Defesa Jurídica baseado no livro "Crime e castigo" de Fiódor Dostoievski

Tipo de documento:Revisão Textual

Área de estudo:Direito

Documento 1

Vivendo na extrema miséria e sob forte pressão psicológica acerca da resolução de seu objetivo e de credores, Raskolnikov passa a ter vários surtos psicóticos que o leva a premeditar a morte da agiota aqui citada. Em alguns de seus surtos e agregado ao ideal de superioridade, o mesmo se compara a Napoleão Bonaparte, se colocando como uma espécie de herói social, tendo consigo a ideologia do que poderia tratar como “teoria do crime permitido”, embasado pela fundamentação de que se Napoleão cometeu vários crimes contra a humanidade e mesmo assim foi visto como grande homem, então por que ao matar uma escória da sociedade, assim tratado por ele, o tornaria diferente? Com essa visão e partindo para o contexto de poder ajudar a população com seu feito, bem como ajudar a sua família a se livrar dos problemas que vos assolavam, Rodion, travando esse conflito psicológico intenso, passa a buscar soluções externas a sua ideologia que por consequência, acaba conhecendo uma bela moça que lhe trouxe o olhar.

Sofia Siemionovna Marmeladov era uma prostituta que vendia seu corpo como forma de arrecadar dinheiro para tentar manter a família que também vive na miséria extrema. Raskolnikov usando agora a afinidade que havia adquirido por Sofia e a vontade de empregar a justiça, parte ao amanhecer para a pratica dos seus objetivos. Tentando se apossar de um machado que ali perto se encontrava, é surpreendido por Nastacia, uma jovem mulher que o alimentava e lhe entregava recados. Deixou o machado no chão e passou com ligeireza para o quarto da mesma em busca do tal cofre. Tentando por alguns momentos abrir uma espécie de cofre que ali havia e não conseguindo êxito, pois nenhuma das chaves daquele molho parecia ser feita para aquela fechadura, passou a se ver nervoso e tenso, mas eis que em um momento de rápida reflexão Raskolnikov decide procurar por baixo da cama onde encontra uma espécie de baú.

Pegando esse objeto e testando as chaves que possuía conseguiu então o êxito de abrir o mesmo e sem demora passou a recolher os pertences de valor que continha ali dentro. Quando ainda nervoso averiguava tais pertences o mesmo caindo em si, chega a se perguntar sobre o que teria feito, pois parecia não acreditar no ponto que chegou. Antes de encerrar o que estava a fazer eis que o mencionado escuta um barulho e por um instante para e se mantem assim como uma pedra, parecia que algo estava acontecendo ali na sala onde o cadáver estava. Com o tempo Raskolnikov sente à vontade de entender e desvendar o que a polícia descobriu a respeito e por isso passa a se aproximar de Porfiry, investigador do caso.

Analisando sob sua ótica de superioridade o mesmo passa a desafiar o intelecto do investigador, participando de grandes seções de jogos psicológicos por assim dizer. Tendo a visão de que Porfiry não seria melhor que ele e se achando sempre superior ao mesmo, seguindo sua ideia de que fez um enorme bem a sociedade ao eliminar o que para ele trata de chamar de “pulga” como uma espécie de parasita da comunidade, Rodion passa então a ter contatos mais intensos e afetivos com Sonia. A citada passa então a ser uma peça fundamental na vida do acusado, pois o mesmo possuía grande afeto e sentimento carinhoso por ela e a mesma passou a fazê-lo refletir profundamente sobre seus atos, mostrando para ele os caminhos de uma recuperação e posterior arrependimento, baseada nas leis divinas, quando ao citar um trecho bíblico o fez meditar nas palavras e o convence de que seria a hora do mesmo buscar o perdão.

Numa conversa produtiva com Sonia, o qualificado decide que é hora de se entregar e pagar pelo pecado cometido, não apenas sob a luz do Direito, mas também numa visão religiosa. Trazendo para um contexto ainda mais aceito, estudiosos como Rousseau afirmam que a natureza do homem é ser bom, mas em contato com a sociedade que é má isso o torna uma pessoa ruim. Raskolnikov não tinha em seu passado, histórico algum de atos desse tipo quando ainda residia no interior, pois o contato com tal sociedade, não era tão intenso quanto ao que ele passou a ter residindo na capital, tudo isso acabou por influenciar e moldar sua estrutura psicológica e então vivenciando as atrocidades que aquela comunidade oferecia, passou a ter novas visões acerca da realidade e de como faria dele um homem notável a ponto de poder ajudar a todos se livrando desse mal que ali imperava e insistia em prosseguir.

Conforme se pode perceber na narrativa acima, ficou claro e exposto que os fatores sociais tiveram a grande parte da influência dos fatos ocorridos, onde anteriormente aos fatos o mesmo já apresentava traços da disfunção cerebral e que foi agravada com o convívio na sociedade o qual estava inserido. Pois então como punir alguém pelos atos que a sociedade moldou? Como julgar alguém pelas constantes falhas do Estado em conseguir moldar uma sociedade mais justa e honesta? Raskolnikov foi fruto dessa mesma sociedade e por vezes tentou recupera-la, mas sem êxito. O homem não nasce nem bom, nem mau. Desta forma, acredito que a classificação boa ou mau não está ligado ao homem, mas a ideia de mau e bom que cada sociedade possui.

Posto isto, requer o imediato relaxamento da prisão, haja visto que o citado se entregou por livre e espontânea vontade, por entender a necessidade de reintegração social como vontade própria e o mesmo ser fruto dessa sociedade, ficando assim comprometido a comparecer a todos os atos de persecução penal, ocasião em que provará sua reabilitação. Termos em que se colocando à disposição para maiores esclarecimentos, pede e espera deferimento.

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