Tcc diversidade e inclusão escolar

Tipo de documento:TCC

Área de estudo:Gestão ambiental

Documento 1

A EDUCAÇAO ESPECIAL NO BRASIL. INCLUSAO NAS ESCOLAS COMUNS. POLITICA NACIONAL DE EDUCAÇAO ESPECIAL. INCLUSAO DA EDUCAÇAO E DIVERSIDADE. INCLUSAO DO PORTADORES DE NECESSIDADE ESPECIAL. Diversidade. Educação especial 1 INTRODUÇÃO Justifica–se o tema a inclusão escolar na educação pois apesar de existir legislação específica obrigando a escola a preparar-se para o processo de inclusão é preciso conscientizar a todos que a inclusão é reformular o ensino regular respeitando a diversidade e a singularidade de cada um, contribuindo na aprendizagem e no desenvolvimento. Ela é também mais do que uma simples troca de espaço e sistema agregador. Inclusão supõe mudanças e transformações, e quando falamos em mudanças não nos referimos essencialmente à mudança de sistema de ensino, e sim, a movimentos mais profundos que repercutam nas questões subjetivas de todos, aceitando suas crenças, seus valores, seus ideais, e suas concepções de “como” e “para quem” ensinar.

A questão que move esta pesquisa é indagar se a inclusão escolar já se tornou uma realidade nas escolas, pois muito tem se falado de Inclusão e que este processo é responsabilidade de todos: governo, educadores e comunidade. Segundo Perrenoud (1999) a escola é o cenário ideal onde se repete a vida, tal com ela é. Segundo Mantoan (2003), inclusão é propiciar a todos igualdade independente de raça, credo religioso e deficiência, é proporcionar a todos as mesmas condições digna e justa. Não é o aluno com deficiência que deve se adaptar a escola, mas sim a escola que deve se adaptar para recebê-lo e proporcionar-lhes as mesmas condições que os outros, adaptando seu currículo, sua estrutura física e proporcionando formação aos professores. As escolas tem que mudar seu método de ensino e a qualidade na inclusão tem que ser reformulada principalmente nas escolas públicas.

DESENVOLVIMENTO Percorrendo a história da humanidade, verificamos que as pessoas portadoras de necessidades especiais têm sido discriminadas pela sociedade, que as julgava improdutivas e incapazes para desempenhar funções na vida social, o que contribuía para excluílas da sociedade. Alguns desses deficientes permaneciam dentro dessas instituições durante toda a sua vida. Portanto, passavam por um processo de segregação que confirmava a sua inadaptação social, o trabalho das entidades aproximava-se mais da readaptação que do educativo propriamente dito apartir do final dos anos 50 e início dos anos 60, surge a fase da integração, que pretende desenvolver [. condições que possibilitem aos excepcionais tornarem-se parte integrante da sociedade como um todo. Na ideologia integracionista eventual-mente ignora-se ou idealiza-se a realidade do ensino regular, o que pode levar à supervalorização da integração física ou à compreensão da escola como agência última da reforma social.

Sustente-se que é importante sensibilizar e conscientizar a comunidade sobre a exclusão que antecede a boa vontade dos “não-conscientizados”. Como verificamos, o debate a respeito da inclusão, embora tenha se intensificado nos últimos anos no país, não parece ter sido suficiente para que se estabelecessem diretrizes políticas capazes de promover uma coerência mínima nas ações educacionais. Em síntese, podemos nos arriscar a dizer que a inclusão é um processo mergente e cabe à escola, ao estado e à sociedade buscar novas formas de encarar a realidade e transformá-la de maneira consciente. Segundo Mazzota (1998), para que a educação inclusiva de fato aconteça, o fundamental é que ela se firme como espaço privilegiado das relações sociais para todos, não ignorando, portanto, aqueles que apresentem necessidades educacionais especiais.

Em outros termos, acolhendo crianças com deficiências e crianças bem dotadas, crianças que vivem nas ruas e crianças que trabalham. No entanto, a efetivação da educação escolar para todos, mediante recursos como a educação especial, para os que a requeiram, preferencialmente na rede regular de ensino, e como a educação inclusiva, em que a diversidade de condições dos alunos possa ser competentemente contemplada e atendida, demandará ações governamentais e não-governamentais marcadas pela sinergia, que algumas vezes parece ser até enunciada. EDUCAÇAO ESPECIAL NO BRASIL O sistema educacional historicamente apresenta uma visão da educação que estabelece a escolarização como privilégio de um grupo, uma exclusão que legalmente fora admitida nas políticas e práticas educacionais onde o modelo social se reproduz.

