Ecossistemas Brasileiros

Tipo de documento:TCC

Área de estudo:Engenharia mecânica

Documento 1

Ecossistemas brasileiros: características gerais e o “país-continente” É muito recorrente, até mesmo na mídia a afirmação de que o território brasileiro possui “dimensões continentais”, sendo muito comum ouvir em diferentes situações que o Brasil é um “país-continente”. Tanto a ideia de país quanto a de continente são definições de cunho eminentemente territorial, ou seja, costuma-se dizer que dada área territorial delimitada é um país ou um continente dependendo da sua superfície contínua. Mesmo admitindo certo exagero ufanista para sustentar essa afirmação do Brasil como “país-continente”, a realidade é que o território brasileiro possui uma superfície grande o suficiente para abrigar diversos ecossistemas. O grande geógrafo Aziz Nassif Ab’Saber reconhece seis domínios morfoclimáticos a saber: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mares de Morros, Araucárias e Pradarias, entremeadas entre si por áreas conhecidas como “faixas de transição”, que reúnem características naturais e paisagísticas de dois ou mais domínios que lhe estão próximos.

Inclusive, algumas dessas faixas de transição são famosas pela beleza, pela intensa biodiversidade e potencial turístico, sendo a principal delas o Pantanal Matogrossense, mas merece destaque também a Mata dos Cocais (na região conhecida como “meio-norte” ou “pré-amazônia maranhense”), o complexo do Jalapão (no estado do Tocantins), e as áreas de manguezais localizadas no litoral, especialmente no Sudeste e Nordeste. Os ecossistemas brasileiros Não é consensual entre os estudiosos quanto ao número de ecossistemas existentes nos limites do território brasileiro, principalmente porque não são todas as fontes que distinguem a diferença conceitual entre bioma e ecossistema. Na realidade, os ecossistemas estão sempre contidos em algum bioma. Mas de acordo com informações do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente), podemos reconhecer 9 (nove) ecossistemas de dimensões territoriais digamos, consideráveis: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Mata dos Cocais, Pantanal, Mata de Araucárias, Mangue e Pampa.

Antes, porém de estudar em detalhes cada um deles, é preciso ressaltar que alguns desses ecossistemas citados podem se localizar em territórios de mais de um bioma. São exemplos o Mangue, que é uma transição entre ambiente terrestre e marinho; o Pantanal, uma transição entre os biomas da Amazônia, Cerrado e Floresta Atlântica; a Mata dos Cocais, uma transição entre o bioma da Amazônia e da Caatinga. Esse conjunto natural de extraordinária magnitude resulta em um outro superlativo que é a sua incrível biodiversidade. Estima-se que das mais de 1800 espécies de aves existentes no Brasil, metade estejam no ecossistema Amazônia, muitas delas sequer catalogadas pelos zootecnistas. A cobertura vegetal do ecossistema Amazônia ocorre em três níveis a saber: a1) Mata de terra firme: em áreas mais elevadas ou mais distantes dos (muitos) rios, onde não há alagamentos, em que se destacam árvores de grande porte que podem chegar a 80 metros de altura.

É o habitat da castanheira, do mogno, do caucho (látex), do angelim, do cedro, da andiroba, do mundialmente famoso guaraná. Essas e outras espécies consideradas como nobres são alvo constante da exploração madeireira, que não raro é realizada de forma clandestina. Explica-se pela densidade da cobertura vegetal realizadora de fotossíntese capaz de liberar oxigênio para todo ou quase todo o planeta. Na verdade, o oxigênio liberado durante o dia é reabsorvido à noite, de forma que não fica muito caracterizado essa tese de “pulmão do mundo”. É certo dizer que essa função de “pulmão do mundo” é realizada em mais de 90% das vezes pelos plânctons marinhos (algas). Mas é verdadeiro que é a Amazônia a grande responsável pela umidade presente no centro-sul do Brasil, especialmente no verão, quando massas de ar úmidas procedem da Amazônia para essas áreas (os “rios voadores”).

Isso, por si já assegura a gravidade do desmatamento da Amazônia. Some-se a isso que as frentes frias provenientes do centro-sul do Brasil já chegam enfraquecidas ao Nordeste, interferindo minimamente na temperatura e na pluviosidade. c) Cerrado: é um ecossistema similar à savana africana no que se refere à flora, constituída de cobertura vegetal onde se alternam plantas rasteiras, arbustos e árvores, estas bastante espaçadas e por vezes, apresentando tronco retorcidos, especialmente as matas-galerias (ou matas ciliares). Cobre boa parte do Centro-oeste brasileiro, interior paulista, mineiro e também o oeste da Bahia e norte do Paraná. Essa vegetação cobre um solo raso que em geral necessita de correção com calcário para a atividade agrícola de exportação, principalmente a soja. O clima é tropical continental, geralmente quente, apresentando duas estações bem definidas que se alternam anualmente: uma quente e chuvosa de outubro a abril, e outra mais amena e seca, de maio a setembro.

