Custos e Formação de Preço

Tipo de documento:TCC

Área de estudo:Contabilidade

Documento 1

Nota: _____ Osasco, 12 de junho de 2017 Dedico esse trabalho aos meus pais, meu marido e a toda minha família por todo apoio, compreensão, incentivo, e por nunca deixarem de acreditar em mim ao longo desta caminhada. E a todos os meus professores. RESUMO O presente estudo demonstra como a gestão de custos pode influenciar diretamente numa formação, manutenção e/ou alteração de preços de vendas, bem como apresenta os diversos tipos de custeio e verifica os impactos dos custos na formação de preços. Para tal, como método de pesquisa foi utilizado a coleta de dados bibliográficos, onde são apresentados os conceitos, as definições e explicações relacionados à gestão de custos. Tendo em vista o mercado atual, existe uma grande concorrência entre as empresas, onde são oferecidos diversos produtos semelhantes e a escolha dos consumidores está relacionada tanto a qualidade como ao preço.

abstract The following study demonstrates how cost management can directly influence the formation, maintenance and / or alteration of sales prices, as well as presents the different types of costing and verifies the impacts of the costs in the formation of prices. For this, as a research method was used the collection of bibliographic data, where the concepts, definitions and explanations related to cost management are presented. In view of the current market, there is a great deal of competition between companies, where a number of similar products are offered and the choice of consumers is related to both quality and price. Therefore, knowing and correctly classifying costs is a task of paramount importance in what concerns the survival of a company. The research presents the ways to identify and classify expenses, as well as several factors that influence the formation of the sale price.

São Paulo – 2016 14 Tabela 3 – Parâmetros para divisão dos custos da Marcopolo S. A. São Paulo – 2016 14 Tabela 4 – Cálculo dos custos e despesas por unidade da Marcopolo S. A. São Paulo – 2016 14 Tabela 5 – Preço (em R$) orientado pelo custo da Marcopolo S. A. São Paulo – 2016 14 Tabela 11 – Ponto de equilíbrio com base no preço orientado pelo custo da Marcopolo S. A. São Paulo – 2016 14 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 – Preço mínimo x Preço orientado pelo custo 14 Gráfico 2 – Comparação: Preço praticado, mínimo e orientado pelo custo 14 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS % - Por cento ABC - Custeio Baseado em Atividade CD - Custo Direto CDT – Custos e Despesas Totais CF - Custo Fixo CM - Custo Misto CV - Custo Variável CIF - Custo Indireto de Fabricação COFINS - Contribuição para Financiamento da Seguridade Social DRE - Demonstrativo de Resultados do Exercício ICMS - Imposto sobre Operações Relativas á Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços LAIR - Lucro Antes do Imposto de Renda e Contribuição Social MD - Material Direto MgC - Margem de Contribuição MOD - Mão de Obra Direta MP - Matéria-Prima OP - Ordem de Produção PEC - Ponto de Equilíbrio Contábil PEE - Ponto de Equilíbrio Econômico PEF - Ponto de Equilíbrio Financeiro PEO - Ponto de Equilíbrio Operacional PIS - Programa de Integração Social UEQ - Unidade Equivalente UN - Unidade SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 14 1.

Justificativa 14 1. Contabilidade de Custos 14 2. Definições e Conceitos de Custos 14 2. Desembolso 14 2. Gastos 14 2. Investimentos 14 2. Por nível de produção 14 2. Custo Fixo (CF) 14 2. Custo Variável (CV) 14 2. Custo Misto (CM) 14 2. Sistema de Acumulação de Custos 14 2. Preço de Venda 14 2. Formação de Preço 14 2. Mark-up 14 2. Target costing 14 3 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS 14 3. Situação e Sujeito 14 3. Os fatores de grande importância para obter aceitação dos produtos ou serviços em um mercado competitivo é a qualidade e preço de venda. Mas, como uma organização poderá garantir aos seus clientes um produto ou serviço de qualidade com preço acessível? Ou até mesmo, saber se o preço de venda é capaz de cobrir seus custos e fornecer uma margem de lucro? Pode-se afirmar que ambos estão ligados ao custo.

