A ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL JUNTO AS FAMÍLIAS DOS PACIENTES VÍTIMAS DO TRAUMA RAQUIMEDULAR

Tipo de documento:Redação

Área de estudo:Outro

Documento 1

A lesão medular é uma deficiência física de grande impacto pessoal e social, visto que, geralmente deixa o indivíduo sem movimento. As sequelas decorrentes desse trauma, assim como as dificuldades sociais, fazem os níveis de qualidade de vida destes indivíduos serem inferiores aos da população em geral. O impacto causado na vida da pessoa que adquire uma lesão medular em qualquer fase é incomensurável, acarretando uma ruptura drástica entre a vida que tinha antes, e a nova, à qual terá que se (re)adaptar. Nesse contexto, a família necessitará de atendimento e orientação, tanto quanto a pessoa que será reabilitada, visando a ser mais do que um elemento de apoio e ajuda nesse processo, mas também constituir um núcleo de afetividade e inclusão.

Com o objetivo de identificar qual a contribuição e atuação do Serviço Social junto as famílias de pacientes de trauma raquimedular, conclui-se que considerando a complexidade do cuidar especializado para o paciente TRM, a família precisam receber informações e ensinamentos específicos para a continuidade ao cuidado ao paciente e o profissional de Serviço Social faz parte desse contexto, buscando acompanhar e orientar da melhor maneira possível. In this context, the family will need care and guidance, as well as the person who will be rehabilitated, aiming to be more than an element of support and help in this process, but also constitute a core of affection and inclusion. In order to identify the contribution and performance of the Social Service to the families of patients with spinal cord trauma, it is concluded that considering the complexity of specialized care for the MRS, the family needs to receive information and specific teachings for the continuity of care The patient and the Social Work professional is part of this context, seeking to follow and guide in the best possible way.

 Keywords: Raquimedular. Impact. Families. O Serviço Social na saúde. O trabalho do assistente social junto as famílias dos pacientes vítimas do Trauma Raquimedular. Direitos e benefícios dos pacientes de Trauma Raquimedular. CONSIDERAÇÕES FINAIS. REFERÊNCIAS. Esse problema de pesquisa, esta atrelado ao objetivo geral: identificar qual a contribuição e atuação do serviço social junto às famílias de pacientes de trauma raquimedular e como objetivos específicos: conhecer as práticas dos profissionais da equipe multidisciplinar; entender como a família lida com a nova realidade do paciente de TRM e suas seqüelas. Para tanto, o trabalho está organizado da seguinte maneira, no primeiro capítulo é apresentado o trauma raquimedular e suas implicações, conceituando o Trauma Raquimedular, as complicações Pós-Trauma e as implicações sociais para o paciente com lesão medular No segundo capítulo é abordado a considerações sobre a equipe multidisciplinar e a reabilitação, considerações da reabilitação precoce e o trabalho em equipe e reabilitação.

No terceiro capítulo é pontuado a família e o paciente com seqüelas do trauma, o serviço Social na saúde, o trabalho do assistente social junto as famílias dos pacientes vítimas do Trauma Raquimedular e direitos e benefícios dos pacientes de Trauma Raquimedular. Capítulo I. O TRAUMA RAQUIMEDULAR E SUAS IMPLICAÇÕES O Traumatismo Raquimedular (TRM) é uma das lesões traumáticas mais comuns, que acontece no decorrer da vida e que mais causa sequelas ou óbitos. Acidentes automobilísticos, queda de altura, acidente por mergulho em água rasa e ferimentos por arma de fogo têm sido as principais causas de traumatismo raquimedular. É incapacitante para grande parte ou o restante da vida. Ademais, entende-se também, como qualquer causa externa na coluna vertebral, incluindo ou não a medula ou as raízes nervosas, em qualquer dos seus segmentos (cervical, dorsal, e lombos sacros).

De acordo com o Ministério da Saúde, no Brasil a incidência de TRM é cerca de 6 a 8 mil casos novos por ano, sendo que destes 80% das vitimas são homens e 60% se encontram entre os 10 e 30 anos de idade. POGGETTI, 2004) Para o mesmo autor as lesões neurológicas do cone medular e cauda eqüina correspondem a 20 a 24% do pacientes e a região torácica corresponde a 17 a 19% dos casos. Ainda pode ser completa ou incompleta: a completa resulta em perda das funções motora e sensitiva abaixo da lesão. Nessa direção, visando ampliar o conhecimento sobre a questão, a American Spinal Injury Association (ASIA) criou uma escala de comprometimento baseada na completude da lesão e na função motora-sensorial, destinada a classificar as lesões medulares da seguinte maneira: a lesão completa, função motora e sensorial ausentes: lesão incompleta, função sensorial intacta, porém função motora ausente abaixo do nível neurológico da lesão e inclusão do nível: lesão incompleta, função motora intacta distalmente ao nível da lesão e mais da metade dos músculos essenciais distais ao nível da lesão com um grau muscular abaixo de 3; lesão incompleta, função motora intacta distal ao nível da lesão neurológica e mais da metade dos músculos essenciais distais ao nível da lesão neurológica com grau muscular superior ou igual e a normal, funções motoras e sensorial intactas.

