Nova Estrutura Curricular para o Ensino Superior de Tecnologia

Tipo de documento:TCC

Área de estudo:Gestão ambiental

Documento 1

Ser humano íntegro e genial, que lecionou para detentos de um presídio no Rio de Janeiro, para a juventude “Tijucana”, e em seu próprio Curso Preparatório. Homem de bem que me inspirou na busca incessante pelo conhecimento, que me ensinou que através do saber a aprender nós podemos evoluir e, principalmente, ajudar a todos. AGRADECIMENTOS Agradeço ao meu marido Márcio e minha mãe Nena, aos meus três amados filhos, Pedro, Lucas e Mariana, por compreenderem minha ausência e me apoiarem. Aos Mestres que me auxiliaram no processo de aprendizagem deste curso e especialmente a Mestre Anna Maria Napoli pela sua dedicação, compreensão e auxílio em todos os momentos, tornando o curso EAD com a sensação de presencial.

Ao meu eterno Mestre de graduação, Antônio Junior, por ser uma inspiração em docência, conhecimento e humanidade. Keywords: Technological Transdisciplinarity, Andragogy Higher Education, Curriculum Organization, Lista de Ilustrações Figura 1 Escola. Figura 2 Aluno. Figura 3 Professor. Figura 4 Ensino Aprendizagem. Figura 5 Percentual de Docentes por Rede de Ensino. Teorias Curriculares. Componente Curricular e Disciplinaridades. CAPÍTULO 2 ANDRAGOGIA E HEUTAGOGIA. Processo de Ensino Aprendizagem. Andragogia e Heutagogia. Apresentação da Coleta e Análise de Dados da Pesquisa. CONSIDERAÇÕES FINAIS. REFERÊNCIAS. ANEXO A. ANEXO B. Compreender a problemática, contextualizá-la e propor uma nova estrutura curricular considerando conceitos de “inter” e “transdisciplinaridade” para produzir conhecimento e formação aos discentes de forma que possam transformar, positivamente, nossa sociedade é objeto deste estudo. Também pretendo promover a reflexão sobre o conceito de educação como mercadoria como fator impeditivo para uma nova proposta para estrutura curricular do ensino superior tecnológico, que possibilite aos alunos aprenderem a pensar de forma crítica sobre a sociedade atual através de valores humanos, éticos e pacíficos.

Entende-se que este estudo tem legítima importância para a comunidade acadêmica do ensino superior tecnológico e para a sociedade. Trazendo à reflexão o confronto entre a estrutura curricular convencional e uma nova estrutura curricular, por meio de situações. Espera-se que uma reorganização curricular pautada em conceito interdisciplinar e transdisciplinar possam agregar inovação e habilidades cognitivas e emocionais, à formação dos educandos. A importância que embasa o objeto desta pesquisa está no fato de que é necessidade universal o estudo do problema em motivar e aumentar o interesse do aluno do Ensino Superior de Tecnologia, visto que a atual estrutura curricular ainda promove a distância entre teoria e a prática ao apartar a aprendizagem da realidade em que vive o indivíduo. Na educação de adultos, o currículo deve ser constituído em função da necessidade do estudante.

A fonte de maior valor na educação de adultos é a experiência do aprendiz. Se a educação é vida, vida é educação; portanto, a aprendizagem consiste na substituição da experiência e nos conhecimentos da pessoa. ROMUALDO, 2002, p. sobre a definição de currículo como sendo Um projeto seletivo de cultura, cultural, social, política e administrativamente condicionado, que preenche a atividade escolar e que se torna realidade dentro das condições da escola tal como se acha configurada” e ainda como “ligação entre a cultura e a sociedade exterior à escola e à educação; entre o conhecimento e cultura herdados e a aprendizagem dos alunos; entre a teoria (idéias, suposições e aspirações) e a prática possível, dadas determinadas condições (SACRISTAN, 1999, p.

Imergindo na história, no século XIII não existia organização curricular, o ensino possuía base religiosa e “teriam que ser a eles impostos por um processo de rígida disciplina” (SCHUBERT, 1986, p. A partir do século XIV até o século XVII, passa-se a considerar, também, as experiências de vida e a observação dos acontecimentos para compor o currículo de ensino. No final do século XVIII, a Fé é substituída pela Razão, pelo estudo científico e pela experiência, que perdura até o final do século XIX, quando inicia uma nova mudança que culmina no século XX, com movimentos Tecnicistas e Progressistas, provocando a ruptura com o conceito de currículo humanista do início do século XIX.

