Violência contra o idoso o papel do enfermeiro

Tipo de documento:Artigo cientifíco

Área de estudo:Turismo

Documento 1

Inúmeras formas de violência geralmente passam de modo imperceptível. É preciso que profissionais da saúde estejam atentos para qualquer sinal de agressão. Cabe ao enfermeiro a investigação minuciosa de sintomas e sinais de agressividade. O profissional de enfermagem deve adotar postura empática com a finalidade de prestar os devidos cuidados à vítima para que esta se sinta amparada e assim possa denunciar um abusador e, em casos extremos, desistir de cometer suicídio. Pesquisamos artigos publicados nas plataformas PEPSIC e SCIELO bem como em bibliografia adequada a fim de tratar tema de tamanha gravidade e alertar a população para o combate à violência contra o idoso. Dos tipos de agressão 10 2. Leis voltadas para a terceira idade 13 2. O Estatuto do Idoso 15 2. Identificação da violência por parte do enfermeiro 18 2.

O papel do enfermeiro 19 2. O crescimento da população idosa representa um dos maiores desafios para a Saúde Pública. Sabemos que, nos próximos anos, a população do Brasil será uma população predominantemente idosa. Devido a uma série de fatores como, por exemplo, o empobrecimento populacional, a invalidez física ou mental do paciente, o estresse do cuidador, dentre outros, o idoso torna-se um dos principais alvos da violência. A agressão a estes indivíduos que estão com idade acima de 60 anos sucede de várias formas, tais como falta de afeto e atenção, pressões psicológicas, abandono e agressão física. Muitas vezes estes atos de agressão podem culminar em morte. Os idosos ocupavam um altíssimo papel político na sociedade: compunham o Sinédrio setenta anciãos do povo cujas filhas contraíam matrimônio com sacerdotes.

Já na Grécia Antiga, não há registros de um tratamento diferenciado aos mais velhos. Os gregos temiam a velhice pois valorizavam muitíssimo o vigor, característica da juventude. Contudo, a velhice estava intimamente relacionada à concepção de honra, o que pode ser comprovado no fato do rei receber a assistência direta de um conselho de anciãos, mesmo que este a este conselho coubesse apenas um papel consultivo. Nesse período, força física e valores guerreiros eram enaltecidos, como podemos constatar com a leitura da obra Ilíada, de Homero. Já para Aristóteles, a alma não representava a pureza do intelecto. O homem só existia com a união do corpo e do espírito. Logo, o corpo deveria permanecer intacto para que o homem tivesse uma velhice feliz.

A sociedade romana concebia os idosos através da propriedade. Enquanto proprietários, a lei os favorecia e eles eram respeitados. No século XVIII, em toda a Europa, o papel dominante do idoso passa a mudar. Acredita-se que o início da perda de prestígio seja decorrente da Revolução Industrial, ocorrida no fim do século, interferindo na estrutura familiar, nos valores econômicos, nas relações de trabalho etc. O idoso perde seu espaço na nova família nuclear e, por não ser mais gerar mais riqueza, passa a ser visto como alguém improdutivo e inútil. Dessa forma, instala-se o conceito negativo de velhice. A velhice, na esfera mitológica, é retratada, geralmente, pela figura de um idoso vigoroso, cheio de bondade e sabedoria, ao passo que a imagem da velhice feminina é depreciativa.

Já nos séculos XIV e XV, doenças como a peste e a cólera dizimam a população mais jovens, preservando os idosos que se revelaram mais resistentes. No século seguinte, o culto à beleza torna a imperar e os idosos são ridicularizados. Em meados dos séculos XVII e XIX, o contigente de idosos aumenta em virtude do avanço da medicina. Certos mitos da velhice passam a ser invalidados. Já no século XX, surgem as especialidades de gerontologia e a geriatria que se ocupam exclusivamente dessa camada da população. Acontece na terceira segunda-feira do mês de setembro. Foi decretado como feriado nacional somente no ano de 1966.  É um feriado dedicado aos idosos, em que os japoneses são gratos por sua contribuição à sociedade e oram por sua longevidade.

