TEORIA E PRÁTICA DO ENSINO DE GEOGRAFIA NA ESCOLA DE TEMPO INTEGRAL

Tipo de documento:Artigo acadêmico

Área de estudo:Pedagogia

Documento 1

Para elaborar esta análise foi consultado trabalhos científicos e documentos oficiais que tratam da discussão da inserção da ciência geográfica no novo modelo de ensino, onde os alunos passam mais tempo na escola. Foi visto que o sistema educacional tem passado por uma ampla reforma, que além de ampliar as escolas de tempo integral, prioriza disciplinas como Português, Matemática e Inglês nos últimos anos do ensino médio. As demais ciências humanas, incluindo a Geografia tem ocupado um papel com um menor prestígio neste novo sistema educacional. Destaca-se que a Geografia apresenta componentes que ressaltam as questões de contexto local e global, importantes para que os alunos consigam compreender o mundo de uma forma ampla. O atual modelo econômico vigente no país, prioriza o pensamento tecnicista em detrimento do pensamento crítico, o que dificulta ainda mais o trabalho do professor de Geografia.

É este mundo que os alunos esperam ao chegar em sala de aula, porém encontram um ambiente totalmente diferente do encontrado fora da sala. Além disso, nem sempre encontram na escola um ambiente agradável, acolhedor e motivador. De acordo com Lara (2003), “a Escola liga-se, pois, a disciplina, silencia, estudo. A palavra Estudo em latim significa esforço. É neste momento que ocorre o perigo do aluno não se sentir tão eufórico em sala de aula (SANTOS; CHIAPETTI, 2011). A partir de então, a Geografia escolar passa a adquirir uma função transformadora no processo de construção do saber. A papel crítico da geografia contribuiu para aproximar esta área do conhecimento das áreas de ciências humanas. A geografia, no campo da educação, é considerada uma disciplina que engloba o rol das ciências humanas e, por conseguinte, está sofrendo com a nova reforma do ensino médio, que prioriza a tecnicização do ensino para atender a demandas do mercado.

Além de sofrer com o processo de exclusão pelas políticas educacionais recentes, a geografia, assim como as demais ciências humanas são vistas como um obstáculo a serem ultrapassados, pois acredita-se que os conhecimentos necessários para a formação de um trabalhador seja aqueles ditos das ciências exatas e tecnológicas. É possível afirmar que a ciência geográfica teve, desde a sua criação e estabelecimento enquanto ciência moderna, uma preocupação em estudar as questões ambientais e sua relação com a sociedade. A geografia presente na maioria dos livros didáticos que são utilizados para a educação dos jovens nas escolas apresentam uma análise descritiva dos fatos, ou seja, apenas descrevem os fatos que ocorreram ou que estão ocorrendo no mundo hoje.

Trata-se de uma descrição do mundo que se inicia primeiramente pela descrição do espaço vivido localmente para depois estudar as questões espaciais em escala regional e global. Deve-se considerar que no ensino de geografia no 1° grau possui uma característica mais moderna, que consiste basicamente no estudo dos fatos geográfico por meio daquilo que é observado e vivido pelo aluno. Outra questão que o ensino de geografia tem adotado nos últimos anos é a exploração da vivência do aluno, que é repleta de fatos e aspectos geográficos. Neste caso, o saber do aluno pode servir para ser o ponto inicial ou central para o entendimento de questões geográficas relevantes, envolvendo tanto os aspectos físicos quanto as características socioeconômicas em que o aluno está inserido.

Cabe ressaltar que além da questão do trabalho também é possível analisar a sociedade do ponto de vista das questões ambientais que surgem no âmbito das revoluções industriais e que se intensificam na medida que o capital demanda mais e mais matérias-primas para a sua reprodução. Assim como nas questões do trabalho o conceito de meio ambiente, suas diferentes abordagens e processos de uso terão impactos de acordo com o grau de desenvolvimento e do período histórico de uma sociedade. É importante salientar que a compreensão de todos estes conceitos se faz necessário na medida em que a geografia busca aprofundar as discussões acerca das mudanças ambientais e sociais que estão ocorrendo, embora o atual modelo educacional presente tanto em escolas de período regular quanto em tempo integral priorize o conhecimento técnico, principalmente a partir do segundo ano do ensino médio.

Grande parte da sociedade se encontra, a partir do final do século XX e os primeiros anos do século XXI, em um amplo debate acerca da questão ambiental. Este debate também ocorre na geografia com a discussão dos conceitos de meio ambiente, ambiente, natureza e sua inter-relação com o conceito de espaço geográfico. Trata-se de um processo que garante a continuidade de uma sociedade e que compreende aspectos e processos políticos, econômico, social e cultural. É neste sentido, que a discussão e reflexão sobre a escola de tempo integral não pode ocorrer de forma dissociável da realidade social, política e pedagógica (ALVES; OLIVEIRA, 2019), e de seus aspectos históricos. A ampliação da jornada escolar como um dos objetivos da educação integral não é suficiente.