Segundo Silva (1999, p. Teorias Curriculares 16 Durante a evolução histórica do tema currículo, pode-se identificar a definição de três teorias: a Teoria Tradicional, apresentada por Bobbitt e Tyler, a Teoria Crítica que é vista através de Freire e Bernstein com a definição de currículo oculto, Pinar enfatizando “os significados subjetivos que as pessoas dão às suas experiências pedagógicas e curriculares” (SILVA, 1999, p. Saviani que inicia a crítica da crítica, realizando aprofundamento dos estudos de Freire entre outros e a Teoria Pós Crítica, estudada e apresentada por Moreira, Tomas Tadeu da Silva, Focault e Michael Young. Teoria Tradicional A Teoria Tradicional é tendência durante o início do período histórico do currículo até o início do século XX e têm como principais referências Bobbitt e Tyler com seu modelo tecnocrático e John Dewey com seu modelo progressista.

Para Tyler (1977) a finalidade da educação era definida pelas exigências profissionais da vida adulta, a organização do currículo era feita por especialistas, consolidando as ideias de Bobbitt. Tyler (1977) centrava o currículo de ensino em quatro questões básicas no processo de construção curricular, sendo elas:  Objetivos: Que objetivos educacionais a escola deve procurar alcançar?  Experiências: Como selecionar experiências de aprendizagem que possam ser úteis na consecução desses objetivos?  Eficiência: Como podem ser organizadas as experiências de aprendizagem para um ensino eficaz?  Avaliação: Como se pode avaliar eficácia de experiências de aprendizagem? 17 De acordo Tyler, o papel do professor na elaboração do currículo, se restringe a atuar no que foi definido pelas comissões revisoras especiais, sendo a elaboração do currículo empreendida para uma só disciplina, por um determinado professor (1977, p.

HORKHEIMER, 1968, p. A teoria crítica, utiliza-se de pressupostos do Marxismo para justificar o funcionamento da sociedade e nesse aspecto a preocupação de seus defensores está centrada em entender a cultura como elemento de transformação da sociedade. Outro fator é a utilização da psicanálise para explicar a formação do indivíduo, pois de acordo com Gesser (2002, p. “Apple em seu livro Ideologia e Currículo (1979) define o currículo oculto em termos do conceito de hegemonia e o vincula como o resultado da transmissão social e política do status quo”, ou seja, as disciplinas setoriais desviam a compreensão da sociedade como um todo sendo então submetidos à razão instrumental. Nesse contexto, Freire defende a dialética que se dá no sentido de entender os fenômenos estruturais da sociedade.

É possível verificar na literatura que existem fundamentos que são contrários, de acordo com Alice Lopes quando afirma que “não apenas existem diferenças entre os focos dos vários estudos pós-críticos, mas também há registros teóricos nessas vertentes que se opõem entre si” (LOPES, 2013, p. Lopes representa a concepção de transformação social através da política de currículo quando afirma que a “transformação social como um projeto do currículo é pensada considerando que a política de currículo é um processo de invenção do próprio currículo e, com isso, uma invenção de nós mesmos” (LOPES, 2013, p. Para visualizar os conceitos das teorias citadas, tem-se um quadro adaptado e elaborado a partir da lista de conceitos identificados por Silva (1999, p.

Para Silva é a característica “poder” que separa as teorias tradicionais das teorias críticas e pós-críticas do currículo. Quadro 1 Características das Teorias Curriculares TEORIAS TRADICIONAIS TEORIAS CRÍTICAS TEORIAS PóS. Num segundo nível, as disciplinas comunicam umas com as outras, confrontam e discutem as suas perspectivas, estabelecem entre si uma interacção mais ou menos forte; num terceiro nível, elas ultrapassam as barreiras que as afastavam, fundem-se numa outra coisa que as transcende a todas (POMBO, 2004, p. Diante do exposto por Pombo, consegue-se verificar que apenas a Transdisciplinaridade, por seu caráter de “ir além” e de “fundir-se numa outra coisa” atende a perspectiva de uma nova estrutura curricular por meio de situações, sem disciplinas. A afirmativa ocorre porque, de acordo com os textos de Pombo (2004, p.

