Os .cinco modelos de Personalidade

Tipo de documento:Redação

Área de estudo:Psicologia

Documento 1

Palavras-chave: Personalidade; Traços típicos; Avaliação da personalidade. ABSTRACT Given the importance of the Big Five model for personality assessment, this study aimed to survey research done in Brazil about this model in the databases Scielo and PEPSIC and the four editions of the Brazilian Congress of Psychological Assessment. The researches show a steady increase in the number of publications on the subject, with a concentration of researches developed in the south and southeast, mainly represented by researchers from UFRGS and USF. Most studies show dual authorship, having been developed with samples of youngsters and adults, making use mainly of EFN, EFEx and EFS as instruments. Keywords: Personality; Typical traits; Personality assessment. O modelo dos Cinco Grandes Fatores tem sua origem em um conjunto de pesquisas sobre personalidade, advindos de teorias fatoriais e de traços de personalidade.

Nunes e Hutz (2002) afirmam que um dos pioneiros no desenvolvimento do modelo dos CGF foi McDougall que, na década de 30, sugeriu que a análise da linguagem de uma população ajudaria a entender a sua personalidade, propondo um modelo na qual ela poderia ser analisada a partir de cinco fatores independentes. Após esse trabalho, McDougall inspirou pesquisas sobre o modelo, como os estudos de Fiske (1949), Borgatta (1964), e Tupes e Christal (1992). Segundo Nunes, Hutz e Nunes (2010), o modelo tem sido extensamente estudado por possibilitar uma descrição da personalidade de forma simples, elegante e econômica, já que outros modelos fatoriais da personalidade são maiores e mais complexos. Nesse sentido Pervin e John (2004) citam, por exemplo, o modelo de Cattell que apresenta até 16 traços distintos, e o modelo de Allport, o qual sugere a existência de traços peculiares a cada pessoa, de forma a considerar a possibilidade de um número infindável de traços.

Nessa perspectiva, este modelo representa um dos progressos mais importantes no estudo da personalidade nos últimos anos, visto que faz uso de um modelo geral de taxonomia que emprega amplos fatores (formados, por sua vez, por várias características), para descrever a estrutura da personalidade (Pimentel & Donnell, 2008). O crescente interesse por esse modelo na comunidade científica se dá em razão da grande evidência de sua universalidade e aplicabilidade em diferentes contextos, uma vez que, ao fazer uso da análise fatorial, que é identificada por ser peculiar e com base empírica, a pesquisa com o modelo dos CGF da personalidade permite que seus resultados sejam mais fidedignos e valiosos (Nunes & Hutz, 2002). Embora este modelo tenha se desenvolvido à luz das metodologias empiricistas e não de uma teoria em si, ele tem se mostrado capaz de explicar os resultados obtidos em testes criados com base em diversos modelos teóricos de personalidade e em diferentes culturas, já tendo sido replicado em alemão, japonês, chinês, hebraico, nos EUA, em Portugal, entre outras (Nunes & Hutz, 2002).

Apesar de ser um modelo relativamente recente, embasou diversas pesquisas transculturais que corroboraram sua universalidade (Silva, Sclottfeldt, Rozemberg, Santos & Lelé, 2007). McCrae e Costa (1997) referem tal fato à existência de um conjunto de características biológicas de nossa espécie, representadas por traços, ou pode representar simplesmente uma consequência psicológica das experiências humanas compartilhadas da vida em grupo. As bases de dados virtuais são hoje uma grande fonte de disponibilização de artigos completos e, tendo em vista a facilidade de acesso, essa prática favorece a amplitude de divulgação dos estudos científicos (Barroso, 2010). Ao indexar diversos periódicos científicos, dissertações, teses e capítulos de livros em fontes virtuais, visando garantir acesso à informação de forma rápida e precisa em espaço virtual, os pesquisadores acabam por garantir a visibilidade e o acesso universal à literatura científica (Joly & cols.

de forma a consistir, segundo a autora, em fonte privilegiada na realização de avaliação da produção científica em determinada área. A maior parte dos estudos de metaciência sobre a psicologia no Brasil têm utilizado como fontes de pesquisa os resumos de congressos, bases de dados virtuais e periódicos impressos, além de dissertações e teses (Bariani, Buin, Barros & Escher, 2004; Santos, Oliveira, Joly & Suehiro, 2003; Witter, 2003). Dentre esses, Barroso (2010) afirma serem as análises de resumos de apresentações de congresso as mais frequentes, opções amparadas devido, principalmente, a questões apontadas por Yamamoto, Souza e Yamamoto (1999): 70% dos periódicos latinoamericanos não estão incluídos em bases de dados indexadas, resultando em baixa visibilidade, somado a um conjunto de aspectos problemáticos como a irregularidade na publicação e distribuição das revistas, além da falta de normatização dos artigos.

Dessa forma, foram selecionados 25 trabalhos que se referiam ao modelo dos Cinco Grandes Fatores, sendo excluídos os demais, de forma que o artigo mais antigo data de 2001 e o mais recente, de 2009. Dentre os 25 artigos, dois encontravam-se duplicados nas duas bases de dados, ou seja, dois artigos foram encontrados tanto no Scielo quanto no Pepsic, sendo por este motivo contabilizados uma única vez, de forma que ao final foram utilizados 23 trabalhos, 14 provenientes da base de dados Pepsic e 9 da base de dados Scielo. Na segunda busca, realizada nas quatro edições do congresso, o levantamento dos trabalhos foi feito por meio dos descritores "personalidade", "modelo dos cinco grandes fatores da personalidade", "Big Five" e "traços da personalidade". Após esse levantamento foram selecionados apenas os trabalhos que tinham como base o modelo dos CGF da personalidade, tendo-se encontrado um total de 30 trabalhos nas quatro edições do evento.

