Toxoplasmose na gestação

Tipo de documento:Dissertação de Mestrado

Área de estudo:Enfermagem

Documento 1

No mesmo ano, no Brasil, mais precisamente em São Paulo, o T. gondii foi identificado nos tecidos de um coelho, por Splendore. –4) Essa é uma infecção ubíqua, que ocorre em todo o mundo e atualmente, estima-se, que infecta um terço da população humana mundial. A infecção por T. gongii é mais prevalente em climas quentes e úmidos. gondii foi encontrada em suínos para abate. Também foi observado na Rússia e Indonésia um risco significativamente maior de adquirir uma infecção por T. gondii (8,9) Antigamente acreditava-se que os parasitas apresentam três genótipos com pouca diferença entre cada um, e que eram divididos em três linhagens distintas, tipo I, II e III, porém, com técnicas mais recentes de genética, se diferenciou uma grande diversidade de genótipos.

Do norte ao sul da Europa, a estrutura populacional do T. gondii tem predomínio de cepas pertencentes à linhagem do tipo II, porém também encontra-se a linhagem do tipo III no sul da Europa. Os humanos e muitos outros vertebrados de sangue quente, por exemplo, roedores e aves, servem como hospedeiros intermediários para o parasita que nesse contexto sofrem reprodução sexuada. A infecção do hospedeiro intermediário pode ocorrer pela ingestão oral de oocistos eliminados por felinos ou por cistos teciduais que persistem nos músculos e no sistema nervoso de outros hospedeiros intermediários. Nos gatos o parasita além de realizar a reprodução sexuada pode realizar a reprodução assexuada, por isso encontramos também a denominação de hospedeiro integral atribuída aos felinos.

No hospedeiro humano, após a ingestão os parasitas invadem as células epiteliais intestinais para se transformarem em taquizoítos de replicação rápida. Esses taquizoítos se multiplicam intracelularmente em um vacúolo parasitóforo, que separa o parasita do citoplasma da célula hospedeira. Acredita-se que o impacto epidemiológico da disseminação do T. gondii pela água é subestimado, pois os oocistos podem permanecer viáveis por um longo período de tempo na água e, além disso, são resistentes aos processos de desinfecção da água, como cloração, ozonização e radiação ultravioleta. Preocupantemente, em São Paulo, foram coletadas amostras de dez pontos de coleta de águas superficiais em áreas de captação para o consumo humano o parasita foi evidenciado em três dos dez pontos analisados.

As manifestações da toxoplasmose adquirida ao longo da vida normalmente são assintomáticos, porém alguns indivíduos podem apresentar manifestações clínicas. Em 1983, pela primeira vez no Brasil e na América Latina, o T. Considerando que astrócitos e microglia infectados conseguem eliminar os parasitas, os parasitas se convertem em bradizoitos formadores de cistos intraneuronais evitando a eliminação pelo sistema imunológico, pois os neurônios não conseguem elimina-los. Os regimes de tratamento atualmente disponíveis eliminam eficazmente os taquizoitos de toxoplasma das células residentes em cérebro infectadas. No entanto, nenhum agente terapêutico é capaz de erradicar completamente os cistos e bradizitos do Toxoplasma do SNC. A imunidade mediada por células aos antígenos de T. gondii envolve ao respostas inflamatórias agudas inatas e imunidade adaptativa antígeno-específica.

Atualmente, a maioria dos laboratórios clínicos usam ELISA para a triagem de rotina de IgG e IgM específicos, sabe-se que a presença de anticorpo IgM no sangue representa uma infecção recente, porém a toxoplasmose tem uma particularidade de permanecer com IgM detectável por mais de um ano na maioria dos pacientes infectados. Quando um exame mostrar positivo para IgM, deve-se realizar um segundo teste para descartar um falso positivo de infecção recente de Toxoplasmose. Esse segundo teste é de avidez do IgG, onde se adiciona um passo na reação de ELISA. Com a colocação de uréia, que remove o anticorpo de baixa avidez que representa uma infecção adquirida recentemente, assim a alta avidez permite a exclusão de uma infecção aguda.

Também há a detecção do T Gondii pelo DNA, a partir de um único taquizoito consegue-se a detecção pela técnica da reação em cadeia da polimerase (PCR). Nos últimos anos, com o avanço dos métodos de engenharia genética, várias abordagens têm sido utilizadas para desenvolver uma vacina de toxoplasmose atenuada. Cepas de parasitas geneticamente atenuadas, geradas pela deleção de determinados genes, mostraram boa eficácia contra a toxoplasmose. A mais moderna tecnologia é a vacinologia reversa, que visa identificar o repertório completo de antígenos que um patógeno segrega ou expressa em sua superfície, com ajuda da bioinformática, visando compreender a estrutura do T. gonddi, baseando-se no genoma e retirando estruturas virulentas, mas estimulando a imunogenicidade. Acredita-se que essa pode ser a chave para a tão esperada vacina contra a toxoplasmose.

Na França há um programa de rastreamento de toxoplasmose em todos os meses da gestação, enquanto nos Estados Unidos o exame é realizado no início da gestação e caso ocorra alguma suspeita em ecografias. Observa-se que as crianças francesas em que as mães são infectadas nascem com problemas muito mais leves que as americanas, devido ao início precoce do tratamento. Um estudo na Alemanha onde as gestantes foram tratadas na 16ª semana de gestação com espiramicina  seguida de pelo menos 4 semanas de terapia combinada com pirimetamina, sulfadiazina e ácido folínico, independentemente do estado de infecção do feto, com tratamento subsequente determinado de acordo com o status da infecção do feto, foram relatadas taxas muito baixas de toxoplasmose congênita, 4,8% que equivale a 33 casos em 685 mulheres grávidas.

O procedimento padrão ouro para constatar a presença de infecção fetal pelo T. gondii consiste na pesquisa do DNA desse protozoário por PCR, que é realizada em amostra de líquido amniótico, obtido por meio de amniocentese. J Obstet Gynaecol Can. Weiss LM, Dubey JP. Toxoplasmosis: A history of clinical observations. Int J Parasitol. Melamed J. Available at: https://www. ncbi. nlm. nih. gov/pmc/articles/PMC6376878/pdf/parasite-26-6. Peyron F, Mc Leod R, Ajzenberg D, Contopoulos-Ioannidis D, Kieffer F, Mandelbrot L, et al. Congenital Toxoplasmosis in France and the United States: One Parasite, Two Diverging Approaches. PLoS Negl Trop Dis. Pleyer U, Schlüter D, Mänz M. Ocular toxoplasmosis: Recent aspects of pathophysiology and clinical implications. Available at: https://www. ncbi. nlm. nih. gov/pmc/articles/PMC6401564/ 13.

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Prenatal diagnosis of congenital toxoplasmosis with a polymerase-chain-reaction test on amniotic fluid.

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