Custo é todo gasto gerado pela organização na obtenção de um produto ou serviço utilizado para gerar outros produtos e/ou serviços. Portanto, efetuar uma boa gestão de custos e formar corretamente os preços de venda é essencial para a sobrevivência em um ambiente competitivo. A formação de um preço competitivo é crucial para atingir o sucesso, em razão de permiti planejar o futuro da organização a curto prazo e minimizar as incertezas a longo prazo. É o momento em que se explicita, para o leitor, o que efetivamente foi coberto pela pesquisa”. Com isso o presente estudo comporta apenas os fatores financeiros relacionados à custos e formação de preço. Devido à limitação na coleta de dados de mercado no segmento escolhido como objeto de pesquisa, os aspectos mercadológicos não foram abordados, limitando-se apenas nos aspectos financeiros.

No primeiro momento apresenta-se a revisão bibliográfica, a qual fornece suporte à contextualização do estudo. Dando início ao conceito de contabilidade de custos, bem como suas classificações, os principais métodos de custeio, os critérios para formação do preço de venda. Problema Formar um preço competitivo é primordial para o sucesso de uma organização, portanto necessita de muita cautela. Um preço não muito bem formulado trará maus resultados para a empresa. Diante disto, o questionamento que conduz o estudo é: Como a Gestão de Custos pode auxiliar na configuração de um preço de vendas competitivo? 1. Hipóteses Como resposta ao problema apresentado, foram levantadas as seguintes hipóteses: • A gestão de custos fornece uma visão ampla dos gastos envolvidos no processo produtivo, de tal forma que proporciona uma base para a formação de preço; • A gestão de custos fornecendo ferramentas necessárias para uma boa tomada de decisões, tais ferramentas podem auxiliar diretamente na formação de preços de venda competitivo; e/ou • A gestão de custos não auxilia e também não interfere no que tange formar um preço de venda competitivo.

Objetivos A seguir são apresentados, respectivamente, os objetivos Geral e Específico. Após a revolução industrial a função do contador tornou-se mais complexa, pois o valor de compra utilizado no comércio agora estava sendo substituído por diversos valores de recursos utilizados na produção de bens ou serviços. Segundo Martins (2010, p. “A contabilidade de custos nasceu da contabilidade financeira, quando da necessidade de avaliar estoques na indústria, tarefa essa que era fácil na empresa típica da era do mercantilismo. Seus princípios derivam dessa finalidade primeira e, por isso, nem sempre conseguem atender completamente a suas outras duas recentes e provavelmente mais importantes tarefas: controle e decisão. ” A intenção inicial era fazer da contabilidade de custos uma ferramenta para mensuração dos estoques e do resultado, não sendo considerada um instrumento de administração.

Segundo Dubois, Kulpa e Souza (2009) é muito comum haver confusões com os termos custos, gastos, despesas, investimentos, desembolso, perda e desperdício inclusive em literaturas técnicas. Contudo, esses termos não devem ser usados como sinônimos, Adolph Matz e outros aput Leone (2000) afirmam que “os economistas, contadores, engenheiros e outras pessoas que se defrontam com os problemas de custos criam conceitos e terminologias de custos de acordo com suas necessidades”. Por esse motivo, foi exigida a criação de conceitos específicos para cada um dos termos. Desembolso Segundo Dubois, Kulpa e Souza (2009), desembolso é o ato de retirar dinheiro do caixa para efetuar o pagamento de algo que a empresa adquiriu. Portanto, desembolso é todo valor pago pela empresa em função da aquisição de um produto ou serviço.

Alguns gastos podem ser temporariamente classificados como investimentos e, à medida que forem consumidos, receberão a classificação de custos ou despesas. p. Segundo Dubois, Kulpa e Souza (2009), a partir do momento que o gasto gera um desembolso, seu conceito ganha grande amplitude. Por esse motivo, eles chamam de “a ‘família’ gastos” (vide Figura 1). Figura 1 - A "família” gastos Fonte: Dubois, Kulpa e Souza (2009, p. Observe-se que o custo somente ocorre na atividade produtiva, constituindo-se, desta forma, em elemento inerente ao processo de produção da empresa. p. Em um exemplo citado por Martins (2010), pode-se enquadrar o que já foi apresentado até o momento: (. a matéria-prima foi um gasto em sua aquisição que imediatamente se tornou investimento, e assim ficou durante o tempo de sua estocagem; no momento de sua utilização na fabricação de um bem, surge o custo de matéria-prima como parte integrante do bem elaborado.

