ASPECTOS NEUROLÓGICOS DA DISLEXIA

Tipo de documento:TCC

Área de estudo:Gestão de crédito

Documento 1

Aspectos Neuropsicológicos da Dislexia Fabiana da Silva Pires Trabalho Final apresentado à Especialização em Neuropsicologia e Reabilitação, do Centro Universitário Celso Lisboa, como parte dos requisitos para a obtenção do grau de pós-graduada. Orientadora: Profa. Dra. Patrícia da Mota Vieira Figueiredo Rio de Janeiro 2018 RESUMO A leitura é uma habilidade humana necessária para a vida em sociedade. Textos fazem parte do cotidiano. Children develop reading ability in the early years of school life. However, children with dyslexia have learning difficulty for reading, although they have no intellectual disability. Dyslexia affects between 3% and 10% of school-age children. An early diagnosis may help in the development of strategies for learning reading ability. Neuropsychology contributes to this diagnosis with its scientific knowledge. DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM DA LEITURA E DISLEXIA Numa sociedade letrada, a leitura faz parte do cotidiano.

Ao acordar, um adulto pode ler as manchetes do jornal, consultar o horóscopo. Entretanto, a aquisição da habilidade de leitura é uma tarefa complexa, pois “envolve mais que apenas desenvolver habilidades básicas, é preciso estabelecer a relação entre os sons (fonemas) e os grafemas da língua” (SILVA, 2017, p. A leitura é composta por dois elementos: decodificação e compreensão (PINHEIRO, s. d. O insucesso na aprendizagem da leitura, por sua vez, pode ser devido à má qualidade do ensino, a limitações cognitivas ou à dislexia (FONSECA, 2009). De acordo com Zamo (2001, p. “as dificuldades de leitura são heterogêneas e englobam três tipos de déficits: em reconhecimento de palavras, fluência de leitura e compreensão leitora”. Por esse motivo, há a necessidade de se diferenciar entre dificuldades de aprendizagem e distúrbios de aprendizagem: Os distúrbios estão relacionados a um grupo de dificuldades específicas, como por exemplo, dificuldade na aquisição da leitura mas não na aquisição de outros aprendizados como realizar cálculo, caracterizadas por uma disfunção neurológica.

Já as dificuldades de aprendizagem referem-se a fatores associados ao ambiente físico e social que o indivíduo está inserido (SILVA, 2017, p. A criança com dislexia sofre situações desconfortáveis no ambiente escolar, não conseguindo se socializar com seus pares, fator que pode gerar sofrimento emocional e estresse. Algumas crianças “podem também evitar e rejeitar qualquer situação que envolva leitura, retirando-se da aprendizagem e de competições, o que leva a uma diminuição da sua auto-estima” (CABUSSÚ, 2009, p. Sem autoestima, outras habilidades podem ser atingidas, agravando o quadro. Os problemas enfrentados por uma criança com dislexia consistem na dificuldade de reconhecimento de palavras, ainda que essas crianças não possuam nenhum problema adicional ou lesão cerebral. “As crianças com dificuldades de leitura, apesar de caracterizarem-se por desenvolvimento típico, sem déficits intelectuais ou sensoriais primários, sofrem para aprender a ler e devem receber atenção e instrução diferenciadas” (ZAMO, 2011, p.

– 428 a. C. a tentativa de explicar a relação entre a corpo, a mente e o mundo, embora tenha sido Alcmeão (c. a. C. Sua fundamentação teórica foi construída a partir da convergência de várias ciências, entre elas a medicina, a fisiologia e a psicologia, sofrendo influência da escola russa por meio de Vygotsky e Luria, que ressaltaram a importância dos fatores socioculturais na evolução do ser humano (CABUSSÚ, 2009, p. A chamada escola russa desenvolveu muitos estudos que serviram para fundamentar a neuropsicologia. A concepção de Luria a respeito dos sistemas funcionais auxilia na compreensão da dislexia. O cérebro humano é resultado de milhões de anos de evolução, de modo que a aprendizagem da leitura resulta “da criação de conexões entre muitos grupos e redes de células que se encontram posicionadas em distantes áreas do cérebro” (FONSECA, 2009, p.

Portanto, quando algum componente do sistema responsável pela aquisição da leitura estiver comprometido, a aprendizagem será afetada. Se uma criança possui dislexia derivada da imaturidade neurológica, a título de exemplo, “os sistemas funcionais responsáveis por tais funções cognitivas superiores, sejam corticais ou subcorticais, podem estar disfuncionais pelo menos num elo da sua cadeia ou, possivelmente, em mais do que um” (FONSECA, 2009, p. METODOLOGIA A presente pesquisa objetiva identificar os aspectos neuropsicológicos da dislexia. Adotou-se como método a revisão bibliográfica em monografias e artigos científicos relacionados à temática. As monografias foram selecionadas na base de dados do Google Acadêmico e os artigos científicos na base de dados SciELO, a partir dos descritores “dislexia” e “neuropsicologia”. Dentre os resultados, os artigos que possuíam alguma relação com o escopo da pesquisa foram selecionados.

