Plano de Marketing - VELHO CHICO

Tipo de documento:TCC

Área de estudo:Engenharias

Documento 1

A proposta principal do produto é resgatar a cultura e valorizar a autoestima do povo nordestino, tendo em vista a sustentabilidade, a responsabilidade social e a lucratividade. ANÁLISE CONTEXTUAL De acordo com o censo demográfico de 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil possui aproximadamente cento e noventa milhões de habitantes, sendo que cerca de cinquenta e três milhões são nordestinos, o que faz do Nordeste a segunda região do país mais adensada em termos populacionais. A cultura do Brasil, em outra via, é uma das mais ricas do mundo, na medida em que a formação do seu povo tem origem em três principais matrizes (o português, o africano e o indígena), e ao longo do tempo, sobretudo após os processos de abertura econômica e dos fenômenos migratórios, foi se tornando cada vez mais complexa ao ponto de fazerem parte da nação estrangeiros ou filhos de estrangeiros como japoneses, italianos, espanhóis, chineses, alemães, dentre outros.

Mas a cultura brasileira não se tornou complexa apenas por conta da assimilação de culturas de outros continentes ou países. Ela se torna mais rica sobretudo porque se mistura internamente, isto é, as fronteiras culturais se dissolvem e ultrapassam as fronteiras físicas dos estados. Vai desde produtos de audiovisual, passando por literatura, culinária, artigos relacionados à religião, dentre outros. Sendo assim, a criação de uma marca de vestuário que intenta o “resgate” da cultura nordestina é uma maneira de inserir no mercado um produto que faz parte do cotidiano das grandes cidades, mas que dialoga com uma cultura bastante tradicional. Sobretudo nos grandes centros nota-se uma demanda pelos “estilos” urbanos, pela valorização do que se veste e o uso das vestimentas como forma de expressar ideias e “mandar seu recado”.

Sobretudo entre os jovens essa tendência se ressalta, isto porque o estilo de vida deve ser expresso em quase tudo: no gosto musical, no corte de cabelo, nos livros prediletos. Expressar suas decisões em sentido cultural é mais do que uma questão meramente de reprodução comportamental, mas pode ter a ver com uma necessidade econômica, e aí entra o papel fundamental de um plano de marketing bem estruturado. Isto aponta para a necessidade de que, ao elaborar estratégias de marketing no âmbito desse negócio em específico, o empreendimento deve ter como referencial a ideia de que o consumidor final precisa se sentir confortável não só com um “reencontro” com sua cultura natal, como também com o fato de estar adquirindo um produto que atende a um alto padrão de qualidade na produção, para que não tenha a sensação de que está adquirindo “qualquer produto”.

Além disso, será certamente um desafio ao empreendimento manter esse alto padrão de qualidade e assegurar um preço acessível, compatível com a própria proposta da marca. Segue-se ainda que a cultura do Nordeste em geral representa sentimentos de alegria, festejos, expansividade, e com certa frequência também sentimentos associados à nostalgia, melancolia e tristeza, seja pelas difíceis batalhas que o povo nordestino já teve que enfrentar ou pela pura e simples nostalgia em relação a todo o universo que ficou para trás. Isto aponta para um produto que possa integrar a “saudade” e a “tristeza”, bem como a “alegria” e a “expansividade” do povo nordestino, sem depreciar a si próprio por falhar na tarefa de transmitir suas mensagens, evitando soar ofensivo ou depreciativo demais.

Ainda de acordo com o site da empresa, tem-se: O nome Velho Chico faz referência ao rio mais importante do Nordeste, o Rio São Francisco. Na outra dimensão, faz-se necessário conhecer os diferentes tipos de materiais que são normalmente usados na constituição de produtos de vestuário, passando pelo estudo mais aprofundado sobre os efeitos pretendidos (de textura e visual), tendo sempre em vista qual o público alvo que se quer alcançar na construção de cada uma das peças. Nesse sentido, de acordo com um estudo de mercado realizado pelo Serviço de Apoio e Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), ressalta-se o fato de que a Bahia é o terceiro maior estado a produzir no setor têxtil, possuindo mais de mil e quinhentas empresas, gerando aproximadamente vinte e dois mil postos de trabalho e com faturamento de 39,3 bilhões de dólares em 2016, considerando toda sua cadeia produtiva.