  É hábito perguntar a idade às mulheres mais idosas, que respondem orgulhosas terem 70 ou 80 anos, ao contrário do que se passa com os ocidentais. Em nossa sociedade, perguntar a idade a uma senhora pode causar constrangimento. O idoso não deve ser visto como aquele que é chato ou aborrecido, mas aquele que é paciente, tolerante, prudente e, acima de tudo, um sábio. “Sabe-se que a velhice é visualizada pela sociedade brasileira de forma negativa. Em regra, as pessoas fazem tudo para evitar a velhice, apesar de a natureza empurrar os homens, salvo motivo de força maior, para essa etapa da vida. A visão consoante a qual a velhice é um ciclo faz com que homens e mulheres abdiquem, quando chegam a essa fase da existência, de seus direitos, como se a velhice acarretasse a perda da condição humana.

A incorporação dessa idéia torna os velhos seres que ruminam o passado e digam, dia após dia, que seu tempo já passou, esquecendo-se de que é o tempo que está no homem e não o contrário. A Organização Mundial de Saúde (OMS) compreende os maus-tratos na terceira idade como ato único ou recorrente ou ainda como ausência de ação apropriada que cause danos, traumas e angústias que ocorra dentro de uma relação embasada pela confiança. Dados epidemiológicos do Ministério da Saúde revelam que no Brasil, em 2005, aproximadamente 27% das internações dos 93 mil idosos foram resultantes de violência e agressões. O Sistema Único de Saúde – SUS – atende sobretudo agressões físicas, mais perceptíveis, contudo, há casos não discriminados como os que acontecem em ambiente doméstico que mostram-se muito complexos e delicados.

O idoso sente-se inseguro e teme envolver-se em conflitos afetivos, tendendo a proteger instintivamente seu agressor. Conforme pesquisas, os maus tratos físicos que mais se reiteram são os seguintes: • Maus tratos físicos: esse tipo de violência resume-se no emprego da força física para obrigar o idoso a fazer algo indesejado a sua vontade. • Abandono: consiste na renúncia ou ausência dos responsáveis governamentais, institucionais ou familiares na prestação de atendimento ou socorro para a prevenção da violência. • Autonegligência: acontece quando o idoso ameaça sua saúde ou segurança pela recusa ou fracasso de prover a si mesmo. Alguns fatores de risco para esse tipo de violência são: não dividir sua moradia com outras pessoas, ser do sexo feminino, ser portador de demência ou distúrbios psiquiátricos – como a depressão - consumir álcool, ter baixo poder aquisitivo e ser antissocial.

• Violação dos direitos humanos: consiste na proibição de qualquer direito inalienável como, por exemplo, a liberdade de ir e vir, o direito à fala e a privacidade. • Abuso médico: o idoso é tratado pelos médicos de forma imprópria ou negligente. A detecção precoce e a observação dos fatores de risco são condutas apropriadas ao trato de pessoas idosas. LEIS VOLTADAS PARA A TERCEIRA IDADE Criado em 2003, o Estatuto do Idoso pretende tornar visível a problemática da terceira idade, tendo como ponto de partida seus direitos. No entanto, a lei ainda não foi assimilada pela sociedade e os programas voltados para esse segmento da população são poucos e não atingem a esmagadora maioria dos idosos. Unidades de saúde e hospitais ainda precisam atentar-se para as necessidades destes pacientes, o que não tem ocorrido, segundo relatos do Caderno de Atenção:   “A identificação de sinais de violência contra as pessoas idosas é frequentemente negligenciada no atendimento à saúde, quer pela dificuldade em identificá-los quer pela ausência de suporte formal para auxiliar tanto a(s) vítima(s) quanto os profissionais.

Essa identificação de sinais de violência contra as pessoas idosas é, também, com certa freqüência, negligenciada no atendimento à saúde e deve ser notificada por meio de Ficha apropriada (anexo único). ” Tal preceito normativo visa propor um convívio social tranquilo e favorável à pessoa idosa, uma vez que o seio familiar é a base desse convívio. O Princípio da Igualdade, normatizado no Art. º, Caput, CF/88, é uma das disposições mais relevantes consagradas pela Carta Magna. Ele diz o seguinte: “ Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantido-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes(. ” Não obstante, vale salientar que tendo todos direito à saúde e por ser a pessoa idosa mais frágil e ter menos imunidade que uma pessoa jovem, sua preferência é assegurada.

