SAÚDE DO TRABALHADOR EM INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS: Uma Pesquisa Bibliográfica

Tipo de documento:TCC

Área de estudo:Enfermagem

Documento 1

Concluímos que há uma escassez de estudos referentes à esta temática e que de maneira geral, muitos fatores que afetam a saúde dos profissionais que atuam em Instituições de Longa Permanência de Idosos se referem à ausência de fiscalização por órgãos competentes, falta de estrutura e baixa remuneração associada à carga horária excessiva de trabalho. Recomendamos taxativamente que os profissionais ligados à área contribuam com mais estudos referentes à esta temática. PALAVRAS-CHAVE: 1 ENFERMAGEM DO TRABALHO. SAÚDE DO TRABALHADOR. INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS. Dentre os comprometimentos advindos com o avanço cronológico da idade, está a ocorrência de incapacidade funcional, caracterizada como qualquer restrição para desempenhar uma atividade dentro da extensão considerada normal para a vida humana (MURRAY et al, 1996).

As atividades básicas da vida diária (AVD) estão ligadas ao autocuidado do indivíduo, como alimentar-se, banhar-se e vestir-se. Já as atividades instrumentais da vida diária (AIVD) englobam tarefas mais complexas muitas vezes relacionadas à participação social do sujeito, como por exemplo, realizar compras, atender ao telefone e utilizar meios de transporte (DUCA et al, 2009). Segundo o Ministério da Saúde (2005), 40% da população idosa necessita de auxílio para realizar pelo menos uma atividade instrumental de vida diária, sendo que desses, 10% necessitam de ajuda com as atividades básicas da vida diária. Cabe aos profissionais que atuam nas ILPI´s no cuidado direto, auxiliar os idosos nas funções mais complexas, tais como: auxílio na medicação, receber e transmitir orientações médicas, acompanhar a consultas e ajudar com serviços bancários, recebimentos de benefícios e compras.

Observamos que estes fatores, na maioria das vezes, podem ser evitados ou reduzidos por meio de propostas educativas elaboradas pelos enfermeiros responsáveis técnicos por estas instituições, visando à adaptação do trabalhador ao seu ambiente laboral. Trabalho refere-se ao empreendimento das forças e potencialidades humanas para alcançar um determinado fim e estabelecer certo domínio sobre a natureza. É dotado de duas principais vertentes das quais os indivíduos podem obter o seu sustento e o de seus semelhantes, produzem matéria prima para a sobrevivência da humanidade e criam tecnologias propiciando 4 melhorias às condições de vida e saúde das populações, mas pode, também, causar agravos à saúde dos trabalhadores por meio de desgaste físico e/ou mental, expondo-os à perda da capacidade vital e, consequentemente, à perda ou diminuição da capacidade laboral com expressivas alterações pessoais e sociais (SECCO et al, 2011).

O principal requisito para o enfermeiro que quer trabalhar em ILPI é conhecer o processo de envelhecimento para: determinar ações que possam atender integralmente as necessidades expressas e não expressas do idoso residente, mantendo ao máximo os princípios de autonomia e independência; capacitar a equipe de enfermagem a fim de habilitá- los a executar ações do cuidado à pessoa idosa com sensibilidade, segurança, maturidade e responsabilidade (SANTOS et al, 2008). Neste contexto, é de suma importância a educação em serviço realizada pelo enfermeiro aos trabalhadores a fim de evitar complicações como úlceras por pressão em clientes com deficiência de mobilidade, prescrição de cuidados com relação a curativos em feridas, controles de sinais vitais, eliminações vesical e intestinal, controles fundamentais das principais doenças crônicas como Diabetes Mellitus, Hipertensão Arterial, Dislipidemia etc.

Percebe-se que algumas instituições estão se empenhando no sentido de adequarse as novas demandas, por meio de reformas nas suas instalações e contratação de trabalhadores mais sensíveis a causa das pessoas idosas, apesar da falta de recursos, e ainda assim caminhando com dificuldades e muitas vezes oferecendo um cuidado deficiente, porém em crescente aprimoramento (SANTOS et al, 2008). Segundo Lorenzini et al (2013), o papel do enfermeiro nas ILPI é atuar na melhora da qualidade de vida dos residentes, através de cuidados básicos nas questões físicas, psicológicas e sociais e promover a integração da equipe multidisciplinar, além de 6 orientar a família e responsáveis pelos idosos, sendo este papel fundamental na educação continuada da equipe de enfermagem. O enfermeiro tem como responsabilidade a educação dos seres humanos que estão sob seus cuidados, da sua equipe de enfermagem e dos futuros trabalhadores com quem mantém contato.

A educação dos profissionais no seu ambiente de trabalho é uma estratégia fundamental para o desenvolvime nto pessoal, visando à manutenção de trabalhadores qualificados, garantindo uma assistência de qualidade para os idosos institucionalizados (KURCGANT, 2003). A falta de infraestrutura física, de pessoal especializado para avaliação cognitiva e comportamental, e de prevenção de infecções mostra a grande barreira para oferecer um serviço de qualidade para os idosos, e faz parte das atribuições do enfermeiro responsável estar atento à qualidade dos serviços prestados, prevenindo maus-tratos, erros de procedimentos e todas as situações que possam configurar imprudência, imperícia ou negligência (SAKANO, YOSHITOME, 2007). Inicialme nte foi feita uma leitura sistemática dos resumos dos artigos para verificar a pertinência ao tema Após a leitura dos resumos, os artigos de interesse foram lidos na íntegra.

