Uso de livro didático de química como ferramenta de estudo para certificação do ensino médio pelo ENEM

Tipo de documento:TCC

Área de estudo:Química

Documento 1

Isto porque, em um mundo tecnológico e globalizado, as competências e habilidades requeridas para um cidadão moderno vêm se tornando mais complexas, exigindo-se cada vez mais interdicisplinaridade, de forma que: A educação deve buscar novas formas de encarar o conhecimento, cada disciplina, partindo de suas áreas específicas de estudo, deve comunicar-se com demais, quer tenham uma proximidade imediata (como entre química e física, integrante da Área de Ciências Exatas e da Terra) ou um distanciamento histórico, como entre as ciências sociais e as naturais (NUNES e NUNES, 2007, p. Este modo de pensar ganhou força na década de 1980, com a volta da democracia houve uma abertura politica que incentivou os governos estaduais e nacionais a elaborarem alterações no sistema educativo da época, visando reformas no currículo para melhorar o ensino da escola pública (TONIDANDEL, C.

C. Segundo Bonamino e Martinez (2002), podem-se encontrar vários artigos na Constituição de 1988 referentes, direta ou indiretamente a uma formação básica comum mostrando que as questões curriculares estavam, já naquela época, sendo polemizadas em discussões politicas durante a Assembleia Nacional Constituinte. Essa discussão curricular refletiu-se na elaboração da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), como iniciativa de reorganizar a estrutura politica e institucional responsável pela educação. Quadro 1 - Competências e habilidades a serem desenvolvidas em Química Representação e comunicação: • Descrever as transformações químicas em linguagens discursivas. • Compreender os códigos e símbolos próprios da Química atual. • Traduzir a linguagem discursiva em linguagem simbólica da Química e vice-versa.

Utilizar a representação simbólica das transformações químicas e reconhecer suas modificações ao longo do tempo. • Traduzir a linguagem discursiva em outras linguagens usadas em Química: gráficos, tabelas e relações matemáticas. • Reconhecer as relações entre o desenvolvimento científico e tecnológico da Química e aspectos sócio-político-culturais. • Reconhecer os limites éticos e morais que podem estar envolvidos no desenvolvimento da Química e da tecnologia. Fonte: Retirado de Parâmetros Curriculares Nacionais Ensino Médio. p. Com base nestas informações podem-se perceber influências construtivas a respeito da teoria para desenvolver competências, colocando em foco a metodologia de interdisciplinaridade para ensinar aos alunos do Ensino Médio as habilidades e competências necessárias, sendo que o objetivo deste PCN é que: O aprendizado de Química pelos alunos de Ensino Médio implica que eles compreendam as transformações químicas que ocorrem no mundo físico de forma abrangente e integrada e assim possam julgar com fundamentos as informações advindas da tradição cultural, da mídia e da própria escola e tomar decisões autonomamente, enquanto indivíduos e cidadãos.

R. et al. que utilizou o livro para analisar a abordagem de alguns conteúdos da disciplina de Química nas escolas de ensino médio do Rio Grande do Norte. Por esta razão, acrescido do fato de ser um livro em volume único, pois isto o torna mais acessível financeiramente para ser adquirido e também facilita a realização das consultas, escolheu-se este como o livro didático a ser analisado neste presente trabalho, em relação aos questionamentos que serão melhores explicados posteriormente, tendo como objetivo mostrar se este livro possui ou não todo conteúdo necessário para a disciplina de química no ensino médio estando apto para aprovado neste quesito. Este tema é extremamente relevante uma vez que de 2009 a 2016, o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) foi utilizado como certificador de conclusão de Ensino Médio, sendo que para o participante obter este certificado era necessário: 1.