º a idade em que o indivíduo pode ser considerado idoso: “ é instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos. ” O Estatuto define ainda que: “O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, de valores, ideias e crenças, dos espaços e dos objetos pessoais E que é dever de todos zelar pela dignidade do idoso, colocando-o a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor” (Capítulo II, art. §§ 2 e 3) No Art. º, nota-se a repulsa do legislador por qualquer forma de violência contra a pessoa idosa. Lê-se: “ nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência, discriminação, violência, crueldade ou opressão, e todo atentado aos seus direitos, por ação ou omissão, será punido na forma da lei.

Foram criadas leis que beneficiam o idoso no tocante à alimentação, saúde, cultura, lazer, educação, esporte, trabalho, previdência e assistência social, habitação, fiscalização de instituições de atendimento à pessoa idosa, acesso à justiça, dos crimes praticados contra idosos etc. Segundo a Organização Mundial de Saúde – OMS (. “ violência é o uso intencional da força ou poder em uma forma de ameaça ou efetivamente, contra si mesmo, outra pessoa, grupo ou comunidade, que ocasiona ou tem grandes probabilidades de ocasionar lesão, morte, dano psíquico, alterações do desenvolvimento ou privações” (2002). Ainda que seja possível notar o aumento no número de denúncias, após a implementação do Estatuto do Idoso, não vemos mobilização social expressiva contra essas ocorrências.

Por acontecerem, em geral, dentro do núcleo familiar e por um membro próximo à vítima, o silêncio e a vergonha encobrem os rastros dos agressores. – A pessoa idosa aparenta passividade, retraimento, resignação ou tristeza, desesperança e ansiedade; 18 – O idoso apresenta comportamento distinto ou inadequado quando está diante de certas pessoas; 19- A pessoa idosa apresenta dificuldade para marcha e dor abdominal sem causa aparente ( no suposto caso de violência sexual); 20 – O idoso encontra-se apresenta vestuário íntimo rasgado ou sujo de sangue ou vestimenta inapropriada e indecorosa. – O PAPEL DO ENFERMEIRO   Cabe ao enfermeiro que lida com idosos e nota que ele é vítima de maus tratos acolhê-lo da melhor forma possível. O profissional deve realizar um atendimento humanizado. O mesmo procedimento deve ser feito por toda a equipe de enfermagem.

O profissional deve abrir-se a uma conversa tranquila e ser discreto, fornecendo privacidade e sigilo ante as informações fornecidas pelo paciente. Realizar exame físico, registrar, notificar e encaminhar para acompanhamento social e psicológico.  • Violência psicológica: realizar anamnese, questionando com quem reside, se depende de cuidados, se tem vínculos fortes com seus familiares etc. Em seguida, fazer exame físico e orientar o paciente e sua família. Encaminhar o idoso para acompanhamento psicossocial. Feito isso, passar ao registro e a notificação. É preciso saber se o idoso veste-se, banha-se e alimenta-se sozinho ou com auxílio de terceiros, se seu sono altera o sono do resto da família ou mesmo se ele se levanta muitas vezes à noite. No que tange à higiene, pode-se observar se ele está asseado ou se emite um forte odor, se suas roupas estão limpas ou encardidas e muito velhas e se a casa está aparelhada para evitar possíveis quedas.

Pode-se averiguar ainda se o idoso apresenta lesões resultantes de queimaduras, lacerações e/ou úlceras de decúbito. O enfermeiro deve detectar a presença de alopecia por conta de cabelos arrancados, hematomas no crânio e arranhaduras. Os punhos também devem ser observados para ver se há marca de contensão física ou marcas de exposição à água quente ou ao fogo. Tarefa mais delicada mas indispensável é avaliar o possível agressor. O profissional da saúde pode questionar quanto tempo o cuidador desempenha aquela função e se ele está capacitado para desempenhá-la. Também vale perguntar se ele é o cuidador principal e se há revezamento na tarefa. Ainda vale averiguar se ele renunciou a algum trabalho, estudo ou férias para cuidar daquela pessoa, se tem dificuldade de encontrar tempo para si mesmo ou se está absorvido demais pela responsabilidade de cuidar daquela pessoa a ponto de não ter tempo para relacionar-se socialmente.