Assim, o estado é um excelente ponto de estabelecimento de uma empresa de vestuário que pretende não só comercializar, mas produzir suas próprias peças, na medida em que as condições objetivas de produção estão ali mais amadurecidas, gozam de maior estabilidade e complexidade, muito embora o ponto negativo neste aspecto é o nível elevado da concorrência. O plano de marketing, portanto, precisa manter sempre uma visão panorâmica do mercado de moda e confecções regional levando isso para uma dimensão mais restrita concernente à constituição e apresentação do produto para o mercado consumidor, posto que o produto, em sua feição final, demonstra claro que possui íntima relação com diversos segmentos da indústria, desde o setor químico para a feitura de fibras sintéticas feitas com materiais como o náilon, o poliéster, a lycra e o polipropileno, até o setor agroindustrial para as fibras naturais como aquelas feitas de algodão, lã, seda e linho.

Isto para não citar as várias fases intermediárias como as de tecelagem e malharia, ou até mesmo a de fiação e beneficiamento dos produtos que antecedem a formação do produto final. O fato de ser feita por nordestinos comprometidos com o resgate de sua cultura ainda blinda a marca de recair em preconceitos próprios de pessoas de outros estados que acabariam por criar produtos com base em estereótipos que não condizem com o sentimento “genuíno” de um nordestino. Logo, a “concorrência” enfrentada pela VELHO CHICO é praticamente inexistente, seria uma espécie de concorrência virtual, porque a empresa procura se estabelecer num mercado bastante saturado, mas por um viés ainda muito pouco explorado pelas empresas já estabelecidas. E mais do que isso: com um conhecimento de causa que poucas teriam.

A marca passou dois anos com seu CNPJ em estado de “inatividade” enquanto seus sócios faziam pesquisa e realizavam estudos de viabilidade, de mercado consumidor, de cadeia produtiva, de matéria-prima, de logística, de fornecedores, etc. Havia preocupação até mesmo com a conservação dos produtos que se mantinham em estoques sempre limpos e arejados, para evitar o contato das peças com fungos e sujeiras, e sempre que um cliente concretizava um compra, recebia as peças passados com ferros de passar roupas a vapor que permitiam a adição de substâncias aromatizadas e sempre muito bem embaladas em sacolas personalizadas com o nome da marca e o criativo slogan: “corte e cultura”. AMEAÇA DE PRODUTOS SUBSTITUTOS Praticamente inexistente. É difícil imaginar um produto que tenha uma proposta parecida, mas que venha a substituir produtos de vestuário que procuram valorizar e “resgatar” a cultura nordestina.

Por exemplo, é possível admitir que a cerveja, produto sempre muito apreciado pelo brasileiro, tenha sido parcialmente substituída por outras bebidas como vodcas que borbulham como refrigerantes, mas é difícil imaginar um produto que seja direcionado ao público nordestino, e que tome o lugar conquistado pela VELHO CHICO, a não ser que se parta de uma proposta quase idêntica, mas aí o produto seria praticamente o mesmo, e por isso quase que não se poderia falar em “produto substituto”. AMEAÇA DE EMPRESAS SIMILARES Um caso curioso ocorreu quando uma empresa concorrente utilizou uma estampa que trazia uma frase criada pela VELHO CHICO que dizia “não troco meu cuscuz pelo hambúrguer de ninguém”. Em seus perfis nas redes sociais os sócios começaram a fazer postagens fazendo referências à marca concorrente que havia plagiado a VELHO CHICO, ironizando ao dizer que a cópia não passava de um elogio, mas que ainda assim eles queriam satisfações sobre o que estavam fazendo, afinal, em última análise, a concorrente estava ganhando dinheiro com uma criação que pertencia a eles.

FRAQUEZAS: • Atuar num mercado extremamente saturado. • Ter que atender a altos padrões de qualidade. • Pouco controle sobre os resultados dos processos criativos e, consequentemente, dificuldade em evitar plágios. OPORTUNIDADES: • Benefícios fiscais a empresas de pequeno e médio porte, o que facilita a proposta empreendedora. • Uma nova tendência social de valorização das culturas “marginalizadas”, tendência essa ancorada sobretudo na ampliação do acesso à internet e crescimento das chamadas redes sociais. A estratégia é o foco das atenções. O contexto competitivo mundial em que as organizações estão inseridas corresponde ao pano de fundo para a questão estratégica. O marketing possui um papel fundamental porque é um dos elos entre a organização e o mercado. Para tal, é necessário aprofundar conhecimentos sobre a construção de estratégias.