Sendo assim, o presente trabalho visa analisar as questões de Química do Enem entre os anos de 2009 a 2016 validando se os conteúdos didáticos necessários para a resolução das questões são integralmente encontrados nos livros didáticos utilizados pelos professores em sala de aula. Para tanto esse estudo utilizará como base o livro anteriormente mencionado do autor Ricardo Feltre, amplamente usado nas escolas públicas, buscando responder a seguinte problemática: “Ao estudar pelo livro didático de química indicado ao ensino desta disciplina no ensino médio público regular, os alunos estariam adequadamente preparados para obter a certificação do ensino médio através do Enem no que concerne a disciplina de Química?”. Objetivos 1. Objetivos gerais Avaliar se a preparação do estudante de ensino médio da rede pública por meio de livro didático seria o suficiente para, em relação à disciplina de Química, alcançar o desempenho satisfatório para obter o certificado do ensino médio por meio do ENEM no período de 2009 a 2016.

Dentro deste universo, o nicho a ser analisado serão os estudantes que não concluíram o ensino médio, independente de onde cursaram o ensino fundamental, também não será levado em conta a faixa etária destes indivíduos e se o ensino médio incompleto foi realizado de forma regular ou pelo supletivo oferecido pelo programa EJA. Em outros momentos, o ensino atual privilegia aspectos teóricos, em níveis de abstração inadequados aos dos estudantes. PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS ENSINO MÉDIO, p. Neste universo, a utilização do livro didático de Química no ensino médio possui papel crucial no processo de ensino-aprendizagem desta disciplina, devendo ser escolhido de maneira crítica e consciente para se garantir a eficiência da transmissão do conhecimento aos alunos.

Historicamente, segundo Bizzo, N. tem-se que o livro didático foi vinculado ao Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) após a ditadura militar, em meados dos anos 80 e tinha como meta subsidiar a prática pedagógica dos professores, por meio da utilização de livros didáticos na rede pública de ensino em seu nível básico. Figura 1 – Porcentagem dos critérios mais relevantes para a escolha do Livro Didático de Química Fonte: Retirado de Barbosa, L. M. et al. p. De acordo com esta pesquisa, pode-se verificar que os critérios mais utilizados são a facilidade para entender a linguagem e o conteúdo químico presente no livro. Os participantes do exame eram alunos que estavam concluindo o ensino médio ou que já haviam concluído em anos anteriores.

Inicialmente a prova era composta por 63 questões e uma redação. Em sua primeira edição, houve apenas 115,6 mil participantes dentre os 157,2 mil inscritos, entretanto, já na quarta edição, em 2001, o exame começava a conquistar seu espaço no país, com 1,6 milhão de inscritos e 1,2 milhão de participantes (TERRA EDUCAÇÃO, 2013). O número de inscritos continuou crescendo a medida que o exame foi mostrando sua credibilidade, em 1999, apenas um ano após sua criação, o número de Instituições de Educação Superior (IES) que utilizavam os resultados do ENEM saltou de dois para noventa e três, também foram criados Comitês Técnicos e Consultivos, o Boletim da Escola e o banco de dados com o desempenho dos participantes (INEP – MEC, 2019).

Ainda de acordo com o Inep, a partir de então, o Enem foi crescendo, em 2000 houve investimento em acessibilidade, sendo que 376 pessoas com necessidades especiais foram atendidas. Atingir o mínimo de 450 (quatrocentos e cinquenta) pontos em cada uma das áreas de conhecimento do exame; 4. Atingir o mínimo de 500 (quinhentos) pontos na redação. INEP, 2017). No entanto apenas atingir estes parâmetros não garante o certificado automaticamente, pois o estudante que preencher os requisitos deve requerer seu certificado, por meio de um requerimento individual apresentando os seguintes documentos: original e cópia da carteira de identidade, original e cópia do CPF, original e cópia da certidão de nascimento ou casamento, uma foto 3x4 e o boletim de Desempenho Individual que pode ser consultado no site do INEP.