BRITO, 2011) O mesmo autor explica que o TRM pode ser dividido em duas categorias: as lesões primárias e as secundárias. As primarias são provenientes de agressão ou trauma inicial, em geral, permanentes. Já as lesões secundárias são consequências de lesão com contusão ou laceração, em que as fibras nervosas incham e desintegram-se, produzindo também hipóxia, lesões hemorrágicas, causando a destruição da mielina e dos axônios. Cinquenta por cento das lesões ocorrem devido aos acidentes automobilísticos e 25% devido às quedas. As armas de fogo são responsáveis por 15% e as lesões nos esportes 10%. Os idosos têm uma maior chance de apresentar uma lesão medular por uma queda da própria altura ou um trauma de menor energia.

POGGETTI, 2004) Segundo Venturini (2007) a família necessitará de atendimento e orientação, tanto quanto a pessoa que será reabilitada, visando a ser mais do que um elemento de apoio e ajuda nesse processo, mas também constituir um núcleo de afetividade e inclusão, pois os membros da família não entendem as atitudes autodestrutivas da pessoa com lesão medular, que sofre e, ao mesmo tempo, se nega ao tratamento e aos cuidados. Para minimizar as implicações, a fisioterapia é considerada como um componente importante, na gestão de sujeitos nessa condição.   A autodeterminação é indispensável para as pessoas com TRM, uma vez que estes necessitam de um esforço contínuo na busca da independência. Essa possibilidade de transformação permanente apresenta à pessoa um mundo novo, porém de realidade difícil de ser enfrentada, visto que necessita constantemente de esforço e manutenção emocional (BRITO, 2011).

Sobre o tratamento Brito (2011) esclarece que tratamento pode ser clínico conservador ou cirúrgico. A decisão entre estas duas opções deve levar em consideração os riscos e benefícios de cada escolha. O tratamento conservador com o uso de coletes de imobilização, repouso, fisioterapia e farmacoterapia é o mais utilizado e representa entre 63,6%e 80,4% dos casos relatados na literatura médica. A pessoa com lesão medular pode apresentar sentimentos de agressividade, insegurança, ansiedade, impulsividade, isolamento social, desespero, sentimento de inferioridade, ambivalência, raiva, medo e desesperança. VENTURINI, 2007) Para Poggetti (2004) é neste momento é que a família, a sociedade e os profissionais de saúde devem estar preparados para proporcionar-lhes todo apoio que auxilie no enfrentamento desta nova condição e no desejo de seguir a vida em frente, mesmo com as novas limitações e perspectivas.

A família é condição essencial para a (re)adaptação da pessoa na reconstrução da vida. Embora somente ela possua a deficiência, todos familiares são afetados pela deficiência e ela se enxerga, se reflete e se apoia nos familiares. Trata-se definitivamente de uma patologia de alto custo social, hospitalar e familiar. Entre as complicações, destacam-se as ligadas à termorregulação, perdas sensoriais, motoras, sexuais, descontrole dos esfíncteres da bexiga, intestino e complicações potenciais na função motora, circulatória e dor. As fraturas da coluna vertebral são causa importante de morbidade e mortalidade na população mundial, com aumento progressivo nos últimos anos em decorrência da crescente violência urbana, não somente pela sua frequência, mas também pela repercussão funcional e custos individuais e sociais associados às deficiências instaladas.

Brunozi (2011) destaca que Traumatismo raquimedular (TRM) é uma das mais graves síndromes incapacitantes, estando às disfunções vesicais decorrentes deste trauma entre as mais significantes causas de mortalidade destes pacientes, apesar dos avanços intervencionistas desta área. O TRM é considerado uma das doenças mais devastadoras da atualidade que atinge, principalmente, a população jovem economicamente ativa, apresentando grande impacto social. A lesão medular por ser considerado, um quadro cliníco bastante grave, que tem a possibilidade de deixar sequelas para a vida inteira do paciente e grande consequências física, psíquica e social que abrange não só o paciente, mas toda a família e sociedade desenvolvem inúmeras complicações, o que se faz necessário uma equipe especializada para o seu tratamento e acompanhamento.

Sendo assim nem todo individuo com lesão medular, desenvolve algum tipo de limitação física, isto vai depender se essa lesão comprometeu a medula ou não. BRUNOZI, 2011, p. No geral, para se diagnosticar uma fratura raquimedular é preciso basicamente o exame clinico, através do histórico de queixa do paciente e em alguns casos exames de imagem como: R X, Tomografia e Ressonância magnética (para ser mais preciso). Além disso, analisam-se as alterações neurológicas, sensitivas e motoras em membros superiores e inferiores. Vale lembrar que a lesão medular pode ser completa ou incompleta e devido a isto, o paciente pode apresentar movimentação de membros inferiores, e mesmo assim se tratar de trauma. A lesão pode impedir a pessoa de se engajar em muitas atividades antes tidas como comuns e pode tornar o trabalho ou a conclusão de algumas atividades mais difíceis.

Problemas para dormir, alterações no apetite e na mobilidade, perda de peso, disfunção sexual e auto-imagem negativa podem ser decorrentes da lesão. Uma variável que merece destaque é a idade em que ocorre a lesão, inclusive para dimensionar o processo de enfrentamento, mostrando que, adultos que sofreram lesão medular na infância apresentam menos problemas de adaptação do que pessoas que adquiriram a lesão durante a fase adulta, pois é possível que seja mais fácil para a pessoa que sofreu lesão na infância adaptar-se melhor do que o adulto (MANTOVANI, 2005) Geralmente, observa-se que a maioria das vítimas apresenta lesão do tipo completa com perda parcial de sensibilidade e total da força muscular abaixo do nível da lesão, sendo a região cervical mais acometida.