Este, por sua vez, é de novo um investimento, já que fica ativado até sua venda. São eventos econômicos negativos ao patrimônio empresarial, não habituais e eventuais, tais como deterioração anormal de ativos, perdas de créditos excepcionais, capacidade ociosa anormal etc (2009, p. Para Martins (2010) pelo fato das perdas serem bem ou serviço consumido de forma anormal, não podem ser confundidas com uma despesa ou um custo, pois não é um sacrifício efetuado com intenção de obter receita. Martins (2010) ressalta ainda que uma perda pode ser classificada como despesa ou custo caso trate-se de um valor irrelevante, porém se for um montante apreciável essa classificação não será correta. Longe disso, Bruni e Famá (2012) afirmam que uma perda decorrente de um fato não intencional deve ser considerada como despesas, e se estiver relacionada com a atividade produtiva normal da empresa deve ser classificada como custo.

Não mencionando relevância monetária. Por via de regra, os custos normalmente são classificados em relação aos produtos fabricados e por volume de produção (Dubois, Kulpa e Souza, 2009). Por produtos fabricados Quando se refere à associação dos custos como os produtos fabricados, os mesmos podem ser classificados como diretos e indiretos. Custo Direto (CD) Custos diretos são aqueles ligados diretamente ao produto, e são de fácil identificação, pois utilizam uma medida de consumo, não sendo necessário aplicar outros recursos para mensurá-los, como quilo de matéria-prima por produto, unidades utilizadas nos produtos, horas de mão de obra, hora máquina gastas nos produtos e etc. Segundo Leone (2000), custos diretos podem ser identificados de modo mais econômico e lógico.

Bomfim e Passarelli explicam que: (. Megliorini (2007) afirma que os custos que os funcionários representam não podem ser tratados como custos diretos sem antes analisar o trabalho e exercer um controle sobre as horas trabalhadas. De acordo com Martins (2010) caso haja qualquer tipo de alocação por meio de estimativa, desaparece a característica de “direto”. Para obter o custo da mão de obra direta (MOD) basta realizar a multiplicação entre o valor da mão de obra (seja ela em dias, horas ou produção) pelo volume trabalhado. Porém, esses custos podem vir a variar, dependendo do ramo de atividade da empresa, Bernardi afirma que: Para compor o custo de mão-de-obra, existem inúmeras particularidades em função do ramo de atividade, graus de risco envolvidos, acordos sindicais, regionais e outros.

O que integra o custo: salários; descanso remunerado; férias; INSS; FGTS; feriados; e faltas abonadas (2004, p. Por nível de produção Com relação ao nível de produção os custos podem ser divididos em custos fixos e custos variáveis. Custo Fixo (CF) Os custos fixos são aqueles que independem do volume produzido, ou seja, não apresentam variações em relação à produção. Isso não significa que o valor não mudará, apenas que não está relacionado ao nível de produção. Bruni e Famá (2012) afirmam que custos fixos “são custos que, em determinado período de tempo e em certa capacidade instalada, não variam, qualquer que seja o volume de atividade da empresa”. Para Nogueira (2009) os custos fixos são aqueles que não variam em um determinado período, independentemente da quantidade produzida, ou seja, terão sempre o mesmo valor se a indústria produzir 100 ou mil unidades.

Isso significa dizer que ao aumentar a quantidade produzida, aumentará também o custo variável. Megliorini afirma que: Custos variáveis: são aqueles que aumentam ou diminuem, oscilando ao sabor do nível de produção. São exemplos deste comportamento o custo da matéria-prima (quanto mais se produz, maior a sua necessidade, portanto, maior o custo) e o custo da energia elétrica (quanto mais se produz, maior o uso de máquinas e equipamentos elétricos, consequentemente, maior o consumo e o custo) (2002, p. Graficamente, os custos variáveis podem ser representados da seguinte forma: Figura 3 – Custo Variável $ Custo Variável Quantidade Fonte: Dubois, Kulpa e Souza (2009, p. Nota-se que conforme as quantidades aumentam, os custos variáveis também estão aumentando, ou seja, estão diretamente ligados e crescem proporcionalmente.