Os artigos que não se enquadraram nos critérios da busca foram excluídos. A pesquisa foi realizada no período de novembro de 2014 a maio de 2015. Foram localizadas 17 publicações; foram excluídos os artigos que não contemplavam o tema em questão, aqueles que não se enquadraram nos critérios de inclusão e as repetições. Após minuciosa análise a amostra correspondeu a 7 publicações. Enferm UFSM na instituição PERIÓDICO 9 Das publicações relacionadas, encontramos uma sorte de tipologias de estudo quais sejam: Estudo exploratório descritivo, Artigos de Revisão, Estudo Observacional Transversal, Pesquisa de Campo e Pesquisa Bibliográfica Integrativa. Foi destacado por Yamamoto et al. a grande quantidade de idosos residentes com média ou alta dependência para as Atividades de Vida Diária (AVD) de instituições asilares em Campinas, relacionando este fato à baixa quantidade e qualidade de profissionais para exercer os trabalhos do dia-a-dia dos idosos, trazendo a ideia de que por baixa qualificação e alta demanda de serviços, ocorre concomitantemente alto absenteísmo e demissões relacionadas à problemas de saúde como estresse, lesões por esforços repetitivos, conduta errada na hora de manipular os residentes, alta carga horária e baixa remuneração.

Os autores deste mesmo estudo ainda alertam para o que dispõe a Resolução COFEN-146, 1992 que estabelece em seu artigo 1° que “Toda instituição onde exista unidade de serviço que desenvolva ações de enfermagem deverá ter Enfermeiro durante todo o período de funcionamento da unidade” e que apenas 3, das 6 instituições pesquisadas neste estudo cumpriam com a determinação legal. Com relação ao estudo de Campos et al. o sumo de seu estudo no que concerne a esta temática estudada, pouco se refere à saúde do trabalhador em si, porém consideramos importante inclui- lo no estudo pois segundo ele existe grande relação entre contaminação (seja de vírus, bactérias, fungos) com o contato profissional-cliente, e que talvez esta questão deva ser melhor estudada.

Até que ponto o residente está sujeito à contaminação trazida pelos profissionais do ambiente externo, e até que ponto os profissionais podem estar expostos aos contágios a partir do trato com os clientes? Da mesma maneira que 11 Villas Bôas (2007) se questiona, ratificamos esta questão para que um possível estudo seja realizado. Santos et al. em seu estudo “O papel do enfermeiro na instituição de longa permanência para Idosos”, no que consiste em informação relevante para nossa pesquisa, ele acena para o papel do Enfermeiro enquanto educador e sua função de ensino, ou seja, atribui a responsabilidade do enfermeiro à educação dos profissionais que estão sob seus cuidados que se mantenham atualizados e com educação continuada. Eles defendem ainda a função de abrir o espaço das ILPI para campo de Pesquisa para alunos de graduação, o que concordamos plenamente já que a escassez de estudos nesta área nos impressio no u sobremaneira.

Pela entrevista realizada exatamente com os profissionais, os mesmos referem ausência de tempo e equipe para um cuidado mais humanizado. Referente a sua pesquisa relacionada à Saúde destes trabalhadores, foi possível deduzir que estes fatores acarretam além de cansaço físico, grande estresse emocional por saberem que o trabalho poderia ser melhor realizado mas foge de suas realidades essa meta (KULLOK & SANTOS, 2009) Importante reflexão também os autores mencionados nos trazem com relação as condições de vida dos funcionários dessas instituições, que por serem mão-de-obra barata, vivem em bairros longínquos, perigosos o que acarreta estresse físico e emocional comprometendo o desenvolvimento no “fazer” do trabalho. CONSIDERAÇÕES FINAIS Percebemos através do estudo que são diversos os fatores que afetam a saúde dos trabalhadores de instituições de longa permanência para idosos, e em nenhum dos poucos estudos encontrados vislumbramos alguma preocupação neste sentido para prevenir ou minimizar os efeitos desta sobrecarga de atividades insalubres.

Ficou nítida a emergênc ia de mais estudos e mais ações voltadas para esta questão, já que foge da alçada dos mesmos, sendo de responsabilidade de seus superiores. Não nos cabe aqui tecer considerações incisivas ao Enfermeiro Responsável Técnico destas unidades, porém sabemos que grande parte das afecções que acometem estes trabalhadores poderiam ser resolvidas, ou pelo menos, cobradas junto às chefias e direções de tais instituições. L. A. Infecção em idosos internados em instituição de longa permanência. Rev Assoc Med Bras. p. Aspectos éticos: considerando as necessidades da pessoa idosa. In: Saldanha AL, Caldas CP, organizadores. Saúde do idoso: a arte de cuidar. a ed. Rio de Janeiro: Interciência; 2004. Jul. Ago. CORTELLA, M.

S, FILHO, C. B; Ética e vergonha na cara. In: Freitas EV, PY L, Nery AL. Tratado de geriatria e gerontolo gia. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2006. P. São Paulo: EPU;2003. p. LORENZINI, E; MONTEIRO, N. D; BAZZO, K. Instituição de Longa Permanência para Idosos: Atuação do Enfermeiro. Infections and antibiotic resistance in nursing homes. Clin Microb rev. p. RIBEIRO, M. T. Y. Diagnósticos e intervenções de enfermagem em idosos hospitalizados. Acta Paul Enfer. Nov/dez. p. S. C; SILVA, B. T; BARLEM, E. L. D; LOPES, R. C. M. B; ARAÚJO, A. S; ROMANO, C. C; SILVEIRA, S. Os idosos e as instituições asilares do município de Campinas. Rev Latino-am Enfermagem ed. p. set. out.

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