Guerra de trincheiras

A utilização dessa tática se deu de forma ampla no contexto da Primeira Guerra Mundial, a qual eclodiu após o assassinato do herdeiro do trono austro-húngaro, Francisco Ferdinando, por um militante sérvio. Apesar de esse fato ter sido essa a gota d'água que culminou em um conflito que resultou em mais de dez milhoes de mortos, as reais motivações por detrás da guerra estavam relacionadas ao contexto de expansão neocolonial empreendido pelas potências europeias, o qual possuía como objetivo transformar as regiões do continente asiático e africano em centros de importação dos excedentes das indústrias européias e captação de mão-de-obra barata e matéria-prima, além de subjugação política e econômica dos povos ali existentes.

Nesse processo, algumas potências se apropriaram de maiores porções territoriais do que outras, promovento tensões as quais desembocaram na guerra em 1914. As consequências, tanto a nível local, representado pela devastação das cidades pelos bombardeios e pelas mortes decorrentes dos mesmos, quanto a nível político e mundial, representado pela retirada brusca e violenta da Alemanha e da Áustria de seus antigos postos de influência, assim como da dissolução do império austro-húngaro e a guinada estadunidense em direção ao patamar de nova potência mundial, o que se explica pelo surto econômico gerado pela demanda européia por produtos maquinofaturados que já não podiam mais ser efetivamente produzidos localmente em detrimento do conflito e da destruição das fábricas, o que aqueceu a economia norte americana, gerando acumulação de capital nas mãos dos produtores, fortalecendo sua influência no mercado internacional e tornando possível a sua futura posição enquanto farol do mundo ocidental.

A fim de firmar uma união política, surgiram duas forças antagônicas, representadas pela Tríplice Aliança, formada pelo até então Império Austro Húngaro e a Alemanha, e pela Tríplice Entente, formada pela Sérvia, Rússia, França, Bélgica e o Império Britânico. Em relação ao cuidado com o bem-estar das tropas, os avanços foram pouco significativos, e os índices de pacientes com transtorno de estresse pós traumático devido aos traumas da guerra continuam sendo altos. A guerra, tanto enquanto ação justificada pela ideologia, pela salvaguarda da nação, pelo patriotismo ou mesmo pelos négócios, é um campo em constante modificação, e cabe a nós analisarmos criticamente os seus motivos e implicações.