Durante a alfabetização, as dificuldades de aprendizagem podem ser identificadas pelo professor. Exatamente esse é o problema apontado por Tabaquim e outros (2016): muitas vezes, os docentes não conseguem identificar a dislexia e, quando conseguem, não sabem qual o procedimento a ser adotado. Crianças com dislexia apresentam dificuldades específicas na decodificação fonografêmica. De acordo com Silva (2009), o desenvolvimento da habilidade de leitura se inicia quando a criança adquire uma consciência fonológica, que consiste na correspondência entre grafema e fonema. “A aprendizagem das regras de correspondência grafema-fonema é considerada a habilidade básica para processar os sons das palavras” (SILVA, 2009, p. Justamente nisso consiste a contribuição da neuropsicologia, pois ela é a ciência que pode verificar a integridade estrutural e funcional dos sistemas do cérebro: Deste modo, sendo a DD uma perturbação de base neurobiológica, a avaliação neuropsicológica das funções da linguagem, dos processos executivos e da memória desempenha um papel central no diagnóstico desta perturbação da aprendizagem específica.

Para além da contribuição para uma avaliação compreensiva, o exame neuropsicológico poderá ter um papel igualmente determinante na identificação das áreas comprometidas que deverão ser alvo de intervenção (MOURA, 2014, p. Inúmeras pesquisas foram desenvolvidas na tentativa de explicar a dislexia. Algumas pesquisas situavam sua etiologia no processamento visual, mas o refinamento dos procedimentos de pesquisa demonstrou que são os déficits no processamento neurolinguístico que devem ser compreendidos como principal preditor, uma vez que a dislexia é “mais um sintoma da disfunção durante o armazenamento e recuperação da informação linguística do que consequência de uma deficiência no sistema visual” (MOURA, 2014, p. Os estudos demonstraram a vinculação da dislexia a déficits no processamento fonológico, que é composto por três processos: a) consciência fonológica; b) codificação fonológica; c) recuperação dos códigos fonológicos.

As causas podem ser ambientais ou neurológica, cada qual com uma intervenção pedagógica que lhe é própria. Uma das causas neurológicas mais comuns é a dislexia do desenvolvimento, um distúrbio de aprendizagem vinculado à dificuldade da criança estabelecer relações entre fonemas e grafemas, devido ao não desenvolvimento da consciência fonológica. A literatura possui consenso sobre a necessidade de um diagnóstico precoce para o correto tratamento da dislexia, inclusive com o desenvolvimento de estratégias pedagógicas que permitam à criança desenvolver a habilidade da leitura, ainda que com mais lentidão. Entretanto, ainda há pouco conhecimento por parte de professores alfabetizadores para identificar quando a dificuldade em aprender a ler está relacionada à dislexia ou como proceder quando há a suspeita. Os conhecimentos da neuropsicologia, através de suas baterias de testes, contribuem para o entendimento da dislexia, permitindo uma intervenção com maior êxito, minimizando as consequências sociais ocasionadas pela inaptidão na leitura, pois a dislexia, muitas vezes, está associada a outros distúrbios da aprendizagem, como a discalculia e dislalia.

com. br/detalhes/242/dislexia-e-estresse--implicacoes-neuropsicologicas-e-psicopedagogicas>. Acesso em: 20 jun. CONDEMARÍN, M. BLOMQUIST, M. com. br/detalhes/556/perfil-cognitivo-de-uma-crianca-com-diagnostico-previo-de-dislexia-do-desenvolvimento-associada-a-disturbio-do-processamento-auditivo-central--estudo->. Acesso em: 20 jun. FONSECA, V. Dislexia, cognição e aprendizagem: uma abordagem neuropsicológica das dificuldades de aprendizagem da leitura. Avaliação neuropsicológica: um estudo de caso. Monografia (Especialização em Neuropsicologia) – Programa de Pós-Graduação do Instituto de Psicologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2015. KRISTENSEN, C. H. ALMEIDA, R. br/pdf/prc/v14n2/7853. pdf>. Acesso em: 12 jun. MOURA, O. N. n. p. jun. Disponível em: <http://www. scielo. htm>. Acesso em: 18 jun. SANTOS, M. A. A. Disponível em: <http://seer. pucgoias. edu. br/index. php/fragmentos/article/view/4769/3412>. com. br/detalhes/241/conhecendo-a-dislexia-e-a-importancia-da-equipe-interdisciplinar-no-processo-de-diagnostico>. Acesso em: 20 jun. TABAQUIM, M. L. br/pdf/rbeped/v97n245/2176-6681-rbeped-97-245-00131.

pdf>. Acesso em: 10 maio 2018. ZAMO, R. S.

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