TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL NO MANEJO DE COMPULSÃO ALIMENTAR EM PACIENTES SUBMETIDOS À CIRURGIA BARIÁTRICA

Tipo de documento:TCC

Área de estudo:Psicologia

Documento 1

Foi possível verificar que a terapia cognitivo comportamental no tratamento da compulsão alimentar tem como propósito modificar as crenças e pensamentos disfuncionais dos pacientes, a realização da psicoeducação, controle de estímulos, automonitoração, treinamento de resolução de problemas, prevenção de recaídas e exposição in vivo. Foi possível concluir que a terapia cognitivo comportamental é eficiente para o tratamento do transtorno de compulsão alimentar em pacientes pós cirurgia bariátrica, promovendo melhor qualidade de vida. Palavras-chave: Terapia Cognitivo Comportamental, cirurgia bariátrica e metabólica, transtorno de compulsão alimentar. ABSTRACT This study aimed to analyze the effectiveness of cognitive behavioral therapy in the treatment of binge eating disorder in patients after bariatric surgery. The methodology used was a bibliographic research conducted in the databases Scielo, PepSIC and PubMed, as well as books published on the subject.

Neste sentido, o indivíduo obeso precisa de um tratamento nutricional, médico, fisioterapêutico e psicológico, com o objetivo de compreender as questões comportamentais e emocionais relacionadas ao excesso de peso. LUZ & OLIVEIRA, 2013). Para Barreto e Resende (2015), ao falar de obesidade, também se fala sobre saúde física e mental, fatores essenciais para o desenvolvimento individual. No entanto, nota-se que a obesidade é vista pela maioria das pessoas como um fator estético, sem levar em consideração que o ponto crucial é vida, e dela dependem a saúde física e mental. Segundo Oliveira et al. Estudos apontam a importância da psicoterapia Cognitiva Comportamental no tratamento do transtorno de compulsão alimentar, alcançando resultados satisfatórios. Neste âmbito, ela tem como objetivo a mudança de estilo de vida edo padrão de comportamento alimentar inadequado, além de proporcionar a manutenção de peso em longo prazo, focalizando a modificação de pensamentos e sentimentos relacionados à alimentação (FERREIRA, BAKOS & HABIGZANGL, 2015).

Considerando os aspectos psicológicos relacionados à compulsão alimentar de pacientes pós cirurgia bariátrica, buscou-se, neste estudo, explorar pesquisas empíricas publicadas sobre a terapia cognitivo-comportamental (TCC) da compulsão alimentar e suas estratégias de intervenção, visando analisar a sua eficiência no processo de tratamento e manutenção do peso. Neste sentido, o objetivo deste artigo é analisar a eficácia das técnicas da Terapia Cognitivo-Comportamental no tratamento da compulsão alimentar, através de artigos científicos da base de dados. METODOLOGIA Este trabalho consiste em uma pesquisa bibliográfica, que se baseou em diferentes teóricos da área da Psicologia, especialmente sobre Terapia Cognitivo Comportamental, obesidade e cirurgia bariátrica. Assim, com um descuido o peso começa a subir novamente e, diante da iminência do reganho de peso, inicia-se novamente o ciclo vicioso de baixa autoestima, ansiedade e compulsão alimentar (ALMEIDA, ZANATTA & REZENDE, 2012).

Almeida, Zanatta e Rezende (2012) concordam com o exposto acima ao afirmarem que entre os obesos é comum encontrar o transtorno de compulsão alimentar, que consiste na ingestão de grande quantidade de alimentos em um curto período de tempo, sendo acompanhado de sentimento de culpa e perda de autocontrole. Segundo os autores acima citados, quando uma pessoa é diagnosticada com obesidade em decorrência do transtorno de compulsão alimentar, esta requer cuidados especiais durante o período pós-operatório, tendo em vista que este transtorno dificulta o tratamento posterior a cirurgia. Além disso, o transtorno de compulsão alimentar pode estar ligado a outros transtornos psiquiátricos, tal como a ansiedade. Neste caso, a compulsão alimentar é justificada pelo indivíduo como uma maneira de reduzir a ansiedade, resultando em um ganho de peso proporcional à frequência dos episódios de ansiedade.

