Análise literáriahistórica do livro - O Cortiço

Tipo de documento:Redação

Área de estudo:Zootecnia

Documento 1

Na escola naturalista da literatura a teoria mais comum demonstrada nos livros era a de que o espaço físico e a genética influenciam o comportamento humano, indo assim de encontro com a teoria do Darwinismo Social que ganha muita força em fins do século XIX. Outro ponto importante a ser ressaltado é o momento histórico do Brasil, que passa por algumas mudanças básicas na sua estrutura social com a abolição da escravidão em 1888 e a proclamação da república em 1889. Como exemplo dessa influência do Darwinismo Social na época temos já na segunda página do livro a seguinte passagem: “Ele propôs-lhe morarem juntos, e ela concordou de braços abertos, feliz em meter-se de novo com um português, porque, como toda a cafuza, Bertoleza não queria sujeitar-se a negros e procurava instintivamente o homem numa raça superior à sua.

” (p. Fica clara e evidente a influência das teorias racistas e da ideia de superioridade da raça europeia no meio tropical brasileiro. O francês Roger Chartier vem mostrar que o discurso da história é uma representação narrativa e que durante sua escrita é necessário imaginação, além de Chartier podemos inserir Hayden White neste ponto de vista. Porem para White a história somente existe no texto (linguisticamente) e para Chartier o texto não demonstra totalmente a prática social, a realidade não é reduzida a linguística, mas parte do contexto da época em que se remonta. Concordo eu com Chartier, já que, é clara e notável a influência do meio e do contexto em Aluísio Azevedo ao escrever o Cortiço e retomando Ginzburg, fazendo-se uma análise histórica da obra consegue-se apreender muito do modo de vida e das relações sociais do Brasil do século XIX, principalmente do período em que a obra se passa, um período de agitações políticas e sociais com a questão abolicionista e republicana, momento este vivido pelo autor que nos fala através da trama, ele é um sujeito de seu tempo, que retrata o vivenciado influenciado pelas pressões que sofre do momento em que escreve.

Hayden White mostra que romancistas e historiadores utilizam do mesmo protocolo linguístico e oferecem literariamente a realidade, porem na narrativa histórica há limitações pré-estabelecidas por nosso contexto, o que não acontece na literatura, o autor pode fantasiar, porem como já apontado anteriormente compactuo mais com as perspectivas de Ginzburg e Chartier sobre essa escrita da história x escrita da literatura. Nesta resenha procurei demonstrar as várias perspectivas de como se concebem as escritas literárias e históricas.

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