Biografias e contribuições de Anisio Teixeira, Edgar Morin e Lawrence Stenhouse

Tipo de documento:Revisão Textual

Área de estudo:Gestão ambiental

Documento 1

Faleceu na cidade do Rio de Janeiro, em março de 1971. Foi um dos maiores educadores brasileiros, sendo influenciado pragmatismo do filósofo John Dewey, de quem foi aluno no Teachers College e cujas ideias divulgou no Brasil. Mas, foi nos embates entre a gestão cotidiana da educação e sua visão de futuro, em meio a aliados e adversários, que aprendeu a organizar homens e instituições. Iniciou-se na vida pública em 1924, no governo Góes Calmon (1924-1928), como Inspetor Geral do Ensino da Bahia, passando logo depois a Diretor da Instrução Pública desse estado. Mais tarde, já no Rio de Janeiro, assumiu a Secretaria de Educação e Cultura do Distrito Federal, no governo do prefeito Pedro Ernesto (1931-1935). Criou, então, o Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais (CBPE) e uma rede de 5 Centros Regionais, com o objetivo de elaborar estudos antropológicos e sociológicos sobre a realidade brasileira.

Durante sua gestão na CAPES e no INEP, proferiu inúmeras conferências no Brasil e no exterior, incentivou a criação de bibliotecas no país, foi eleito por duas vezes presidente da SBPC, participou ativamente da discussão da LDB (1961). Nesses anos de árdua luta pela escola pública, editou o seu livro mais polêmico: Educação não é privilégio (1957). E foi ainda nessa época que se tornou professor universitário, assumindo a cadeira de Administração Escolar na Faculdade de Filosofia da Universidade do Brasil, hoje UFRJ. No início dos anos 60, juntamente com Darcy Ribeiro, foi um dos mentores da Universidade de Brasília (1961), tornando-se seu 2º reitor em 1963. Portanto, o ideal de sociedade para ele era o conceito de democracia como produto da revolução liberal herdada de fora, o que chocava com o modelo de economia agrária produzida no Brasil.

A Filosofia do fundamento da cultura e o utilitarismo serão os fundamentos da nova educação, visando essencialmente a mudança para o estabelecimento do Estado político, com o objetivo do desenvolvimento da vida social, objetivando uma sociedade justa. Diante dessa perspectiva, seria fundamental a educação pública nacional, a figura do professor será indispensável ao novo ideário político, na formação do homem liberal, na produção da sociedade democrática. Ambicioso, sonhou com uma escola de formação de profissionais, sendo o instrumento mais amplo e profundo de elaboração e transmissão da cultura brasileira com bases em parâmetros internacionais, na defesa de uma epistemologia de sustentação. Projetando este cenário também nas universidades, profundamente nacional, mas intimamente ligadas, por esse amplo conceito de suas finalidades, às universidades do mundo.

Como era de família judia, sofreu na sua infância com o preconceito, sendo hostilizado em muitos momentos por seus colegas de classe. Viveu sua infância e adolescência encarando as contradições de um mundo marcado pela barbárie: Nazismo, Fascismo, Franquismo e o Comunismo eram ideologias e sistemas políticos que dividiam o mundo europeu. Além disso, com os reflexos da crise econômica mundial em solo francês, passou por situação de desemprego e pobreza, sentindo na pele os efeitos drásticos de um Mundo que se preparava para a 2º Guerra Mundial (1939-1945). Nesse período, se alista nas forças de resistência da França e, ao mesmo tempo filiou-se ao Partido Comunista (trabalhando inclusive como redator de periódicos do Partido em alguns momentos de sua vida), sendo um defensor dos ideais socialistas de liberdade e igualdade.

As ideias de Marx o influenciaram e fundamentaram as bases de seu pensamento. Será diretor dessa revista até 1962 e colaborador por muitas décadas. Ainda nesse clima de estudos sobre a cultura de seu tempo, passa a estudar com grande profundidade o cinema, e publica em 1959 o livro “Autocritique” (Autocritica), no qual faz um primeiro balanço de sua vida e participação no meio cultural e político de sua época, e em 1962 com seu amigo Jean Rouch, escreve a obra Chronique d´um été (Crônica de um verão).             No ano de 1961, faz uma longa viagem pela América Latina com o propósito de conhecer as culturas dos povos andinos e indígenas. Após uma temporada no Brasil visita a Bolívia, Peru e México.

De volta à França publica em 1962, “L’Ésprit du temps” (O Espírito do Tempo: volume 1 - Neurose). Em 1968, publica o livro: Mai 68: La brèche (Maio de 68: a brecha), nessa obra o autor questiona os movimentos estudantis da década de 60, com um olhar voltado para a juventude que, no momento, está se manifestando por direitos políticos e de expressão livre de sua cultura. Dentro desse espírito vem novamente ao Brasil e sente os reflexos da revolução estudantil em São Paulo, Salvador e Fortaleza.                        De 1969 a 1970 na Califórnia, Morin conhece a revolução biológica genética. Assim inicia-se nas “Três Teorias”: a cibernética (Wierner e Bateson), a teoria dos sistemas e a teoria da informação. Essas teorias tecidas em conjunto irão fundamentar a Teoria da Complexidade.

