. n. p. Os diversos usos do bambu na construção civil. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Engenharia Civil) – Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, 2014.

TSUTMOTO, N. Y. Avaliação do comportamento estrutural de vigas de concreto armado com taliscas de bambu reforçadas nos nós. br/br/903912/pavilhaoem-bambu-ebiomateriais-bambutec-design. Acesso em: 10 out.

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