“A ciência começa a aparecer como um processo que exige também um olhar transversal. assim sendo, a interdisciplinaridade. D´AMBROSIO, 2014, p. Consegue-se, através dos estudos, conjugar a transdisciplinaridade com a teoria póscrítica, quando D´Ambrósio (2014, p. afirma que em sua essência a transdisciplinaridade é uma atitude de respeito “e mesmo humildade, com relação a mitos, religiões e sistemas de explicações e conhecimentos, rejeitando qualquer tipo de arrogância e prepotência. Logo se nossa sociedade almeja transformações que interrompam o processo de incompreensão entre os indivíduos e os conflitos de todas as ordens, causados principalmente pelas disputas de poder, é fundamental um olhar atento para uma atitude transdisciplinar. Compreender que a essência da transdisciplinaridade objetiva o resgate dos valores de respeito e humildade é reconhecer que a fragmentação do conhecimento é grande 23 gerador de poder daqueles que detém o conhecimento em determinada disciplina estimulando a competição em todas as esferas sociais, conforme esclarece D´Ambrosio quando afirma que, A essência da proposta transdisciplinar parte de um reconhecimento que a atual proliferação das disciplinas e especialidades acadêmicas e não-acadêmicas conduz a um crescimento incontestável do poder associado a detentores desses conhecimentos fragmentados, podendo assim agravar a crescente iniquidade entre indivíduos, comunidades, nações e países.

Mas ele também acredita que a aprendizagem é um processo de vida tão natural - e tão necessário - quanto à respiração. ROGERS in KNOWLES, 2011, p. Com a compreensão do processo de ensino aprendizagem e suas abordagens, faz-se necessário conceituar os termos Pedagogia, Andragogia e Heutagogia para promover a reflexão crítica entre processo, métodos, sujeitos e objetos. Andragogia e Heutagogia O Termo Pedagogia tem origem na Grécia antiga e vem das palavras: "paidos" ("da criança") e "agein" ("conduzir") (WIKIPEDIA, 2015). Freire, que escreveu diversos livros sobre Pedagogia, a define “como uma ação cultural, diferenciando duas ações culturais centrais: educação bancária e educação problematizadora. Papel das experiências: para o adulto suas experiências são a base de seu aprendizado.

As técnicas que aproveitam essa amplitude de diferenças individuais serão mais eficazes. Prontidão para aprender: o adulto fica disposto a aprender quando a ocasião exige algum tipo de aprendizagem relacionado a situações reais de seu dia-a-dia. Orientação para aprendizagem: o adulto aprende melhor quando os conceitos apresentados estão contextualizados para alguma aplicação e utilidade. Motivação: adultos são mais motivados a aprender por valores intrínsecos: autoestima, qualidade de vida, desenvolvimento. O aprendiz somente professor e de outros letrados serve tem que ler, ouvir, fazer exercícios somente como fonte de consulta, que escolares. poderá ser ou não valorizada pelo aluno. Prontidão O aprendiz sempre está disposto a O aprendiz adulto está pronto para para Aprender aprender o que o professor aprender aquilo que decide aprender, o determinar para ser aprovado.

que considera significativo para as suas necessidades. Orientação da Aprendizes são orientados a O aprendiz adulto orienta a sua Aprendizagem aprender por disciplina, com aprendizagem para o que tem conteúdos específicos que lhe serão significado em sua vida – com futuramente necessários, na visão do aplicação imediata, não para professor. Uma série de implicações de heutagogia para o ensino superior e do ensino profissional são discutidos (HASE, 2000, p. De acordo com Hase (2000, p. a heutagogia pode ser vista como uma progressão natural das metodologias educacionais anteriores e pode fornecer a melhor abordagem para a aprendizagem no século XXI. Hase também reconhece que: A informação é rápida e facilmente acessível; que onde a mudança é tão rápida os métodos tradicionais de formação e educação são totalmente inadequados; que o conhecimento baseado em disciplina é inadequado para se preparar para viver em comunidades modernas e locais de trabalho; que a aprendizagem é cada vez mais alinhada com o que fazemos; que estruturas organizacionais modernas exigem práticas de aprendizagem flexíveis; e que existe uma necessidade de rapidez de aprendizagem (HASE, 2000, p.

