Análise comparativa das ações de sustentabilidade em empresas de construção civil

Tipo de documento:TCC

Área de estudo:Engenharias

Documento 1

Palavras-chave: Sustentabilidade. Desenvolvimento Sustentável. Gestão de Pessoas. INTRODUÇÃO No período de 1950 a 1979, o setor de infraestrutura (energia, telecomunicação, transporte rodoviário e ferroviário, portuário e aeroportuário) foi caracterizado por grandes obras públicas em razão da política de controle das tarifas nos serviços de utilidade pública, da antipatia da sociedade ao capital estrangeiro e o alto risco para os investimentos para empresas privadas. Num segundo período (1980-1995) este setor conviveu com cortes nos investimentos públicos em razão da crise financeira do Estado. No caso das empresas brasileiras esse movimento é mais recente e remonta aos anos de 1990 e 2000 (ARRUDA e QUELHAS, 2010). Outro importante ponto encontrado nas literaturas relacionadas ao tema é a identificação de duas matrizes conceituais que polarizam os debates sobre o desenvolvimento sustentável e a sustentabilidade.

A primeira corresponde aos trabalhos da Comissão Brundtland e detém a hegemonia sobre o tema. Seu discurso promete elevar a produção com a redução do consumo de recursos naturais e diminuição de lançamento de resíduos no meio ambiente. A segunda tem origem nas propostas do ecodesenvolvimento de Ignacy Sachs. Seu propósito é revisitar o debate sobre os termos desenvolvimento sustentável, sustentabilidade e responsabilidade social e realizar uma análise comparativa das ações de empresas que atuam na construção pesada. Processo de coleta dos dados Como forma de possibilitar a análise comparativa das ações desenvolvidas pelas empresas, optou-se por duas vertentes metodológicas complementares entre si e articuladas: a) um estudo exploratório em literaturas específicas para construir uma exposição acerca dos conceitos sobre desenvolvimento sustentável, sustentabilidade e responsabilidade social.

b) uma análise documental nos relatórios de sustentabilidade publicados pelas empresas-alvo para identificar processos de “gestão de negócios”, “política de sustentabilidade” e de “desenvolvimento de pessoas”. Na revisão da literatura foram utilizadas as bases científicas de consulta SciELO, Scopus e Banco de Teses da Capes para identificar periódicos adequados à fundamentação teórica do pesquisador. Desse conjunto de periódicos, 73% possuem classificação no sistema Qualis da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) que estratifica a qualidade da produção intelectual dos programas de pós-graduação. Para este trabalho, foram selecionadas três empresas brasileiras do setor de construção pesada, que atuam em obras de infraestrutura. A seleção das empresas utilizou o conceito estatístico de amostragem não aleatória por conveniência, segundo o qual a seleção dos elementos da população depende do julgamento do pesquisador (RIZZINI, 1999).

O critério de seleção foi empresas com os maiores faturamentos no ano de 2009 publicado na revista "O Empreiteiro", edição Jul/2010. Apesar de se tratar de dados públicos disponíveis nos sites e nos relatórios publicados pelas empresas, foi assegurada a confidencialidade das mesmas passando a nomeá-las como empresa A, empresa B e empresa C. O Quadro 1 apresenta a caracterização das empresas objeto dessa pesquisa. Além do modelo de governança corporativa, a estrutura executiva corporativa bem definida é um importante aspecto para gestão de riscos e implementação das estratégias empresariais. A seguir estão resumidos os modelos de governança empresarial das empresas pesquisadas obtidos na etapa de análise documental. O Quadro 3 apresenta a síntese do modelo de governança identificado nos relatórios: Quadro 3: Modelo de Governança Sujeitos da pesquisa EMPRESA A EMPRESA B Destaques – Modelo de governança não está explicitado – Há uma citação da existência de um Conselho de Administração – Formada por um Conselho de Administração, composto pelo presidente e três vice-presidentes.

– Foco na gestão das Divisões de Negócios e tem assessoria de quatro comitês: Corporativo, RH, Executivo e Financeiro de auditoria EMPRESA C – Há um Comitê de Sustentabilidade composto pelos mesmos integrantes do Comitê Executivo do Grupo para deliberar sobre estratégias, metas e indicadores de avaliação – O Conselho de Administração é composto por três representantes de cada empresa sócia – Todos os acionistas têm posição no Conselho. Nenhum membro do Conselho de Administração desempenha funções executivas As estruturas de governança nas três empresas não se assemelham. – Trabalha internamente com uma ‘Agenda Climática’ onde são elencados compromissos para orientar sobre a redução e mitigação das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEEs). – Avalia o estágio de incorporação das dimensões da sustentabilidade por meio da metodologia que desenvolveu denominada ‘Radar da Sustentabilidade’.

