TRANSTORNO DE PERSONALIDADE

Tipo de documento:Resumo

Área de estudo:Psicologia

Documento 1

Apesar de “transtorno” não ser um termo específico, é utilizado para pontuar a incidência de uma série de sintomas ou comportamento que sejam associados, frequentemente, a um nível considerável de sofrimento, bem como inferência nas relações pessoais (OMS, 1993). Os transtornos de personalidade, de acordo com a CID-10, envolvem diversas condições e padrões comportamentais, os quais são marcantes clinicamente e, além de serem persistentes, denotam a representatividade de um estilo de vida e do modo como um indivíduo estabelece suas relações, tanto consigo quanto com outras pessoas (OMS, 1993). As condições e padrões comportamentais mencionados costumam surgir precocemente em consequência de aspectos constitucionais e de experiências no âmbito social, embora alguns emerjam em momentos posteriores, ao longo da vida (OMS, 1993).

De acordo com o DSM-5, no caso de transtornos de personalidade como o antissocial e o borderline, nota-se o declínio de seus traços característicos a medida em que os indivíduos envelhecem (APA, 2014). Corroborando com os aspectos levantados, Dalgalarrondo (2008) define os transtornos de personalidade como a presença de traços marcantes de desarmonia no âmbito intrapsíquico e nas relações interpessoais, de modo que acarreta desdobramentos penosos tanto para o indivíduo quanto para seus familiares e pessoas do seu meio social. TRANSTORNO DE PERSONALIDADE BORDERLINE Hergenberg (2013), partindo de uma visão psicanalítica acerca do Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) discorre sobre os elementos culturais que estão atrelados ao paciente borderline. O autor mencionado nos coloca frente aos dilemas atuais da sociedade ponderando que vivemos, na atualidade, um modelo de ruptura de padrões tradicionais e conservadores, tais como aqueles que dizem respeito às configurações familiares, a estrutura dos relacionamentos, aos valores e as normas.

Com os novos padrões estabelecidos, ou a ausência deles, o sujeito é colocado em uma posição na qual deve decidir sozinho – a partir do seu próprio conjunto de normas e valores – os rumos de sua vida, não tendo mais os padrões pré-estabelecidos que outrora ditavam exatamente os rumos que cada indivíduo deveria tomar (HERGENBERG, 2013). O borderline encontra-se imerso a essa realidade, com a sua necessidade de apoio e de acolhimento, necessidades cada vez mais difíceis de serem atendidas no modelo atual de sociedade (HERGENBERG, 2013). De acordo com esse autor, para o borderline, todo o contexto atual no qual vivemos é visto e sentido com maior intensidade, desse modo, se encontra desamparado em meio ao seu sofrimento, solitário e sem espaço para a sua subjetividade.

Por muitos anos, ao longo dos estudos sobre a questão, transitou-se entre a neurose e a psicose para descrever o transtorno borderline; prevalecendo a ideia de que borderline seria o sujeito considerado fronteiriço, limítrofe (DALGALARRONDO e VILELA, 1999). Nesse tocante, destaca-se, também, a relevância da psicanálise e seus princípios, pois é desta que advém as ideias de neurose, psicose e perversão. No entanto, Hergenberg (2013) destaca que o borderline não deve ser considerado histérico nem neurótico nem psicótico e, também, não é considerado um indivíduo no limite entre a neurose e a psicose, trata-se de um quadro específico, com as suas características singulares. Dalgalarrondo e Vilela, (1999) salientam que as classificações descritas no DSM-II e na CID-9 apresentam o termo borderline como pertencente ao espectro das psicoses, no caso, ligado à esquizofrenia; e borderline mantém a descrição vaga e imprecisa postulada por estudos anteriores.

Em 1980, com o DSM-III, borderline passa a ocupar um lugar específico dentre os transtornos de personalidade, abarcando características como: impulsividade, autoagressão e sentimento de vazio (DALGALARRONDO e VILELA, 1999). É importante pensar nas classificações descritas em manuais como o DSM-5 e o CID-10 apenas com a finalidade de conhecer os quadros em linhas gerais, sem perder de vista que os sintomas são apenas indicativos de uma angústia do sujeito, a qual é sempre composta por vários pormenores e, esta sim, demanda a escuta especializada. Os sujeitos não devem ser enquadrados em listas de sintomas e tratados como objetos que respondem a tratamentos padronizados. Lembrando que em cada sujeito encontraremos um sentido único para o sintoma. REFERÊNCIAS AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION (APA). DSM 5: Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais.

VILELA, W. A. Transtorno borderline: história e atualidade. Rev. latinoam. Acesso em: 10 abr. HEGENBERG, M. Apresentação. In: HEGENBERG, M. Borderline (Coleção clínica psicanalítica).

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