De uma forma geral, pedagogia pode ser caracterizada com um processo de ensinoaprendizagem para a criança, onde o professor determina o que deve e como deve ser aprendido, enquanto que na andragogia, o adulto é o centro do processo, surge a figura do “facilitador” que determina o que será aprendido e o aluno como irá aprender e, por fim, na Heutagogia, o próprio aluno determina como e o que irá aprender, representando a aprendizagem autodeterminada. CAPÍTULO 3 ATUAÇÃO DOCENTE Após a exposição da história do currículo e suas teorias, dos conceitos de pedagogia, andragogia e heutagogia e o processo de ensino aprendizagem, entende-se que se faz necessário refletir como a atuação docente será articulada em um contexto curricular novo. Para tanto é importante verificar como o docente deve se preparar e atuar de acordo com todo esse cenário de transformação, quais as tecnologias atuais podem ser usadas para atuação deste “mediador” do conhecimento e serem apropriados neste contexto.

Entende-se a importância de verificar situações reais onde novas estruturas estão sendo aplicadas no ensino superior demonstrando a atuação docente e como o mercado de trabalho docente pode ser afetado com uma nova organização curricular. A Ação Docente Sabe-se que muitos docentes, atuam apenas baseados nos referenciais que carregam dos antigos professores que pressupõe ser adequado para aplicação em sala de aula, logo, para reflexão sobre a ação docente, o texto de Freire, determina bem seu significado quando diz que, “na verdade, não nasci marcado para ser um professor a esta maneira, mas me tornei assim na experiência de minha infância, de minha adolescência, de minha juventude” (FREIRE, 2001, p. Então qual deve ser a prática docente em uma nova estrutura curricular, organizada por situações reais, transdisciplinar, visando alcançar a excelência na tarefa de ensinar o aluno a aprender? Se a práxis docente se desenvolve no decorrer da experiência do indivíduo que vem a tornar-se professor, a primeira ação a ser observada é a atitude do 33 docente diante da vida, seus valores éticos em relação à ética universal.

É fato conhecido que existem docentes que buscam seu desenvolvimento e não esperam acontecer, por amor ao ato de ensinar a aprender, ultrapassando as adversidades que se impõem em sua trajetória de vida e profissional e obtém verdadeiro sucesso por sua dedicação e, em alguns casos, sacrifícios. De certa forma este direto está garantido pela Lei, porém é necessário que o doente tenha seu desejo de evoluir e é importante destacar que no texto da LDB de 1996 (Art. está previsto que deve ser assegurado pelos sistemas de ensino aos professores, dentre outros: aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive com licenciamento periódico remunerado para esse fim e período reservado a estudos, planejamento e avaliação, incluído na carga de trabalho (BRASIL, 1996). Portanto, a formação continuada é uma necessidade e um direito, cabendo ao docente fazer valer o seu direito e aos sistemas de ensino repensar os programas oferecidos, favorecendo a uma formação crítico-reflexiva.

Tecnologia atual Ao falar em tecnologia atual, a Internet surge como principal ferramenta de disponibilização de conteúdo de forma dinâmica nesse cenário. aborda que a “formação integral do ser humano necessita abrir-se para uma lógica transdisciplinar”, o que implica na inclusão de todas as linhas de desenvolvimento do ser humano: cognitiva, afetiva, emocional, espiritual, ética, social, criativa. Mercado de Trabalho Pensar em mercado de trabalho é pensar no futuro, pois estamos constantemente atravessando diversas mudanças no mercado de trabalho devido ao avanço da tecnologia da informação e o próprio movimento de reordenação da Educação e o anseio de transformação da sociedade com aumento progressivo de IES privadas e do método de ensino a distância. Logo é cabível imaginar um futuro em que salas de aulas presenciais sejam substituídas por laboratórios e estes estejam disponíveis para docentes e discentes, de acordo com suas disponibilidades, sem obrigatoriedades, pois o conteúdo pode ser disponibilizado virtualmente e os professores podem motivar seus alunos em qualquer lugar e hora em que estejam conectados.

Assim é possível propiciar tanto ao docente quanto ao discente o tempo necessário para pesquisa científica, para aprimoramento dos seus saberes e a ajuda mutua. Observa-se que o mercado de trabalho está em adequação para um novo professor, aquele transformado em designer de currículo, viabilizando a integração entre os saberes, como já vem ocorrendo nos Estados Unidos. Apresenta-se neste trabalho um conjunto de pesquisas realizadas através de questionários, com o objetivo de coletar a opinião e a vivência de docentes e discentes do ensino superior tecnológico, a cerca de uma nova estrutura curricular, transdisciplinaridade e os valores implícitos nesse contexto. Fatores para nova estrutura Considera-se um fator importante que um currículo organizado por situações culturais, sociais e realistas com objetivo de resolver os problemas da sociedade em que está inserido, por meio da educação.