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO (SEDU), 2015). Além disso, ainda de acordo com a mesma reportagem, o gabarito inverteu a ordem das questões que estavam na prova, apresentando Ciências da Natureza antes de Ciências Humanas, acrescidos a isso, um lote de 33 mil provas foi impresso com erro de ordenação em que havia questões repetidas e questões faltantes. Para os 9,5 mil candidatos que registraram o problema aos fiscais da prova, o governo permitiu que tivessem direito a realizar uma prova substitutiva. Por fim, uma professora municipal da cidade de Remanso na Bahia e um repórter do Jornal do Comércio de Pernambuco conseguiram informar o tema da redação para pessoas de fora. No caso da professora, a informação foi passada para o marido que informou o filho do casal que faria o exame, cerca de 2 horas antes da prova, o mesmo foi desclassificado e os pais processados (JORNAL ESTADAO, 2010).

Já no caso do repórter, a informação foi passada para a sua equipe do periódico após o inicio das provas e como não beneficiou nenhum candidato, o Inep não considerou o ato como vazamento de prova, encerrando o assunto. Da edição de 2016 para a edição de 2017 o ENEM sofreu uma completa reformulação, deixando de ser certificador do ensino médio e alterando a sua composição de prova, abaixo tem-se uma figura que mostra a comparação das mudanças entre estas edições. Figura – ENEM 2016 x ENEM 2017, alterações nas provas Fonte: Retirado de FAJARDO, V. Sendo assim, à partir de 2017, o exame se tornou mais desafiador, pois esta divisão entre humanas e exatas, deixou as questões que necessitam de cálculos e portanto gastam mais tempo, num mesmo dia, podendo sobrecarregar o aluno.

No decorrer dos anos, pode-se perceber que por mais que o ENEM seja visto como o maior exame do Brasil, comemorando seus 20 anos em 2019, há também inúmeros casos de vazamento de informações, entre outros problemas, que ocorreram em maior ou menor gravidade em praticamente todas as edições, isto pode mostrar uma preocupação maior com a imagem do exame do que propriamente com o seu objetivo central que é de validar o conhecimento dos alunos em relação ao ensino médio. No entanto, este trabalho focará no período de 2009 a 2016, em que o ENEM era certificador de ensino médio, onde suas questões da disciplina de química serão analisadas. Nesta fase, utilizou-se como chave de pesquisa a palavra ENEM, acrescida de frases como: história, avanço social, falhas durante, mudanças na prova, como são feitas as provas do exame.

Também se fez outra rodada de pesquisa voltada para entender como é feita a elaboração de questões de múltipla escolha e como se pode analisar o conteúdo exigido para resolução. Após esta etapa de pesquisas, realizou-se a leitura e a analise dos materiais de interesse para se iniciar a estruturação da pesquisa que se pode caracterizar como qualitativa, que abordará a analise dos assuntos contemplados pelas questões de química do exame. Em relação à abordagem, optou-se pela qualitativa por se apresentar mais adequada para a análise pretendida, isto é, analisar se o conteúdo das questões de química do ENEM de 2009 a 2016 esta compreendido no livro didático. Sobre a metodologia a ser utilizada, escolheu-se a análise de conteúdo sob a ótica de Bardin, que define este processo enquanto método, como o conjunto de técnicas de análise de textos que faz uso de um procedimento sistemático e objetivo de descrição do conteúdo das mensagens (BARDIN, 2009).

Ainda de acordo com Bardin (2009), organizar a análise de conteúdo por categorização é orientada também por três etapas, que são a exploração do material, análise do material e interpretação de resultados. No que concerne a este trabalho, na pré-análise foi feita inicialmente uma pesquisa utilizando o procedimento de leitura flutuante de todas as questões de disciplina de química constantes no ENEM de 2009 a 2016, de forma que optou-se a analisar todas e não somente uma parte delas, para garantir a validade desta pesquisa, bem como a acurácia de seus resultados, uma vez que foi-se usado todo o universo e não somente uma amostragem que poderia ou não ser considerada representativa. Temos neste contexto, Bardin (2009, p. afirmando que “a categorização é um processo do tipo estruturalista e comporta duas etapas: o inventário: isolar os elementos; a classificação: repartir os elementos e, portanto, procurar ou impor certa organização às mensagens”.

