Teoria da mente (educação)

Tipo de documento:Revisão Textual

Área de estudo:Gestão ambiental

Documento 1

É válido, portanto, questionarmos sobre como tal conhecimento vem a ser parte de nós e, também, como os seres humanos desenvolvem esse conhecimento. Vários pesquisadores, nas últimas décadas, dirigiram seus esforços nessa direção. Como consequência, surgiram inúmeros estudos, tanto empíricos, coletando evidências, quanto teóricos, criando modelos explicativos. É, portanto, sobre como esse conhecimento emerge que as pesquisas dos desenvolvimentistas, cognitivistas, filósofos da mente, especialistas em autismo e dos primatologistas têm se concentrado. Perspectiva histórica No final da década de 70, começaram a aparecer muitos estudos experimentais sobre cognição animal. Porém, as pesquisas sobre teoria da mente começaram a se desenvolver efetivamente nos anos 80 e 90. Segundo Carruthers e Smith (1996), isso ocorreu pois até o final da década de 70, a tradição da psicologia do desenvolvimento ainda estava muito orientada para o marco teórico piagetiano.

Além disso, a influência da Primatologia e das Ciências Cognitivas somente começam a aparecer nos últimos anos. Até o surgimento da tarefa de crença falsa, criada por Wimmer e Perner (1983), a área da teoria da mente precisava de um paradigma claro de pesquisa dentro da tradição experimental. Como a teoria da mente é explicada A teoria da mente é concebida como o processo de aquisição da psicologia popular, o que implica na elaboração de um tipo de teoria por parte das crianças. Foram Premack e Woodruff (1978) que enfatizaram o uso do termo teoria. Esses autores assim justificam a escolha do termo: "Ao dizer que um indivíduo tem uma teoria da mente, queremos significar que o indivíduo atribui estados mentais a si próprio e aos outros (seja da mesma espécie ou de outra).

Um sistema de inferência desse tipo é, apropriadamente, visto como uma teoria, primeiro, porque esses estados não são observáveis diretamente e, segundo, porque o sistema pode ser usado para fazer predições, especificamente, sobre o comportamento de outros organismos. p. Alinhados a esse ponto de vista, encontram-se investigadores como Leslie (1987), Perner (1991), Gopnik e Wellman (1992), Fodor (1992), entre outros, que consideram que uma teoria corresponde a um corpo bem organizado de conhecimentos. Leslie (1987) ainda avançou mais nessa direção, sugerindo a existência de um módulo inato para a teoria da mente. Ele argumenta que a ausência específica da habilidade para a psicologia popular nas crianças autistas, apontadas por Baron-Cohen (1990) e Baron-Cohen, Leslie e Frith (1985), sustentariam esse ponto de vista. Presumivelmente, diz ele, essas crianças têm um déficit neurológico inato.

Em um viés mais desenvolvimentista, Wellman (1990) afirma que no curso do desenvolvimento conceitual, a criança forma conceitos em vários domínios: número, tempo, peso, causalidade, o bem e o mal, entre outros. A criança, afirma Wellman, da mesma maneira, constrói o conceito da própria cognição, ou seja, a criança constrói uma teoria da mente. Aproximadamente com um ano de idade, a criança relaciona-se diretamente com a situação real, com o objeto. Como processo mental, no máximo, aparecem o reconhecimento do objeto e indicadores de atenção, mas ela ainda não interpreta o objeto. No segundo ano, diz Perner, surge uma habilidade interpretativa, através da formação prévia de múltiplos modelos. Quando a criança se olha no espelho, por exemplo, ela deve fazer a representação dela mesma e a representação dela no espelho e, comparando as duas, teorizar sobre qual é a real e qual não é.

A criança seria, então, um teórico da situação. A tarefa de crença falsa A tarefa de crença falsa de Wimmer e Perner (1983) envolve um protagonista chamado Maxi, que guarda um chocolate em determinado lugar, sendo que sua mãe, logo a seguir, troca o chocolate de lugar, enquanto Maxi está fora. Pergunta-se à criança onde o protagonista, quando voltar, irá procurar o chocolate. Se a criança indica o lugar onde o protagonista guardou o chocolate, conclui-se que ela estaria representando, ao mesmo tempo, o que o protagonista está pensando (estado mental) e a realidade (sua própria crença) e, ao representar a representação do protagonista prediziria, então, a ação deste. Se, ao contrário, a criança indica o lugar onde a mãe guardou o chocolate, conclui-se que ela não estaria representando o estado mental do protagonista, resolvendo, então, a tarefa, fazendo uso somente da representação da realidade, ou seja, de sua própria crença.

Esta criança, portanto, não compreenderia os estados mentais nem como epistêmicos nem como preditivos de uma ação. JOU, Graciela Inchausti de; SPERB, Tania Mara. Teoria da Mente: diferentes abordagens. Psicol. Reflex. Crit. p.

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