Desta forma poderá possibilitar uma transformação na sociedade, visto que a resolução de problemas sociais por meio da educação, já é uma tendência que reforça a necessidade de uma reforma curricular, considerando que as reformas curriculares foram norteadas pela sociedade e para a sociedade, no decorrer da história do currículo (FREIRE, 1993). Atualmente, com o advento da Tecnologia, encontra-se qualquer conteúdo disponível de forma virtual, logo qual o sentido de trazer 50 alunos para uma sala de aula e apresentar um conteúdo que ele já tem acesso de qualquer lugar e em qualquer momento, onde praticamente não existe novidade? Pressupõe-se que através de um conteúdo transdisciplinar, com docentes atuando na prática da andragogia, favorecendo ao aluno a capacidade de reflexão crítica sobre o saber e o motivando a pensar e a pesquisar.

Entretanto, não se pode considerar que sejam desnecessários os encontros presenciais, pois são práticos para elaboração de projetos relacionados ao conteúdo e ao próprio convívio do ser humano com outros, o que contribui para a sua formação. Também é possível verificar na Legislação um movimento que reforça o ensino superior como alicerce para atender as demandas sociais, pois com a proposta do MEC Ministério da Educação e Cultura, os cursos superiores de tecnologia devem ser como 40 “uma das principais respostas do setor educacional às necessidades e demandas da sociedade brasileira”, uma vez que o progresso tecnológico vem causando profundas “alterações nos modos de produção, na distribuição da força de trabalho e na sua qualificação” (BRASIL, 2002, p.

Assim, entende-se que estes são fatores para que possa refletir sobre uma nova organização curricular. Legislação Sempre que ocorre a discussão sobre uma nova estrutura curricular é necessário recorrer à legislação, sobre o que ela determina e permite que se aplique no âmbito curricular do Ensino superior. Também podemos verificar, através de Delors (2001) que considera em seus textos, quatro pilares que afirmar serem cabíveis na construção de uma nova organização curricular, que são: “aprender a conhecer. aprender a fazer. a liberdade em inovar no âmbito da organização curricular, ainda é possível identificar que a burocratização infere na limitação da inovação propriamente dita. Para completar ainda no decorrer da elaboração deste trabalho, foi sancionada a Lei 13. que altera o artigo 47º da LDB 9394 e determina que “a lista das disciplinas que compõem a grade curricular de cada curso e as respectivas cargas horárias; ” (BRASIL, 2015) deverá ser publicado antecipadamente, o que pode acarretar a impossibilidade de oferecer um currículo flexível no decorrer do curso com a ajuda do aluno em sua formação.

No PNE – Plano Nacional de Educação, também é possível que existe a necessidade de mudar o foco para a aprendizagem do aluno conforme disposto na estratégia 15. onde afirmar que deve-se “promover a reforma curricular dos cursos de licenciatura e estimular a renovação pedagógica, de forma a assegurar o foco no aprendizado do (a) aluno (a). Neste projeto não existem aulas expositivas, os conteúdos são estudos em qualquer lugar, o tempo de sala de aula é destinado a debates, reflexões e problematizações com todos os alunos, visto que não existem mais divisões por séries (KALENA, 2014). A Universidade Minerva também apresentou uma revolução no ensino superior, com sua proposta de substituição das suas aulas tradicionais por Seminários e dividiu as áreas do 43 saber em cinco: artes e humanidades, ciências sociais, ciências naturais e ciência da computação e negócios (RODRIGUES, 2015, p.

No âmbito internacional temos o método de Ensino da Finlândia, considerado e atestado pelo PISA (Programme for International Student Assessment, ou Programa para Avaliação Internacional de Estudantes) como um dos melhores no mundo, equiparado ao Ensino de Cingapura e da China, diferindo na questão da gratuidade, pois na Finlândia apenas 3% das instituições de ensino são privadas. Observa-se em comum a valorização do professor desde a pré-escola, o foco no aluno, o investimento e o planejamento na utilização do mesmo, a descentralização, a valorização no aprendizado, em suma conforme Marten (2003, p. reproduz em seu artigo: “Uma boa educação era vista como um direito humano essencial relata Erkki Aho”. O primeiro questionário aplicado foi destinado a professores do ensino superior tecnológico, com o objetivo de saber como os docentes compreendem o currículo.