Com a democratização da escola percebe-se a contrariedade entre os conceitos de inclusão e exclusão em relação aos sistemas de ensino que potencializam a importância do acesso porém continuam excluindo indivíduos que apresentam características ou comportamentos fora dos padrões homogêneos da escola. No Brasil a Educação Especial é identificada por fases segundo afirma Sassaki (1997), seriam: fase da exclusão, segregação institucional, integração e inclusão. Na fase da exclusão o deficiente era considerado inútil desprovido de qualquer forma de entendimento, não tendo qualquer atenção educacional. Os deficientes eram internados em orfanatos, manicômios, prisões e dentre outros tipos de instituições que os tratavam como doentes anormais. Com a divulgação de conhecimentos científicos e técnicos sobre a pessoa com deficiência surgem a criação de institutos que buscam promover o atendimento especializado para deficientes auditivos e mental.

Dentre eles o Instituto Pestalozzi 1935; que funcionava como órgão da Secretaria de Educação com a colaboração de Helena Antipoff, responsável pela implantação de uma política de educação e assistência à criança portadora de deficiência. Em 1943 o Instituto Benjamim Constant- IBC, instalou a imprensa Braille para atender inicialmente aos alunos do Instituto. Seis meses mais tarde , esta imprensa passou à distribuir, gratuitamente livros para pessoas cegas. Tendo a preocupação com as crianças deficientes, em 1950 foi criada a Associação de assistência à Criança Deficiente- AACD que inicia um olhar de inclusão de crianças e adolescentes com deficiência física visando a reinserção dos mesmos na sociedade. Associado a herança assistencialista com o ideário tecnicista daquelas reformas, a Educação Especial foi incluída nos planos setoriais do governo, criando-se departamentos especializados nas redes escolares com ações de formação para profissionais nos campos de educação e reabilitação.

No período das reformas a Educação Especial ganhou maior destaque na área educacional , estabelecendo de forma clara os propósitos de normatização e integração, garantindo os ganhos de um atendimento especializado e interdisciplinar. Com isso o trabalho a ser desenvolvido inicia o processo de caracterização mais eficiente. “Mittler (2003, p. faz crítica a esse processo ressaltando que dessa forma o aluno deve adaptar-se à escola e não há necessariamente uma perspectiva de mudança de que a escola mudará para acolher uma diversidade cada vez maior de alunos. Para Rodrigues (2006), "o certo é que não só os alunos são diferentes mas os professores são também diferentes e ser diferente é uma característica humana comum, e não um atributo (negativo) de alguns. Apesar das criticas ao processo de integração e sendo este um conceito considerado ultrapassado, sabe-se que este período contribui significativamente para o conceito de inclusão que permeia a filosofia do trabalho com a educação especial atualmente.

Inicialmente a fase da inclusão caracterizou pela preocupação em fundamentar o paradigma da inclusão, nos direitos humanos e na articulação entre o direito à igualdade e à diferença. A década de 80 foi marcada por modificações políticas no cenário brasileiro. Importantes capitais estavam sendo agora administrados por partidos que se opunham ao governo. O conhecimento e as mudanças na forma de conceber a aprendizagem são fatores determinantes neste novo olhar para a educação. Com a participação do Brasil em 1990 na Conferencia Mundial sobre Educação para Todos coube ao país, como signatário da Declaração Mundial sobre Educação para Todos, a responsabilidade de assegurar a universalização do direito a educação e com isso através da elaboração do Plano Decenal de Educação para Todos, ocorreram mudanças de conceitos sobre a educação especial, objetiva-se uma proposta que procura responder à diversidade em todas as suas formas através de um sistema de ensino que se ajuste a todos contribuindo para o acesso e a permanência dos alunos com necessidades especiais nos espaços escolares.

Considerando a escola como espaço democrático que não diferencia indivíduos segundo suas diferenças individuais. Sobre isso GOFFREDO (1991, p. ressalta: " Frente a esse novo paradigma educativo, a escola deve ser definida como uma instituição social que tem por obrigação atender todas as crianças, sem exceção. no artigo 55, reforça os dispositivos legais supracitados ao determinar que "os pais ou responsáveis têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino". A Declaração de Salamanca, fruto da "Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais: acesso e qualidade"; ocorrido na Espanha em 1994 é tida como o marco mais expressivo mundialmente na propagação dos conceitos que fundamentam a educação inclusiva, que influenciou a estruturação das leis para a regulamentação das políticas de atuação vigente.

