A Sorbonne

Entretanto, de que modo o nome Sorbonne passou a ser associado tão indelevelmente à tradicional Université? Tudo começou com Robert de Sorbon (1201-1274), canônico professor de Teologia, a mais conceituada entre as disciplinas na Idade Média. Em 1250, a rainha Blanche (Blanca de Castilla), regente durante a Sétima Cruzada, doou ao mestre Robert de Sorbon e à sua casa de estudantes pobres uma nova casa e os estábulos adjacentes. O mais antigo ato registrado pela Sorbonne incluía tão somente essa doação real, além de troca de algumas casas adjacentes entre o rei e Robert. Desde então a Faculdade pôde ser fundada em 1253 e consagrada como uma famosa instituição da Universidade de Paris. O nome do todo acabou recebendo o nome da parte: durante séculos Sorbonne passaria a designar toda a Universidade.

Ele nasceu em Sorbonne, fora aluno em 1606-1607 e certamente mantinha laços afetivos com a instituição. No entanto, somente em 1627 conseguiu pôr em prática seu projeto de reforma do edifício e de renovação da faculdade, cujas casas adjacentes tornaram-se lar de grande número de moradores. O edifício não comportava mais as necessárias instalações que se exigiam na época de uma faculdade de tamanho prestígio. Para melhor atender o grande número de pensionistas, Richelieu adicionou, em 1629, duas antigas faculdades vizinhas (Calvi e Dix-Huits) e encomendou ao arquiteto Jacques Lemercier a reconstrução desses dois edifícios em estilo clássico, ao gosto da época, além de começar a construir a Capela de Santa Úrsula em 1635. Nesse mesmo ano Richelieu foi confirmado no cargo de primeiro-ministro após o “dia do duque”, e então o cardeal e agora duque de Richelieu retomou a reconstrução de Sorbonne e dos dois edifícios vizinhos e em muito ampliou as instalações, retrabalhando o projeto de modo bem mais ambicioso.

O que principiara como protesto estudantil em Sorbonne alastrou-se como revolta dos trabalhadores em Paris e instalou greves gerais pela Europa, insuflando agitações em várias cidades, inclusive de outros continentes, gerando uma onda de levantes sociais como jamais registrado na História. A Assembleia Nacional, eleita em junho de 1968 após a dissolução decidida pelo general de Gaulle, imediatamente instaurou a reforma da Universidade. Em 1971 a Universidade de Paris foi desmembrada em treze novas universidades. Seis instituições educacionais permanecem nas instalações do Quartier Latin: • Universidade Paris 1 Panthéon Sorbonne – a principal universidade parisiense, direcionada às Ciências Políticas, Econômicas, Gestão, Direito e Humanas. • Universidade Sorbonne Nouvelle Paris 3 – inovadora no âmbito das Letras, Linguística, Idiomas, Teatro, Comunicações e Estudos Europeus (História Pluridisciplinar, Economia, Direito e Ciência Política).

Sorbonne representa competência educacional e vocação para assumir papel de proa na formação de uma nova juventude.