A partir das respostas do questionário, obtivemos algumas informações sobre conhecimento em relação ao tema organização curricular. Tal questionário está constituído de 5 questões fechadas com múltipla escolha e espaço para comentário, conforme ANEXO A. O segundo questionário aplicado foi destinado a alunos do ensino superior tecnológico, com o objetivo de compreender a visão do aluno e a importância que o mesmo dispõe sobre uma nova organização curricular. A partir das respostas podemos observar o posicionamento dos alunos a respeito do tema. Quando questionados sobre a possibilidade de o docente interagir com outros professores na elaboração de aulas em uma nova organização curricular, bem como destinar tempo para pesquisa científica e encontros com colegas de outras especialidades, objetivando o planejamento em conjunto e o foco no aprendizado do aluno, 90% dos entrevistados respondeu que acredita ser positiva essa forma de atuação e que o profissional não será desvalorizado.

Alguns comentários foram significantes sobre a questão em si, que reproduzo neste trabalho para conhecimento de todos. “Seria muitíssimo interessante isto. Os professores vivem em correria e mal tem tempo de preparar as suas aulas sozinhos. Especialmente aqueles que trabalham durante o dia e dão aulas à noite. Obteve-se um comentário interessante relativo a um entrevistado que não conhecia os termos que deixou claro que 48 embora não conhecesse o termo, aplicava-o diariamente, conforme mensagem deixada no questionário: Na verdade, intuitivamente. Mas depois que fui ler os 6 princípios da ANDRAGOGIA e o significada da HEUTAGOIA pude perceber que seguia estes princípios no dia a dia das minhas aulas, onde muitos exercícios práticos são desenvolvidos através do exemplos reais que cada aluno vive nos seus trabalhos.

” Entrevistado (2015). Ao questionar aos entrevistados se concordam que atualmente com conteúdo disponível para acesso online livre, a forma de transmitir o conhecimento é substituída pela forma de ensinar a aprender e a pesquisar, teve-se a concordância de 60%, porém entre os 40% que discordaram, deixaram em seus comentários que acreditam ser uma agregação e não substituição. Quando o entrevistado foi questionado sobre acreditar ser possível motivar o aluno adulto, trabalhador, no modelo curricular tradicional, obtivemos 62,5% de respostas positivas, porém vale reproduzir os comentários obtidos nesta questão. Por fim, 90% dos professores acreditam que uma nova estrutura curricular aplicada desde a base da educação, pode promover uma transformação na sociedade. Questionário 3 – Pesquisa destinada a Alunos do Ensino Superior Tecnológico Sobre Nova Organização Curricular Este último questionário foi aplicado a alunos do ensino superior, porém tivemos como respondentes, ex-alunos que desejaram participar.

Obteve-se mais de 90% de alunos que acreditam ser viável uma nova estrutura curricular por meio de situações reais e sem disciplinas, promovendo o aumento do interesse do aluno nas aulas. Explicitou-se ao aluno o conceito de andragogia e questionou se concordava que este deveria ser o método utilizado com alunos adultos, ou seja, o aluno aprenderia através de experiências e não precisaria ser conduzido como ocorre com a criança. Obteve-se 60% de concordância, porém os 40% que não concordaram, afirmam que é necessário que o aprendizado seja transmitido pelo professor. Verifica-se que estamos no momento de teorias pós-críticas e que seu conceito colabora diretamente com o Tema proposto neste trabalho quando se define como uma teoria que apresenta a descentralização do poder.

Pesquisou-se, também, sobre o componente básico do currículo, a disciplina e encontram-se as dimensões Interdisciplinares e Transdisciplinares, que promovem uma mudança em sua organização, confirmando o tema proposto no trabalho como uma necessidade atual. Entende-se que não é apenas necessário a compreensão do currículo e suas características e histórias, mas também é necessário compreender como lidar com o aluno adulto e suas peculiaridades. Segue-se, então, com o aprofundamento sobre as teorias do processo de ensino-aprendizagem para o adulto, que sem dúvida difere do 53 processo de ensino-aprendizagem da criança e ao compreender as teorias sobre Andragogia e Heutagogia, identifica-se que são processos capazes de motivar o aluno adulto e que se adequam a uma nova estrutura curricular, visto que esse processo é controlado pelo aluno adulto e envolve suas interações com o meio em que vive aprendendo melhor os conceitos quando são apresentadas alguma aplicação ou utilidade, logo, por meio de situações reais.