TOALDO, 2006) Sendo assim, os objetivos a serem perseguidos por uma empresa são a base de sustentação de toda a estratégia de marketing. Manter pelo menos 50% do market share em relação a peças de vestuário relacionadas à cultura nordestina. a. Manter índice de satisfação dos clientes acima de 90%. b. Manter o rigor quanto à qualidade do produto em toda a cadeia produtiva e o acompanhamento constante das atividades dos fornecedores, na medida do que for permitido. Campanhas direcionadas à aproximação entre a cultura nordestina e a cultura norte-americana, explorando a relação entre os “caipiras” norte-americanos e o sertanejo brasileiro. Atrair e reter colaboradores talentosos que possam agregar, sobretudo, ao setor de criação e que estejam afetivamente ligados à empresa. a. Dar prioridade por contratar amigos que tenham know how a respeito de vendas, que sejam inteligentes e criativos e falem inglês fluente, que tenham facilidade de relacionamento com os sócios e que se sintam representados pela marca.

Superar o paradigma de que uma empresa que contrata amigos dos sócios necessariamente enfrentará problemas de gestão. TOALDO, 2006) O público-alvo da VELHO CHICO são os consumidores de vestuários engajados na valorização ou interessados em produtos que valorizem a cultura nordestina. Não significa que se restringe a nordestinos, mas engloba, inclusive, aquelas pessoas que não nasceram propriamente na região, mas que se sentem, em alguma medida, próximos dos sentimentos associados à cultura e à tradição nordestinas. O propósito é envolver afetivamente esses clientes, fazendo o produto corresponder a seus desejos de resgate da cultura do Nordeste, fidelizando e fazendo-os sentir participantes de um “movimento” maior, deixando a marca cada vez mais “popular” de modo a manter certa regularidade no volume de vendas, acatando eventuais críticas e sugestões.

O público-alvo internacional são os consumidores dos Estados Unidos da América (EUA) na medida em que trata-se de um país muito bem referenciado no imaginário de muitos brasileiros e que abriga milhões de cidadãos que nasceram no Brasil. Essa proximidade será bem explorada por um produto genuinamente brasileiro e que procura dialogar com a cultura nacional. Uma das coisas mais problemáticas e que é tarefa das estratégias de marketing resolver é que tendo uma quantidade X de dinheiro, o consumidor é livre para decidir o que e quando comprar. O marketing em torno de um produto servirá para que neste momento decisivo, o consumidor opte ou, pelo menos, esteja mais propenso a optar pela compra do produto sobre o qual se tem feito esforços para se construir imagens positivas em seu imaginário.

Não só um produto bom e necessário, ele deve ser um produto desejável: A imagem que o consumidor tem de um produto influencia fortemente sua decisão de compra. É através dessa imagem que ele vai pensar no produto, durante seu processo de decisão. Conhecer detalhadamente a imagem que determinado público desenvolve de um produto é uma ambição dos pesquisadores de Marketing (TONI, 2007). Salientando-se o fato de o atual ambiente situacional está caracterizado pela alta competitividade e em constante mudança tecnológica, as interações das empresas com o meio-ambiente devem ser coordenadas e integradas visando atingir sua missão, e consequentemente, a continuidade em longo prazo, a qual por sua vez, depende de seus resultados econômicos (SANTOS, 1997). A formação de preço é um momento crucial na definição de estratégias de marketing.

Desta maneira, fazendo um adendo ao que foi exposto acima, é fundamental ressaltar que a formação do preço precisa ter como critério fundamental a valorização do produto. Desta forma, o preço deve ser definido de maneira a ficar para o consumidor a sensação de que ele está adquirindo um produto que é mais barato em comparação aos benefícios que ele proporciona. No caso das peças de vestuário da VELHO CHICO, quanto mais espirituosa e inteligente forem as frases e as estampas em geral, mais “evidente” ficará ao consumidor que de fato valerá a pena adquirir produtos como estes. Tão importante quanto lucrar, neste caso, é dar vazão ao estoque. Aliás, provavelmente a melhor maneira de lucrar de forma otimizada é dando maior vazão ao estoque através de estratégias de descontos gradativos.