Dubois, Kulpa e Souza (2009), afirmam que um sistema de custos visa produzir informações de acordo com a forma em que o produto acabado é obtido. Ressaltam ainda que dois sistemas de acumulação de custos são regularmente utilizados: sistema por Ordem de Produção (OP) e sistema por Processo Contínuo. Diante disso, pode-se afirmar que a escolha do sistema de acumulação de custos está ligada ao tipo de processo produtivo. Entretanto, perante a complexidade de alguns processos produtivos, a empresa poderá impor a adoção de variações e combinações desses sistemas. Ordem de Produção (OP) Quando cada produto é elaborado sob as especificações dos clientes, o que torna o processo produtivo diferente, um sistema de custeio por processo dificultaria a gestão de custos e preços.

Contudo, por se tratar de um processo contínuo, ao iniciar ou finalizar um período, podem haver unidades não concluídas. Isso significa dizer que haverá um estoque concluído ao final do período, e um que continua em processo, que são unidades incompletas. Segundo Bruni e Famá: No controle de custos por processo, uma tarefa rotineira consiste na avaliação dos estoques de produtos que continuam em processo (. nessas situações, torna-se necessário estimar o percentual de completude dos itens em processo e, com base nesse percentual, pode-se determinar a produção equivalente. p. Um método de custeio pode ser caracterizado por verificar e identificar os custos unitários dos produtos ou serviços, partindo dos custos diretos e indiretos. Megliorini (2007, pg. afirma que “os métodos de custeio determinam a forma de valoração dos objetivos de custeio”.

Existem vários métodos para efetuar o custeio de um produto ou serviço, os mais importantes são os seguintes: Custeio por absorção, Custeio Variável e Custeio Baseado em Atividade (ABC). Custeio por absorção Custeio por absorção é um método que consiste na atribuição dos custos, sejam eles diretos, aqueles próprios do produto, ou indiretos, os que auxiliam na elaboração, à cada fase de produção. Ao confundir uma despesa com custo, por exemplo, ocorrerá uma distorção no lucro bruto da empresa. Custeio variável No método de custeio variável são alocados apenas os custos variáveis, ou seja, os custos fixos são alocados diretamente no resultado, como se fossem despesas, pois não são resultado do produto fabricado.

Este método de custeio se caracteriza por separar os custos que apresentam oscilação proporcionalmente ao volume da produção e os que se mantém fixo, independentemente do volume de produção (CREPALDI, 1998). Por conta disto, com o custeio variável não é possível mensurar o custo total do objeto, já que esse método não considera os custos fixos. Segundo Dubois, Kulpa e Sousa (2009) a grande vantagem do método de custeio variável é a utilização do conceito de Margem de Contribuição (MgC), a qual é obtida pela subtração dos custos e despesas variáveis do preço de venda. Custeio Baseado em Atividade (ABC) O custeio Baseado em Atividade, também chamado de ABC (Activity-Based Costing), é o método de custeio que reduz as distorções provocadas pelo rateio arbitrário dos custos indiretos.

Esse método fornece informações mais precisas, pois o custo de uma atividade compreende os sacrifícios de recursos necessários para desempenhá-la. Para Leone: O custeio por absorção é aquele que faz debitar ao custo dos produtos todos os custos da área de fabricação, sejam esses custos definidos como custos diretos ou indiretos, fixos ou variáveis, de estrutura ou operacionais. O próprio nome do critério é revelador dessa particularidade, ou seja, o procedimento é fazer com que cada produto ou produção (ou serviço) absorva parcela dos custos diretos e indiretos, relacionados à fabricação. p. Custos para Tomada de Decisões A contabilização dos custos nasceu com o propósito de registrar o patrimônio, avaliar os estoques e apurar os resultados, porém, na gestão empresarial o foco está voltado para a tomada de decisão e seus efeitos posteriores.

