EDUCAÇÃO, SOCIEDADE E TRABALHO: ABORDAGEM SOCIOLÓGICA DA EDUCAÇÃO. Brasília, 2006

Tipo de documento:Projeto de Pesquisa

Área de estudo:Gestão ambiental

Documento 1

No século XIX, o predominante pensamento teológico começa dar abertura para a ciência. Para tanto, ampliaram estudos nas áreas das Ciências Naturais – matemática, física, astronomia, química, biologia, etc; e as Ciências Sociais – história, geografia, antropologia, pedagogia, sociologia. Após a queda do poder hegemônico dos nobres, a burguesia ascende tentando afirmar-se como classe dirigente liderando movimentos revolucionários contra o clero e a nobreza. Ainda no século XIX, com a consolidação do capitalismo, a burguesia (já dominante) é ameaçada pelos levantes da classe operária, devido às péssimas condições de trabalho e salários propostos pelos burgueses. Estes operários constituíram as grandes revoluções Industrial e Francesa, responsáveis por profundas mudanças econômicas e sociais no século XIX.

• Agricultura também volta-se para processos industriais (larga escala) suprindo necessidades do mercado (busca de capital). • Êxodo rural. Da mesma forma que artesãos foram arruinados por este sistema, os agricultores que não mecanizaram suas lavouras, também foram prejudicados. O crescimento exponencial da população e cidades acelerou mais ainda o processo de industrialização. Atraída para as cidades, a população do campo moveu-se para os centros urbanos, porém, viviam em péssimas condições de saneamento básico e alimentação em comparação com os antigos feudos. A monarquia era um obstáculo para o pleno desenvolvimento do capitalismo pois intervia na economia em muitos sentidos: • Não superando as relações feudais de produção • No plano cultural promovia intolerância religiosa, filosófica.

• No plano social restringia a mobilidade de ascensão, devido a hereditariedade de status. Neste sentido, a burguesia, composta por pessoas influentes e ricas, convenceram-se que apenas uma revolução mudaria a situação econômica e política da França aliada aos demais membros do terceiro estado. Aderiram às idéias liberais de: Individualismo, liberdade, propriedade, democracia e igualdade. O primeiro confronto entre os revolucionários e conservadores ocorreu em 1789 e no mesmo ano, a Assembléia dos Estados Gerais não chegou a um acordo. • Expulsão dos trabalhadores no campo, baixos salários, desemprego e longas jornadas de trabalho: a situação piorou. • Conflito entre burguesia e operariado. • Luta de classes (daí o surgimento dos intelectuais socialistas x burgueses. UNIDADE 2 – DUAS TENDÊNCIAS TEÓRICAS NO ESTUDO DA SOCIEDADE: ELEMENTOS E CARACTERÍSTICAS DO FUNCIONALISMO, DO MATERIASLIMO DIALÉTICO E TEORIA DE MAX WEBER.

Funcionalismo Émile Durkheim fundador do pensamento funcionalista é considerado um dos pais da Sociologia moderna. • Generalidade – para ser um fato social, determinado acontecimento deve ocorrer para a maioria das pessoas, ou seja, ser algo normal. Ex. emprego, forma de vestir, habitação. Uma sociedade sadia para Durkheim consiste numa vivência estável, harmônica, onde a maioria pensa e age de forma semelhante. O remédio da teoria funcionalista para o autor e os demais privilegiados seria, caso houvesse desarmonias, a aplicação de algumas reformas (cestas básicas, aumento salarial, etc) ou seja, pequenas manutenções que não modificam a estrutura vigente. Pequenas mudanças quantitativas podem ocasionar uma mudança qualitativa, marcada por transformações radicais. Ex: Queda da Bastilha e seus desdobramentos levaram a Revolução Francesa.

• Contradição Universal: As mudanças acontecem pois forças contrárias unem e se opõem constantemente. Ex: burguesia e proletariado. • Movimento: tudo está pronto, completo. MAX WEBER Max Weber (1864 1920) foi um sociólogo, economista e historiador alemão um dos fundadores da Sociologia. Diferentemente de Durkheim, que defendia o método comparativo e do materialismo dialético de Marx, Weber desenvolveu um método de análise sociológica que ficou conhecido como método compreensivo, que se tornou a segunda vertente do método sociológico. Weber defende que os fenômenos sociais exigem a formulação de um método próprio, distinto daquele utilizado pelas Ciências Naturais. Isso só é possível, segundo Weber, através da análise dos sentidos atribuídos pelos indivíduos à sua vida e à sua maneira de agir no âmbito da cultura da qual faz parte.