Assim, dentre as complicações decorrentes do TRM foram bexiga e intestino neurogênicos, úlcera por pressão, espasticidade, dor neurogênica e trombose. O indivíduo acometido pelo trauma raquimedular (TRM) passa por avaliações das funções neurológicas, motoras e sensitivas para ter conhecimento dos movimentos nos membros superiores e inferiores e, mesmo tendo esses movimentos preservados o trauma não deve ser descartado, podendo ser essa lesão completa ou incompleta. Se este coágulo chegar até os pulmões, pode ocorrer uma embolia pulmonar. Ulcera por pressão/ escaras: são lesões provocadas por manter uma posição prolongada do corpo, dificultando a irrigação da pele. A sexualidade: a lesão medular pode trazer alterações na função sexual tanto para o homem quanto para a mulher e vai depender do grau da lesão medular.

O homem pode ter modificação em ter ou manter a ereção e apresentar sentimento de impotência com redução ou produção de espermatozóide. Já a mulher pode ter a sua sensibilidade reduzida, mas não perde a capacidade de gerar filhos. Esse processo deve ser desenvolvido e integrado pelo atendimento simultâneo e integrado de diversos profissionais de saúde. A intenção, no pós-trauma é proporcionar aos atingidos autonomia para realização de diversas atividades e, conscientemente, para dar continuidade em suas realizações funcionais que lhes restaram em vez de deprimido pelo que foi perdido e que podem ser recuperados ou melhorados com o tratamento correto. Porém, certamente isso vai partir do cuidado no momento de socorrê-lo, como no tempo dispensado para a realização da cirurgia, o tratamento fisioterapêutico no pré e pós-cirúrgico, apoio psicossocial, nutricional e varias outras intervenções profissionais até a sua reintegração social.

É importante salientar que no período inicial pós-trauma, o paciente, ainda se encontra em choque, por tudo que esta vivenciando, ele se encontra inseguro, cheios de dúvidas, com medo por não estar conseguindo movimentar-se voluntariamente. Por certo, após o trauma há uma ansiedade de voltar para casa é grande, parece que tudo vai ser como antes quando isto acontecer. Seus efeitos estendem-se sobre praticamente a todas as funções vitais do indivíduo. A presença de uma lesão medular afeta drasticamente a vida do indivíduo e em todos os âmbitos. A pessoa que tinha uma vida ativa trabalhava, passeava, se descolava com facilidade, após uma lesão modular, tem muito dos seus sonhos ceifados. Em âmbito financeiro, seu trabalho, após o neurológico, é o nível social mais atingido.

Se garantir uma renda para manter sua família o indivíduo se deslocava com facilidade, agora, precisará da ajuda de alguém ou de cadeiras de rodas motorizadas para fazer um simples trajeto.   Pacientes com lesão parcial tem melhor prognóstico de melhora que pacientes com lesão total e quanto maior a força motora inicial após o trauma melhor a chance de recuperação. Crianças com lesão parcial têm taxa de melhora de 74% e taxa de resolução  de 59%. Algumas lesões completas demonstram melhora. Pacientes com lesões completas podem ganhar até um ou dois níveis de força (32% um nível, 18% dois níveis).  A exemplo dessa realidade, é que o individuo não poderá exercer sua função laboral, sendo considerado inativo a partir desse momento, o que ocasionará diminuição do seu salário, assim como sua qualidade de vida e de sua família, devido as limitações do paciente.

Não há duvidas, que o isolamento social é uma das alternativas como mente adotada pelo paciente com lesão medular, sendo que esta se apresenta por vários motivos, se isola das pessoas no cotidiano, evitando qualquer contato social, pois sentem vergonha por não conseguirem realizar o autocuidado, devida o seu estado físico atual. Um deles é a incontinência urinaria que tem grande impacto na autonomia funcional do paciente e a ulcera por pressão que interfere na vida social e econômica do mesmo prolongando sua reabilitação. Nessa direção, Mantovani (2005) pontua que em alguns casos a perda dos movimentos, leva o paciente a impossibilidade de seu autocuidado, sendo necessária a intervenção de outra pessoa na realização dos cuidados básicos como: mudança de decúbito, banho, pentear os cabelos, escovar os dentes, etc.

O paciente sente vergonha por não possuir essa autonomia na realização das atividades diárias da vida, isso vai afetar o seu psicológico. No entanto, os programas de reabilitação podem auxiliar na conquista de importante marcos de independência. Para Brunozi (2011) a qualidade de vida destas pessoas depende muito se o ambiente em que está inserido é facilitador, ou seja, se existem recursos e serviços adequados disponíveis, relações de apoio e inclusão da comunidade; ou se age como um obstáculo quando as pessoas têm que enfrentar atitudes discriminatórias ou outras barreiras, incluindo falhas no fornecimento de serviços e recursos de apoio. Visto que, nem sempre essa família conta com reservas financeiras para custear suas novas necessidades. Por outro lado o Sistema Único de Saúde (SUS) não oferece todo suporte que o paciente e família requer, pelo menos em tempo hábil.

