Como aconteceu a desigualdade social

A intensão de formar grupos partia de momentos onde era extremamente importante fortalecer as capacidades de sobrevivência, tais como em fins de alimentação, proteção e até a reprodução da espécie. Quando estas necessidades se tornavam menos precisas, os grupos se separavam e cada um retornava a viver isoladamente. Para Rousseau (1755), foi a partir de indícios como estes que provocaram as primeiras conclusões de que o homem poderia ter mais do que era necessário para uma sobrevivência regular: ter mais poder, ser melhor do que outros homens, ideia de propriedade, animais, objetos, armas e até pessoas. Seria esta noção de superioridade a norteadora para que o homem iniciasse uma "acumulação de bens e propriedades", e consequentemente, superioridade diante dos demais.

Isto foi o ápice para os primeiros conflitos entre homens da mesma tribo, e, posteriormente, entre cidades e nações. Com o desenvolvimento das relações comerciais, as formas da desigualdade social foram se tornando mais evidentes e complexas, principalmente pela efetivação do sistema capitalista, que contribuía para demasiado acúmulo de riqueza nas mãos de poucos e a pobreza para muitos, consequência impulsionada também pelo avanço industrial. A antiga sociedade medieval começou então dar espaço para uma novos modelos de sociedade e de desigualdade social, que até então só existia entre o poder dos senhores feudais e a classe pobre. Com a revolução industrial, houve uma crescente ocorrência das relações comerciais, que foi se encaixando no mundo desde um modo expansivo geral, até camadas sociais mais específicas.

A relação comercial foi se englobando em todo contexto social, originando termos tão populares quanto empregado e patrão. O capitalismo predominante tem como principal característica o acúmulo de capital para girar a economia, deste modo, quem retém o capital são aqueles com melhores possibilidades na sociedade, possuindo mais facilidade para acessar os recursos de educação, moradia e saúde. Segundo estudos, a desigualdade social se faz presente no mundo desde o período Neolítico (entre 12 mil e 4 mil a. C), onde os homens que viviam em terras férteis eram enterrados com ferramentas, já os que viviam em localidades menos favorecidas, eram enterrados sem o apetrecho. A desigualdade social começou há mais de 7 mil anos, como confirmado numa pesquisa realizada por arqueólogos britânicos, publicada na revista científica PNAS, da Academia Americana de Ciências.

O apontamento se embasou na análise de porções de esqueletos humanos, alguns enterrados com ferramentas e outros não, o que apontou diferenças sociais, segundo os cientistas. Os esqueletos que estavam acompanhados de ferramentas viviam em lugares férteis, e as ferramentas seriam uma evidência que possuiam acesso à estes locais; caso completamente oposto dos menos favorecidos. html?m=1. Acesso em 14. fev, 2018. GEOBLOG NEWS. Desigualdade social. Disponível em: http://g1. globo. com/ciencia-e-saude/noticia/2012/05/desiguadade-social-comecou-no-periodo-neolitico-sugere-estudo. html. Acesso em 14.