Já para Weber, cada fenômeno social tem uma particularidade que deve ser levada em conta pela análise sociológica, que deve tornar compreensível e tentar interpretar as intenções e sentidos das ações dos indivíduos dentro de uma certa cultura. Essa característica é fundamental para socializar indivíduos. Para ele, temos dois seres incorporados • O primeiro é individual, com estados mentais próprios e aspectos pessoais singulares. • O segundo é o ser social, voltado à sociedade em que vivemos. A sociedade para o autor é composta pelos seres socializados e integrados às regras de seus respectivos grupos. Cabe à educação a transmissão de tradições e códigos para uso na convivência social. • Propriedade Privada: direito natural, assegurado pelo estado – o corpo por exemplo. • Principio da igualdade: perante a lei, não à igualdade material.

Segundo ele, homens possuem diferentes potencialidades e se educam de diferentes maneiras com diferentes recursos, sendo impossível uma pretensa igualdade social. Portanto, prevalece a igualdade jurídica. • Democracia: uma vez impossível o povo reunir-se permanentemente, a democracia liberal consiste na representação do povo através de eleitos. em defesa da educação pública gratuita. A teoria do Capital Humano Esta teoria afirma que o desenvolvimento de um país esta diretamente ligado à educação de sua população. Elaborada por economistas, o de maior destaque com seu premio Nobel foi Theodore Schultz. Consiste na premissa que indivíduos que possuem acesso à escolarização, tornam-se mais capacitados para trabalho e em decorrência disto, mais produtivos devido sua bagagem de conhecimento. Observou-se que os países mais desenvolvidos possuíam os melhores sistemas educacionais, assim como escolas para todo povo e uma rápida recuperação pós guerra.

A ação policial por exemplo, quando há ocupação de terras ou fábricas reivindicando melhores salários, a polícia age instantaneamente, zelando pela restituição à burguesia. Ideologia neste sentido é uma falsa crença. Marx a entendia como uma falsidade nas relações de domínio entre as classes. A burguesia utiliza a ideologia – burguesa – para impedir que os trabalhadores entendam como funciona a exploração que lhe é submetida. Este é o intuito da mais valia: o trabalhador trabalha, se empenha, mas dificilmente será rico, pois não tem propriedade e não explora o trabalho dos outros. Na escola: • Burguesia a utiliza como ferramenta para passar seus valores e preservar a ordem estabelecida. • O proletariado teria de buscar a formação de consciências a favor da transformação social e do socialismo.

• Faz-se um ambiente de luta pela hegemonia expressa no domínio ideológico. Gramsci observava o potencial transformador da educação assim como os reprodutivistas, concordando que a escola é um aparelho reprodutor das relações sociais capitalistas podendo ser utilizado a favor de ideais revolucionários. Para Gramsci a dominação burguesa ocorre em diversas instâncias: • Na instância econômica, explorando o trabalho operário. As relações sociais no modo de produção capitalista Sistema econômico primitivo Capitalismo Terras e demais meios de trabalho eram da comunidade Terras, fábricas, comércios são bens privados Produção cooperativa Produção individualista Satisfação das necessidades da população Visa o lucro em primeiro lugar Artesão Operário Trabalho individual, poucas etapas, mesmo artesão Divisão do trabalho em etapas por operários diferentes Frederic Taylor pesquisou sobre objetivos da administração burguesa, que criou condições para reforçar a alienação e exploração do trabalho.

O autor tinha uma concepção de mundo funcionalista, onde harmonia e equilíbrio deveriam estar presentes nas relações sociais. Conflitos de classes, greves seriam encarados como disfunções e um controle das tarefas nas fábricas era necessário (até mesmo utilizando cronômetros, contabilizando tempo, como forma de prevenir e punir funcionários ineficientes. Henry Ford foi outro adepto do sistema de produção capitalista. Diminuiu o tempo de fabricação, reduziu custos e diluiu custos fixos atingindo uma economia de escala e padronização dos produtos. Até que foi estagnado com o aumento da inflação e a diminuição da taxa de lucro das empresas. Como reação a este impasse, a burguesia adotou o chamado modelo neoliberal. O neoliberalismo prega: • Manutenção de um Estado forte • Estabilidade monetária • Contra sindicatos • Rigor nos gastos sociais • Pouco intervencionista na economia • Livre mercado assegurador do bem estar Para Luís Fernandes há três pilares fundamentais do neoliberalismo: • Privatização de empresas públicas • Desregulação das atividades econômicas e sociais – superioridade da “eficiência do mercado” em relação ao “burocratismo estatal” • Reversão de padrões de proteção social referentes à saúde, habitação, educação, etc.

O papel e compromisso social dos trabalhadores da educação No Brasil por exemplo, desde 2002 várias reformas neoliberais ocorreram, principalmente privatizações e muitas características foram transportadas para a administração escolar. Assim como Taylor defendia uma administração escolar que beneficiasse o patrão e o empregado, a administração escolar prega um saber apartidário e vertical na tomada de decisões.

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