Resenha de dissertação Sea Kaffirs ou Brancos Coloniaisa Marcha Contra o Crime e os paradoxos da presença portuguesa na África do Sul

Tipo de documento:Projeto de Pesquisa

Área de estudo:Estatística

Documento 1

A dissertação de Marcos Toffoli Simoens da Silva, analisou a questão do racismo,focando na comunidade portuguesa, na África do Sul, tanto no período do apartheid como no ​pós-apartheid. Como o autor destaca a vitória eleitoral para presidente de Nelson Mandela, em 1994,de modo que deu início ao término do sistema segregacionista racial no país. Todavia, a construção nacional sul-africana baseada nas diferenças de raças ainda pendura, afinal, como defende Silva (2005),”As alterações políticas não significam, no entanto, a destituição da categoria colonial “raça” dos processos de identificação e definição dos indivíduos [. Além disso, ele recomenda o livro, “Waiting:the whites of South Africa” (1985), do antropólogo americano Vincent Crapanzano, nesta obra o assunto é sobre o processo da racialização nos laços sociais da população sul-africana.

Ademais, o autor vai abordar a questão dos portugueses na África do Sul, os quais não se encaixam na “raça branca” por ter um fenótipo de cor mais escura e, também, não eram considerados “mestiços”, haja vista que o Estado concedia-lhes direitos políticos de “branco”. Para tanto, o autor traz o exemplo, com o advento da nova constituição, em 1996, da qual a pena de morte foi retirada e isso teria influenciado no aumento da criminalidade no pós-apartheid, logo, haveria negligência do novo governo em lidar com a violência no país. “Tal opinião aparecia em muitos cartazes carregados ao longo da ​Marcha​, que pediam a volta da pena de morte como uma das soluções eficientes no combate à criminalidade” (SILVA,2005,p.

Há outros dois pontos importantes que o autor problematiza, primeiro, sobre a construção da categoria “raça” durante o período do ​Apartheid​, cuja característica permitiu dividir o povo sul-africano e privilegiar os brancos em detrimento dos indivíduos negros, mestiços (ou indianos). Em segundo lugar, para aumentar a comunidade europeia e branca no país, com efeito de fortalecer o seu poder de influência, foi preciso aceitar os imigrantes europeus saídos dos países africanos independentes, mesmo que fossem cidadãos brancos considerados “ de segunda classe”, ou “Sea Kaffirs”. “Literalmente, “pretos do mar”. Por fim, a dissertação é bem interessante, porque a partir do movimento “Marcha Contra o Crime” conhecemos a participação da comunidade portuguesa na história no que concerne ao ​Apartheid e somando a isso tem a problematização de questões como a racialização no país.

Afinal, os dirigentes brancos da África do Sul, visavam um sistema racial puro, entretanto, os portugueses poderiam atrapalhar esse plano pelo fato de não serem considerados plenamente brancos. Embora,o Apartheid tenha terminado na teoria, os seus resquícios do segregacionismo racial ainda continuam, como foi mostrado com a Marcha nesta obra.

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