As consequências em longo prazo, para os indivíduos que sofreram lesão medular, não são simplesmente determinadas pelo nível e extensão da preservação neurológica, mas, também, por diversos fatores como o apoio familiar, adaptação e coping, produtividade, autoestima, estabilidade financeira, educação e meio ambiente físico e emocional (SANTOS, 2010). Aos pouco o paciente vai tomando consciência de que é necessário estimular a sua reintegração social e, passa a desejar a autonomia, nas atividades da vida prática e diária para sua ressocialização, melhorando sua qualidade de vida. Segundo Fernandes (2014) a incorporação deste novo modelo no atendimento em saúde capacita o profissional a ter uma perceção mais abrangente, dinâmica, complementar, integrada e humanizada, tornando-o numa realidade insofismável e necessária em todos os espaços onde se praticam ações que visam melhorar a qualidade de saúde e de vida das populações.

A evolução da sociedade moderna veio propiciar maior exposição do homem às lesões traumáticas, principalmente nos centros urbanos e estradas que ligam estes centros. Tal fato explica a maior ocorrência de traumatismos bem como a maior gravidade e multiplicidade das lesões traumáticas. Cerca de 40% dos pacientes com traumatismo raquimedular não apresentam comprometimento neurológico imediatamente após o acidente. Daí a importância do diagnóstico precoce e da correta manipulação do paciente politraumatizado para que um paciente com lesão osteoarticular da coluna vertebral, sem lesão neurológica, não sofra esta grave lesão em função de manuseio incorreto. A interdisciplinaridade, neste contexto pressupõe aos profissionais de saúde a possibilidade da prática de um profissional se reconstruir na prática do outro, transformando ambas na intervenção do contexto em que estão inseridas.

Assim, para lidar com a dinâmica da vida social das famílias destes usuários e da própria comunidade, além de procedimentos tecnológicos específicos da área da saúde, a valorização dos diversos saberes e práticas da equipe contribui para uma abordagem mais integral e resolutiva. Atualmente, para o Ministério da Saúde, o trabalho em equipe, multidisciplinar é preconizado para a realização da mudança da saúde, a interação interdisciplinar é muito grande, onde trabalhadores de diferentes formações e conhecimentos se interagem para que realize o cuidado do paciente, com intervenção técnica e científica. De acordo com Fernandes (2014) no exercício do trabalho, os profissionais dessas equipas têm como ponto crucial de intervenção - o ser humano, cujo processo de vida envolve diversas dimensões complementares (biológica, psicológica, social, cultural, ética e política).

A abordagem integral dos doentes/família é, desta forma, facilitada pelos olhares dos distintos profissionais que compõem as equipas multiprofissionais que atuam na dinâmica do trabalho em saúde. MURTA, 2007) A TRM é uma síndrome incapacitante que traz grande desafio à reabilitação por resultar em alterações motoras, sensitivas e orgânicas em pacientes muito jovens. Um trauma dessa gravidade tem grande comprometimento na qualidade de ne vida, em todos os domínios, principalmente, no relativo aos aspectos sociais. O trauma raquimedular se identifica como uma doença de grande impacto para a população, por desencadear uma serie de limitação física, perca da autonomia e uma significativa diminuição da autoestima. Assim, são raros os indivíduos que sofrem um trauma em que ocorre apenas lesão da coluna vertebral, sem comprometimento medular.

Quando a lesão medular acontece, o paciente passa por varias alterações neurológicas, levando a uma baixa qualidade de vida, que vão interferir nos aspectos sociais, físicos, econômicos e culturais ao longo de sua vida e de sua família. A lesão medular acarreta mudanças profundas no funcionamento do organismo. As pessoas atravessam um período de profundo aprendizado, no qual têm que lidar intensamente com suas limitações. Essas mudanças demandam adaptações físicas, emocionais e sociais, que determinam o surgimento de novos padrões de vida. Considerando que a grande maioria das pessoas com lesão medular está na juventude ou idade adulta jovem, é vital que a sociedade esteja preparada para ampará-las, permitindo que elas retornem à vida de uma maneira saudável e que, de acordo com sua vontade, sejam estimulados a se sentirem produtivas.

A vida dos participantes anterior à lesão era como a da maioria das pessoas: desempenhavam atividades de estudo, trabalho e lazer, vivendo com amigos e familiares e usufruindo das possibilidades que a vida coloca a alguém com o domínio completo de motricidade e sensibilidade. DE CARLO, 2007) Desta forma, vale ressaltar a relevância da informação sobre a importância da reabilitação e os benefícios que esta vai proporcionar para a independência e autonomia do paciente. A qualidade de vida após da lesão medular está fortemente associada à qualidade e quantidade de abordagem fisioterapêutica, no processo de reabilitação, que deve ser instituída desde a fase aguda inclusive na terapia intensiva. Esta deve ser baseada não somente em técnicas respiratórias para manutenção da vida, mas também em abordagens mais holísticas que previnam complicações que podem ter efeito devastador sobre a autonomia destes indivíduos, impedindo-os frequentemente de retornar ao convívio em sociedade.

