Resenha - O nascimento da cultura afro-americana cap I e II

Tipo de documento:Projeto de Pesquisa

Área de estudo:Religião

Documento 1

Outro fator é a questão do status e do poder, como afirma o autor nem todo africano que chega na América é escravo e nem todo europeu é livre, porém há uma diferença quantitativa enorme entre o número de negros escravos e europeus não livres que chegam aqui, cabendo aos homens europeus livres a ordenação dessa sociedade colonial. Para o autor a escravocracia fracassou, já que por mais que se tentasse separar a cultura africana da europeia, tentando aculturar os negros, as tradições são transpostas, mesmo que adaptadas e ocorre uma intersecção de culturas, uma mistura, mesmo que os mecanismos de poder estivessem nas mãos dos Europeus e estes tentassem de toda forma desarticular a cultura africana, por motivos óbvios de manutenção da ordem escravista.

CAPÍTULO 1 – O MODELO DO ENCONTRO No início do capítulo apontam para as discussões que permeiam o desenvolvimento das sociedades afro americanas, mostrando como esse modelo que coloca em choque uma cultura africana x cultura europeia é muito simplista e desenvolve-se em duas proposições básicas para os estudiosos desenvolverem: 1 – a existência de uma “herança” generalizada dessa cultura africana ocidental que é transposta para a América por africanos de origens diversas; 2 – afirmar que a maioria desses escravos africanos provem de um grupo com identidade cultural particular. Para se entender a herança cultural africana deve-se concentrar mais nos valores e menos nas formas socioculturais já que a heterogeneidade da cultura africana se dá na língua e em crenças muito especificas de diversas regiões, porém se analisando de forma geral consegue-se como Herskovits fazer um apanhado amplo dessa cultura, mas equivocado devido as minuciosas especificidades desse povo.

Para seguir essa linha, os autores utilizam George M. O que os autores propõem é que no contexto social do Novo Mundo, os escravos devem ser vistos como multidões, pois a heterogeneidade de culturas é enorme, há sim alguns traços em comum de culturas vizinhas da África, mas não há uma cultura una, e estes ao se misturarem só tem em comum o fato de serem escravos e estarem vindo para o mesmo lugar. Na América então desenvolvem, criam, padrões normativos de conduta através de suas interações sociais. O que foi trazido da África foi o conhecimento prático, informações, crenças mas esses negros não puderam transpor as instituições tradicionais para cá. M. G. Mostra no texto que por mais que tentasse se legitimar esse discurso, os próprios senhores se viam tratando com homens, que diferentemente de animais tinham capacidade cognitiva, para além disso as particularidades culturais desenvolvidas pelos negros eram respeitadas e muitas vezes os próprios brancos participavam dessas manifestações.

“A concepção de uma sociedade dividida em dois setores hermeticamente fechados passa a poder ser vista pelo que realmente é: o ideal nunca alcançado dos senhores. E a concepção dos escravos como autômatos irrefletidos, simultaneamente treinados para negar sua própria humanidade e continuamente solicitados a reagir de maneiras humanas às exigências que o sistema lhes fazia, fica denunciada em todo seu caráter mítico. ” (p. O emprego do escravo na plantation criava diferentes níveis de status entre esses negros, já que não era somente na lavoura em que eram empregados, era também no engenho, na casa grande, na cidade, logo esses dois últimos locais de trabalho davam aos escravos uma melhor condição devido ao contato imediato com o poder dos senhores e um trabalho menos forçado, porem nunca fazendo-os livre das punições, mas criando outra condição de contradição, pois o poder do homem livre perante o escravizado era de certa forma engessado e limitado pela dependência deste senhor aos serviços mais íntimos pelo negro cativo.

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