FATORES QUE INFLUENCIAM A PREFERÊNCIA POR CESARIANA NO BRASIL

Tipo de documento:TCC

Área de estudo:Enfermagem

Documento 1

Trata-se de uma revisão de literatura, utilizando como base de dados: Lilacs, Scielo, Bireme, além de livros e revistas científicas disponíveis na biblioteca do Centro Universitário Adventista de São Paulo – Campus São Paulo, e como Descritores em Ciência da Saúde foram empregadas as palavras: enfermagem, gestante, cesárea. Os resultados mostraram que os autores compartilham a mesma opinião com relação aos fatores que influenciam as mulheres a preferirem à cesariana, como os fatores: absolutos, relativos e discutíveis, incluindo a escolha da própria mulher. O enfermeiro obstetra possui papel importante na contribuição da redução deste índice, pois pode desenvolver ações educativas que preenchem as lacunas deixadas pela consulta médica, que enfatiza apenas os aspectos biológicos.

A participação da enfermeira obstetra no atendimento a gestante de baixo risco possui papel fundamental na escolha do tipo de parto, podendo contribuir para redução dos índices de cesariana com a criação do vínculo com a gestante, tirando suas dúvidas, enfim humanizando o processo de parto e nascimento. Também devem questionar a indicação da realização de uma cesárea, respeitar a autonomia da escolha materna levando em conta os critérios clínicos que permitam esta decisão. Objetivo geral 13 2. Objetivos específicos 13 3 MÉTODO DO ESTUDO 14 4 BREVE HISTÓRIA DA EVOLUÇÃO DO PARTO 15 4. Parto cesáreo e suas indicações 16 4. Opinião da gestante com base nos mitos e crendices populares 18 4. Responsabilidade do enfermeiro diante do processo de parto e nascimento 22 5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS 24 6 CONCLUSÃO 26 REFERÊNCIAS 28 Não vai ter justificativa? 1 INTRODUÇÃO A cultura do nascimento refere-se a um conjunto de crenças, normas e valores acerca do processo do nascimento que são compartilhados em graus variáveis pelos membros de um grupo étnico ou cultural.

Outros fatores que contribuem é o despreparo psicológico das mulheres para o parto vaginal, o receio das contrações dolorosas que acompanham o trabalho de parto, e as falhas do pré-natal (CAMARGOS; MELO, 2002). No Brasil, há uma divisão de acesso aos recursos que depende mais do tipo de financiamento da assistência, se particular ou público, do que de qualquer outro fator, como a necessidade da mulher. Em termos gerais, as mulheres que possuem convênios e/ou são atendidas por médicos particulares estão sujeitas a uma taxa de cesárea de 70% ou mais, chegando a 90% em certos serviços (DINIZ; DUARTE, 2004). Para que o enfermeiro obstetra possa trazer benefícios à gestante, é necessário haver uma comunicação clara nas etapas apropriadas do processo de gestação desde o pré-natal.

Comunicação, ensino e motivação são componentes fundamentais para uma boa relação entre enfermeiro e gestante. • Comparar a percepção dos médicos e a preferência das pacientes. MÉTODO DO ESTUDO Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, sendo um procedimento reflexivo sistemático, controlado e crítico, que permite descobrir novos fatos ou dados, relações ou leis, em qualquer campo de conhecimento (LAKATOS; MARCONI, 1992). A presente revisão bibliográfica foi realizada em 2011, com análise dos artigos científicos publicados nos últimos 10 anos, em português e que foram encontrados na base de dados do Scielo, Bireme; livros e revistas científicas, utilizando-se as seguintes palavras-chaves: cesariana, parto, enfermeiro obstetra. Os critérios de inclusão para os artigos foram: artigos nacionais com textos completos disponíveis nas bases de dados, com pertinência à temática e que surgiram com o emprego das palavras chave.

Os critérios de exclusão foram artigos com publicação há mais de 10 anos e não atender aos objetivos do estudo. Somente no século XX a cesárea tornou-se uma operação rotineira (GUIMARÃES, 2007). Após a Segunda Guerra Mundial, ocorreu a institucionalização do parto, devido às altas taxas de mortalidade materna e infantil, passando do domicílio para o hospital e consequentemente tornando-o medicalizado (BRUGGEMANN; PARPINELLI; OSIS, 2005). Na metade do século XX, o processo de hospitalização do parto, mesmo sem qualquer evidência científica de que fosse mais seguro que o parto domiciliar, já estava instalado em muitos países (DINIZ, 2005). A partir da década de 1970 ocorreu um aumento das taxas de cesárea, tal fenômeno tem sido motivo para discussão tanto entre especialistas como em pessoas preocupadas com os aspectos sociais, psicológicos e antropológicos da cesárea (FAÚNDES et al.