Bruni e Famá (2012, p. afirmam que “nem sempre rotinas e procedimentos contábeis mostram-se adequados ao auxílio dos processos de tomada de decisões”. Deste modo, o crescimento empresarial expande as funções da contabilidade de custos, para atender as exigências do mercado, fazendo com que ganha um espaço maior na gestão das empresas. De acordo com Bruni e Famá: Outro ponto importante na análise do processo de formação dos custos, em função das diferentes composições dos gastos com os volumes processados, diz respeito ao estudo da associação que existe entre custos, volumes e lucros. Martins (2010) alerta que pelo fato de nenhum custo ou despesa ser perfeitamente fixo ou perfeitamente variáveis, as representações gráficas de ambos são válidas apenas dentro de certa oscilação no volume da atividade.

E por este motivo, o ponto de equilíbrio também tem validade restrita. Padoveze (1997) afima que são elaboradas diversas variantes de ponto de equilíbrio a partir da inclusão de lucros colocados como meta, ou da exclusão de alguns custos e despesas fixas. Os pontos encontrados podem ser chamados de Ponto de Equilíbrio Operacional (PEO) que representa a quantidade de venda necessária para cobrir os gastos totais, usando em seu cálculo somente as receitas de vendas e os custos e despesas. O Ponto de Equilíbrio Econômico (PEE), que além do considerado no PEO, considera também as receitas e despesas financeiras e correção monetária e Ponto de Equilíbrio Financeiro (PEF), é uma variação do PEE, excluindo somente a depreciação.

A margem de contribuição também pode ser representada de forma percentual, o chamado índice de margem de contribuição, o qual indica a porcentagem que cada produto oferece para cobrir os custos fixos e proporcionar lucros. O índice é calculado a partir da divisão da margem de contribuição pelas vendas (WARREN, REEVE E FESS, 2001). Existem diversos fatores que alteram a margem de contribuição, tais como preço de venda, quantidade vendida/produzida, custos variáveis por unidade, total dos custos fixos, mix de produtos e a produtividade. Qualquer alteração nesses itens influenciará o resultado líquido da empresa, consequentemente, a margem de contribuição, seja para mais ou para menos (PADOVEZE, 1997). Diante disso, a margem de contribuição é considerada um elemento muito útil para as tomadas de decisões de curto prazo, pois demonstra o quanto cada unidade contribui para cobrir os custos fixos e gerar lucro, possibilitando assim inúmeras análises relacionadas à redução de custos e preço de venda.

Por fim, o custo-padrão baseado em dados passados, é calculado com base em dados reais que já aconteceram, mas que possam servir para projeções futuras. É importante ressaltar que acontecimentos passados não necessariamente irão se repetir, portanto os riscos de falha são maiores com esse padrão (PADOVEZE, 1997). Com isso, pode-se concluir que o custo-padrão está diretamente ligado ao controle empresarial, pois seus objetivos principais estão relacionados a determinar o custo que deveria ter, ou seja, o custo correto, e a avaliação dos desempenhos operacionais. Tendo em vista que o preço de venda pode ser calculado inicialmente a partir das condições da empresa, a formações de preço é uma das melhores utilizações do custo-padrão. Preço de Venda O preço pode ser conceituado como uma condição pela qual o vendedor e o comprador estão dispostos a efetuar uma troca, seja por um bem ou serviço.

Formação de Preço A formação de preço de venda é sem dúvida uma das atividades mais importantes em uma organização, pois uma má formação poderá levar a empresa a apresentar maus resultados, e possível descontinuação das atividades. Dubois, Kulpa e Souza (2009) afirmam que para formar um preço de venda envolvem-se muitos fatores, como a regra da oferta e demanda. No entanto, o custo é um dos fatores de grande importância, pois partindo do princípio que nenhuma empresa venderá seus produtos abaixo do custo, o mesmo funciona como ponto de partida. Segundo Martins, para calcular o preço de venda com base em custos: (. o ponto de partida é o custo do bem ou serviço apurado segundo um dos critérios estudados; custeio por absorção, custeio variável, etc.

