A Revolta da Vacina - Nicolau Sevcenko (Resenha livro completo)

Tipo de documento:Redação

Área de estudo:Sociologia

Documento 1

Esse modelo que seria implementado na época teria sido inspirada nos modelos adotados na Europa e que por isso não haveria motivos para que a vacinação obrigatória não ocorresse com êxito Todavia a oposição definir o argumento de que o método de aplicação obrigatório no Brasil era turbulenta e brutal e não adequada para a moralidade da sociedade brasileira da época. Ou seja o conflito entre esses dois polos não era em si a vacina, mas a forma como ela era aplicada e seu caráter obrigatório. Para acirrar ainda mais os ânimos na época os boatos a respeito de uma morte devido a vacina contra varíola se espalharam entre a população, fazendo com que poucas pessoas procurassem postos de saúde em busca da vacina em meio a um grande surto de varíola.

Assim a atitude do governo foi a regulamentação da Lei da vacinação obrigatória dando início a primeira e provavelmente a última grande revolta popular brasileira. O autor ainda estabelece o objetivo da lei que era claro, uma campanha rápida e eficaz. A situação era geral em toda cidade do Rio de Janeiro. Em todos os bairros viam-se confrontos entre manifestantes policiais membros do exército, Marinha e guarda nacional. A cidade estava devastada as linhas telefônicas cortadas impedindo qualquer comunicação. “Todas as ruas centrais apresentavam os aspectos de um campo de batalha, cobertas de destroços: postes virados, paralelepípedos revolvidos, restos de bondes quebrados e incendiados, vidros espatifados, latas, madeiras. ” (SEVCENKO,1984, p. Dispõem-se, enfim, a marchar assim mesmo para o palácio presidencial.

Haviam, porém, perdido muito tempo nessas manobras indecisas. Tomada a Escola às 18h30min, somente às 23h iniciaram sua ofensiva. O governo, já informado de tudo, reforçou de todas as formas que pôde a sua sede administrativa. ” (SEVCENKO,1984, p. ” (SEVCENKO,1984, p. O governo de Campos Sales já havia iniciado diversas manobras de recuperação Econômica pois como Paulista sua ideia era mostrar um país que estava se desenvolvendo solidamente e de forma saudável, porém o que aconteceu foi afundar a população numa profunda miséria apesar de uma melhora na economia. Ao nomear Joaquim Duarte Murtinho como Ministro da Fazenda homem que estava disposto atender as demandas dos banqueiros internacionais colocou o país no profundo desemprego e aumento de impostos. Com uma entrada de Rodrigues Alves que também era Paulista tudo que era visto era uma continuação do governo de Campos Sales.

Porém Campos Sales queria atender a outras demandas, ele possuía a priori somente dois objetivos. O segundo erro do presidente, fui convidar Osvaldo Cruz para cuidar das questões sanitárias da cidade do Rio de Janeiro sob as mesmas circunstâncias de Pereira Passos. Utilizando de meios truculentos e invasivos para erradicação das endemias. Foi o que aconteceu com a lei de regulamentação da vacina obrigatória contra varíola utilizando-se de policiais a mando da Saúde Pública. Capítulo 3 - O processo de segregação: agonia As condições de vida da população no Rio de Janeiro vinham sendo coagidas de uma forma indiscutível e clara, pois acontecia o crescimento da população nesse período de transição entre os séculos XIX e XX.

Dentre os diversos fatores estavam pessoas vindas de fazendas após a Lei da Abolição e migrantes internos atraídos pelas oportunidades no mercado de trabalho, sejam do ramo comercial, industrial ou de serviços em todo país. O resto é a agonia e o silêncio, como bem o percebeu uma das mais delicadas vítimas da violência discriminatória, o poeta Cruz e Souza. ” (SEVCENKO, 1984, p. Capítulo 4 – “A repressão administrativa: terror. No último capítulo, Nicolau analisa a forma de repressão usada e os seus resultados, advindos pela Revolta da Vacina. O autor revive a idéia do caráter drástico da repressão desencadeada sobre as camadas mais abastadas da população da cidade. ” (SEVCENKO, 1984, p. Dentro de uma lógica onde aquele lado que for mais forte tem sua interpretação sobre os fatos prevalecia e era imposta atitude mítica, desumanizada e arbitrária e através dessa explicação, a atuação das autoridades não deixou nada a desejar, pois com o propósito da eliminação dos “prisioneiros da saúde”, batidas policiais freqüentes recolheram populares com suspeita de participação nos motins, sendo estes, deportados para o Acre, levados de forma desumana até o destino final, no intuito de fornecimento de mão de obra para produção de borracha da região.

Muitos não aguentaram chegar e morriam no caminho. Tratava-se de uma expulsão e término do que seria incontrolável, tendo em vista que a população se recusava a submeter à nova espécie de disciplina de trabalho e de cidadania agora imposta pelo governo. Uma nova divisão geográfica leva a cidade a encontrar-se paralelamente com a separação dos mendigos, loucos, doentes e rebeldes. Essa ideologia é até hoje a apatia do povo brasileiro em relação ao trabalho e à política usada para admitir como justificável a pretensão governamental em favor da vinda dos imigrantes estrangeiros, sendo a questão socioeconômica, disciplinar e a exploração do trabalho, resolvida por um diagnóstico médico. É argumentado pelo autor que a inspiração dessa estratégia brutal e cruel origina de tratamentos reservados aos escravos antes da abolição, notadamente observada que uma justiça particular dentro das fazendas, tornou-se institucional a prática da própria autoridade pública diante do processo republicano, com a representação da continuidade entre a antiga sociedade senhorial para a nova republicana.

“Durante quatrocentos anos não se fez outra coisa no Brasil. Creio que se modificará o nome: estado de sítio passará a ser estado de fazenda. De sítio para fazenda, há sempre um aumento, pelo menos no momento de escravos”.

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