O cuidador também pode ser avaliado quanto a alterações físicas e psicológicas: o enfermeiro pode enxergar nele sinais de cansaço, de impotência ou desespero e pode verificar se ele chora ou se parece irritadiço.  É fundamental que o profissional esteja alerta para violência por parte de colegas enfermeiros contra o idoso, quando estes deixam de prestar cuidados e esclarecimentos necessários, quando não orientam seus pacientes no que tange a medicamentos ou ainda quando ignoram suas queixas de dor. É de suma importância que a equipe de enfermagem esteja habilitada e atenta para atender a esses pacientes tendo em mente seu bem-estar físico, social e psicológico. Geralmente estes profissionais são as únicas pessoas que mantêm contato com as pessoas idosas e são autorizados a entrar nas residências dessas pessoas.

A responsabilidade dos profissionais da saúde aumenta muito na prevenção das situações de violência. Para isso, uma avaliação global deve ser feita onde os fatores de risco serão considerados e estratégias eficazes e respeitosas de intervenção serão tomadas. Quanto mais pessoas vivem, maiores são os riscos de adquirirem doenças crônicas e degenerativas. Para que o profissional de enfermagem atue em consonância com sua formação, ele deve conformar-se com seu próprio envelhecimento, entender como funciona o metabolismo do idoso, estar disposto para prestar a assistência necessária bem como ter satisfação de participar do progresso lento e pequenas aquisições, caso o idoso as apresente. Ele também deve ter senso de humor e comunicar-se com excelência.

Além disso, o paciente de idade avançada geralmente traz consigo uma ou mais doenças debilitantes. Isso requer dignidade, amor, paciência e respeito por parte do profissional de saúde. Ele também deve ter controle do seu cartão de banco e não deve fornecer sua senha para estranhos ou terceiros. O enfermeiro deve colocar-se como um ajudante de confiança para quando ele necessitar e como alguém a quem recorrer quando ele se sentir violentado. O abuso na velhice é uma construção multidimensional que pode ser usada em todo o tipo de conduta abusiva em relação a anciãos, ou referir-se a uma ação específica. Os tipos mais comuns são os o abuso físico, psicológico, financeiro e a negligência.

Está pode ser ativa ou passiva, intencional ou não, sendo definida como a recusa ou a falha no cumprimento de qualquer parte das obrigações ou responsabilidade por parte da pessoa que cuida dos idosos (GUIMARÃES E CUNHA, 2004) Compete ao enfermeiro assegurá-los de que não serão abandonados, situá-los na realidade enquanto transmite sentimentos de compaixão e cumplicidade, informar ao seu supervisor qualquer mudança de comportamento tais como oscilações de humor e respostas emocionais, responder as atitudes negativas com disposição. O enfermeiro deve adotar um papel ativo no momento de travar uma conversa e atividades devem ser planejadas para quando o nível de energia do idoso estiver mais elevado. O idoso encontra-se fragilizado, logo, não se deve colaborar com suas obsessões.

No que tange aos distúrbios do sono, o enfermeiro deve submeter o paciente a banho aquecido e massagem a fim de relaxá-lo, ajudá-lo a evacuar pois fezes retidas podem deixá-lo ainda mais tenso; melhorar sua nutrição e anotar informações sobre suas horas de sono. O ambiente em que ele se encontra deve ser avaliado, suas rotinas antes de dormir devem ser respeitadas. A alimentação noturna e a ingestão de cafeína devem ser controladas. Além disso, ele pode não desejar envolver-se com questões legais, sente-se impotente perante casos de abuso ou teme que o abusador se volte com mais raiva à vítima. O enfermeiro ainda pode incorrer no erro de culpar a pessoa idosa pelo que está vivenciando e acreditar que, se fosse do desejo da vítima, ela poderia se ver livre dessa situação sozinha.