As causas que podem prolongar o tempo do paciente no hospital aguardando a cirurgia são varias, e isso, pode retardar o processo da terapia ocupacional, o que não impede de dar inicio ao processo de reabilitação fisioterapêutica que pode começar logo que confirmado o diagnostico da lesão medular. Dessa forma percebe-se a importância da reabilitação precoce no aspecto social para os pacientes que sofreram uma lesão medular e tiveram diminuição ou limitações físicas com redução da qualidade de vida. O assistente social se vê imbuído de fornecer as informações necessárias para garantir a autonomia física e social do paciente, promovendo a sua interação social, lhe orientando e sensibilizando para a importância da reabilitação terapêutica.

O assistente social, ao participar da equipe na saúde, dispõe de ângulos particulares de observação na interpretação das condições de saúde do usuário e uma competência, também distinta para o encaminhamento das ações, que o diferencia do médico, do enfermeiro, do nutricionista e dos demais trabalhadores que atuam na saúde. O Código de Ética do Assistente Social no Artigo 5º fala que são deveres do assistente social nas suas relações com os usuários – democratizar as informações e o acesso aos programas disponíveis no espaço institucional, como um dos mecanismos indispensáveis a participação dos usuários Sendo assim, é papel do assistente social informar a este paciente a relevância da reabilitação precoce, garantindo o acesso a esse serviço de saúde desde o primeiro momento, do atendimento no hospital.

Deve-se direcionar campanhas preventivas tanto para diminuir a ocorrência dos acidentes com veículos automotores, quanto para diminuir a incidência de quedas. Portanto, esse tratamento começa no inicio do atendimento ao paciente com lesão medular confirmada e se estende para sua casa, continuando após a alta hospitalar. Por isso, toda a equipe de atendimento deve estar envolvida desde a fase aguda em ações que permitam, no futuro, a inclusão social e econômica do paciente com sequela de lesão medular. A fisioterapia torna-se relevante para o lesado raquimedular desde a fase de hospitalização, com seguimento após a alta hospitalar, para melhorar as condições físicas, prevenir deformidades e promover a independência funcional dos pacientes. O exercício físico promove efeitos fisiológicos benéficos com o aumento do fluxo sangüíneo, a melhor distribuição do oxigênio na interface célula-capilar e gera mudanças significativas no sistema cardiovascular pelo aprimoramento do sistema de transporte, da extração e da utilização do oxigênio, enquanto que no sistema respiratório melhora a função pulmonar com o aumento do volume corrente, da capacidade pulmonar e da capacidade de difusão.

Investigar sobre a vida das pessoas, com lesão raquimedular e o modo como elas a conduzem após a lesão é imprescindível, pois, a partir deste conhecimento tornar-se-á possível aos profissionais de saúde, em especial, os assistentes sociais entender quais são as suas necessidades, contribuindo para que os cuidados sejam integral e humano, e para a (re) construção de uma vida digna e com qualidade. PEREIRA, 2002) Além de reações psicológicas, como agressividade, insegurança, ansiedade, impulsividade, isolamento social, desespero, sentimento de inferioridade, ambivalência, raiva, medo e desesperança, a sociedade costuma relacionar a deficiência à questão da morte. MURTA, 2007) Contudo, salienta-se a demora de indivíduos acometidos pelo TRM, em iniciar o tratamento terapêutico ocupacional o que leva ao desenvolvimento de contraturas e por conseqüência deformidades, trazendo dificuldades concretas no dia-a-dia dos indivíduos, impedindo-os de adquirir, por exemplo, um grau de independência para o desenvolvimento das atividades de vida diária e prática.

Observa-se que alguns fatores são responsáveis pela demora em iniciar o processo de reabilitação tais como: falta de informação sobre a necessidade da reabilitação ser precoce e quais as implicações do seu adiamento, a falta de esclarecimento pelas equipes dos hospitais que atendem estes indivíduos, imediatamente, após o trauma e que não os encaminham para centros de reabilitação, a distância entre o centro de reabilitação e a cidade natal do paciente e também a demora do paciente em sair de algumas fases psicológicas (negação, raiva, depressão), adiando, portanto, o início do processo de reabilitação. Sendo assim, deve ser garantida a assistência da equipe de reabilitação especializada a todos os indivíduos com lesão medular, em especial durante o primeiro ano após lesão.

Após a intervenção terapêutica ocupacional, os pacientes conseguem apontar os ganhos obtidos com este tipo de tratamento e relacioná-los com o processo de aceitação das seqüelas adquiridas, admitindo suas limitações físicas, porém valorizando suas possibilidades. Assim, faz-se necessário investir no empoderamento de sujeitos sociais, potencializando a reordenação das relações de poder, tornando-as mais democráticas e inclusivas. Partindo desse contexto, é possível e necessário que o assistente social atue como responsável pelas ações de saúde que visam prevenção, promoção e recuperação e reabilitação dos indivíduos portadores de lesão medular, e, para isto, tem o dever ético de buscar informação para apreender os caminhos para ser efetivamente apoiador para a construção da reabilitação.

A equipe profissional na área da saúde é composta pelos profissionais: assistente social, demartologista, oftalmologista, psicólogo, pneumologista, psicólogo, pneumologista, gastroenterologista, ortopedista, endocrinologista e fonoudiologista. A participação do profissional de assistência social nas atividades junto à saúde tem por objetivo o acolhimento, atendimento e orientações aos pacientes. No geral, o assistente social é o profissional que atua junto aos usuários do SUS, efetivando por meio de suas ações o acesso destes à política de saúde. Seu trabalho, tendo como finalidade a garantia do bem-estar físico, mental e social dos usuários, tendo como foco em suas ações os princípios da Lei que regulamenta as ações e serviços da saúde, sendo esta Lei de n. Por ser um acontecimento indesejável e imprevisto, é vivenciado com intenso sofrimento pelos indivíduos e seus familiares.