Assumindo a condição de que o preço que o mercado está pagando é o máximo que a empresa pode atribuir a seu produto, o preço de mercado passa a ser o elemento fundamental para a formação dos custos e despesas (1997, p. Diante disso, nota-se que o ponto de partida foi o preço de venda, onde a empresa deve deduzir a margem mínima que pretende obter, e identificar o custo máximo que pode ter para o produto. Percebe-se, que para formar o preço de venda ideal, deve-se realizar um estudo minucioso dos vários fatores que podem influenciar, como o mercado, a concorrência, além de conhecer muito bem todos os custos e despesas envolvidos no processo. Somente desta forma torna-se possível alcançar um resultado positivo e desejável.

Mark-up O mark-up, termo em inglês que significa marca acima, é uma taxa de marcação, a qual é aplicada sobre os custos, possibilitando a obtenção do preço de venda. O mark-up I refere-se à despesas e margem de lucro, o que considera as despesas administrativas, comerciais, outras despesas operacionais, custos financeiros de produção e vendas e a margem de lucro desejada. O mark-up II, diferente do conceito citado por Dubois, Kulpa e Souza (2009), refere-se aos impostos sobre venda, ou seja, o ICMS, PIS e COFINS. O mark-up pode ser calculado de forma genérica, ou seja, o mesmo índice multiplicador para todos os produtos, excluindo somente, no caso do mark-up II, as situações onde não se incide impostos, como por exemplo alguns casos de exportações. Segundo Padoveze (1997, p.

“esse é um dos motivos por que o mark-up deve ser aplicado em pelo menos duas etapas, com e sem impostos sobre vendas”. Situação e Sujeito A empresa analisada é a Marcopolo, uma sociedade anônima de capital aberto, sediada em Caxias do Sul, Rio Grande do Sul, fundada em 06 de agosto de 1949, e tem como principal objeto a fabricação de ônibus, carrocerias para ônibus e componentes. A empresa possui dezessete unidades fabris, sendo cinco localizadas no Brasil em Caxias do Sul – RS, Duque de Caxias – RJ e em São Mateus – ES, e doze no exterior, sendo na África do Sul, Austrália, China, México, Argentina, Colômbia, Egito e Índia. A Marcopolo detém 40% de participação na empresa Spheros, 30% na WSul, 65% na Apolo e 10,8% na empresa canadense New Flyer Industries.

A Marcopolo também detém o controle integral do Banco Moneo S. A. Despesas com vendas 140. Despesas administrativas 165. Fonte: Dados da pesquisa 3. Proporção dos Custos e Despesas Considerando que para efeito de estudo será utilizado apenas três tipos de produtos, foi calculada a proporção dos custos e despesas a serem utilizados, com base na proporção da receita por produto divulgado na Demonstração Financeira da Marcopolo, referente ao exercício findo em 31 de dezembro de 2016, conforme demonstrado no quadro abaixo: Tabela 2 - Cálculo dos custos e despesas proporcionais da Marcopolo S. A. Rodoviários, 3. Urbanos e 799 Micros, totalizando 7. no ano, os custos e despesas unitárias são as seguintes: Tabela 4 – Cálculo dos custos e despesas por unidade da Marcopolo S. A. São Paulo – 2016  Descrição Custos e Despesas fixas (R$) Custos e Despesas variáveis (R$) Custos e Despesas totais (R$) Rodoviários 173.

A. São Paulo – 2016 Descrição Rodoviários Urbanos Micros Preço de Venda (PV) 507. Impostos e taxas sobre vendas 50. Custos e Despesas variáveis 242. Margem de contribuição 214. Margem de contribuição 173. Custos e Despesas fixas 173. Lucro Antes do IR 0 0 0 Fonte: Dados da pesquisa Essa análise é fundamental para a empresa gerir suas promoções e descontos, pois nos momentos de negociação de preço, será possível saber de acordo com esse intervalo qual será o impacto da negociação no resultado da empresa. No gráfico a seguir é demonstrado o comparativo entro o preço mínimo e o preço orientado pelo custo. Gráfico 1 – Preço mínimo x Preço orientado pelo custo Fonte: Dados da pesquisa Tendo em vista que o lucro líquido projetado foi de 6%, a diferença entre o preço mínimo e o preço orientado pelo custo não foi muito significante.