Segundo este documento: " O desenvolvimento das escolas inclusivas, enquanto meio mais eficaz de atingir a educação para todos , deve ser reconhecido como uma política- chave dos governos e ocupar um lugar de destaque na agenda do desenvolvimento das nações. É unicamente desta forma que se poderão obter os recursos necessários, pois as mudanças de políticas e as prioridades não podem ser efetivas a não ser que se disponibilizem esses mesmos recursos. É preciso um compromisso político, tanto a nível nacional como comunitário, para obter os recursos adicionais e para reorientar os já existentes. Para a realização do mesmo o SEESP capacita gestores multiplicadores por uma semana em Brasília para posteriormente servirem como polo de disseminação da política de inclusão em suas regiões.

Ainda a pretexto de promover a educação inclusiva, em 2004, o Ministério Público Federal apresenta o documento: O Acesso de Alunos com Deficiência as Escolas e Classes Comuns da Rede Regular com o objetivo de reafirmar o direito da escolarização de alunos com e sem deficiência em turmas comuns do ensino regular, desconsiderando assim a posição de grande parte dos pesquisadores, das famílias e dos próprios indivíduos com necessidades educacionais especiais. Em 2005, torna-se considerado também especiais alunos com grau de inteligência elevado, isto por reconhecer que estes necessitem de auxilio para estarem incluso no contexto escolar. Assim é implementado o Núcleo de Atividade de Altas Habilidades/Superdotação - NAAH/S em todos os estados e no Distrito Federal, com a formação de centros de referência para o Atendimento Educacional Especializado aos alunos com altas habilidades/ superdotação, orientando às famílias e capacitando os professores.

Dados estatísticos apresentados pelo MEC (SEESP, 2006) afirmam um aumento de 358% nas matriculas de crianças com deficiência em escolas comuns entre 2002 e 2006. Segundo MENDES (2012) : "A Educação inclusiva é uma resposta inteligente às demandas do mundo contemporâneo. Incentiva uma pedagogia não homogeneizadora e desenvolve competências interpessoais. A sala de aula deveria espelhar a diversidade humana, não escondê-la. Para tanto há de que se tenha também a estimulação das habilidades morais para a convivência democrática. O resultado final, desfocado pela miopia de alguns, é uma Educação melhor para todos. Na Idade Média, o pecado era então associado a tais deformidades. Foi na época do Renascimento e com o despertar científico que a postura sobre a necessidade de se educar o aluno com deficiência começou a admitir novas condutas.

A assistência social à infância, enquanto ação do Estado e iniciativa pública começa no Brasil no final do século XVII. E assim nasce, em 1726, na Bahia, a primeira “casa dos expostos”; no Rio de Janeiro, a criação data de 1738 (SILVA, 2000). Entre o final do século XIX e início do século XX, na passagem da Monarquia para a República, ocorreu um fenômeno de explosão demográfica no Brasil. Grandes transformações vêm ocorrendo desde os anos 30 do século passado no sistema educacional brasileiro, referente à quantificação da oferta. Contudo, qualitativamente, o processo não se deu no mesmo nível, por isso há uma aparente situação paradoxal nesse contexto. objeto de amplo processo de reestruturação, visando atender ao aumento de demanda resultante da evolução política e institucional do País, da industrialização 2.

POLITICA NACIONAL DE EDUCAÇAO ESPECIAL Segundo a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 2007), todos os alunos devem ter direitos iguais, onde igualdade e diferenças são valores inseparáveis, que devem ser respeitados, e que não devem deixar de fazer parte da realidade de cada um, seja dentro ou fora da escola. Isso para que não haja nenhum tipo de exclusão, onde todos possam ser atendidos com uma educação de qualidade e com as necessidades especiais que apresentem. Uma posição de destaque é uma prática educativa que se efetiva na medida da participação livre e crítica do educando rompendo com a escola autoritária e tradicional. Por isso é que somente os oprimidos, libertando-se, podem libertar os opressores.