Com base nisso, ainda segundo Bardin (2011), as categorias devem seguir alguns princípios como: cada elemento só pode existir em uma categoria; as categorias devem se relacionar com os objetivos da pesquisa; categorias bem definidas, com temas e indicadores determinando claramente a entrada de um elemento numa categoria faz com que não haja distorção pela subjetividade do analista e as categorias serão produtivas caso os resultados forem férteis em inferência com dados exatos (CAMARA, 2013, p. Desta forma, a categorização do problema de pesquisa, ficará conforme abaixo: a) Questões possíveis de resolução adequada – são as questões que os estudantes possuíam disponível todo o conhecimento para resolvê-las e chegar na resposta correta. b) Questões NÃO possíveis de resolução adequada - são as questões que os estudantes não possuíam disponível todo o conhecimento para resolvê-las e, portanto, não conseguiriam chegar no resultado correto.

Seguindo estes parâmetros, as categorias para analise da problemática de pesquisa deste trabalho seguirá a tabela abaixo que apresenta a categorização realizada: Tabela 1 – Descrição das categorias para o problema de pesquisa Questões possíveis de resolução adequada Conteúdo totalmente abordado Questões NÃO possíveis de resolução adequada Conteúdo parcialmente abordado Conteúdo ligeiramente abordado Conteúdo não encontrado Fonte: Elaborado pelo autor (2019). Sendo assim, nesta etapa é feito essa categorização para se codificar o material de forma a interpretar os resultados, isto é realizado por meio da leitura completa e atenciosa de todas as questões envolvidas na pesquisa em questão, fazendo com que o embasamento teórico utilizado seja significativo e válido para o assunto pesquisado. Após estas etapas, com base no resultado destas categorizações, a problemática de pesquisa poderá ser respondida.

MARTINS, G. S. Estudo sobre a avaliação para escolha do livro didático de química no ensino médio. ENECT – Encontro Nacional de Educação, Ciência e Tecnologia/UEPB BARDIN, L. Análise de conteúdo. MARTINEZ, S. A. Diretrizes e parâmetros curriculares nacionais para o ensino fundamental: a participação das instâncias políticas do estado. Disponível em: <http://www. scielo. H. Análise de conteúdo: da teoria à prática em pesquisas sociais aplicadas às organizações. Gerais: Revista Interinstitucional de Psicologia, São João del-Rei, MG, v. n. p. com/educacao/enem/2017/noticia/exatas-x-humanas-nova-divisao-das-provas-do-enem-2017-e-alvo-de-criticas. ghtml>. Acesso em: 19 jun. FARAGO, C. C. Acesso em: 21 jun. INEP – MEC. Histórico Enem. Disponível em: <http://portal. inep. JORNAL ESTADAO. Duas pessoas são indiciadas por vazamento do Enem na BA.

Disponível em: <https://educacao. estadao. com. OLIVEIRA, J. anos do Enem: confira a história do exame e o que mudou neste período. Disponível em: <https://www. em. com. PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS ENSINO MÉDIO. Parte III Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias – Conhecimentos de Química. p. Disponível em: < http://portal. mec. Disponível em: <https://sedu. es. gov. br/certificado-ensino-medio-enem>. Acesso em: 19 jun. Universidade Estadual da Paraíba-UEPB. p. Disponível em: <http://annq. org/eventos/upload/1362797797. pdf>. A prática de ensino de química em uma instituição pública de ensino médio: inovação x tradição. Dissertação de Mestrado) – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Programa de Pós Graduação Educação. Belo Horizonte, 2007. f. il. BARROSO, M.

T. Análise da abordagem de conteúdos sobre polímeros nas escolas do rio grande do norte. Disponível em: <http://www. abq.

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