O terceiro volume de “O Método” é publicado em 1986 com o título: Conhecimento do Conhecimento. Nessa obra Morin analisa questões importantes sobre o conhecimento. Começa perguntando o que é conhecimento? Como ele se constitui e quais suas possibilidades e limites. No ano seguinte, ele continua pesquisando e estudando sobre a diversidade cultural europeia e publica seu livro: “Pensar a Europa”.              Em 1989 lança o livro “Vidal e os seus”, dedicado a seu pai, onde discute sobre a herança judaica. Cortez, 2004 (Tradução brasileira de Dialogue sur la connaissance. Entretiens avec des lycéens ).  Prefácio e revisão técnica de Cleide Almeida e Izabel Petraglia.            Em relação à historiografia, Morin dialoga com todas as correntes do pensamento histórico. Seus ideais   Edgar Morin pensa de forma transgressora e complexa.

Sem falar no desconhecimento do ser humano em relação a si próprio, a seus desejos internos, suas necessidades, seus sentimentos, medos e anseios. Para Morin, todo conhecimento é uma tradução e uma reconstrução. Não existe um conhecimento absoluto, ao contrário, o conhecimento é sempre passível de erros e ilusões. A ideia de que todos percebemos a mesma realidade é uma ilusão. A partir da nossa percepção individual, traduzimos os estímulos que recebemos do exterior e reconstruímos a realidade conforme nossos próprios processos internos. Neste empenho para mudar a tradição educacional, Morin estabelece igualmente os sete saberes, indispensáveis na edificação do futuro da educação. O primeiro é sobre as cegueiras do conhecimento – o erro e a ilusão: deve-se valorizar o erro enquanto instrumento de aprendizagem, pois não se conhece algo sem primeiro cair nos equívocos ou nas ilusões.

O segundo saber se relaciona ao conhecimento próprio, a unir os mais diversos campos do conhecimento para combater a fragmentação; assim, a educação deve deixar a contextura, o universal, as diversas dimensões do ser humano e da sociedade, e a estrutura complexa bem clara. O terceiro saber é ensinar a condição humana, transmitir ao aluno que o Homem é um ser multidimensional. Assim, a pedagogia do amanhã necessita, antes de tudo, privilegiar a compreensão da natureza do ser humano, ele também um indivíduo fragmentado. Aproveitou para incorporar nesse projeto algumas de suas preocupações, como o direito do aluno ao saber, a conexão dos conteúdos escolares com o conhecimento de mundo e a importância do diálogo como método pedagógico.

O projeto foi testado durante dois anos, até 1970, em seguida, Stenhouse criou, com alguns colegas, o Centre for Applied Research in Education, na Universidade de East Anglia, na cidade britânica de Norwich. O objetivo do centro era compreender os problemas da prática docente, sem perder de vista a idéia do professor como pesquisador. Em 1975 escreveu An Introduction to Curriculum Research and Development (uma introdução à pesquisa e ao desenvolvimento curricular), sua obra mais conhecida. Morreu sete anos mais tarde. Creio que a maior parte do ensino que se oferece nas escolas e universidades estimula esse erro", afirmou o pensador na aula inaugural que proferiu na Universidade de East Anglia, na Inglaterra, em 1979, intitulada Research as a Basis for Teaching (A Pesquisa como Base para Ensinar). É por isso que muitas pessoas que passaram pela escola têm com o saber uma relação de pouca autonomia, entendendo-o como reafirmação da certeza autorizada.

A elas foi negado o prazer de viver a aventura do conhecimento investigativo.   Stenhouse foi pioneiro em defender que o ensino mais eficaz é baseado em pesquisa e descoberta. Mais uma vez se pode identificar o pensamento desse notável pedagogo inglês em métodos muito atuais, como os projetos de trabalho. Para ele, esse processo se daria por meio da reflexão de cada profissional sobre sua prática diária - um conceito, sem dúvida, atual. Muitos afirmam hoje que o docente não deve ser um mero transmissor de conteúdos previamente definidos, mas um sujeito que pensa e analisa criticamente seu ofício. A investigação é o único meio de construir um pensamento independente e não mais reproduzir o discurso alheio", analisa a professora Menga Lüdke, da PUC do Rio.

Quem tem uma pesquisa competente como rotina fica mais autônomo e tem plenas condições de desenvolver um currículo próprio. Sem esquecer o alerta deixado por Stenhouse: na hora de definir o plano curricular, é preciso sempre trocar experiências com os colegas e os estudantes. Acessado em: 17/11/2013 NASCIMENTO, P. L. V. EDGAR MORIN: SEU PENSAMENTO TRANSDISCIPLINAR E A EDUCAÇÃO PLANETÁRIA. Disponível em <http://transdiscipli naridade. Acessado em 16/11/2013. SANTANA, A. L. A EDUCAÇÃO SEGUNDO EDGARD MORIN. Disponível em <http://www.

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