A educação para a libertação deve desencadear-se da habitualidade para a transformação. O educador é o ser, que não mais educa, mas sim aquele que aprende no processo da aprendizagem. O educador tem que respeitar a diversidade tornando a educação uma prática afetiva, onde o aluno possa dialogar com o educador. O maior objetivo dessas reflexões é o de contribuir para que os docentes percam o medo, a insegurança, o preconceito e a resistência, enxergando que a diversidade é um atributo somatório na construção de experiências e não um problema. E que também os estudantes, a comunidade e o sistema educacional possam se adequar para receber os alunos, pensando em possibilidades de reduzir e eliminar barreiras. É possível observar que nas escolas temos múltiplos olhares dos educadores quando o assunto é inclusão, pois a inclusão é um processo novo em nossa legislação educacional que ainda precisa de muito empenho, dedicação e aceitação de todos.

Abordar a problemática da inclusão no ambiente escolar, tanto dos professores atuantes quanto aos que estão em formação, é rever os referenciais teórico-metodológicos que se alicerçaram na distinção entre educação especial, uma vez que a educação dos alunos com necessidades educacionais devem possuir os mesmos objetivos de qualquer cidadão. Incluir e garantir uma educação de qualidade para todos é, hoje, o fator mais importante na redefinição dos currículos escolares, desafiando a coragem das escolas em assumir um sistema educacional especial para todos os alunos. Também não estamos negando a existência das diferenças, porém estamos refutando a existência de “deficiências” menores. A maioria das escolas não está apta a essas mudanças exigidas por uma abertura incondicional às diferenças.

Uma das mais sérias e influentes razões para que essa situação se mantenha, é a neutralização dos desafios que a inclusão impõe ao ensino comum e que mobilizam o professor a rever e a recriar suas práticas, a entender as novas possibilidades educativas trazidas pela escola para todas. Entretanto, existem professores dispostos a vencer barreiras como à falta de informação, o preconceito e a falta de formação, pois entendem que o papel do professor também é aprender e produzir seu próprio conhecimento. Segundo Mantoan (2010) as grandes mudanças educacionais têm que ocorrer dentro das salas de aula. Na visão do autor é necessário que a instituição escolar abandone preconceitos cultural, social, étnico ou religioso e que ela volte a fluir propiciando que a inclusão escolar se torne um processo natural.

É necessário romper os laços com o ensino massificado e aderir a tão mencionada democracia. Ao deixar de separar o ensino direcionado aos normais e aos portadores de necessidades especiais e adotar a inclusão escolar, é possível alcançar novos desafios, concretizar os objetivos e almejar novas perspectivas de vida para todos os alunos. A escola que preza pela inclusão valoriza, preocupa-se em formar e preparar o aluno para o futuro, fazendo com que os mesmos possam aprender, possa descobrir e criar, desenvolvendo seus talentos e habilidades naturais de cada um. Partindo da premissa de que os alunos ditos ‘’normais’’ não são tão normais assim, pois apresentam comportamentos distintos, sendo seres humanos singulares, cada qual com seus comportamentos, hábitos e posicionamentos diversos, nada mais do que correto incluir o aluno portador de necessidades especiais em uma sala convencional, para que ele aprenda a conviver com as diferenças dos outros alunos e vice-versa.

Ela provoca uma crise escolar, ou melhor, uma crise de identidade institucional, que, por sua vez, abala a identidade dos professores e faz com que seja resinificada a identidade do aluno. O aluno da escola inclusiva é outro sujeito, que não tem uma identidade fixada em modelos ideais, permanentes, essenciais. Sendo assim Mantoan (2003) aponta para a necessidade de se traçar uma nova organização da instituição escolar a fim de acolher as diferenças propiciando a aprendizagem aos alunos. INCLUSAO DOS PORTADORES DE NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS EM ESCOLAS COMUM. Para que se faça uma análise das vantagens e desvantagens da inclusão de pessoas portadoras de necessidades educativas especiais na rede regular de ensino, segundo Tolocka e De Marco (1998), é necessário que vários parâmetros sejam avaliados.

A indicação para a inclusão destes alunos na escola está baseada em preceitos morais e éticos, segundo os quais estes devem estar em ambientes que propiciem uma otimização de aprendizagem e sejam seguros tanto física quanto emocionalmente. Estar integrado oportuniza a prática e a observação de habilidades que não seriam disponíveis em ambientes segregados, mas as necessidades individuais precisam ser atendidas. Se o ambiente não for seguro, a integração fica inviabilizada. Tolocka e De Marco (1998) salientam que a otimização do ambiente para a aprendizagem e a segurança, incluem a retirada de barreiras arquitetônicas as quais dificultam ou até impedem o acesso destas pessoas às atividades, ou até mesmo à própria escola, além disto para que a otimização da aprendizagem aconteça é necessário que as condições que influenciam a mesma sejam conhecidas dos profissionais que a estão facilitando, o que implica no conhecimento mais acurado das especificidades e possibilidades de cada aluno, bem como das tarefas a serem oferecidas.