Também há ações que precisam ser levadas em conta para que os dois turnos possam ser aproveitados de forma que o aluno possa aprender mais e melhor. Uma destas ações dizem respeito a adoção de tecnologias da informação e comunicação para auxiliar no processo de ensino e contribuir para uma formação integral dos alunos. No Brasil, a escola de tempo integral surgiu como uma proposta de implementação gradativa e com proposito de educar para a cidadania, com uma formação humana integral no contexto atual em que se insere a sociedade e suas tecnologias. As limitações da implementação da educação integral são tratadas por meio de uma implementação gradativa do turno integral em parte das escolas públicas.

É preciso estar atento que não há uma só proposta para a implementação da educação integral. Existem uma multiplicidade de alternativas para que as escolas organizem a sua matriz curricular. Este aspecto talvez seja observado como algo positivo pois garantem aos profissionais da educação a possibilidade de tomarem suas próprias decisões curriculares de acordo com as condições de gestão e infraestrutura curricular. Este método de pesquisa permite que seja retido as características holísticas e significativas dos eventos que ocorrem na vida real (YIN, 2010). A seleção das bibliografias utilizadas ocorreu por meio de pesquisas em ambientes virtuais, sites acadêmicos e repositórios científicos. As palavras-chave utilizadas para pesquisar as bibliografias relacionadas ao tema foram: “teoria e prática do ensino de geografia”, “escola de tempo integral e o ensino de geografia”, “ensino de geografia”, “educação em tempo integral” e “teoria e prática do ensino de geografia”.

A importância da geografia e de novas práticas de ensino em escolas de tempo integral Os princípios educativos, dispostos no Parâmetro Curricular Nacional (PCN) e nas Diretrizes Curriculares Nacionais, afirmam a promoção de princípios éticos, políticos, de igualdade, diversidade e equidade. Estes princípios também englobam a necessidade de uma formação integral. Isso demonstra que esta área sofre, constantemente, com as intervenções e ameaças de poderes dominantes que procuram manter e continuar a exercer a sua dominação sobre as classes mais populares deste país. Os desafios para a implementação de um ensino inovador na disciplina de geografia vão deste a adoção de novas práticas de ensino, metodologias, uso de dispositivos eletrônicos até mudanças no componente curricular.

De acordo com Morin (2000) juntamente com a reforma curricular e estrutural, se torna necessário que haja uma reforma do pensamento dos envolvidos no processo educacional. O que Morin (2000) afirma é que não adianta a publicação de novas normas e práticas curriculares se a mudança não ocorre na prática, ou seja, na sala de aula, deixando, pelos menos em grande parte, a velha forma de ensinar Geografia. Um questão que deve ser levada em conta pelos professores é a necessidade de admitir as relações de espacialidade das crianças e jovens e dos conteúdos que estas estudam na geografia. O uso de estratégias utilizando tecnologias de fácil acesso está proporcionando uma verdadeira revolução no ensino. O avanço das tecnologias também está propiciando o surgimento de um ensino hibrido, onde os professores utilizam diversas ferramentas para que os alunos possam solidificar e/ou aprofundar aquilo que aprendeu em sala de aula.

Para Silva (2013) com o surgimento da internet, as pessoas passaram a utilizar dispositivos digitais por muito mais tempo, tendo como exemplo o Smartphone e o computador pessoal. Este comportamento tem contribuído para a busca de soluções e alternativas de aprendizagem mais eficientes utilizando as tecnologias. Mesmo parecendo algo novo, a inserção da tecnologia no ensino é tão antiga quanto o próprio surgimento do sistema de escrita, pois para que a escrita tivesse surgido, foi necessário recorrer a suportes como tabuas de argila, metal, pedra, couro, entre outros. A geografia, enquanto disciplina que compõem o rol das ciências humanas, possui um papel fundamental no processo educativo no âmbito das escolas de tempo integral, principalmente porque ajuda a desenvolver as habilidades de observar, interpretar, analisar e pensar o espaço geográfico a partir das dinâmicas presentes nele.

Este pensamento crítico contribui para o desenvolvimento não só de uma sociedade mais consciente de seu papel, como também para que o território seja usado de forma mais racional. Todo o sistema educacional brasileiro merece uma atenção especial, principalmente porque há uma série de ações que precisam melhorar para que o ensino avance em todos os seus aspectos. Parte das mudanças que procuram melhorar a educação se refere a transformação das escolas de meio período para período integral e a reformulação dos conteúdos aprendidos pelos alunos, que atualmente tende a priorizar o ensino técnico. O grande problema é que estas mudanças ocorrem sem que houvesse um amplo debate acerca de seus impactos para o desenvolvimento intelectual dos alunos.

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Acesso em: 30 ago.

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