Imaginário acerca da colonização da América portuguesa - 839878

Tipo de documento:Projeto

Área de estudo:História

Documento 1

“O clima do Brasil geralmente é temperado de bons, delicados, e salutíferos ares, donde os homens vivem muito até noventa, cento e mais anos, e a terra é cheia de velhos; geralmente não tem frios, nem calmas, ainda que do Rio de Janeiro até São Vicente há frios, e calmas, mas não muito grandes; os céus são muito puros e claros, principalmente de noite; a lua é muito prejudicial à saúde, e corrompe muito as cousas; as manhãs são salutíferas, têm pouco de crepúsculos, assim matutinos, como vespertinos, porque, em sendo manhã, logo sai o sol, e em se pondo logo anoitece. O Inverno começa em Março, e acaba em Agosto, o Verão começa em Setembro e acaba em Fevereiro; as noites e dias são quase todo o ano iguais.

Este gentio não tem conhecimento algum de seu Criador, nem de cousa do Céu, nem se há pena nem gloria depois desta vida, e portanto não tem adoração nenhuma nem cerimônias, ou culto divino, mas sabem que têm alma e que esta não morre e depois da morte vão a uns campos onde há muitas figueiras ao longo de um formoso rio, e todas juntas não fazem outra cousa senão bailar; e têm grande medo do demônio, ao qual chamam Curupira, Taguaigba, Macachera, Ánhanga, e é tanto o medo que lhe têm, que só de imaginarem nele morrem, como aconteceu já muitas vezes [. ” (CARDIM, Fernão. Tratado da terra e gente do Brasil. A religião e a literatura fantasiosa, como já dito anteriormente, influenciaram na construção do imaginário europeu sobre a América, logo que chegaram eles acreditaram estar diante de um paraíso terrestre, sendo escolhidos por Deus para usufruir de seus recursos e levar a verdadeira fé aos nativos, que ao seu ver praticavam ritos satânicos e bárbaros, os isentando de culpa nas chamadas “guerras justas” contra os índios.

Esses aspectos imaginários eram reflexo do mundo real, onde havia uma busca da nobreza europeia por riquezas e da Igreja por expandir o cristianismo e obter mais fiéis. Devido à vontade de exploração das terras recém-descobertas e o fato delas já serem ocupadas foi necessário construir uma figura acerca do indígena que justificasse o domínio europeu, logo estes se consideram superiores por seus aparatos tecnológicos, seu estilo de vida, sua organização social e por serem cristãos. Esse método de inferiorização da cultura nativa em relação à europeia não foi utilizada somente aqui na conquista da América, mas em todas as colônias ao redor do mundo. Aos indígenas passaram a serem tratados como seres bestiais, animalescos, inferiores, preguiçosos, bárbaros, entre outros.

Autrement Dite Americque. ed. Genebra, Heritiers D´Eustache Vignon. Xilogravura 14 x 18 cm, 1600. Theodore De Bry um dos grandes nomes na ilustração de crônicas sobre o novo mundo nunca nem sequer pôs os pés na América, sendo assim as imagens que chegavam à Europa eram idealizadas, primeiro pelos viajantes e colonizadores que distorciam o indígena devido seu etnocentrismo, depois a figura já distorcida era ilustrada por indivíduos que não viram um índio com os próprios olhos. Além da sala de aula Pesquise sobre a ilustração “O açougue humano” de De Bry e redija uma análise da obra, seus aspectos históricos e sua retratação colonial. Atividades 1 - O aspecto físico semelhante entre índios e europeus foi influenciado por qual movimento? A) Gótico B) Impressionista C) Modernista D) Barroco E) Renascentista 2 - Qual o intuito de inferiorizar a cultura nativa em relação à europeia? 3 - As representações do índio se aproximavam da realidade? Justifique.

Pesquise e produza um texto sobre os Tupinambás hoje e na época da colonização. BIBLIOGRAFIA RODRIGUES, Douglas Coelho​. A representação do imaginário colonial a partir dos relatos colonizadores​. D. ​Viagem à Terra do Brasil​. Belo Horizonte: Editora Itatiaia; São Paulo: Ed. da Universidade de São Paulo, 1980. HOLANDA, Sérgio Buarque de.

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