Henri de Toulouse-Lautrec

Mesmo falecendo em Saint-André-du-Bois em 9 de Setembro de 1901, aos 36 anos, a sua obra é reconhecida como um interessante marco estético. Filho de primos de primeiro grau, Henri Marie Raymond de Toulouse-Lautrec sofreu, a partir da adolescência, sérios problemas de saúde. Aliás, a gravidade da doença congênita que enfrentou o deixou com pernas curtas, ou seja, era um adulto com tronco normal e membros inferiores bem pequenos, praticamente infantis. Hoje, por conta do seu talento, esta raríssima doença genética é denominada como Doença de Toulouse-Lautrec. Apesar desta visível limitação, foi e ainda é um gigante, pois as suas obras romperam com a estética acadêmica predominante, com classe. Na sua essência, vibrava um artista que destoava da estética acadêmica, porquanto o seu intuito na hora de produzir era transpor qualquer restrição, valorizando a “alma” de cada linha e traço, com pinceladas firmes e consistentes.

Por consequência, inovou seguindo um caminho próprio, típico dos grandes mestres, normalmente irrequietos e infratores do padrão estético predominante. Henri Toulouse-Lautrec também se destacou pela maneira que expunha as suas obras. Como um assíduo frequentador de cabarés, tinha como estratégia de divulgação apresenta-las nestes locais, preferencialmente. Assim agindo, rompia com os antigos padrões puritanos, valorizando, deste jeito, as suas produções ao expô-las em locais em que ele normalmente também encontrava inspiração para produzir, além de alguns compradores bem próximos. De qualquer modo, é inconfundível a sua genialidade ao retratar um mundo que ele tanto amava. Um mundo naturalmente atrativo, mesmo que repleto de alguns riscos. Em suma, as suas litografias e pinturas retratam perfeitamente a boêmia francesa do final do século XIX.