Entretanto, mesmo em sofrimento, as famílias têm sido descritas como parte integrante e indispensável na prestação de cuidados emergenciais, pois apoiam a vivência e a adaptação de seus membros à enfermidade aguda e grave. Pessoas com lesão medular trazem consigo uma série de aspectos que demandam cuidados e atenção, sendo necessária uma abordagem holística que possibilite a detecção de possíveis problemas tanto de ordem física como de saúde já existentes ou advindos com a lesão medular. A família por sua vez constitui peça fundamental na difícil tarefa de proporcionar uma vida saudável e com menor comprometimento funcional. Para tanto, necessitam de orientação, capacitação adequada, pois a manutenção da saúde desses indivíduos exige um conhecimento sobre as suas alterações.

Desta maneira, a família precisa se reestruturar e encorajar o crescimento de todos os seus membros. Quanto mais flexibilidade e adaptabilidade dos membros, mais significativa se tornará a família, como a fundante do desenvolvimento psicossocial. Assim, Murta (2007) pontua que: A família é uma unidade social que enfrenta uma série de tarefas de desenvolvimento. Estas diferem junto com parâmetros de diferenças culturais, mas possuem raízes universais. O envolvimento familiar é algo que antecede até mesmo o nascimento. A família tem uma estrutura, que pode ser observada somente em movimento. São preferidos certos padrões, que são suficientes em resposta às exigências costumeiras. O comportamento da família influencia a pessoa acometida pelo trauma e até mesmo sua recuperação. Mancussi (2008), afirma que os pacientes sem apoio familiar tendem à deterioração física e emocional.

Atualmente, é reconhecido por muitos centros especializados que a família ocupa um lugar importante, no processo de ressocialização social. É indispensável não apenas cuidar do sujeito, mas proporcionar a ele subsídios para o enfrentamento, compreensão e compartilhamento da situação de deficiência, auxiliando-o a enfrentar os próprios problemas e conflitos pessoais. A família precisa aprender a cuidar. É relevante enfatizar a necessidade do treinamento da mesma através do planejamento de atividades (envolvendo a equipe de saúde) durante o processo de internação de orientar o paciente, e mostrar, de forma mais organizada, os cuidados necessários com o paciente, esclarecer suas dúvidas e certificar-se da incorporação das orientações dadas a ela. Na verdade, diante de um trauma raquimedular a família precisa se organizar-se e redimensionar sua vida para melhor compreender o indivíduo e aprender a conviver com a doença e as implicações dela decorrentes.

ALVES, 2009) Destarte, a família é, ao mesmo tempo, elemento indispensável no cuidado e um ente a ser cuidado, de tal forma que o paciente já não pode ser visto de forma isolada, é preciso que se considere pelo menos seu contexto mais próximo que é a família, lembrando que a presença, o carinho e o apoio da família são fundamentais ao ser cuidado. Segundo Montaño (2009), esse crescimento da inserção do Serviço Social, na política de saúde foi resultado de um processo sócio-histórico relevante, de um período de diversas décadas. Para compreendê-lo, é necessário abordar a história do Serviço Social, sua institucionalização e expansão em meio à sociedade capitalista brasileira. A origem da profissão está ligada à prestação de assistência aos pobres, devido às consequências da Revolução Industrial e do surgimento do capitalismo no Brasil.

Ainda segundo Montaño (2009), enquanto o Estado tinha o objetivo de impor a paz política, afastando de si à responsabilidade social, a Igreja, fazia caridade, assumindo essa atribuição. A formação da ética profissional do Serviço Social em sua gênese, considerada como tradicional ou mesmo conservadora, é marcada em seu processo histórico de ruptura pela via da militância (IAMAMOTO, 2006). Todavia, esse campo para o assistente social se consolida realmente na década de 1960 quando foi criado o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS). Houve a ampliação significativa das instituições vinculadas ao INPS, em decorrência antes de tudo do crescimento econômico no período da Ditadura Militar, que já abordamos no capítulo anterior. Na década de 1960 ocorreu a unificação dos IAP’s no INPS, em que nessa instância o assistente social tinha como público os trabalhadores em geral assistidos pela previdência social.

Sendo assim, as ações do Serviço Social eram voltadas para os dependentes, beneficiários e segurados do INPS, na realização de programas sociais em planejamentos, administração e execução de supervisão. MONTAÑO, 2009) Vale destacar que foi exatamente em meio a essa função dos IAP’s em INPS que o Serviço Social foi oficializado, enquanto, curso de formação superior, pela Lei nº 1889 de 1953. a um histórico pleito da categoria em torno de orientações gerais sobre as respostas profissionais a serem dadas pelos assistentes sociais às demandas identificadas no cotidiano de trabalho no setor saúde e àquelas que ora são requisitadas pelos usuários dos serviços, ora pelas empregadoras desses profissionais no setor [. Nessa direção, considera-se que o Código de Ética da profissão apresenta ferramentas imprescindíveis para o trabalho dos assistentes sociais na saúde, em todas as suas dimensões: na prestação de serviços diretos à população, no planejamento, na assessoria, na gestão e na mobilização e participação social.