E, como se não bastasse, pode simplesmente ignorar o que está acontecendo e não comunicar ao seu superior ou as autoridades competentes. – PERFIS DA VÍTIMA E DO AGRESSOR Segundo leitura de pesquisas e avaliação de dados estatísticos, as mulheres são as maiores vítimas da violência contra o idoso. Pesquisas apontam que, em idade avançada, elas estão muito mais submetidas à pobreza, à solidão e à viuvez e apresentam muito mais problemas de saúde e têm menos chances de contar com o auxílio de um companheiro. A dependência da família é um dos principais fatores de risco para o idoso, uma vez que “pessoas mais velhas que se tornam cada vez mais dependentes de seus filhos adultos são mais vulneráveis às condutas abusivas tardiamente” (GONDIM; COSTA, 2006, p.

As pessoas idosas, quando ouvidas, queixam-se de receberem certo desprezo e que os serviços prestados pelas instituições são impessoais e atendem mal aos mais pobres, o que lhes causa imenso sofrimento. Mesmo que a Estratégia da Saúde da Família receba reconhecimento, há muita fragilidade entre normas e a prática social em relação aos idosos. O serviço de saúde pública configura-se na principal fonte de reclamações da terceira idade, que também é a que mais sofre pelos custos onerosos com planos de saúde. As pessoas idosas costumam reclamar de agressões verbais, abandono, abusos financeiros, desatenção e falta de escuta e frieza por parte das instituições de longa permanência. mulheres (37,8%). Dessa quantidade, 50,9% o foram por quedas, 19,2% por acidentes de trânsito, 6,5% por agressões e 0,3% por lesões autoinfligidas.

A taxa de mortalidade, em 2011, devido a causas externas em homens foi de 166 por 100. Em mulheres, 81/ 100. menos da metade do grupo masculino. As que mais morrem por esse agravo são as mulheres. Em pacientes de mais de 80 anos, o percentual de mortes devido a quedas chega a 50,6% do total das causas violentas. De acordo com estudos revisados por Minayo et al. fatores de risco para queda, que são múltiplos e combinados são: idade avançada, demência, déficits visuais, osteoporose, perda de equilíbrio, hipertensão arterial, tonturas recorrentes associadas a problemas auditivos, fraqueza nos membros inferiores, incontinência urinária, uso de vários medicamentos ao mesmo tempo, diagnóstico de comorbidades e comprometimento anterior da marcha e da mobilidade. No caso de medicamentos, a maior associação dos mesmos a quedas foi encontrada em alguns indivíduos que tratavam problemas cardíacos, em psicoativos, que alteram as funções cerebrais, o comportamento e a consciência do idoso, e em benzodiazepínicos – tranquilizantes que diminuem a ansiedade e induzem ao sono.

Devido à vulnerabilidade dessa população, acidentes desse tipo exigem muito tempo de recuperação, o que diminui a possibilidade de sobrevivência da vítima. No que tange ao trânsito, não é novidade que os idosos gostam de sentir-se seguros e caminhar por locais acessíveis. Além disso, eles gostam muito de andar a pé, utilizar o transporte público quando lhes for conveniente e aproveitar a vida fora de casa. Embora apreciem caminhar, sentem-se tolhidos pelo medo de cair ou de se acidentar em calçadas esburacadas ou ainda serem atropelados. A população idosa queixa-se da hostilidade do trânsito e da população para com ela, reclama da longa espera pelos ônibus e do fato dos motoristas não pararem nos pontos. Aos 75, segundo o Ministério da Saúde, a proporção é de oito para doze suicídios masculinos por um feminino.

Já no período entre os anos de 1996 e 2007, segundo dados extraídos do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, 91. mortes autoprovocadas foram registradas por pesquisadores, sendo 14,2% entre idosos. O Ministério da Saúde e a Associação Brasileira de Psiquiatria colocam o Brasil no ranking entre os dez primeiros do mundo em números absolutos. No entanto, a taxa brasileira de mortes por suicídio, que mede o número de óbitos a cada 100 mil cidadãos, é considera baixa quando equiparada a outros países. Ele vai perdendo voz, perde espaço, fica limitado a um quarto da casa. Seus filhos ou cuidadores, quando o levam ao médico, falam por ele e o tratam como criança. Segundo pesquisa de um volume de 51 casos de suicídio cometidos por sexagenários, o fator apontado como mais frequente por trás do ato foi o isolamento da sociedade.