Desta maneira, atualmente, as técnicas para os transtornos alimentares têm como objetivo auxiliar no manejo das cognições disfuncionais, notadamente, na redução da ansiedade e na redução de comportamentos característicos destes transtornos. Para corroborar com isso, Oliveira e Deiro (2013) relatam que a terapia cognitivo - comportamental (TCC) usa técnicas objetivas, semiestruturadas, que têm como foco identificar e modificar as circunstâncias que possibilitam o desenvolvimento de alterações da cognição e do comportamento. Segundo as autoras, a terapia na TCC para transtornos alimentares tem como foco os componentes comportamentais destes transtornos, uma vez que estas perturbações comportamentais são os agentes centrais destes transtornos e devem, portanto, ser controlados. Ainda conforme Oliveira e Deiro (2013), a TCC para os transtornos alimentares também tem como objetivo ensinar o paciente a examinar suas crenças, verificar suas validades e mudar seus comportamentos disfuncionais, uma vez que a abordagem correlaciona os pensamentos com as emoções e comportamentos manifestos.

Para Segal (2012), os elementos cruciais para que ocorra um prognóstico favorável da terapia cognitivo comportamental para o transtorno de compulsão alimentar são: mudanças no estilo de vida, realização de atividades físicas, alterações cognitivas com o objetivo de mudanças de comportamentos, estratégias que visam o aumento de suporte social, estratégias que visam o estabelecimento de motivação e esquemas nutricionais apropriados. Reestruturação cognitiva: substituição de pensamentos autodepreciativos, dicotômicos e mitos nutricionais por outros mais apropriados. Prevenção de recaídas: tem como objetivo desenvolver estratégias para evitar recaídas, sobretudo quando o paciente entra em circuitos cognitivos negativos, tal como o pensamento dicotômico. Willhelm, Fortes e Pergher (2015) afirmam que o tratamento passa por três fases, a saber: a primeira diz respeito ao envolvimento e compromisso do paciente com o tratamento, ressaltando os aspectos positivos resultantes da terapia, além de auxiliar no controle do estresse e ansiedade com o objetivo de promover o manejo do comportamento alimentar.

A segunda fase é direcionada à reestruturação cognitiva com o propósito de flexibilizar as crenças disfuncionais do paciente. A última fase tem como objetivos a manutenção de todo o progresso anterior e a preparação para lidar com eventos estressores a fim de evitar recaídas. Conforme Duchesne et al. acrescentam que a técnica de controle de estímulos para o transtorno de compulsão alimentar consiste em identificar as situações que propiciam a ocorrência dos episódios de compulsão e um desenvolvimento de rotina que reduza o contato do indivíduo com essas situações e contextos. Duchesne et al. elencou outras técnicas consideradas eficientes no tratamento do transtorno de compulsão alimentar, quais sejam: , automonitoração, treinamento de resolução de problemas, psicoeducação, prevenção de recaídas e exposição in vivo.

Auto monitoração: auxiliam o paciente na identificação dos fatores que favorecem os episódios compulsórios. Ademais, o terapeuta também pode auxiliar com o tratamento de exposição e prevenção de respostas que, segundo as autoras, consiste em encorajar o paciente a expor-se gradativamente a situações que favorecem a ocorrência de episódios de compulsão alimentar e comportamentos compensatórios. No entanto, ao expor-se a estes contextos e situações geradores de compulsão alimentar, o paciente deverá utilizar as técnicas de autocontrole previamente ensinadas e treinadas pelo terapeuta. Psicoeducação: é uma técnica muito utilizada na terapia cognitivo comportamental, que tem como escopo orientar o paciente sobre diversos aspectos de seu problema, tais como suas crenças são construídas e mantidas, consequências de seus comportamentos, como suas crenças e pensamentos negativos repercutem na vida dos outros e, sobretudo, em sua própria vida, além de orientar a família do cliente sobre os aspectos do transtorno do cliente.