As competências e atribuições dos assistentes sociais, nessa direção com base na Lei de Regulamentação da Profissão, requisitam do profissional algumas competências gerais que são fundamentais à compreensão do contexto sócio-histórico em que se situa sua intervenção. Dentre as muitas estratégias adotadas pela equipe multidisciplinar para efetivar seu trabalho, salientam-se as reuniões de equipe para discussão de caso, TRM, visto que cada caso dever levado em conta a gravidade, idade, lesão, entre outros elementos. De modo geral, três condições caracterizam os encontros com os profissionais da equipe multidisciplinar: apresentação organizada do material e uso adequado do tempo; interação entre os membros de forma a haver um entendimento mútuo dos objetivos e decisões do grupo; envolvimento de seus membros em esforços construtivos para solução de problemas (BRUNOZI, 2011).

De acordo com Alves (2009) cuidar desses pacientes exige conhecer suas famílias, que constituirão o principal apoio durante o processo de doença e reabilitação, para possibilitar uma assistência mais humana e efetiva. Para tanto, ao mesmo tempo em que a família deve ser concebida como co-participante do processo de cuidar em todos os momentos, cabe aos profissionais identificar as situações nas quais ela precisa ser melhor assessorada; ela também deve, enquanto unidade de saúde, ser cuidada e isto exige que se conheça como essa família cuida, identificando suas dificuldades e suas forças. Somente assim o profissional, com seu saber técnico, científico e humanístico, poderá ajudar a família a agir de forma a atender às necessidades de seus membros.

MOTTA, 2002) Nesse contexto, o assistente social contribui ao oferecer informações que auxiliam o paciente e a família na adaptação à sua disfunção, aliviando o processo de sofrimento, em busca de uma melhor qualidade de vida. Acredita-se ser fundamental, desde o momento da internação, que os acompanhantes observem os cuidados e sejam orientados para que no domicílio consigam desempenhá-los de forma adequada. Acredita-se que a oferta de informações poderia ocorrer em tempo hábil, caso o familiar estivesse presente durante o atendimento. Os pacientes vítimas de trauma raquimedular, geralmente, desejavam a presença da família durante o atendimento na sala de emergência e as principais motivações para isso se relacionavam ao respeito aos costumes e rotinas familiares; à intimidade e confiança que se tem na família decorrente do convívio diário, e aos possíveis benefícios percebidos a partir da sua presença nesse setor.

Esta, por sua vez, levava ao estreitamento dos laços de confiança entre os sujeitos. Por conta disso, Alves (2009) destaca que: Existem dois fatores, intimidade e confiança, estão entre os principais motivos para desejarem a presença da família durante a assistência ao paciente com TRM. Destaca-se que, para os pacientes, o atendimento em uma unidade de emergência caracterizava-se como aflitivo e apreensivo, porque pouco se conhecia a respeito do ambiente e das rotinas de atendimento ali realizadas. Existem famílias que não só aceitam como estimulam, tanto a coesão familiar, como a individualidade de seus membros, reagindo bem diante de certas desorganizações que possibilitam o crescimento, o encontro com novos papéis e com novas formas de equilíbrio mais amadurecidos.

Neste tipo de organização familiar, segundo Alves (2009), cada um sabe que pode compartilhar seu espaço pessoal com os outros sem sentir-se forçado a existir apenas como função deles. Por outro lado, há famílias mais rígidas, que reagem a qualquer tipo de mudança, buscando manter seus equilíbrios sempre constantes, dificultando, desta forma, a individualidade, o crescimento e a maturidade de seus membros e impossibilitando a existência de limites interpessoais claros. Neste tipo de relacionamento, Sposito (2000) analisa que o espaço pessoal é confundido com o espaço interativo. Portanto, neste caso, a única possibilidade para coexistência pode, então, tornar-se a intrusão no espaço pessoal dos outros, acompanhada pela perda de seu próprio espaço pessoal. Pode-se perceber que as questões culturais e os costumes familiares, que são construídos a partir da vida em família e repassados de geração em geração, querem ser respeitados e mantidos pelas vítimas de trauma, mesmo fora de seu espaço de convívio cotidiano.

Estudo sobre a importância da família no tratamento de uma doença crônica evidenciou que ela representa proteção e que, nas situações estressoras, seus membros tendem a se unir mais e tornam, assim, os laços afetivos mais fortes. SPOSITO, 2002) Nesse contexto, é preciso valorizar, além da união e do apoio familiar, seus conhecimentos, culturas, crenças e costumes. Portanto, as relações familiares não podem passar despercebidas aos olhos dos profissionais de saúde atuantes nos serviços emergenciais, pois, apesar de os familiares necessitarem de atenção e cuidados na mesma proporção que a pessoa vitimada pelo trauma, ainda assim, conseguem apoiar o paciente e ajudar em sua recuperação. MANCUSSI, 2008) Para isto promover a autonomia da pessoa e o máximo de independência, favorecendo a auto-estima, permitindo e valorizando a participação do paciente e de sua família além de investir na capacidade da família em buscar soluções respeitando a liberdade individual e os valores do outros são elementos chave para a ação dos profissionais durante o período que estejam em contato com o paciente.

