Povo Indígena Krahô-Kanela

Tipo de documento:Revisão Textual

Área de estudo:Antropologia

Documento 1

ª Me. Ana Flávia L. P. de Araújo Paraíso do Tocantins (TO), 2019. Atualmente encontra-se no território tocantinense uma ampla população indígena. ha, mas nem sempre moraram aqui (ver anexo). O levantamento de fontes históricas nos revelou que o processo de colonização da região foi bastante conturbado em termos de disputas territoriais, sobretudo entre as décadas de 1960 e 1980, período em que se sucedeu a expropriação da Mata Alagada. Segundo Victor Ferri Mauro (servidor da FUNAI), o cenário dos Krahô-Kanela é emblemático. Desde 1963 eles ocupavam o Território Mata Alagada. Ali construíram uma relação afetiva e simbólica muito forte. ha e o restante de 23. ha está em processo de demarcação. Portanto, se registra aqui uma história do tempo presente, em que os desdobramentos dos fatos ainda estão se sucedendo.

Os atuais Krahô-Kanela descendem de um homem que se chamava Florêncio Ribeiro, conhecido popularmente como Florêncio Caboclo, que, segundo contam, era índio Krahô. Este por sua vez, casou-se com uma índia chamada Maria e juntos tiveram filhos e filhas. Em cada lar habita o casal e os filhos deste e envolta das casas, os índios criam animais como galinhas e porcos e plantam árvores frutíferas e ervas medicinal. De maneira geral, os casamentos contraídos pelos Krahô-Kanela que vivem na aldeia Lankrahé são estáveis e geram mais filhos do que a média das famílias brasileiras. Quando um jovem se casa e decide continuar morando na aldeia, é construída uma residência para o novo casal ao redor da moradia dos pais do rapaz ou da moça que está casando.

Assim, apesar do filho(a) ir morar sob outro teto, as relações sociais com seus pais continuam sendo muito estreitas e intensas. A comunidade da aldeia conta com atendimento médico e odontológico, e quando tem necessidade de internação e exames, são encaminhados para o hospital em Gurupi (ver anexo). Anualmente ocorrem confraternizações envolvendo todos os membros da aldeia, e intercâmbios culturais de um grupo da aldeia Lankrahé com índios de uma aldeia Krahô para troca de experiências. Nesses eventos destaca-se a corrida de tora, uma disputa em que dois grupos competem entre si, tendo os seus integrantes que se revezarem no carregamento de uma tora de madeira que pode pesar até cem quilos, as pinturas corporais, os ornamentos nos rostos e nos corpos das mulheres, danças e outros ritos que correspondem à representação que o senso comum brasileiro tem do que é ser índio.

A prática da corrida de tora no encontro é um indicativo da forte preocupação dos jovens Krahô-Kanela em recuperar e valorizar elementos das culturas dos povos dos quais descendem, sobretudo dos Krahô (ver anexo). Muita coisa ainda falta para que os Krahô-Kanela consigam atingir uma condição de vida que consideram ser a ideal, mas devagar as coisas têm evoluído e a esperança nunca é abandonada por esse povo que carrega consigo um legado de tantos sofrimentos e superações. O reconhecimento desta etnia pelas autoridades traz consigo o mínimo de respeito e valorização de um povo que teve de si suas terras usurpadas.

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