Assim, percebe-se que a integração destas pessoas na escola não é tão simples, pois envolve as condições físicas e humanas da escola, requerendo novas habilidades e competências dos professores que nela estão atuando. ufsm. br/revce/ceesp/2002/01/a3. htm 4/6 Apesar do respaldo legal, observamos que o sistema educacional não se estruturou realmente para o oferecimento de serviços educacionais, sob uma perspectiva menos restritiva às pessoas portadoras de deficiência em geral. Vários fatores, entre os quais a descontinuidade administrativa existente, principalmente no sistema público de ensino, em seus vários níveis, tem ocasionado a ausência de um planejamento efetivo que possua diretrizes claramente expressas e em que sejam perseguidos objetivos educacionais voltados para a integração dessa clientela. No entanto, a inclusão e a integração tem sido muito decantada na maior parte dos planos e projetos na área de Educação Especial em nosso País.

Segundo o Ministério da Educação e do Desporto sua meta é garantir um ensino de qualidade para absolutamente todos: deficientes, pobres, negros, marginais, ninguém deve ser excluído. Entretanto, recomenda que os deficientes com grave comprometimento sejam encaminhados às classes especiais. Também, destaca que, por enquanto, quem define o grau de comprometimento é o professor e o diretor em conjunto com os pais. O que fazer quando a escola recebe o primeiro aluno deficiente? De acordo com o Ministério da Educação e do Desporto, para começar, o diretor entra em contato com a respectiva Secretaria de Educação (estadual ou municipal). A secretaria faz um estudo do caso e vê se pode remanejar a criança para uma escola próxima que já esteja capacitada a acolher deficientes.

O princípio democrático da educação para todos só se evidencia nos sistemas educacionais que se especializam em todos os alunos, não apenas em alguns deles, os alunos com deficiência. A inclusão, como consequência de um ensino de qualidade para todos os alunos provoca e exige da escola brasileira novos posicionamentos e é um motivo a mais para que o ensino se modernize e para que os professores aperfeiçoem as suas práticas. É uma inovação que implica num esforço de atualização e reestruturação das condições atuais da maioria de nossas escolas de nível básico. O motivo que sustenta a luta pela inclusão como uma nova perspectiva para as pessoas com deficiência é, sem dúvida, a qualidade de ensino nas escolas públicas e privadas, de modo que se tornem aptas para responder às necessidades de cada um de seus alunos, de acordo com suas especificidades, sem cair nas teias da educação especial e suas modalidades de exclusão.

O sucesso da inclusão de alunos com deficiência na escola regular decorre, portanto, das possibilidades de se conseguir progressos significativos desses alunos na escolaridade, por meio da adequação das práticas pedagógicas à diversidade dos aprendizes. Declaração de Salamanca em 1994 - sobre princípios, políticas e práticas na área das necessidades educativas especiais. Conferência Internacional do Trabalho, 1983 - convenção sobre reabilitação profissional e emprego de pessoas deficientes. Convenção da Guatemala - Convenção da Organização dos Estados Americanos - Decreto nº 3. de 8 de outubro de 2001 promulga a Convenção Interamericana para a eliminação de todas as formas de discriminação contra as pessoas portadoras de deficiência. Declaração dos Direitos das Pessoas Deficientes - aprovada pela assembléia geral da organização das nações unidas em 09/12/75.

Em 2005, o Ministério da Educação, através da Secretaria de Educação Especial (SEE), ofereceu formação em educação e diversidade aos docentes da Rede Pública de Ensino no Brasil. O material fornecido, intitulado Educar na diversidade (2005), “O enfoque da Educação Inclusiva” enumera diversos documentos: normas e acordos internacionais sobre educação de qualidade para todos. No entanto, observa-se que os mesmos referem-se apenas a ações envolvendo portadores de necessidades especiais, como se vê: Convenção sobre os direitos da criança (Nações Unidas); Conferência Mundial das Nações Unidas para Todos; Conferência Mundial sobre Necessidades Educacionais; Reunião de Ministros da Educação na América Latina e Caribe; Regional das Américas, preparatória do Foro Mundial de Educação para Todos; VII Reunião Regional de Ministros da Educação (a íntegra dos encontros no Anexo IV).