MURTA, 2007) A internação hospitalar afeta a organização e a vida familiar em maior ou menor grau, sendo difícil para os familiares superarem essa mudança, necessitando, muitas vezes, do apoio desse profissional para tomar algumas decisões. Na interação com a família, é importante desenvolver um plano de ação que favoreça os vínculos e a instrumentalize para as novas demandas. Mancussi (2008) ao discutir a deficiência adquirida e qualidade de vida, considerando a família como um organismo, na fase aguda. Há uma revolução e mudanças específicas que envolvem toda a família. É preciso lidar com o medo, a incerteza e o sofrimento. Embora somente ela possua a deficiência, todos familiares são afetados pela deficiência e ela se enxerga, se reflete e se apoia nos familiares.

ALVES, 2009, p. Diante do exposto, considera-se que o lesado medular é um tipo de paciente com particularidades específicas, que necessariamente demanda uma assistência que requer o gerenciamento de caso por um profissional qualificado, tal como o assistente social, que coordene e advogue por ele e sua família durante todo o processo de internação e o processo da alta. Desse modo, compreende-se que quando colocada diante da conjuntura de perigo, seja pela doença crônica, seja por uma situação inesperada, a família precisa manter os laços de proximidade, com vistas a proporcionar bem-estar aos seus membros. É premente que os serviços de saúde adotem como filosofia institucional o Constituição Federal de 1988, o qual se destina a ser oferecido nos diferentes ciclos da vida e em contextos diversos.

Este benefício é concedido aos trabalhadores que, por doença ou acidente, forem considerados pela perícia médica da Previdência Social incapacitados para exercer suas atividades ou outro tipo de serviço que lhes garanta o sustento. No caso de acidentes não existe carência mínima de contribuição. WALDOW, 2004) Os que não contribuíram com a Previdência podem recorrer ao Benefício de Prestação Continuada (BPC - LOAS). O pagamento do BPC, no valor de um salário mínimo, é garantido a pessoa com deficiência que comprovadamente não possuam meios de sustento próprio ou custear a mantença da sua família. Em relação ao beneficio de prestação continuada à norma constitucional possui natureza de regra, devendo ser a previsão objetiva dos requisitos para melhor fruição dos benefícios estão: deficiência, idade avançada e situação necessidade ou miserabilidade.

A lei brasileira protege as pessoas com deficiência em muitos aspectos. Sobre a acessibilidade, por exemplo, s cidades devem promover o acesso dessas pessoas com deficiências a locais públicos e privados, garantindo-lhes sua inclusão social. Em relação a saúde e assistência social, pessoa com deficiência tem direito à saúde especializada e à benefícios sociais. Na educação as escolas e outras instituições de ensino deverão oferecer: vagas reservadas às pessoas com deficiência. Já no trabalho a pessoa com deficiência tem direito há vagas reservadas em cargos públicos ou em empresas particulares (com 100 ou mais empregados). O passe não vale para o transporte urbano ou intermunicipal dentro do mesmo estado, nem para viagens em ônibus executivo ou leito.

Como já abordado o traumatismo raquimedular representa uma situação em que há fratura da coluna, com lesão da medula, geralmente acarretando alterações temporárias ou permanentes na função motora, autonômica ou em relação à sensibilidade. Nessa condição, quando o TRM é ocasionado, por conta de acidente de trânsito, associado a acidentes automobilísticos, tem direito ao Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículo Automotores de Vias Terrestres, DPVAT que é o Seguro Obrigatório que é pago anualmente. O DPVAT é um seguro de responsabilidade civil pago obrigatoriamente por todos os proprietários de veículos terrestres. Como o próprio nome diz, ele cobre Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre, isto é, garante indenizações às vítimas de acidentes de trânsito.

CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao fim do trabalho ficou claro a importância do Serviço Social tanto para o paciente acometido pelo trauma, como para a família, devido às graves conseqüências que um trauma dessa natureza gera para todos os envolvidos. Percebeu-se que o trabalho multidisciplinar no campo da saúde, através da articulação entre diferentes saberes na prática cotidiana dos profissionais pode contribuir para um melhor entendimento do processo saúde e adoecimento, junto aos indivíduos que sofreram TRM. Visto que é um trabalho em conjunto, que aproxima diferentes saberes no campo da saúde e que se integram, ampliando o olhar, favorecendo o entendimento e a superação da situação de adoecimento Ficou evidente a grande contribuição do Serviço Social, que tem como objetivo dar suporte aos familiares, no enfrentamento à situação de adoecimento e seus rebatimentos na rotina da família, quando uns de seus membros são acometidos por trauma.

O assistente social não pode se deixar levar pela superficialidade do TRM, pela mecanização e pela imediaticidade dos fatos, muito pelo contrário, tem que ser um profissional com um olhar holístico, propositivo sempre voltado para o seu projeto ético-político, para que possa intervir de maneira crítica, buscando dessa forma a autonomia e qualidade de vida para os sujeitos acometidos por esse trauma. Notou-se que devido à especificidade do seu fazer profissional, o assistente social, ao desenvolver seu trabalho no campo da Saúde, devido a sua formação, tem uma leitura abrangente da realidade social e da instituição onde o paciente está inserido, colaborando assim para garantia de direitos já estabelecidos em normativas voltadas para acidentes com graves sequelas. Qualidade de vida de vítimas de trauma seis meses após a alta hospitalar.

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