De acordo com Largura (1998), o parto é um processo fisiológico normal que deveria se desenvolver sem intervenções, e caso ocorressem essas deveriam ser realizadas como último recurso e justificadas quando absolutamente necessárias, e nunca como rotina de procedimento. São muito raras, especialmente no caso de mulheres que tiveram gestações de baixo risco. Antes do início do trabalho de parto, o médico indica a cesárea para: placenta prévia, bebê em situação transversa, herpes genital com lesão ativa no final da gestação, e durante o trabalho de parto é indicado para: eclampsia, prolapso de cordão, descolamento prematuro da placenta. Os fatores relativos são quando não há risco de morte eminente, porém pode ocorrer na insistência de realizar um parto cesáreo ou quando os profissionais percebem que o risco de continuar com o trabalho de parto é maior do que o de fazer cesárea.

As indicações freqüentemente utilizadas de forma errada são: desproporção céfalo-pélvica; parada de progressão; sofrimento fetal agudo. Os fatores discutíveis são quando o médico acredita, que embora não haja evidências de que a mulher ou o bebê correm risco, ou quando faz a mulher acreditar que ela ou seu bebê necessitam de cesárea, superestimando os riscos para justificar a cirurgia. Um dos fatores contribuintes para o aumento de parto cesáreo é a escolha da própria mulher. Esse aumento não é apenas influenciado pelos médicos, apesar deles terem uma participação bastante intervencionista na decisão do tipo de parto a ser realizado, mas também as gestantes são influenciadas pelos fatores psicossociais, aspectos socioeconômicos, preocupações ético-legais e culturais da paciente e do médico, apesar de não saber se essa demanda varia entre os países, observa-se que é mais evidente em países em desenvolvimento (CURY; MENEZES, 2006).

O fator sócio cultural é um fator que influencia a alta taxa de cesariana, sendo que as mulheres optam por realizar a cesárea, pois apresentam receio da dor durante o parto normal, o outro motivo é a segurança da cesárea ser decidida com antecedência, e de não interferir na anatomia da vagina e do períneo (FAÚDES; CECATTI, 1991). Outro fator que influencia a mulher a optar pelo parto cesáreo é o elevado nível socioeconômico, que quanto maior as condições socioeconômicas maiores as chances de o casal optar por realizar o parto cesáreo, tem como explicações para este fato o tipo de cuidados médicos, o serviço hospitalar e a participação decisória da mulher sobre o tipo de parto (CURY; MENEZES, 2006).

Porém com o avanço de orientações pode ser esperado que a mulher reforme as antigas expectativas com relação ao parto normal. De acordo com Cardoso, Alberti e Petroianu (2010), um dos fatores que influenciam para a gestante realizar o parto cesáreo é o desejo do médico obstetra que a acompanhou o pré-natal em realizar seu parto, pois muitos dos médicos da rede hospitalar pública trabalham em regime de plantão e poderia não coincidir o trabalho de parto com o dia em que o obstetra está na maternidade. Para Diniz e Duarte (2004), no Brasil, não há uma tradição de consentimento informado em saúde, isto é esclarecer ao paciente o procedimento que será submetido, antes da intervenção, e da escolha informada, esclarecer ao paciente das diferentes opções de procedimento, para participar da escolha, em parceria com o profissional, ou da recusa informada, o paciente recusar o procedimento com base na informação.

O despreparo psicológico das parturientes, associado com o ambiente social, os meios de comunicação, e as falhas presentes no acompanhamento do pré-natal são fatores agravantes para aumento da incidência de cesárea. A escolha do parto está relacionada ao nível econômico, aspectos sociais, ao acesso a educação, a informação, aos serviços de saúde, entre outros; combinados com os fatores culturais. Crenças e valores interferem e determinam a opinião que a mulher terá em relação ao parto normal e a cesariana (CAMARA; MEDEIROS; BARBOSA, 2000). Desse modo, as dores no momento da expulsão terminam aceitas como o fim da parturição. Muitas optam pela cesárea porque acreditam que assim não terão dor. Mas os estudos não confirmam que a cesárea leva necessariamente a menos dor, principalmente se considerarmos a dor do parto e do pós-parto.

É um direito da gestante conhecer os riscos para fazer uma escolha consciente (DINIZ; DUARTE, 2004). As instituições de saúde têm grande influência na escolha do parto. O enfermeiro recebendo remuneração menor que o médico, diminuiria os custos na prestação de serviços de saúde, tanto na rede pública, quanto na privada. A consulta de enfermagem e as outras atividades educativas desenvolvidas pelo enfermeiro obstetra são preenchedoras das lacunas deixadas pela consulta médica, que na maioria das vezes enfatiza apenas os aspectos biológicos (OBA, 1996). Sendo assim, fica claro a importância do enfermeiro obstetra na assistência pré-natal como dimensão educativa para contribuir com as informações que as mulheres possuem sobre seu corpo e valorizar as experiências de vida.