Margem de contribuição Como ferramenta de análise dos preços praticados, com os dados obtidos, é possível calcular a margem de contribuição unitária e total dos produtos analisados, bem como o percentual do lucro sobre a margem de contribuição. Tabela 8 – Margem de contribuição com base no preço praticado da Marcopolo S. A. São Paulo – 2016 Descrição Preço praticado Custo/Despesa variável MgC un. Volume Venda MgC total Rodoviários 468. oitocentos e sessenta e um milhões cento e cinquenta e um mil setecentos e quatro), pode-se obter um lucro líquido de R$ 26. vinte e seis milhões seiscentos e vinte e nove mil trezentos e dois), o que representa uma margem de lucro de 3% sobre a margem de contribuição.

O mesmo cálculo pode ser observado no quadro a seguir para o preço orientado pelo custo. Tabela 9 – Margem de contribuição com base no preço orientado pelo custo da Marcopolo S. A. Considerando essa margem de contribuição e o custo fixo de R$ 861. oitocentos e sessenta e um milhões cento e cinquenta e um mil setecentos e quatro), poderia obter um lucro líquido de R$ 200. duzentos milhões novecentos e cinquenta e três mil quatrocentos e trinta), o que representa uma margem de lucro de 19% sobre a margem de contribuição, que deduzido os impostos teria o lucro projetado, conforme apresentado na tabela 9. Ponto de equilíbrio Após a definição do preço de venda, a empresa precisa identificar qual deverá ser o seu volume mínimo de venda.

Essa informação pode ser obtida com base no ponto de equilíbrio. A. São Paulo – 2016 Decrição Rodoviários Urbanos Micros Total Custo Fixo 486. MgC (un) 214. PEC 2. Fonte: Dados da pesquisa Pode-se observar na tabela acima, que utilizando o preço orientado pelo custo a empresa teria um ponto de equilíbrio menor, bem como uma margem de segurança de 1. Métodos de Custeio, onde foram apresentados definições, conceitos e explicações dos principais métodos, e Verificar os impactos dos custos na formação de preços, o qual foi atingido no item 3. Apresentação e Análise de Dados, onde foi demonstrado e calculado na prática como os custos e despesas podem impactar o preço de venda. Apurou-se que a gestão de custos fornece informações de suma importância para identificar a base do preço de venda, identificado no item 3.

Proporção dos Custos e Despesas, pois partindo do pressuposto que as operações da empresa têm como objetivo gerar lucros, o conhecimento dos custos é primordial para obter o resultado esperado. As hipóteses apresentadas para o problema proposto foram que a gestão de custos pode auxiliar na formação de preço de venda fornecendo uma visão ampla dos fatores envolvidos no processo produtivo; fornecendo as informações necessárias para uma boa tomada de decisões, e não auxilia e também não interfere. Ed São Paulo: Editora Atlas, 2004. BOMFIM, Eunir de Amorim; PASSARELLI, João. Custos e formação de preços. Ed São Paulo: Thomson, 2006. BRUNI, Adriano Leal e FAMÁ, Rubens. br/ptb/s-10-ptb-2016. html, acesso em 02/04/2017. DUBOIS, Alexy; KULPA, Luciana; SOUZA, Luiz Eurico de.

Gestão de Custos e Formação de Preços. Ed. Ed. Rio de Janeiro: LTC, 2000. HORNGREN, Charles T. SUNDEN, Gary L. STRATTON, William O. Custos: Análise e gestão. Ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. MEGLIORINI, Evandir. Custos. Ed. São Paulo: Editora Atlas, 1997. ROCHA, Angela da; CHRISTENSEN, Carl; YOUNG, Barry. Marketing teoria e prática no Brasil. Ed São Paulo: Editora Atlas, 1999. Tradução da 6. Ed. norte-americana. São Paulo: Pioneira Thomson, 2001. WERNKE, Rodney.

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