Familiares das vítimas pesquisadas revelaram este como principal motivo de 32,1% dos homens e 31,7% das mulheres. O estudo também constatou que, em indivíduos do sexo masculino, doenças que os deixaram inválidos, a incapacidade funcional e a interrupção do trabalho vieram em segundo lugar, precedidas por pensamentos suicidas constantes, violência física e verbal, morte e doença de entes queridos e problemas financeiros. O especialista acredita que é perfeitamente possível investir em estratégias preventivas ao avaliar os métodos mais empregados pela população idosa. Ele afirma que “ a caracterização das tentativas deveria ser uma das primeiras ações a serem realizadas pelos serviços de saúde, sobretudo por aqueles com maior proximidade com essa clientela, como as unidades básicas de saúde.

” ( SELEGHIM,2012) Segundo Seleghim (2012), 45,5% dos indivíduos que tentaram suicídio fizeram uso de medicamentos controlados. Ele critica os profissionais que receitam estes fármacos: “Uma situação que tem colaborado negativamente com essa questão é a prescrição inadvertida dos psicotrópicos por médicos clínicos gerais ou de família. Muitos dos medicamentos pertencentes a essa classe farmacológica são receitados por esses profissionais aos idosos sem uma avaliação neuropsiquiátrica mais específica ou abrangente, na maioria das vezes, sem considerar estratégias não farmacológicas de tratamento. José Elias Pinheiro, presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia – SBGG – afirma, em entrevista concedida à Agência Brasil: “A depressão no idoso é o maior fator de risco daqueles que tentam contra vida e o diagnóstico não é fácil, não existe um exame sorológico que diga que o paciente tem depressão.

Muitos sinais como ausência do convívio social, o recolhimento, podem ser vistos como algo que faz parte do processo natural de envelhecimento, porém, se esse comportamento for diferente da rotina anterior da pessoa, pode ser um sinal de alerta para procurar ajuda profissional. Nesse processo progressivo de perda da independência, o indivíduo mantém o grau de lucidez, e vê a independência comprometida, precisa deixar de fazer atividades diárias, como fazer asseio, ir ao banco. Ele começa uma recusa a se alimentar, a usar medicamentos, deixa de ter atitudes que o põem em risco, como provocar quedas. O indivíduo vai negando as funções básicas, como ingerir alimento e água” ( PINHEIRO, 2016) Caso haja tempo do enfermeiro interferir em tentativa de suicídio, ele deve proceder de acordo com o Manual de Prevenção ao Suicídio para Profissionais de Saúde (2006), disponível no site do Centro de Valorização da Vida – CVV: o paciente que encontra-se com transtorno mental deve ser encaminhado a um psiquiatra ou psicólogo.

O enfermeiro deve adotar condutas que beneficiem a conservação da capacidade funcional do paciente. Sob o prisma integrativo, o enfermeiro deve compreender a saúde não somente como um distúrbio biológico, mas de forma mais geral, entendendo suas dimensões psíquicas, espirituais, culturais, políticas etc. tanto singularmente quanto coletivamente, estimulando práticas sociais que colaborem para um envelhecimento saudável. Sob um viés contextual, o enfermeiro deve ser capaz de trabalhar nos vários cenários onde há a atenção do idoso, respeitando seus hábitos e idiossincrasias; ele deve propor ações que aprimorem sua concentração, tais como campanhas ou programas. Ele também deve comunicar-se de forma empática e afetuosa com a pessoa idosa, confortando-lhe em suas necessidades e ajudando-lhe a superar limitações.