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO As estratégias de desenvolvimentos devem ser produzidas a partir de dados estatísticos que conjugam informações de volume de vendas com períodos do ano, podendo incluir outras variáveis como as diferentes coleções lançadas e a quantidade de peças em estoque. Isto serviria na determinação de prazos e metas a serem alcançados, onde deverá haver comparação entre ganhos previstos e os resultados efetivos, de modo a ser possível avaliar a progressão ou regressão do desempenho em vendas e o seu respectivo impacto nas previsões de faturamento. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO 11. É do varejo que provém informações importantes a respeito do produto e que podem ser determinantes aos fabricantes na tomada de decisões relacionadas, por exemplo, às embalagens, estampas, qualidade dos tecidos, programa de descontos, estratégias de vendas, promoções, parcerias, volume de propaganda, preços e demais serviços que porventura sejam associados ao produto.

Ao varejo serão oferecidas embalagens que tragam informações sobre a marca (nome, logomarca e slogan), além de informações gerais a respeito do produto, tais como elementos que compõem as peças e modos adequados de lavagem e armazenamento. EQUIPES DE VENDAS As equipes de vendas serão supervisionadas por um dos sócios, sendo que nada impede que os demais sócios e colaboradores contribuam nas reuniões ou que eles mesmos eventualmente possam vender as peças diretamente como “vendedores” ou “representantes comerciais”. Haverão representantes comerciais num total de vinte, formalizados mediante contrato de prestação de serviços, e num grupo de cada cinco representantes, haverá um coordenador, responsável por atualizá-los em relação às novidades e demais informações pertinentes às vendas e ao empreendimento em geral.

Aos coordenadores caberá dar todo o suporte operacional aos representantes e colher as informações relacionadas às vendas semanais e mensais, fazer reuniões e dar orientações com vistas a otimizar as vendas. Todas essas ações devem ser acompanhadas pelos sócios, tendo em vista o seu aprimoramento e o alcance dos objetivos antes estabelecidos. ORÇAMENTOS Na tabela a seguir estão apresentados os valores de investimento inicial, formando um total de U$ 3. ITEM QUANTIDADE VALOR UNITÁRIO (U$) VALOR TOTAL (U$) NOTEBOOK 6 430,00 2. CADEIRA GIRATÓRIA 8 100,00 800,00 MESA DE ESCRITÓRIO INDIVIDUAL 4 56,00 224,00 MESA DE ESCRITÓRIO (REUNIÕES) 1 194,00 194,00 PRATELEIRA (ARMAZENAMENTO E ORGANIZAÇÃO DE ESTOQUE) 1 70,00 70,00 INVESTIMENTO TOTAL 3. Custos fixos: ITENS VALOR TOTAL (U$) Energia 384,00 Transporte 615,00 Mão de obra ônus fiscal 4. Sendo assim, a marca investiu na criação de sua loja virtual (www.

velhochicocec. com), conseguindo atender os nordestinos saudosos e ávidos por sua cultura que estão espalhados do Oiapoque ao Chuí [. Valorizar a cultura Nordestina por si já é uma grande responsabilidade, mas, além disso, a Velho Chico se propõe a promover ações para contribuir e intervir em prol do povo Nordestino, atraindo pessoas a fazerem parte desse movimento. Este é o espírito que um plano de marketing inteligente e que aprecia o produto em suas mais diversas facetas deve manter vivo e procurar racionalizar. Varejo: desafios e oportunidades em mercados emergentes. Revista de Administração de Empresas, vol.  no.  São Paulo, Novembro/Dezembro. Disponível em: http://www. Otimização da relação produto-mercado. Revista de Administração de Empresas, vol.  no.  São Paulo, Janeiro/Março 1978. Disponível em: http://www.

Por uma geografia nova: da crítica da geografia a uma geografia crítica. São Paulo: HUCITEC/EDUSP, 1978, 236 p. Técnica, espaço, tempo: globalização e meio técnico-científico informacional. São Paulo: HUCITEC, 1994, 190 p. SANTOS, Roberto Vatan dos. Um estudo de mercado realizado pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) – Seccional Bahia, referente à atuação, evolução histórica e desempenho da indústria têxtil no estado. Disponível em: https://m. sebrae. com. br/Sebrae/Portal%20Sebrae/UFs/BA/Anexos/Ind%C3%BAstria%20de%20confec%C3%A7%C3%B5es%20na%20Bahia. Gestão da Imagem: Desenvolvendo um Instrumento para a Configuração da Imagem de Produto. Revista de Administração Contemporânea, vol.  no.  Curitiba, Outubro/Dezembro 2007. Disponível em: http://www.

Acesso em: 17/11/2017.

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