A flexibilidade existente nesses conceitos reforça que não é necessário a existência de disciplina e conhecimento, e sim o desenvolvimento da capacidade do aluno tornando a organização curricular sem disciplina o meio mais adequado para esse desenvolvimento. Já os docentes acreditam ser possível a nova estrutura, porém apenas para cursos de ensino superior tecnológico, e a maioria afirma que o mercado valorizaria ainda mais professores que desenvolvessem todas as capacitações considerando conceitos de transdisciplinaridade, andragogia e estrutura curricular. O resultado destas pesquisas, contribuíram para confirmar a necessidade que ambas as partes têm de mudanças no ensino e que a proposta é viável e positiva. Diante do estudo exposto acreditamos que conseguiu-se apresentar a evolução histórica, conceitos e teorias sobre o tema currículo, entender o processo de ensino-aprendizagem para adultos através da andragogia e relacioná-la a organização curricular, verificar fatores para que o docente atue de forma positiva neste novo contexto formando alunos inovadores e motivados e demonstrar os modelos atuais aplicados em outros países bem como a aderência da legislação vigente à proposta.

Por fim conseguiu-se alcançar o objetivo de embasar e propor uma nova estrutura curricular e trazer a reflexão o confronto com o modelo tradicional. REFERÊNCIAS ANDRAGOGIA. Tendências recentes do currículo da escola básica. Difusão de Ideias, São Paulo, 1-13, dez. Disponível em: http://www. fcc. org. Acesso em: 18 de outubro de 2015. Congresso. CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO: RESOLUÇÃO CNE/CP 3, DE 18 DE DEZEMBRO DE 2002. Brasília, DF: Diário Oficial da União, 23/12/2002. Disponível em: http://portal. gov. br/CCIVIL_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13168. htm#art1. Acesso em: 28/10/2015 56 D´AMBROSIO, Ubiratan. n. com/file/d/0B4JIJny__7pd2pNajl5cVMzX3c/view?usp=sharing ______, Ubiratan. Transdisciplinaridade, 2ª edição (1ª ed 1997), Editora Palas Athena, São Paulo, 2009. DELORS, Jacques. Educação: Um Tesouro a Descobrir.

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Qual sua especialidade? 4. Acredita ser possível a prática docente num contexto curricular sem disciplinas, onde a organização se dá por situações reais, e o próprio aluno determina o que quer aprender e como quer aprender, partindo do princípio da heutagogia e andragogia? Sim Não 5. Se é possível a prática docente em um currículo sem disciplinas, como seria essa prática? 67 ANEXO B Um currículo transdisciplinar organizado por situações reais Pesquisa destinada a Professores do Ensino Superior Tecnológico - Sobre Organização Curricular Esta pesquisa destina-se a obtenção da opinião dos professores sobre uma nova organização curricular, onde as disciplinas são substituídas por situações reais. Parte-se do pressuposto que a organização atual não motiva nem prende o interesse do aluno adulto e busca-se além de motiválo, permitir que ele esteja livre para inovar e criar.

Professor, é possível, através do currículo tradicional e métodos tradicionais, atuar com a diversidade de culturas e comportamento dos alunos numa sala de aula de forma a produzir reflexões positivas sobre as diferenças existentes, de raça, gênero, sexualidade, religião e cultura? Sim Não Se desejar deixe um comentário 9. Professor, um currículo transdisciplinar no Ensino superior pode favorecer o processo de ensino aprendizagem? Sim Não Se desejar deixe um comentário 10. Professor, vivemos numa sociedade em que ir para faculdade estudar é apenas uma forma de ganhar status, remuneração melhor, obrigação, etc. É possível transformar essa concepção através de uma reforma na educação desde a base até o ensino superior, priorizando uma nova estrutura curricular? Sim Não Se desejar deixe um comentário 69 ANEXO C Uma Nova Estrutura Curricular no Ensino Superior Tecnológico Esta pesquisa é destinada a alunos do ensino superior tecnológico O objetivo desta pesquisa é a coleta de dados sobre a opinião dos alunos a respeito do ensino superior tecnológico como parte complementar do TCC de Docência Superior.

Os dados coletados servirão para comprovar ou não a necessidade de reforma do ensino superior tecnológico para a sociedade neste momento atual em que vivemos.

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