O Radar resulta de um questionário baseado em indicadores do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), do Instituto Ethos e do Guia Exame de EMPRESA B Sustentabilidade. – Assume como temas prioritários no processo de sustentabilidade: segurança no trabalho; programas para fornecedores e clientes; educação continuada em sustentabilidade para o público interno; e inclusão de pessoas com deficiência e de aprendizes. – Elenca e quantifica os riscos estabelecendo os sistemas de prevenção, avaliando os meios de mitigá-los e estabelecendo os planos de contingências, seja para impactos ambientais, sociais, econômicos ou inerentes ao desenvolvimento das obras. Destaca-se na Empresa B a metodologia desenvolvida para monitorar a efetividade da implementação da sustentabilidade (Radar da Sustentabilidade), que indica um amadurecimento da organização nessa direção.

Gestão de pessoas A gestão sustentável em uma organização deve revelar seu compromisso contínuo com a melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores, de suas famílias e da comunidade local. Diversos estudos apontam que competência, envolvimento e comprometimento dos colaboradores são fundamentais para o bom desempenho e produtividade das organizações. A seguir, no Quadro 5, são destacados no modelo de gestão de pessoas das organizações pesquisadas os aspectos relacionados ao desenvolvimento de pessoas: Quadro 5: Gestão de Pessoas – Formação e Desenvolvimento de pessoas Sujeitos da pesquisa Destaques – Entende que uma das principais atribuições de seus líderes é educar pelo trabalho, o que significa dedicar tempo e atenção aos liderados, além de propiciar oportunidades de expansão e aperfeiçoamento de conhecimentos e habilidades.

– As equipes são incentivadas ao exercício da crescente produtividade, criatividade e reutilização dos conhecimentos gerados em suas experiências de trabalho. horas de treinamento técnico para 162 profissionais operacionais. Além disso, o Programa de desenvolvimento de lideranças somou outras 1. horas EMPRESA B – Em 2009 realizou o Programa Jovens Profissionais onde 37 alunos concluíram a pós-graduação em Gerenciamento de Projetos de Engenharia e Construção. Oitenta por cento das aulas foram ministradas por profissionais da própria empresa e 20% por professores da universidade conveniada. – Como suporte ao Programa, gestores são preparados para acompanhar os profissionais em início de carreira, durante os primeiros 15 meses na companhia. Com base no resultado apresentado no Quadro 5, as empresas parecem ainda praticar o modelo tradicional “Treinamento e Desenvolvimento” fundamentado por uma concepção pedagógica reducionista, atendendo principalmente aos interesses econômicos e imediatistas (cursos de curta duração).

Percebe-se que os programas desenvolvidos pelas empresas estão relacionados ao aperfeiçoamento e à capacitação de empregados, ou seja, voltados para o domínio de tarefas rotineiras e operacionais. Este fato, de certa forma, inviabiliza a construção de uma Educação Corporativa de ordem superior, transformadora, compromissada em alcançar resultados de longo prazo. Collins e Porras (1998), em seu livro Feitas para durar, defendem a ideia de que para perpetuar no mercado uma empresa precisa desenvolver um senso de propósito comum entre seus colaboradores e um conjunto de valores básicos para nortear comportamentos na empresa. Este é um papel fundamental que deve ser assumido pelos gestores das estruturas de Educação Corporativa nas organizações empresariais. L. G. Sustentabilidade: um longo processo histórico de reavaliação crítica da relação existente entre a sociedade e o meio ambiente.

Boletim Técnico SENAC. Rio de Janeiro, v. Valores ou Interesses? Reflexões Sobre a Responsabilidade Social das Empresas. Empresa, Empresários e Globalização. Rio de Janeiro: Relume Dumará/FAPERJ, 2002. CHESNAIS, F. A mundialização do capital. p. out. nov. dez. COSTA, Maria Alice Nunes. A globalização econômica e os desafios à formação profissional. Boletim Técnico do SENAC, Rio de Janeiro, v. n. p. maio/ago 1996. LAYRARGUES, P. P. Do ecodesenvolvimento ao desenvolvimento sustentável: evolução de um conceito? In Revista Proposta, nº 71, p. LIMA, G. F. Ecodesenvolvimento: crescer sem destruir. São Paulo. Vértice. SICHE R. AGOSTINHO F. C. Em busca de uma racionalidade convergente ao ecodesenvolvimento: um estudo exploratório de projetos de turismo sustentável e de responsabilidade social empresarial. Revista de Administração Pública, vol.

n. pp.

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