Seguimos protocolos sociais ao longo de toda a nossa vida. O roteiro da terceira idade está reservado para o repouso, uma vez que o indivíduo está formado e produziu tudo o que podia produzir. Este modus vivendi social ignora completamente a singularidade de cada pessoa. O velho aposentado, que em nada mais contribui, é considerado improdutivo. A França do século XIX atribuía o título de “velho” ao cidadão que detinha menos posses e poder econômico, ao passo que o termo “ idoso” referia-se àqueles que eram prestigiados e detentores de posses. Ela optou por dedicar-se a certas atividades que ainda não havia realizado para aproveitar o melhor da vida. Fez curso de computação, auxilia o marido – que é representante comercial – atendendo seus clientes e trabalhando na parte administrativa da empresa.

Ela ainda participa de atividades na igreja, vai ao cinema com o marido, faz caminhadas e encontra amigas. Marília Machado, de 65 anos, e Rita Regina Brunatto, de 59, fazem parte do grupo de amigas de Maria. Elas têm rotinas diferentes, mas fazem parte do mesmo grupo de dança. Ganhou o aparelho de presente dos filhos e ficou encantada. Idosas não podem se queixar de ficarem paradas por muito tempo. Há programas sociais e físicos em instituições públicas, privadas e filantrópicas. Tomar parte em grupos da igreja, corais, em projetos de voluntariado, viagens e bailes são atividades que muito agregam idosas. Integrante do Clube Nissei da Melhor Idade, Maria da Cruz Ramos, de 75 anos, atesta que a interação social é de extrema importância nessa fase da vida.

Atualmente ele é professor de Linguística no Liceu Literário Português e atuou por 41 anos como docente na Universidade Federal Fluminense – UFF. Leda Mafra, de 88 anos, faz pilates e corre 1. metros na esteira três vezes por semana. Ela experimenta alegria de viver, sente-se útil e relaciona-se muito bem com suas colegas. Um casal de octogenários faz Pilates há três anos e uma de suas colegas, Regina Ferreira, de 93, traz uma prótese no fêmur, implantada após fratura em uma aula de dança, mas não se deixa abalar com isso. Outras potencialidades não eram exploradas. Agora os idosos podem materializar estes projetos e despertar para um novo amanhecer: o da melhor idade.  CONCLUSÃO Esta pesquisa revelou a gravidade da questão da violência covarde praticada contra os idosos no Brasil.

Verificamos que os tipos de violência praticados são os mais variados e nos impressionamos ao detectar que a violência física não é a mais frequente. Conseguimos esboçar os perfis da vítima e do agressor através da comparação de estudos já publicados. Porto Alegre, 2003. CARVALHO, Eurico Thomaz de Filho; Matheus Papaléo Netto. Geriatria fundamentos, clínicas e terapêutica. ªed. São Paulo: Atheneu, 2006. F. Costa, L. M. Violência contra o idoso. Em D. Sinais e sintomas em geriatria. ªed. São Paulo: Atheneu, 2004. MINAYO, MCS, organizadoras. Brasil. ZIMERMAN, G. I.  Velhice: aspectos biopsicossociais. Porto Alegre: Artmed,2000. BARRETO, Luciana. mpf. gov. br/pfdc/15dejunho/caderno_violencia_idoso_atualizado_19jun. pdf> Acesso em: 05 out. DUQUE, Andrezza Marques et al. Blog do advogado Marcelo de Oliveira.

Disponível em: <https://linhasjuridicas. wordpress. com/artigos/maus-tratos-contra-idosos-a-luz-da-lei-10-74103-estatuto-do-idoso/> Acesso em: 29 set. LEITE, Marinês Tambara e HILDEBRANDT, Leila Mariza. Portal do Envelhecimento, 2014. Disponível em: <http://www. portaldoenvelhecimento. com/violencia/item/2630-viol%C3%AAncia-e-maus-tratos-contra-a-pessoa-idosa> Acesso em: 02 out. MICHELETTI, Ana Lídia N. de Oliveira et al. Características dos idosos vítimas de violência doméstica no Distrito Federal. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, 2012. Disponível em: <http://www. scielo. scielo. br/pdf/sssoc/n126/0101-6628-sssoc-126-0262. pdf> Acesso em: 02 out. PORTO, Ivalina e KOLLER, Silvia. Violência contra idosos institucionalizados. Disponível em: <http://www. redalyc. org/html/4836/483648963010/> Acesso em: 6 out. SOUSA, Danubia J. de et al.

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