Pela legislação profissional de enfermagem, os não-médicos que podem realizar o parto normal são a enfermeira e a obstetriz/enfermeira obstétrica, assim como a parteira titulada no Brasil até 1959 ou portadora de diploma/certificado estrangeiro, reconhecido ou revalidado até 1988 (BRASIL, 1986). De acordo com Tuesta et al (2003), o cuidado obstétrico oferecido pelos médicos almeja ser objetivo e desvinculado de emoções, suas próprias e também das parturientes, está voltado para a institucionalização do parto, abuso da tecnologia, grande números de intervenções, altas taxas de cesarianas e procedimentos invasivos, controle excessivo de desempenho materno e fetal, isolamento da mulher, exclusão dos familiares, parto assistido somente pelo obstetra deixando de lado o enfermeiro obstetra. • Fatores psicológicos: encorajar a gestante a não optar pela cesárea, minimizando o medo, a insegurança, incentivar a participação em cursos de gestantes, encaminhar para acompanhamento psicológico nos casos mais graves, como rejeição ou gravidez inesperada.

• Fatores institucionais: o enfermeiro obstetra enquanto profissional da área da saúde deve criar maior vínculo com a gestante e a instituição, proporcionar um acompanhamento humanizado, garantindo a segurança, conforto, diminuindo a medicalização e institucionalização do parto, mostrar para a gestante e a família toda a estrutura no hospital e realizar orientações. Aplicar a Sistematização de Assistência de Enfermagem. • Fator físico: orientar a gestante a realizar massagens, deambulação, exercícios leves (bola ou cavalinho), banho de água quente, musicoterapia. Estimular a participação do acompanhante no processo de nascimento. Bem como a implantação de registro hospitalar padronizado e completo, baseado em recomendações da OMS, permitindo o adequado acompanhamento do trabalho de parto e parto. Nos hospitais e maternidades fazer a implantação de equipes plantonistas, compostas por obstetras e enfermeiros obstetras, permitindo ao profissional utilizar esta equipe como apoio para o atendimento às gestantes que necessitem de assistência contínua e que haja maior adesão profissional na concretização das políticas de saúde.

Elaborar protocolos de assistência ao pré-natal, ao parto e ao recém-nascido, visando alcançar o padrão de qualidade assistencial que resulte em melhores indicadores de saúde da clientela atendida nesses serviços. Promover capacitação dos profissionais no cuidado obstétrico baseada em evidências científicas, buscando parcerias com entidades médicas e universidades. Estabelecendo metas progressivamente menores de taxas de cesariana para cada profissional conveniado, entendendo que taxas elevadas desta cirurgia implicam em riscos e custos desnecessários, podendo ser acompanhado por auditoria médica. Disponível em: <http://www. fen. ufg. br/revista/revista7_3/revisao_02. htm>. de 25 de junho de 1986 publicada no DOU de 26. Seção I - fls. a 9. Disponível em: <http://www. corenmg. BRUGGEMANN, O. M. PARPINELLI, M. A. OSIS, M. php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2005000500003&lng=en&nrm=iso&tlng=pt> Acesso em: 05 abr.

CAMARA, M. F. B. MEDEIROS, M. ufg. br/revista/revista2_1/Cesarea. html> Acesso em: 30 maio 2011. CAMARGOS, A. F. CURY, A. F. MENEZES, P. R. Fatores associados à preferência por cesariana. G. Humanização da assistência ao parto no Brasil: os muitos sentidos de um movimento. Ciência e saúde coletiva, v. n. jul. São Paulo: UNESP, 2004. FAÚNDES, A. CECATTI, J. G. A operação cesárea no Brasil: incidência, tendências, causas, conseqüências e propostas de ação. Opinião de mulheres e médicos brasileiros sobre a preferência pela via de parto. Rev. Saúde Pública [online], v. n. p. org. br/index. asp?p=noticias&codigo=134> Acesso em: 30 set. LAKATOS, E. M. São Paulo, 1998. MALDONADO, M. T. Psicologia da gravidez: parto e puerpério.

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F. O ser parturiente: um enfoque vivencial. Niterói, RJ: UFF, 1998. TUESTA, A. et al. E. H. D. et al. Incidência de cesáreas segundo fonte de financiamento da assistência ao parto. ª ed. Rio de Janeiro: Editora Interamericana, 1985.

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