Outra questão observada igualmente nas publicações tanto oficiais quanto de outras esferas e autores, se refere ao termo acessibilidade, haja vista que o mesmo também é interpretado para se referir ao cidadão com necessidade especial. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), através da NBR nº 9050, que trata da Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos, é um dos poucos documentos que não faz distinção quanto ao acesso de indivíduos em geral, como se pode ver no item 1 – Objetivos da norma acima especificados: Esta Norma estabelece critérios e parâmetros técnicos a serem observados quando do projeto, construção, instalação e adaptação de edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos às condições de acessibilidade.

Dentro do marco histórico e normativo para a Educação Especial, consta ainda: o Estatuto da Criança e do Adolescente (artigo 55); a Declaração Mundial de Educação para Todos também de 1990; a Declaração de Salamanca em 1994 – que dispõe sobre políticas para a educação inclusiva; em 1994 o Ministério da Educação cria a Política Nacional de Educação Especial; em 1996 a Lei de Diretrizes e Bases da Educação e dedica os artigos de 37 e 59 à Educação Especial e, daí em diante são criadas Leis, Decretos, Portarias e Resoluções sobre a temática e que poderão ser verificados detalhadamente no Anexo III. Com a implementação da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, os objetivos abaixo relacionados, propõem,o acesso, a participação e a aprendizagem dos alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/Superdotação nas escolas regulares, orientando os sistemas de ensino para promover respostas às necessidades educacionais especiais, garantindo: Transversalidade da educação especial desde a educação infantil até a educação superior; Atendimento educacional especializado; Continuidade da escolarização nos níveis mais elevados do ensino; Formação de professores para o atendimento educacional especializado e demais profissional da educação para a inclusão escolar; Participação da família e da comunidade; Acessibilidade urbanística, arquitetônica, nos mobiliários e equipamentos, nos transportes,na comunicação e informação; e Articulação intersetorial na implementação das políticas públicas.

A Declaração de Salamanca (1994) define o conceito de necessidades educacionais especiais, em combate às formas discriminatórias de indivíduos suas deficiências e a criação de sistemas educacionais inclusivos, que possibilitem a integração da Educação Especial nas Propostas Pedagógicas das instituições de ensino regular. A partir de então, espera-se a contextualização constante das políticas em atendimento aos indivíduos com necessidades educacionais especiais, evitando-se o esgotamento de possibilidades através de pesquisas e mobilização, considerando-se: Pessoa com deficiência aque la que tem impedimentos de longo prazo, de na tureza física, mental ou sensorial que, em interação com diversas barreiras, podem ter restringida sua participação plena e efetiva na escola e na sociedade. Os alunos com transtornos globais do desenvolvimento são aqueles que apresentam alterações qualitativas das interações sociais recíprocas e na comunicação, um repertório de interesses e atividades restrito, estereotipado e repetitivo.

Devemos oferecer condições reais, respeitando o tempo, o modo e o ritmo de aprender de cada um, praticando um ensino com uma pedagogia ativa, aberta e diversificada, para um possível sucesso no aprendizado. Transformar, palavra abrangente em uma educação libertadora, pois a capacidade de que venha a acontecer é através da conscientização, onde todos seres pensantes almejam novas perspectivas para suas vidas. Em tempos de inclusão das diversidades poderíamos nos perder em discussões filosóficas sobre conceitos de igualdade, aceitação, preconceito, discriminação, oportunidades e direitos. Porém, para nós o mais importante é manter a noção de que algo não muda para a criança com necessidades especiais, sua vida continua fazendo-a diferente e igual. Diferente no seu modo de percepção e apreensão do mundo, igual porque todas as crianças necessitam de atenção e cuidados para viver bem consigo mesma, no mundo e com o mundo.

Santa Maria: Centro de Educação / Universidade Federal de Santa Maria, 2000. Monografia de Especialização. SCHWARTZMZN, J. S. Integração: do que e de quem estamos falando? In: A integração de pessoas com deficiência - contribuição para uma reflexão sobre o tema. DECRETOS E PORTARIAS BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília: MEC/SEESP, 2007. bancodeescola. com/turma. htm" www. bancodeescola. com/turma.

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