Catulo e o Trovadorismo

Tipo de documento:Revisão Textual

Área de estudo:Zootecnia

Documento 1

Catulo, expoente da era clássica da literatura latina, possuía ligação com o círculo de poetas com ideais estéticos, dos quais Cícero menosprezava, classificando-os com o termo com conotação pejorativa: "poetas novos" (modernos), os quais ainda que buscassem uma estética rebuscada na poesia, rompiam com a tradição da literatura latina voltada aos mitos e visando temas mais cotidianos e urbanos. A poesia de Catulo é calcada nos pressupostos da poesia alexandrina, tendo como modelos Safo (da qual absorveu o nome para sua musa Lésbia) e Alceu, poetas do período arcaico da poesia grega. Os temas abordados eram considerados menores, enveredando entre o amor e a sátira. Catulo inaugurou na literatura latina um aspecto formal novo, o qual levava leveza e elegância aos seus escritos e preenchia uma lacuna entre a tragédia e o poema épico de um lado e do outro a comédia e a sátira, estilo tipicamente romanos.

Nas poesias temáticas relativas ao amor, Catulo destila toda a sua expressão sentimental, como o amor exaltado: V. vos, quod milia multa basiorum legistis, male me marem putatis? pedicabo ego vos et irrumabo. Meu pau no cu, na boca eu vou meter-vos, Aurélio bicha e Fúrio chupador, que por meus versos breves, delicados, me julgastes não ter nenhum pudor. A um poeta pio convém ser casto ele mesmo, aos seus versos não há lei. Estes só têm sabor e graça quando são delicados, sem nenhum pudor, e quando incitam o que excite não digo os meninos, mas esses peludos que jogo de cintura já não têm e vós, que muitos beijos (aos milhares!) já lestes, me julgais não ser viril? Meu pau no cu, na boca, eu vou meter-vos.

Tradução de João Ângelo Oliva Neto) Por vezes, observa-se nos poemas de Catulo, o tipo de "mulher inspiração" e se propõe ao amor livre, não sendo um reflexo da moral romana, Artifício que se desconstrói na Idade Média , período das cantigas galego-portuguesas, com seus conceitos e ideais baseados numa doutrina eclesiástica, na qual a figura feminina é supervalorizada, idealizada e totalmente inacessível, visto em exemplos de cantiga de amor: João Garcia de Guilhade A bõa dona por que eu trobava, e que nom dava nulha rem por mi, pero s'ela de mi rem nom pagava, sofrendo coita sempre a servi; e ora já por ela 'nsandeci, e dá por mi bem quanto x'ante dava. Quero-me já maenfestar, e pesará muit'[a] alguém, mais, sequer que moira por en, dizer quer'eu do mao mal e bem da que mui bõa for, qual nom há no mundo melhor, quero-[o] já maenfestar.

De parecer e de falar e de bõas manhas haver, ela, nõn'a pode vencer dona no mund', a meu cuidar; ca ela fez Nostro Senhor e el fez o Demo maior, e o Demo o faz falar. E pois ambos ataes som, como eu tenho no coraçom, os julg'Aquel que pod'e val. Embora seja bem mais leve as críticas, o que em Catulo é bem diferente, na cantiga, o desafeto não é expresso como em Catulo, cuja crítica é direta. Então, nesta breve análise, conclui-se que embora não sejam inspiradas diretamente de Catulo, as cantigas galego-portuguesas resgatam os moldes antigos vindos de fonte grega e de outras culturas, fonte que Catulo bebeu e produziu com a maneira romana.

1001 R$ para obter acesso e baixar trabalho pronto

Apenas no StudyBank

Modelo original

Para download