Cerca de 70% da população vive na Mata Atlântica ou no que restou dela. Como consequência dessa devastação, é comum nos verões chuvosos ocorrerem grandes deslizamentos de terras, com mortes que podem chegar aos milhares de pessoas. Nesse ecossistema, especialmente nas “serras” gaúcha e catarinense é comum a ocorrência de neve no inverno, pois essa é uma região muito suscetível ao deslocamento de massas de ar de origem polar que penetram no território brasileiro a partir do Rio Grande do Sul. Por fim, lembrar que esse ecossistema apresenta uma variedade significativa de árvores de grande porte, de grande beleza, como os ipês de todas as cores, jacarandá, pau-brasil, etc. e) Mata dos Cocais: é considerada uma área de transição entre a Amazônia (úmida) e a Caatinga (seca).

No entanto, o Pantanal se destaca pela variedade de ecossistemas locais, intensa biodiversidade onde o destaque cabe à fauna com tuiuiús, jacarés; rios bastante piscosos onde o destaque são os “peixes nobres” como o dourado, a piapara, o tucunaré, o pacu, o surubim ou pintado. No entanto, as piranhas marcam presença pelo grande número e especialmente pela ferocidade. O Pantanal é também o paraíso das serpentes conhecidas como sucuris. Há na paisagem pantaneira, aspectos que lembram outros ecossistemas ou regiões naturais, como a floresta densa tipicamente amazônica, campos de vegetação rasteira a lembrar o Cerrado, e até mesmo árvores que lembram a Caatinga. A exemplo da Amazônia, o Pantanal é também um ecossistema de equilíbrio tênue, pois ao retirar qualquer dos elementos que o compõem, fatalmente ocorre a desagregação ambiental bastante significativa.

De acordo com informações do Ministério do Meio Ambiente, cerca de 15% dos manguezais do mundo são encontrados em territórios brasileiros, do litoral do Amapá até Santa Catarina, em áreas de climas tropicais e subtropicais úmidos. h) Pampas: é, na realidade um tipo de pradaria. No sul do Brasil, principalmente no Rio Grande do Sul, os Pampas recebem o nome de campos ou campos sulinos. Ocorrem também no norte da Argentina e em quase todo o Uruguai. Os habitantes dos Pampas são conhecidos como gaúchos no Brasil, e gauchos no Uruguai e Argentina. É constituída de uma vegetação típica do cerrado, onde predominam vegetação rasteira e rala, e também campo limpo com veredas. Em toda a sua superfície há rios e riachos de águas muito límpidas.

Está inserida dentro do ecossistema do Cerrado, mas com algumas particularidades, a principal delas, é a aparência paisagística que lembra um sem fim de areia branca entremeadas de oásis, tais como os desertos do Oriente Médio. No entanto, o clima é tropical típico com chuvas anuais de cerca de 1500 milímetros, portanto, muito distante de um clima desértico. Além de que as temperaturas médias pouco excedem os 30 graus. É bem verdade que o assunto ecossistema está longe de se esgotar nessas linhas, cujo objetivo foi apenas aproximar os leitores de um tema fundamental para aqueles que pautam suas atuações na defesa do patrimônio ambiental brasileiro, na defesa do equilíbrio ambiental como fator de qualidade de vida humana, inclusive nas cidades. É importante salientar que o conhecimento dos diferentes ecossistemas podem ser úteis para um melhor manuseio do ambiente que aponte para além da mera preservação, mas sim o seu uso sustentável podendo fazer com que as sociedades “mereçam” o “tudo de bom” que a natureza possa oferecer sem devastá-la.

Desde que se entenda o ecossistema como sistemas ambientais com elementos em relações de equilíbrio, conclui-se necessariamente que todos os elementos de um ambiente, inclusive o homem são imprescindíveis para a manutenção da vida no meio ambiente e no maior ecossistema que podemos conceber, a Biosfera, o ecossistema planetário, a intersecção dos três domínios naturais: a atmosfera (ar), a litosfera (terra) e a hidrosfera (água). É o que esperamos que esse ensaio mostre a todos os possíveis leitores. Referências Bibliográficas (sítios e portais acessados) MAGALHÃES, Lana (2018). Disponível em: http://www. oeco. org. br/dicionario-ambiental/28516-o-que-e-um-ecossistema-e-um-bioma/. Acesso em 06/04/2019.

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