Assim, segundo os autores acima citados, a psicoeducação é uma maneira de educar o cliente para proporcionar ao indivíduo o controle de seus pensamentos, reflexões e ideias sobre si, sobre o mundo e como este deve comportar-se frente alguns eventos e contextos, através de atividades que podem auxiliar o cliente em situações em que o terapeuta não esteja presente, além de fornecer dados sobre a etiologia do transtorno, as diferentes técnicas utilizadas, bem como do prognóstico e epidemiologia deste transtorno. As autoras afirmam que é mais comumente utilizada no início da psicoterapia, uma vez que tem como objetivo educar o cliente sobre seu transtorno e o tratamento, sendo que o terapeuta pode recorrer ao uso de manuais e recursos audiovisuais para facilitar a aprendizagem do cliente.

Duchesne et al. realizaram uma revisão de literatura onde foram encontrados 15 ensaios clínicos controlados e 2 abertos. Foi possível constatar que o uso da terapia cognitivo comportamental proporciona uma melhora significativa do transtorno de compulsão alimentar, bem como dos demais transtornos psicológicos associados a ele, porém, sem resultar em significativa perda de peso. Neste sentido, as autoras sugerem que a terapia cognitivo comportamental conta com técnicas eficientes para o tratamento dos componentes psicológicos do transtorno de compulsão alimentar, contudo sugerem que sua eficácia nos efeitos a longo prazo e na redução do peso corporal ainda devem ser investigadas. O mesmo estudo realizado por Duchesne et al. Desta forma, o estudo não descarta tais aspectos, mas, abarca-os como variáveis que auxiliam na manutenção dos episódios compulsórios.

O decorrer da pesquisa permitiu compreender que a terapia cognitivo comportamental é uma abordagem teórica da Psicologia adequada para auxiliar no tratamento da compulsão alimentar, tendo em vista que abarca técnicas que viabilizamalterar as crenças distorcidas, pensamentos disfuncionais, além de possibilitar mudanças de atitudes e comportamentos inadequados que contribuem para a manutenção dos episódios compulsórios. Permitiu compreender que as técnicas da terapia cognitivo comportamental para a compulsão alimentar compreendem a modificaçãodas crenças e pensamentos disfuncionais dos pacientes, a realização da psicoeducação, controle de estímulos, automonitoração, treinamento de resolução de problemas, prevenção de recaídas e exposição in vivo. De modo geral, a terapia cognitivo comportamental foi apontada como um tratamento viável para a compulsão alimentar, considerada por muitos autores como uma das abordagens psicológicas mais eficazespara auxiliar o paciente no processo de remissão dos sintomas.

Contudo, alguns estudos indicam que as técnicas utilizadas devem ser aplicadas de acordo com o perfil do paciente, tendo em vista que alguns requerem técnicas que focalizam o trabalho em aspectos interpessoais e reguladores afetivos, ao passo que outros pacientes necessitam de técnicas que trabalhem as questões relacionadas a regulação do humor Ademais, os estudos sugerem que a TCC promove resultados a longo prazo, tendo em vista que os resultados apresentam dados que comprovam que as conquistas obtidas em terapia permanecem após o tratamento na maioria dos pacientes. Natal), Natal , v. n. p. Abr. Disponível em: <http://www. Vivências emocionais de pacientes submetidos à cirurgia metabólica e bariátrica com reganho de peso: um estudo clínico - qualitativo. Dissertação (Mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas - Campinas, SP: [s.

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 Rev. bras. ter. comport. cogn. In: HALPERN, A. MANCINI, M. C. – Manual de Obesidade para o clínico. São Paulo, Roca, 2012. Comp. Cogn. Volume XVII no 2, 52-65. Disponível em: usp. br/rbtcc/index.

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