Assim, os artigos e trabalhos foram analisados de acordo com os seguintes critérios: ano de publicação, autoria (número de autores por artigo e quantidade de artigos por autor), filiação institucional, região do Brasil a que pertence o pesquisador, instrumento utilizado e tipo de amostra. Por esse motivo, provavelmente, muitas questões e muitas lacunas ainda permanecem em relação à avaliação da personalidade no modelo dos CGF, embora essas possam estar sendo investigadas. Nesse sentido, uma reflexão se faz necessária. Uma possível limitação dos resultados encontrados pode estar diretamente ligada à seleção dos descritores utilizados. Uma hipótese a ser considerada refere-se a uma maior amplitude dos termos que foram utilizados nas buscas, de forma que a sua ampliação e a inserção de novos descritores poderia ter contribuído para o aumento no número de trabalhos avaliados, de forma que uma nova busca, mais ampla, é recomendada.

O segundo dado analisado nos trabalhos referiu-se à questão da autoria, tendo-se investigado a filiação institucional dos autores. Comparado com outros países há ainda escasso intercâmbio acadêmico". O dado referente à concentração de pesquisa em algumas regiões reflete a situação geral da pesquisa em psicologia no país, visto que, segundo dados da Coordenadoria de Apoio à Pesquisa – Capes (www. capes. org. br), o Brasil conta hoje com 104 cursos de pós-graduação em psicologia, distribuídos em 64 programas. Há uma demanda constante por parte dos pesquisadores a instrumentos válidos que permitam a realização de coleta de dados confiáveis, especialmente com crianças e adolescentes.   Por fim, considerando que a maior parte dos trabalhos encontrados caracterizaram-se como trabalhos empíricos, somente os instrumentos que se embasam no modelo dos Cinco Grandes Fatores.

Vale enfatizar que vários estudos fizeram uso de mais de um instrumento na sua metodologia, de forma que a soma ultrapassa o número de trabalhos avaliados.  Grande número de pesquisas também foram realizadas fazendo uso da EFS (17,2% dos artigos, e 13,2% dos trabalhos do congresso) e da EFEx (20,6% dos artigos e 19,8% dos trabalhos no congresso). Uma consideração importante se refere ao fato de que esses instrumentos utilizados em maior número de trabalhos eram os únicos, no momento do levantamento, a estarem publicados e autorizados para uso pelo Conselho Federal de Psicologia, com exceção do NEO-PI-R, cuja ausência de pesquisas pode estar relacionada ao fato de que o presente levantamento considerou os trabalhos publicados até o ano de 2009, e a adaptação brasileira somente foi publicada em 2008, situação que provavelmente não possibilitou tempo hábil para publicações de pesquisas que fizessem uso desse instrumental.

Considerando-se que o levantamento das pesquisas restringiu-se a duas bases de dados e aos trabalhos apresentados em um congresso, a ampliação das fontes consultadas é recomendada para que se possa visualizar de uma forma mais ampla a produção científica em personalidade, mais especificamente no modelo dos CGF. Embora as bases consultadas apresentem indexadas as revistas brasileiras mais importantes na área de psicologia, certamente alguns trabalhos nacionais representativos da área da personalidade podem ter sido excluídos, de forma que uma ampliação desse trabalho é recomendada a fim de que outras bases possam ser consultadas (citando-se o exemplo da BVS-Psi), além da busca em bases de teses e dissertações, para que um panorama mais completo possa ser traçado.   Referências Allport, G. W.  Personalidade padrões e desenvolvimento.

F. Teorias psicométricas da personalidade. Em C. E. Flores-Mendoza & R. Yamamoto, & V. V. Gouveia.  Construindo a psicologia brasileira: Desafios da ciência e prática psicológica (pp. São Paulo: Casa do Psicólogo. Nunes, C. H. S. S. Silveira, A. A. Martins, R. X. Abreu M. C. Las Cinco Grandes Dimensiones de La Personalidad. Revista de Psicología de La PUCP. Lustoza, R. Z. Oliveira, K. A contribuição de São Paulo.  Pesquisa FAPESP, 171, 29-35. McCrae, R. R. Opennes to experience as a basic dimension of personality. P. Fernandes, D. C. Estresse laboral: Análise da produção científica brasileira na SciELO e BVS-Psi.  Fractal, 20(2), p. S. S. Hutz, C. S. O modelo dos Cinco Grandes Fatores de Personalidade. a).  Escala Fatorial de Extroversão – Manual técnico.

São Paulo: Casa do Psicólogo. Nunes, C. H. Hutz, C. S. Giacomoni, C. H. Associação entre bem estar subjetivo e personalidade no modelo dos cinco grandes fatores. O.  Bateria Fatorial de Personalidade (BFP): Manual técnico.  São Paulo: Casa do Psicólogo. Pacheco, L. Sisto, F. Porto Alegre: Artmed. Pimentel, C. E. Donnell, E. D. J. J. M. Belsky, J. The Relations Between Parents’ Big Five Personality Factors and Parenting: A Meta-Analytic Review. Porto Alegre: Artmed. Santos, A. A. A. Oliveira, L. Silva, R. S. Schlottfeldt, G. Rozenberg, M. P. Traços de personalidade e agressividade: Um estudo de evidência de validade.  Psic, 8(1), 89-99. Witter, G. P. Professor–estresse: Análise da produção científica.

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